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fernanda naspolini nascimento kellen da silva nandi ennes ...

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FERNANDA NASPOLINI NASCIMENTO<br />

KELLEN DA SILVA NANDI ENNES<br />

QUALIDADE DE VIDA, POSTURA E DOR EM<br />

FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS DA EMPRESA<br />

TECMESUL EM TUBARÃO /SC<br />

Tubarão<br />

2009


FERNANDA NASPOLINI NASCIMENTO<br />

KELLEN DA SILVA NANDI ENNES<br />

QUALIDADE DE VIDA, POSTURA E DOR EM<br />

FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS DA EMPRESA<br />

TECMESUL EM TUBARÃO /SC<br />

Orientador: Professor Kelser de Souza Kock<br />

Tubarão<br />

2009<br />

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao<br />

curso de Fisioterapia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Sul de<br />

Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção<br />

de grau de Bacharel em Fisioterapia.


FERNANDA NASCIMENTO NASPOLINI<br />

KELLEN DA SILVA NANDI ENNES<br />

QUALIDADE DE VIDA, POSTURA E DOR EM<br />

FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS DA EMPRESA<br />

TECMESUL EM TUBARÃO /SC<br />

Tubarão, 16 de novembro de 2009.<br />

Este trabalho de conclusão de curso foi adequado<br />

à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia<br />

e aprovado em sua forma final pelo Curso de<br />

Fisioterapia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Sul de Santa<br />

Catarina.<br />

___________________________________________________<br />

Professor e Orientador Kelser de Souza Kock.<br />

Universi<strong>da</strong>de do Sul de Santa Catarina.<br />

___________________________________________________<br />

Professor MSc. Ralph Fernando Rosas.<br />

Universi<strong>da</strong>de do Sul de Santa Catarina.<br />

___________________________________________________<br />

Professora MSc. Fabiana Durante Medeiros.<br />

Universi<strong>da</strong>de do Sul de Santa Catarina.


DEDICATÓRIA<br />

Dedicamos o presente estudo a todos<br />

aqueles que acreditaram em nós, e que de<br />

alguma forma contribuíram para que o<br />

mesmo fosse realizado.


AGRADECIMENTO<br />

Agradecemos primeiramente a Deus, que nos deu força, paciência e sabedoria<br />

para chegarmos até aqui e permitisse que esse trabalho fosse concluído, porque sem ele<br />

na<strong>da</strong> disso seria feito.<br />

Ao nosso senhor Jesus Cristo, que nos deu muito amor, carinho e escutou nossos<br />

problemas, fazendo com que acalmasse-nos.<br />

Aos nossos pais que sempre nos aju<strong>da</strong>ram incentivando e <strong>da</strong>ndo força para<br />

superar os obstáculos presentes em nossas vi<strong>da</strong>s, que fizeram de tudo para que<br />

pudéssemos concluir esta facul<strong>da</strong>de.<br />

Aos nossos maridos que sempre estiveram ao nosso lado, apoiando,<br />

incentivando e, contudo tiveram muita paciência nos ouvindo.<br />

Aos nossos irmãos, que sempre sentiram muito orgulho de nós, fazendo com que<br />

nos sentíssemos mais fortes.<br />

Ao nosso professor e orientador, Kelser de Souza Kock, por ter aceitado nos<br />

orientar nesta pesquisa e por ter nos aju<strong>da</strong>do a realizar e concluir o trabalho.<br />

A banca examinadora pela presença e disposição para avaliar nossa pesquisa.<br />

A Adriana Junge, chefe de segurança do trabalho <strong>da</strong> empresa Tecmesul – SC,<br />

que concedeu o espaço para podermos realizar nossa pesquisa.<br />

E aos funcionários que propuseram em participar <strong>da</strong> amostra, sem eles não<br />

poderíamos realizar nosso trabalho.<br />

Aos nossos amigos, que sempre estiveram presente no decorrer <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de,<br />

sempre nos apoiando e muitas vezes até rindo, e isso concerteza nos ajudou muito a<br />

chegar até aqui.<br />

Enfim, a todos que nos apoiaram, incentivaram e acreditaram e nós.


MENSAGEM<br />

O DIFÍCIL NÃO é impossível.<br />

Quem vive para o que der e vier,<br />

sabe que semeando a boa semente,<br />

ain<strong>da</strong> que seja pela umi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

lágrimas, um dia verá nascerem às<br />

plantas. Pode mesmo acontecer que<br />

os outros não valorizem o quanto<br />

custou esse trabalho. Não faz mal:<br />

Você se comprometeu pelo ideal do<br />

bem. Não importa também se, nesse<br />

esforço, tropeçou e caiu, pois é aos<br />

que tombam na luta que se costuma<br />

chamar de heróis. Apenas o que se<br />

lhes pede é o testemunho <strong>da</strong><br />

PERSEVERANÇA.<br />

Às vezes é fácil abrir mão <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de, mas não é tão fácil<br />

abrir mão de um sonho.<br />

Acredite no seu sonho e seja feliz.<br />

(Autor Desconhecido)


RESUMO<br />

Os diversos fatores de risco no ambiente de trabalho incluem dores osteomusculares, má<br />

quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, má postura, que através desses fatores pode desencadear patologias<br />

como, por exemplo: LER/DORT e tendinite. Pelo longo período na mesma posição, os<br />

trabalhadores adotam hábitos posturais inadequados buscando uma a<strong>da</strong>ptação entre seu<br />

corpo e a máquina, desenvolvendo assim desconfortos posturais. A quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> no<br />

ambiente de trabalho está diretamente liga<strong>da</strong> ao nível de produção, pois trabalhadores<br />

com alterações físicas e desconfortos corporais, não executam suas funções como<br />

poderiam e, muitas vezes, precisam ser afasta<strong>da</strong>s, causando prejuízo para a saúde do<br />

trabalhador e para a empresa. A pesquisa realiza<strong>da</strong> é um estudo transversal, quantitativo<br />

exploratório. Tendo como objetivo principal desse estudo avaliar questões ergonômicas<br />

dos funcionários administrativos <strong>da</strong> empresa Tecmesul, localiza<strong>da</strong> em Tubarão - SC. E<br />

os objetivos específicos, observar a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> através do questionário de<br />

quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> SF-36, avaliar a postura dos funcionários avaliados com o software<br />

SAPO. Identificar a dor dos funcionários avaliados com a escala de desconforto para<br />

diferentes partes do corpo. Correlacionar dor e quali<strong>da</strong>de vi<strong>da</strong>. Sendo que a amostra<br />

compreende de 10 indivíduos, sendo 6 homens e 4 mulheres. Como instrumentos de<br />

pesquisa foram utilizados uma máquina digital marca CASSIO 6.0 mega pixels,<br />

software SAPO, questionário de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> SF-36 e escala de desconforto e dor<br />

para as diferentes partes do corpo. A Estatística foi realiza<strong>da</strong> através de média,<br />

freqüência, correlação de Pearson e teste de Wilcoxon (p < 0,05). Como resultados,<br />

observamos que 60 % de pessoas que participaram <strong>da</strong> amostra referiram alguma dor ou<br />

desconforto. A maior parte <strong>da</strong>s pessoas tem boa quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Na correlação entre<br />

dor e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, houve uma correlação negativa modera<strong>da</strong> (r = -0,45). Podemos<br />

ver também que 9 indivíduos têm alguma alteração no ângulo biacromial e no ângulo<br />

acrômio-mastóide, contudo sem diferença estatística. No ângulo maléolo-mastóide<br />

demonstrou com diferença estatística para o deslocamento anterior do tronco. Fica claro<br />

neste estudo, que uma boa postura adota<strong>da</strong> em um ambiente de trabalho, evita<br />

complicações como dores osteomusculares e má quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> em trabalhadores<br />

administrativos, fazendo assim, que os mesmo, possam ser produtivos e eficazes.<br />

Palavra chave: Postura. Dores osteomusculares. Quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>


ABSTRACT<br />

The various risk factors in the workplace include musculoskeletal pain, poor quality of<br />

life, poor posture, which means these factors can trigger diseases such as: RSI and<br />

tendonitis. For the long period in the same position, workers adopt inadequate postural<br />

habits seeking a fit between your body and machine, thus developing postural<br />

discomfort. The quality of life in the workplace is directly linked to the level of<br />

production as workers with physical changes and bodily discomfort, do not perform<br />

their duties as they could and often need to be removed, thus compromising the health<br />

of workers and the company. The survey is a cross-sectional exploratory quantitative.<br />

Since the main objective of this study to evaluate ergonomic issues of administrative<br />

officials of the company Tecmesul in Tubarão - SC. And the specific objectives,<br />

observe the quality of life by questionnaire of quality of life SF-36, evaluate the attitude<br />

of the employees evaluated with the software SAPO. Identify the pain of the employees<br />

evaluated with the scale of discomfort for various body parts. Correlate pain and quality<br />

of life. Since the sample consists of 10 individuals, 6 men and 4 women.The research<br />

tools were used a digital camera brand CASSIO 6.0 mega pixels, software SAPO,<br />

questioning the quality of life SF-36 scale of pain and discomfort for the different body<br />

parts. The statistics was performed using means, frequency, Pearson correlation and the<br />

Wilcoxon test (p


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 – Perfil AP e ângulo biacromial........................................................................31<br />

Figura 2 – Perfil lateral direito e ângulo acrômio-mastóide............................................32<br />

Figura 3 – Perfil lateral direito e ângulo maléolo-mastóide............................................32


LISTA DE GRÁFICOS<br />

Gráfico 1 – Presença de dor e ausência de dor................................................................35<br />

Gráfico 2 – Quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e freqüência....................................................................38<br />

Gráfico 3 – Correlação entre dor e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.....................................................39<br />

Gráfico 4 – Alinhamento de ombro – ângulo biacromial................................................40<br />

Gráfico 5 – Ângulo acrômio-mastóideo..........................................................................41<br />

Gráfico 6 – Ângulo maléolo-mastóide............................................................................42


LISTA DE TABELA<br />

Tabela 1 – Percentual de pessoas com alguma dor em ca<strong>da</strong> parte do corpo...................36


CEP – Comitê de Ética e Pesquisa<br />

LISTA DE ABREVIATURAS<br />

DORT – Doenças Osteomusculares Relaciona<strong>da</strong>s ao Trabalho<br />

LER – Lesões por Esforço Repetitivo<br />

QVT – Quali<strong>da</strong>de de Vi<strong>da</strong> no Trabalho<br />

RH – Recursos Humanos<br />

SF-36 - Medical Octcomes Study 36 – Item Short-form Health Survey<br />

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................15<br />

2 ERGONOMIA............................................................................................................17<br />

2.1 HISTÓRIA.................................................................................................................17<br />

2.1.1 Definição e objetivos <strong>da</strong> ergonomia....................................................................18<br />

2.1.2 O ergonomista.......................................................................................................19<br />

2.2 EMPRESA.................................................................................................................19<br />

2.2.1 Setor administrativo.............................................................................................20<br />

2.3 FATORES DE RISCO NO AMBIENTE DE TRABALHO.....................................21<br />

2.3.1 Quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.................................................................................................21<br />

2.3.2 Postura...................................................................................................................22<br />

2.3.3 Desconforto postural............................................................................................23<br />

2.3.4 Dor..........................................................................................................................24<br />

2.4 PATOLOGIAS RELACIONADAS AO TRABALHO............................................25<br />

2.4.1 Lesões por esforços repetitivos (LER/DORT)....................................................25<br />

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA.........................................................................28<br />

3.1 TIPO DE PESQUISA................................................................................................28<br />

3.1.1 Tipo <strong>da</strong> pesquisa quanto à abor<strong>da</strong>gem...............................................................28<br />

3.1.2 Tipo <strong>da</strong> pesquisa quanto ao nível........................................................................28<br />

3.1.3 Tipo <strong>da</strong> pesquisa quanto ao procedimento.........................................................29<br />

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA.......................................................................................29<br />

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS..........................29<br />

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS.......................33<br />

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.....................................................33<br />

3.6 LIMITAÇÕES E PERSPECTICA DO ESTUDO.....................................................33<br />

3.7 TRATAMENTO DOS DADOS................................................................................34<br />

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS...................................................................35<br />

4.1 Quanto ao desconforto corporal.............................................................................35


4.2 Quanto à quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>....................................................................................37<br />

4.3 Quanto à postura.....................................................................................................39<br />

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................44<br />

REFERÊNCIAS.............................................................................................................44<br />

ANEXOS.........................................................................................................................49<br />

ANEXO A – Escala de desconforto para as diferentes partes do corpo.........................50<br />

ANEXO B – Questionário SF-36, Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form<br />

Health Survey..................................................................................................................51<br />

ANEXO C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)...........................55<br />

ANEXO D – Consentimento para Fotografias, Vídeos e Gravações.............................57


1 INTRODUÇÃO<br />

A interação do homem ao trabalho buscou novas técnicas e aprimoramento de tudo o<br />

que utiliza na sua vi<strong>da</strong> diária para melhor a<strong>da</strong>ptação. Neste contexto de a<strong>da</strong>ptação, o homem<br />

passa por sobrecargas que influem na biomecânica e equilíbrio do organismo e pode causar<br />

alguns aspectos como a fadiga, o estresse, a monotonia, desmotivação, dor, e em alguns casos<br />

mais graves, a depressão. Esses são fatores que acabam contribuindo para a diminuição do<br />

rendimento do trabalho, podendo até tornar-se um ciclo vicioso. (1)<br />

Dentro de uma empresa, o trabalhador está diante de riscos ergonômicos nos quais<br />

influenciará direta ou indiretamente na sua saúde e consequentemente no seu trabalho, sendo<br />

esses: movimentos repetitivos, esforço físico intenso, e principalmente posturas inadequa<strong>da</strong>s.<br />

O trabalhador, exercendo ativi<strong>da</strong>des que exijam determinado esforço físico associado<br />

à repetitivi<strong>da</strong>de de movimentos, após um certo período de trabalho, começa a ter seu<br />

rendimento prejudicado pela instauração do processo de fadiga muscular e mental. A primeira<br />

está associa<strong>da</strong> aos movimentos propriamente ditos (ain<strong>da</strong> com a possibili<strong>da</strong>de deste<br />

movimento estar sendo realizado em posturas inadequa<strong>da</strong>s que prejudicam não somente a<br />

circulação como também o funcionamento ideal do sistema nervoso), enquanto a segun<strong>da</strong><br />

ocorre devido à necessi<strong>da</strong>de de concentração e/ou monotonia provenientes <strong>da</strong> tarefa. Neste<br />

momento não é apenas o rendimento do trabalhador que está sendo prejudicado, pois<br />

concomitantemente estão ocorrendo microtraumatismos, em princípio indolores e<br />

imperceptíveis. As microlesões dos tendões, com o passar do tempo, e com a continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong>de, vão se agravando, podendo levar à incapaci<strong>da</strong>de permanente se não trata<strong>da</strong>s<br />

adequa<strong>da</strong>mente a tempo. (29)<br />

Em relação à postura, é visível que os trabalhadores se a<strong>da</strong>ptam <strong>da</strong> melhor (ou pior)<br />

maneira para que possam exercer sua função. Isso resulta em desalinhamento postural e<br />

consequentemente em manifestações que podem ser desde uma escoliose a uma hérnia de<br />

disco. Além disso, o desequilíbrio do organismo levará às a<strong>da</strong>ptações que, se não forem<br />

corrigi<strong>da</strong>s rapi<strong>da</strong>mente acarretará distúrbios osteomusculares. (1)<br />

Com a famosa frase “é necessário a<strong>da</strong>ptar o homem a máquina”, pode-se avaliar a<br />

forma com que eram projetados aos postos de trabalho, priorizando o posto e a máquina, para<br />

garantir produção, produtivi<strong>da</strong>de e quali<strong>da</strong>de, posteriormente a<strong>da</strong>ptando homem sem uma<br />

avaliação prévia, associado a um ritmo de produção frenético, a um sistema autocrático de<br />

15


administração enfatizando os tempos e métodos, obrigando os trabalhadores há trabalhar<br />

várias horas por dia efetuando um único movimento sujeito á doenças por esforço repetitivo,<br />

tornando-se o especialista na tarefa, alienado ao restante do processo. (27)<br />

A expressão Lesões por Esforços Repetitivos (LER), ou como recentemente é<br />

chama<strong>da</strong> Doenças Osteomusculares Relaciona<strong>da</strong>s ao Trabalho (DORT), é usa<strong>da</strong> para<br />

caracterizar o conjunto de disfunções musculoesqueléticas que acometem os membros<br />

superiores e região cervical, relaciona<strong>da</strong>s ao trabalho (2) e que atualmente tem acometido um<br />

grande percentual de trabalhadores. (1)<br />

Devido a essas disfunções musculoesquelética e a<strong>da</strong>ptação do organismo, a prevenção<br />

e o tratamento dentro <strong>da</strong> empresa é muito importante para a eficiência e produtivi<strong>da</strong>de do<br />

trabalhador.<br />

A ergonomia visa conforto, segurança, e a eficiência; estu<strong>da</strong> os riscos que influem no<br />

desempenho do sistema produtivo; e procura diminuir as suas conseqüências nocivas sobre o<br />

trabalhador. Assim, ela procura reduzí-las, proporcionando segurança, satisfação e saúde dos<br />

trabalhadores, durante o seu relacionamento com o sistema produtivo. (1)<br />

O objetivo principal desse estudo é avaliar questões ergonômicas dos funcionários<br />

administrativos <strong>da</strong> empresa Tecmesul, localiza<strong>da</strong> em Tubarão - SC. Os objetivos específicos<br />

são: Observar a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> através do questionário de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> SF-36, avaliar<br />

a postura dos funcionários avaliados com o software SAPO. Identificar a dor dos funcionários<br />

avaliados com a escala de desconforto para diferentes partes do corpo. Correlacionar dor e<br />

quali<strong>da</strong>de vi<strong>da</strong>.<br />

Esta pesquisa visou analisar ergonomicamente a saúde do trabalhador, por isso, é do<br />

tipo quantitativa, pois se trabalhou com valores numéricos, e também porque os resultados<br />

encontrados nas avaliações de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> passaram por uma análise estatística. O<br />

estudo transversal ou estudo de levantamento, caracterizam pela interrogação direta <strong>da</strong>s<br />

pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se a estu<strong>da</strong>do para,<br />

em segui<strong>da</strong>, mediante analises quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos<br />

<strong>da</strong>dos coletados. (10,21)<br />

Esse trabalho foi dividido em 5 capítulos. O capítulo 1 fez uma introdução ao tema e<br />

descreveu os objetivos. O capitulo 2 definiu conceitualmente os assuntos abor<strong>da</strong>dos ao longo<br />

<strong>da</strong> pesquisa. O capitulo 3 se refere ao delineamento <strong>da</strong> pesquisa, tal como a amostra, materiais<br />

e métodos análise e estatística. O capitulo 4 descreve os resultados obtidos ao final e refere-se<br />

à discussão dos mesmos. O capitulo 5 trata <strong>da</strong> conclusão.<br />

16


2. ERGONOMIA<br />

A ergonomia é o estudo <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação do trabalho ao homem, e também to<strong>da</strong> relação<br />

em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma ativi<strong>da</strong>de produtiva. (9)<br />

2.1 História<br />

A ergonomia surgiu logo após a II Guerra Mundial, como conseqüência do trabalho<br />

interdisciplinar de vários profissionais, tais como engenheiros, fisiologistas e psicólogos<br />

durante a essa guerra. [7,9,10] Entretanto, se for definir com precisão, podemos dizer que se<br />

iniciou na pré-história, onde o homem pré-histórico já se a<strong>da</strong>ptava escolhendo ferramentas<br />

que proporcionavam facili<strong>da</strong>de em ativi<strong>da</strong>des como a caça e a pesca. (9)<br />

A necessi<strong>da</strong>de e a preocupação de a<strong>da</strong>ptação do ambiente natural para atender as suas<br />

exigências, sempre estiveram presentes na história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de.<br />

Na era <strong>da</strong> produção artesanal, século XVIII, a preocupação se tornou mais forte, onde<br />

as fábricas não atendiam a nenhuma <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos trabalhadores. Elas eram sujas,<br />

escuras, precárias, barulhentas e perigosas. Jorna<strong>da</strong>s de trabalho de até 16 horas diárias.<br />

Estudos específicos em relação ao trabalho começaram a ser realizados a partir do final do<br />

século XIX. Em 1900, na Europa, pesquisadores estavam preocupados nas jorna<strong>da</strong>s de<br />

trabalho árduo, gastos energéticos nas minas de carvão e fundições. No ano de 1913 foi criado<br />

na Alemanha um centro dedicado aos estudos relacionados à fisiologia do trabalho e<br />

principalmente sobre os gastos energéticos. (9)<br />

Durante a I Guerra Mundial (1014-1917), fisiologistas e psicólogos foram chamados<br />

para colaborar no esforço para aumentar a produção de armamentos. Ain<strong>da</strong> durante a guerra<br />

foram realizados estudos sobre a fadiga nas minas de carvão e nas indústrias. 1929<br />

realizaram-se pesquisas sobre posturas no trabalho, carga manual, iluminação, entre outros.<br />

(9)<br />

17


Na II Guerra Mundial (1939-1945), os conhecimentos científicos foram utilizados ao<br />

máximo para a construção de equipamentos e instrumentos bélicos complexos como tanques,<br />

submarinos e outros. Tudo isso redobrou o esforço <strong>da</strong> pesquisa para a<strong>da</strong>ptar esses<br />

instrumentos às características e capaci<strong>da</strong>des do operador, melhorando o desempenho e<br />

reduzindo a fadiga e os acidentes. (9)<br />

Em 1961 fundou-se a Associação Internacional de Ergonomia que agrega diversos<br />

países. E hoje a ergonomia difundiu-se na maioria dos países do mundo realizando eventos<br />

para a discussão dos resultados <strong>da</strong>s pesquisas. Pois em muitos lugares ain<strong>da</strong> é realizado<br />

trabalho em condições precárias e severas. (9)<br />

2.1.1 Definição e Objetivos <strong>da</strong> ergonomia<br />

A Ergonomia define-se como a interação entre homem e máquina, trabalho e<br />

ambiente. (1) Não vê o homem como uma variável de ajuste, mas procura agir nas situações<br />

de trabalho para que elas contribuam para “permitir ao homem crescer”. Leva em conta um<br />

duplo critério: a saúde dos trabalhadores e o de eficácia econômica. (7) Ergonomia não<br />

envolve apenas o ambiente físico, mas também os as aspectos organizacionais de como esse<br />

trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados, (8) e aspectos<br />

posturais.<br />

A palavra ergonomia deriva do grego (érgon: trabalho e nomos: leis ou regras), (5,6)<br />

que pode também significar as leis que regem o trabalho. Porém diversos autores também<br />

têm sua definição para ergonomia: O polonês W. Jastrzebowski, por exemplo, defiu-a como a<br />

ciência do uso <strong>da</strong>s forças e <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des humanas no trabalho. Wisner (1987) confere ao<br />

termo ergonomia como um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e<br />

necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados<br />

com o máximo de conforto, segurança e eficiência. (10)<br />

Atualmente destacam-se duas tendências de ergonomia: a ergonomia de características<br />

americana, onde visa à necessi<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s máquinas ao homem através de novos<br />

métodos e técnicas. E a ergonomia de características européia, centralizando estudos entre a<br />

inter-relação homem e o trabalho, e destacando a maneira como esse homem sente e<br />

experimenta o trabalho. (10)<br />

18


A ergonomia busca perfeita integração entre as condições de trabalho e a tríade<br />

forma<strong>da</strong> pelo conforto, segurança e eficiência do trabalhador em sua situação de trabalho. E<br />

para atingir essa condição, necessita de um trabalho interdisciplinar, psicologia, fisiologia,<br />

antropologia, anatomia. (10)<br />

O alvo <strong>da</strong> ergonomia é o desenvolvimento de bases científicas para a adequação <strong>da</strong>s<br />

condições de trabalho às capaci<strong>da</strong>des e reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pessoa que trabalha. (11)<br />

2.1.2 O ergonomista<br />

Atualmente, profissionais de várias áreas podem se especializar em ergonomia.<br />

Os ergonomistas podem atuar no ensino, em instituições de pesquisa, em órgãos<br />

normativos, na prestação de serviço, e no setor produtivo. Independente <strong>da</strong> área de atuação, o<br />

ergonomista deve deixar claro os benefícios <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação ao trabalho às características<br />

psicofisiológicas dos trabalhadores. (10)<br />

Há no mínimo dois aspectos que conduziram a fisioterapia em direção à ergonomia: 1)<br />

seu elevado nível de conhecimento sobre biomecânicas e postura; 2) a epidemia de distúrbios<br />

osteomusculares relacionados ao trabalho. (10)<br />

Uma má postura na realização de um trabalho pode refletir na produtivi<strong>da</strong>de do<br />

funcionário. Com o conhecimento de biomecânica o fisioterapeuta avaliará se o movimento e<br />

postura executado pelo trabalhador, de ca<strong>da</strong> área e setor, está sendo realizado <strong>da</strong> melhor<br />

forma, do contrário, poderá corrigi-lo e aju<strong>da</strong>r <strong>da</strong> melhor maneira.<br />

Como já mencionado, a ergonomia visa conforto e segurança e, além disso, é<br />

necessário também que a fisioterapia utilize seus conhecimentos de biomecânica, postura,<br />

antropometria, anatomia, fisiologia, psicologia, dentre outros, para mostrar às empresas que<br />

oferecendo condições adequa<strong>da</strong>s de trabalho aos funcionários teremos de forma associa<strong>da</strong>, um<br />

aumento <strong>da</strong> eficiência, e como conseqüência, um aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de e melhora <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> dos trabalhadores.<br />

19


2.2 EMPRESA<br />

A Tecmesul iniciou suas ativi<strong>da</strong>des no ano de 1986 com o nome de Tecmetal na<br />

fabricação e manutenção de equipamentos cerâmicos, para região sul de Santa Catarina. Em<br />

1999, passou a focar suas ativi<strong>da</strong>des em outras áreas, firmando parcerias na prestação de<br />

serviços em montagem e manutenção industrial para Usinas Térmicas (Carvão, Gás e Óleo)<br />

na região sul do Brasil. Com pessoas altamente qualifica<strong>da</strong>s e contínuos investimentos em<br />

infra-estrutura técnica, hoje a Tecmesul atua na manutenção e montagem industrial para<br />

vários segmentos, tais como papel e celulose, usinas térmicas, petroleiras, cerâmica entre<br />

outras. Tem como ativi<strong>da</strong>de principal a locação de mão de obra temporária.<br />

2.2.1 Setor administrativo<br />

O setor administrativo <strong>da</strong> empresa é composto por 24 pessoas, sendo subdivididos por<br />

funções: Administrador de patrimônio, almoxarife, analista de RH, assistente de TI, assistente<br />

financeiro, auxiliar de RH, auxiliar financeiro, comprador, coordenador de RH, coordenador<br />

SMS, diretor administrativo, diretor de produção, diretor financeiro, diretor geral, gerente de<br />

contato, gestor de materiais e suprimentos, projetista, recepcionista, serviços gerais,<br />

supervisor de controle e quali<strong>da</strong>de, técnico de planejamento e técnico de quali<strong>da</strong>de.<br />

Ca<strong>da</strong> função tem suas ativi<strong>da</strong>des e responsabili<strong>da</strong>des; e correm riscos físicos como<br />

ruídos; químicos como poeira metálica, hidrocarbonetos aromático e outros compostos de<br />

carbono; riscos de acidentes como choque elétrico, que<strong>da</strong>s no mesmo nível; e riscos<br />

ergonômicos como posturas inadequa<strong>da</strong>s, movimentos repetitivos, e iluminação inadequa<strong>da</strong>.<br />

Ficam expostos a esses riscos durante 8 horas diárias tendo possíveis <strong>da</strong>nos relacionados à<br />

saúde como: cefaléia, zumbido, per<strong>da</strong> de audição, irritabili<strong>da</strong>de, doenças do sistema<br />

respiratório, fadiga, depressão, distúrbios do sono, cortes, traumatismos, fraturas,<br />

LER/DORT, lombalgia e fadiga visual.<br />

Em todos os setores a empresa se preocupa com a saúde e a segurança dos<br />

funcionários, tendo medi<strong>da</strong>s de controle como treinamentos de prevenção à saúde e segurança<br />

do trabalhador, palestras, e também fornece equipamentos de proteção individual e torna<br />

obrigatório o uso, com quali<strong>da</strong>de devi<strong>da</strong>mente assegura<strong>da</strong> e sendo distribuídos conforme o<br />

risco do ambiente onde o funcionário trabalha.<br />

20


2.3 FATORES DE RISCO NO AMBIENTE DE TRABALHO<br />

Os diversos fatores de risco no ambiente de trabalho, incluem dores osteomusculares,<br />

má quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, má postura e absentismo, que através desses fatores pode desencadear<br />

patologias como por exemplo: LER/DORT e tendinite. Pelo longo período na mesma posição,<br />

os trabalhadores adotam hábitos posturais inadequados buscando uma a<strong>da</strong>ptação entre seu<br />

corpo e a máquina, desenvolvendo assim desconfortos posturais. (7)<br />

A quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> no ambiente de trabalho está diretamente liga<strong>da</strong> ao nível de<br />

produção, pois trabalhadores com alterações físicas e desconfortos corporais, não executam<br />

suas funções como poderiam e, muitas vezes, precisam ser afasta<strong>da</strong>s, causando prejuízo para a<br />

saúde do trabalhador e para a empresa. (14)<br />

2.3.1 Quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> é ter uma vi<strong>da</strong> ativa, saudável, prazerosa e harmoniosa, com saúde<br />

prazer e equilíbrio para que as pessoas vivam bem. (16)<br />

O estresse no trabalho e a má quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> afetam o estado emocional, causado<br />

pela diferença entre o grau de exigência do trabalho e os recursos disponíveis para gerenciá-<br />

lo. É assim, um fenômeno subjetivo e vai depender <strong>da</strong> compreensão individual com que li<strong>da</strong>m<br />

as exigências do trabalho. (13)<br />

A má quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> que leva ao estresse é um hoje um acontecimento emocional<br />

negativo, que está conectado com sensações de medo, tensão, derrota, raiva, cansaço e falta de<br />

iniciativa. (13)<br />

A Quali<strong>da</strong>de de Vi<strong>da</strong> no Trabalho (QVT), preocupa-se com os aspectos internos <strong>da</strong><br />

organização, desenho do cargo e condições físicas do ambiente de trabalho, neste contexto o<br />

homem é apenas considerado um ser produtivo, deixando de lado o ser humano total, que<br />

interage não só com o ambiente organizacional, mas também com o ambiente externo que<br />

abrange a família, os amigos e as ativi<strong>da</strong>des de laser. (17)<br />

As iniciativas de QVT tem dois objetivos: de um lado, aumentar a produtivi<strong>da</strong>de e o<br />

desempenho; de outro, melhorar a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> no trabalho e a satisfação com o trabalho.<br />

Muitos supõe que os dois objetivos estão ligados: uma maneira direta de melhorar a<br />

21


produtivi<strong>da</strong>de seria a melhor <strong>da</strong>s condições e <strong>da</strong> satisfação com o trabalho, porem a satisfação<br />

e a produtivi<strong>da</strong>de do trabalhador não seguem necessariamente trajetos paralelos. (26)<br />

A questão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> na empresa é complexa e multifaceta<strong>da</strong>, incorporando<br />

desde o debate mais conceitual proveniente de deferentes áreas de pesquisas, até a abor<strong>da</strong>gem<br />

de questão imediatas e aplicativas como programas de promoção de ativi<strong>da</strong>de física e adoção<br />

de indicadores quantitativos. (26)<br />

2.3.2 Postura<br />

Com a implantação de programas relacionados á saúde e a seguranças no trabalho,<br />

como o programa de ginástica laboral, a boa postura e a conscientização <strong>da</strong> postura de ca<strong>da</strong><br />

um, é fun<strong>da</strong>mental para atingir o objetivo de um corpo saudável. (10)<br />

O termo postura, é a posição otimiza<strong>da</strong>, manti<strong>da</strong> com características automática e<br />

espontânea, de um organismo perfeito harmônico com a força gravitacional e predisposto a<br />

passar do estado de repouso ao estado de movimento. Assim, a postura é considera<strong>da</strong> uma<br />

forma de expressão e linguagem do corpo. Ela determina como será realizado ca<strong>da</strong><br />

movimento e sua acomo<strong>da</strong>ção no ambiente. Podendo ser considera<strong>da</strong> um reflexo integrado<br />

dos aspectos corporais e mentais, sendo composta de três componentes estruturais: postura<br />

mecânica, neurofisiológica e psicomotora. (13)<br />

A postura senta<strong>da</strong> possibilita menor gasto de energia e menor carga sobre os membros<br />

inferiores, porém aumenta a pressão sobre os discos intervertebrais quando a permanência<br />

nesta postura for por longo período. A postura senta<strong>da</strong> permite melhor controle dos<br />

movimentos, pelo fato de que o esforço de equilíbrio é reduzido. Sendo a posição mais<br />

freqüentemente adota<strong>da</strong> pela maioria <strong>da</strong>s pessoas nas ativi<strong>da</strong>des que exigem maior precisão<br />

como ativi<strong>da</strong>des profissionais, domésticas e de lazer. (9)<br />

A reeducação postural torna-se importante num ambiente laborativo, independente dos<br />

desvios existentes, já que to<strong>da</strong>s as formas de trabalho exigem uma determina<strong>da</strong> postura para<br />

regular como serão executados os movimentos, e refletir também sobre os mecanismos<br />

psicológicos. Por exemplo, quando um individuo esta diante <strong>da</strong> tela de um computador, é<br />

essencial uma postura, na qual utilizará o olhar, a coluna cervical e torácica; e para utilizar<br />

uma ferramenta, é necessário segurá-la utilizando os músculos dos membros superiores e<br />

assim por diante. Ca<strong>da</strong> vez mais os estudos mostram evidencias de que muitas doenças,<br />

22


sintomas de dores e mal-estares estão relacionados á postura do individuo. Partindo dessa<br />

idéia, os programas preventivos de orientações minimizam hábitos de má postura e as<br />

alterações degenerativas dos tecidos, devido às anormali<strong>da</strong>des permanentes na postura. (13)<br />

A postura é o resultado harmonioso entre as solicitações impostas aos músculos, aos<br />

ligamentos e aos discos intervertebrais, por esse motivo evita-se usar denominação “postura<br />

normal” e sim usar a expressão “boa postura e má postura”. A boa postura é um bom hábito<br />

que contribui para bem-estar do individuo. A estrutura e função do corpo proporcionam to<strong>da</strong>s<br />

as potenciali<strong>da</strong>des para obter a boa postura. A má postura é mau hábito, é de incidência mais<br />

alta, os defeitos posturais têm origem no mau uso <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des proporciona<strong>da</strong>s, não na<br />

estrutura e função do corpo normal. A má postura traz desconforto, dor ou incapaci<strong>da</strong>de<br />

relacionam-se com a gravi<strong>da</strong>de e persistência dos defeitos. (35)<br />

É necessário quando se realiza uma análise postural incluir todos os fatores que podem<br />

estar influindo para de forma integral serem analisados. É por isso a importância, não só de<br />

manter uma postura adequa<strong>da</strong>, senão de realizar constantes pesquisas nesse campo para<br />

analisar nas diferentes ativi<strong>da</strong>des como repercute as condições dos postos de trabalho e quais<br />

seriam as medi<strong>da</strong>s mais adequa<strong>da</strong>s para em caso de riscos, melhorarem as condições<br />

existentes. (35)<br />

É importante destacar que uma postura é saudável na medi<strong>da</strong> em que as pessoas<br />

possam mu<strong>da</strong>r freqüentemente, ou seja, que permita uma alternância entre as posturas em pé e<br />

sentado, então do anterior se deduze a necessi<strong>da</strong>de que as ativi<strong>da</strong>des laborais possam ser<br />

executa<strong>da</strong>s de forma tal que permita a mu<strong>da</strong>nça de posturas quando o trabalhador precisar.<br />

Estudos realizados têm demonstrado que a manutenção por tempo prolongado de uma postura<br />

é fator fun<strong>da</strong>mental para o aparecimento de dores fun<strong>da</strong>mentalmente na região lombar. (27)<br />

2.3.3 Desconforto postural<br />

Desconforto é sensação como se uma parte do corpo estivesse pesa<strong>da</strong> ou inclina<strong>da</strong>,<br />

tensa (dura, contraí<strong>da</strong>), com formigamento, ou levemente dolori<strong>da</strong>, sendo que o indivíduo<br />

pode vir a sentir outras sensações desagradáveis.<br />

Os indivíduos que adotam freqüentemente uma mesma postura durante a jorna<strong>da</strong> de<br />

trabalho podem gerar alterações significativas no alinhamento corporal, além de apresentarem<br />

dor ou desconforto na musculatura mais utiliza<strong>da</strong>, o indivíduo acaba adquirindo vícios<br />

23


posturais, além de outros problemas oriundos do trabalho. Quando se adota uma postura<br />

inadequa<strong>da</strong> por um longo período, sendo esta repeti<strong>da</strong> por semanas, meses ou anos, o corpo<br />

responde em forma de dor, e este fator provavelmente contribui para a desarmonia no<br />

trabalho. (12)<br />

Todo indivíduo que realiza suas ativi<strong>da</strong>des de forma inadequa<strong>da</strong>, em relação ativi<strong>da</strong>de<br />

e corpo, está sujeito a desencadear desconfortos posturais, devido à má a<strong>da</strong>ptação do ambiente<br />

e a sua rotina de trabalho. (15)<br />

2.3.4 Dor<br />

A dor é defini<strong>da</strong> como uma sensação desagradável associa<strong>da</strong> a uma resposta<br />

emocional que surge em decorrência de uma lesão tecidual. Ela não pode ser medi<strong>da</strong> pela<br />

extensão e gravi<strong>da</strong>de dessa lesão, e sim de acordo com as influências psicológicas associa<strong>da</strong>s<br />

como o medo, ansie<strong>da</strong>de, etc. (10)<br />

As lesões osteomusculares são hoje o mais freqüente dos problemas de saúde<br />

relacionados ao trabalho em todos os países, independente do seu grau de industrialização1.<br />

Essas lesões são um modo de adoecimento emblemático, revelador <strong>da</strong>s contradições e <strong>da</strong><br />

patogenici<strong>da</strong>de social desse novo ciclo de desenvolvimento e crise do modo de produção<br />

capitalista. (29)<br />

Há no mínimo dois tipos de dor, agu<strong>da</strong> e crônica. A dor agu<strong>da</strong> é de curta duração e<br />

está associa<strong>da</strong> com distensões musculares, tendinite, contusões ou lesões ligamentares. As<br />

pessoas que sofrem de dor agu<strong>da</strong> conseguem tolerá-la, pois sabem que é temporária. (18) Já a<br />

dor crônica persiste após o tempo fisiológico de cura. Isto pode ser menos de um mês ou,<br />

mais freqüentemente, mais de seis meses, (17) e persiste após a remoção do estímulo nocivo.<br />

Produz diversas alterações nos aspectos físicos, psicológicos, e sociais na vi<strong>da</strong> do indivíduo.<br />

Está associa<strong>da</strong> com fibromialgia, lombalgias, artrite reumatóide. (18)<br />

*A dor pode evoluir para um quadro de depressão, e conseqüentemente incapaci<strong>da</strong>de<br />

funcional, o que prejudicará na produtivi<strong>da</strong>de do funcionário, e ain<strong>da</strong> aumentar o absenteísmo<br />

na empresa. (35)<br />

24


*O trabalho <strong>da</strong> fisioterapia no trabalho com o programa de exercícios visa à prevenção<br />

<strong>da</strong> dor e complicações musculoesqueléticas associa<strong>da</strong>s. Também previne que um quadro de<br />

dor agu<strong>da</strong> passe para dor crônica. (35)<br />

2.4 PATOLOGIAS RELACIONADAS AO TRABALHO<br />

A incidência de patologias associa<strong>da</strong>s ao trabalho vêm crescendo muito e atingindo os<br />

mais diversos tipos de trabalhadores, gerando a necessi<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptações ergonômicas, em<br />

uma proposta educativa e preventiva <strong>da</strong>s doenças ocupacionais. (19)<br />

A evidência <strong>da</strong>s doenças ocupacionais no ambiente de trabalho é clara, como também<br />

a diminuição <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de e o desgaste do trabalhador. Ca<strong>da</strong> vez mais as empresas vêm<br />

buscando um aumento de produtivi<strong>da</strong>de e quali<strong>da</strong>de do seu produto. Todos esses fatores<br />

acabam causando um desgaste do trabalhador, ficando ele a exposto às patologias associa<strong>da</strong>s<br />

ao trabalho. (11)<br />

Entre muitas doenças ocupacionais que existem, neste trabalho vamos abor<strong>da</strong>r as mais<br />

conheci<strong>da</strong>s como LER/DORT e tendinite.<br />

2.4.1 Lesões por esforços repetitivos (LER/DORT)<br />

Os trabalhadores na busca de novas técnicas e aprimoramento para melhor a<strong>da</strong>ptação<br />

ao meio em que trabalham, além dos benefícios e facili<strong>da</strong>des, acarretam também problemas<br />

relacionados à saúde, e dentre eles está a LER ou DORT. (10, 19)<br />

____________________________<br />

∗ Ken<strong>da</strong>l, F.P; Provance, P.G; Mccreary, E.K. Rio, R.P.P. Músculos provas e funções. (1995)<br />

apud (35).<br />

25


A LER/DORT é uma síndrome caracteriza<strong>da</strong> por dor crônica e pelo desconforto,<br />

incapaci<strong>da</strong>de ou dor persistente em articulações, músculos, tendões, fáscias e outros tecidos<br />

moles, com ou sem manifestações físicas ou clínicas, podem ocorrer de maneira isola<strong>da</strong> ou<br />

associa<strong>da</strong>mente, com ou sem degeneração dos tecidos, atingindo principalmente membros<br />

superiores, região escapular e principalmente pescoço, de origem ocupacional. (10, 19)<br />

A magnitude e gravi<strong>da</strong>de dos casos de LER/DORT diagnosticados e acompanhados<br />

nos centros de referência à saúde dos trabalhadores de todo o País têm colocado esse agravo<br />

como prioritário no campo <strong>da</strong> Vigilância à Saúde do Trabalhador, com a proposição e<br />

implantação de ações volta<strong>da</strong>s para o conhecimento dos ambientes de trabalho e para a<br />

assistência e reabilitação, constituindo-se um tema que agrega inúmeros interesses e diversas<br />

formas de ação. A assistência e o cui<strong>da</strong>do têm promovido a aproximação dos Centros de<br />

Referência <strong>da</strong> Saúde dos Trabalhadores de práticas terapêuticas volta<strong>da</strong>s para o cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong><br />

dor e incapaci<strong>da</strong>de, agregando progressivamente à ativi<strong>da</strong>de diagnóstica e de vigilância de<br />

ambientes de trabalho ativi<strong>da</strong>des terapêuticas e de reabilitação. (28)<br />

A LER/DORT é uma doença que se desenvolve durante o exercício profissional e o<br />

seu quadro sintomatológico progride, às vezes irregularmente, existindo uma progressão do<br />

quadro, quando as condições de trabalho não são altera<strong>da</strong>s. Desta forma, os sintomas<br />

freqüentemente são multiplicados em novos sintomas e sinais, devido à extensão dos agravos<br />

a outros grupos musculares. (19)<br />

Ao serem diagnosticados com esta patologia, alguns trabalhadores muitas vezes ficam<br />

deprimidos, angustiados, sentindo-se inferiores, impotentes. Muitos iniciam o uso de<br />

medicamentos diários, que muitas vezes não têm o resultado esperado e vão à procura de<br />

exaustivos tratamentos, culminando com longos períodos de afastamentos do trabalho.<br />

Devido às sobrecargas de trabalho os desequilíbrios funcionais e estruturais ocorrem<br />

pelas compensações causa<strong>da</strong>s por quadros inadequados de força muscular, causando fadiga,<br />

dor, rigidez, tremor, cãibra e hipoestesia, que também estão relaciona<strong>da</strong>s com patologias<br />

como tendinite, tenossinovite, epicondilite, bursite, cervicobraquialgia, lombalgia. (10)<br />

As LER/ DORT são <strong>da</strong>nos decorrentes <strong>da</strong> utilização excessiva, imposta ao sistema<br />

osteomuscular, e <strong>da</strong> falta de tempo para recuperação. Em geral, são caracteriza<strong>da</strong>s pela<br />

ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, de aparecimento insidioso,<br />

predominantemente nos membros superiores, tais como dor, parestesia, sensação de peso e<br />

fadiga. Abrangem quadros clínicos do sistema osteomuscular adquiridos pelo trabalhador<br />

submetido a determina<strong>da</strong>s condições de trabalho. Constantemente, são causas de incapaci<strong>da</strong>de<br />

laboral temporária ou permanente. (31)<br />

26


O desenvolvimento <strong>da</strong>s LER/DORT é multicausal, sendo importante analisar os<br />

fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente. Dentro <strong>da</strong>s categorias de situação de risco,<br />

podem ser considera<strong>da</strong>s físicas quando através de uma vibração excessiva, ocorrem<br />

microlesões articulares, mecânicas quando falta proteção, podendo ocorrer traumatismos em<br />

geral, e, por último, como ergonômicas, quando pelo planejamento inadequado do local de<br />

trabalho, geram posturas errôneas e esforços exagerados de membros superiores, inferiores e<br />

tronco. (31)<br />

Os trabalhadores com diagnóstico de LER/DORT, de acordo com o Ministério <strong>da</strong><br />

Saúde9, são, em sua grande maioria, jovens e mulheres que exercem ativi<strong>da</strong>de que exigem<br />

maior esforço e repetitivi<strong>da</strong>de, dos mais diversos ramos de ativi<strong>da</strong>de, prevalecendo os<br />

bancários, os metalúrgicos e os trabalhadores do comércio, principalmente nas funções de<br />

digitação e montagem. (31)<br />

27


3 DELINEAMENTO DA PESQUISA<br />

O seguinte capítulo apresenta como será desenvolvido a pesquisa, apresentará seus<br />

<strong>da</strong>dos estatisticamente em gráficos, explicando detalha<strong>da</strong>mente, fun<strong>da</strong>mentará seu<br />

planejamento e organização.<br />

3.1 TIPO DE PESQUISA<br />

3.1.1 Tipo <strong>da</strong> pesquisa quanto à abor<strong>da</strong>gem<br />

Esta pesquisa visa analisar ergonomicamente a saúde do trabalhador, por isso, é do<br />

tipo quantitativa, pois se trabalhou com valores numéricos, e também porque os resultados<br />

encontrados nas avaliações de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> passarão por uma análise estatística. (21)<br />

3.1.2 Tipo <strong>da</strong> pesquisa quanto ao nível<br />

É uma pesquisa exploratória, têm como objetivo proporcionar maior familarie<strong>da</strong>de<br />

com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer<br />

que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta<br />

de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a<br />

consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estu<strong>da</strong>do (21).<br />

28


3.1.3 Tipo <strong>da</strong> pesquisa quanto ao procedimento<br />

É um estudo transversal ou estudo de levantamento, as pesquisas desse tipo<br />

caracterizam-se pela interrogação direta <strong>da</strong>s pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.<br />

Basicamente, procede-se a estu<strong>da</strong>do para, em segui<strong>da</strong>, mediante analises quantitativa,<br />

obterem-se as conclusões correspondentes aos <strong>da</strong>dos coletados. (21)<br />

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA<br />

A população foi constituí<strong>da</strong> pelos funcionários do setor administrativo <strong>da</strong> empresa<br />

Tecmesul, localiza<strong>da</strong> em Tubarão/SC, bairro Humaitá.<br />

O setor administrativo é composto por 24 funcionários. Como critérios de exclusão,<br />

não serão avaliados funcionários que viajavam frequentemente a serviço. Para os critérios de<br />

inclusão, serão permitidos somente trabalhadores do setor de administração <strong>da</strong> empresa<br />

Tecmesul, que estejam dispostos a participar <strong>da</strong> pesquisa.<br />

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS<br />

Como procedimento para coleta de <strong>da</strong>dos utilizou-se os seguintes itens:<br />

♦ O questionário SF-36, Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey<br />

(anexo B): internacionalmente reconhecido, é composto por 36 itens que avaliam as<br />

seguintes dimensões: capaci<strong>da</strong>de funcional (desempenho <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des diárias, como<br />

capaci<strong>da</strong>de de cui<strong>da</strong>r de si, vestir-se, tomar banho e subir esca<strong>da</strong>s); aspectos físicos<br />

(impacto <strong>da</strong> saúde física no desempenho <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des diárias e ou profissionais); dor<br />

(nível de dor e o impacto no desempenho <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des diárias e ou profissionais); estado<br />

geral de saúde (percepção subjetiva do estado geral de saúde); vitali<strong>da</strong>de (percepção<br />

subjetiva do estado de saúde); aspectos sociais (reflexo <strong>da</strong> condição de saúde física nas<br />

ativi<strong>da</strong>des sociais); aspectos emocionais (reflexo <strong>da</strong>s condições emocionais no<br />

29


desempenho <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des diárias e ou profissionais) e saúde mental (escala de humor e<br />

bem-estar). (22) Para o nosso estudo foi utiliza<strong>da</strong> a média geral do resultado dos<br />

domínios.<br />

♦ Escala de desconforto para as diferentes partes do corpo (anexo A): A mesma consiste em<br />

graduar o nível de desconforto manifesto sob a forma de dor em ca<strong>da</strong> parte do corpo,<br />

numa escala representa<strong>da</strong> por cores, sendo “verde” nenhuma dor, “amarelo” dor<br />

suportável: dor que caracteriza-se por um leve desconforto, consegue trabalhar mesmo<br />

sentido-a, “alaranjado” dor intensa: dor que obriga por instantes parar o trabalho e manter-<br />

se em repouso ou mu<strong>da</strong>r de posição para aliviar a dor possibilitando depois continuar com<br />

o trabalho e “vermelho” dor insuportável: caracteriza-se a incapaci<strong>da</strong>de de continuar com<br />

o trabalho obrigando-o a parar. A escala divide o corpo humano em segmento e, para ca<strong>da</strong><br />

um deles registra-se o nível de desconforto relatando através <strong>da</strong> escala ao final de um<br />

período de trabalho. (12) Para a análise dessa variável, foi considera<strong>da</strong> a freqüência<br />

relativa e para a correlação com a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> a pontuação foi designa<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte<br />

forma: Nenhuma dor sendo classificado como 1 ponto, pouca dor como 2 pontos, dor<br />

intensa como 3 pontos, e por último dor insuportável sendo então classificado como 4<br />

pontos.<br />

♦ E para avaliar a postura dos trabalhadores foi utiliza<strong>da</strong> câmera digital CASSIO 6.0 mega<br />

pixels, em uma altura de 0,80 cm numa distância de 3 metros de ca<strong>da</strong> amostra. E o<br />

software SAPO que é um programa de computador gratuito para avaliação postural com<br />

banco de <strong>da</strong>dos e fun<strong>da</strong>mentação científica. A avaliação postural é uma ferramenta<br />

fun<strong>da</strong>mental no diagnóstico do alinhamento dos segmentos corporais de um indivíduo e é<br />

amplamente utiliza<strong>da</strong> pelos profissionais de saúde, constituindo-se como um passo inicial<br />

e de acompanhamento para a avaliação e tratamento fisioterapêutico e prescrição de<br />

ativi<strong>da</strong>de física. A forma mais objetiva e fidedigna de avaliação postural consiste no<br />

registro de fotografias do corpo inteiro do indivíduo em diferentes planos e posturas e<br />

então análise <strong>da</strong> posição relativa de referências anatômicas dos segmentos corporais por<br />

um profissional capacitado. Questões típicas quantifica<strong>da</strong>s pela avaliação postural estão<br />

relaciona<strong>da</strong>s à simetria <strong>da</strong> posição relativa dos segmentos corporais e ângulos articulares<br />

comparados a um padrão de referência. Com o SAPO são digitaliza<strong>da</strong>s posições de certos<br />

pontos em fotografias (espacialmente calibra<strong>da</strong>s) do sujeito sob avaliação; estes pontos<br />

tipicamente correspondem a referências anatômicas sobre o corpo do sujeito. A partir dos<br />

pontos digitalizados, o SAPO fornece automaticamente uma série de medi<strong>da</strong>s relevantes<br />

para avaliação postural. Também é possível medir distâncias e ângulos livremente. No<br />

30


entanto, o SAPO não pretende substituir exames, como por exemplo, raio-x ou análise<br />

dinâmica <strong>da</strong> marcha. O SAPO pode ser utilizado por um profissional habilitado como uma<br />

ferramenta auxiliar na avaliação do indivíduo.(23) Nesta pesquisa a postura foi avalia<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> seguinte maneira: foram medidos os ângulos biacromial (figura1), acrômio-mastóide<br />

(figura2), e maléolo-mastóide (figura3) através do software SAPO. Foram medidos<br />

individualmente e quantificados. O ângulo biacromial é medido com uma linha reta do<br />

acrômio direito ao esquerdo em posição frontal. O ângulo acrômio-mastóideo é medido <strong>da</strong><br />

linha do acrômio ao processo mastóideo em perfil lateral. O ângulo maléolo mastóide é<br />

medido por uma linha que passa pelo maléolo lateral e o processo mastóideo em perfil<br />

lateral. Para todos os ângulos, a rotação anti-horária representa valores negativos e a<br />

rotação horária valores positivos.<br />

Figura 1 – Perfil AP e ângulo biacromial<br />

31


Figura 2 – Perfil lateral direito e ângulo acrômio-mastóide<br />

Figura 3 – Perfil lateral direito e ângulo maléolo-mastóide<br />

32


3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS<br />

Com a confirmação do CEP, tendo como código 09.355.4.08 III, entramos em contato<br />

com a coordenadora de segurança <strong>da</strong> empresa e responsáveis para iniciar com a pesquisa. Foi<br />

entregue à empresa uma Declaração de Ciência e Concordância <strong>da</strong>s Instituições Envolvi<strong>da</strong>s<br />

para estarem cientes do compromisso envolvido com a pesquisa. A primeira etapa<br />

centralizou-se em fazer um levantamento de funcionários dispostos a participar <strong>da</strong> pesquisa.<br />

Após o levantamento, foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)<br />

(anexo C) e Termo de Consentimento para Fotografias (anexo D) para que todos assinassem e<br />

fizessem parte <strong>da</strong> pesquisa. Após a assinatura de todos, foi <strong>da</strong>do inicio à coleta. Quanto às<br />

assinaturas ficam com os pesquisadores.<br />

A pesquisa iniciou-se em meados de setembro, onde se deu início a coleta de <strong>da</strong>dos, na<br />

qual primeiramente foram tira<strong>da</strong>s fotos <strong>da</strong> postura de ca<strong>da</strong> funcionário. As fotos foram tira<strong>da</strong>s<br />

no local <strong>da</strong> empresa, ca<strong>da</strong> funcionário individualmente, com o mínimo de roupa possível; foi<br />

entregue o questionário de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, juntamente com a escala de desconforto para as<br />

diferentes partes do corpo. Com a conclusão dessa etapa, foram avalia<strong>da</strong>s as fotos com o<br />

software SAPO, e os questionários passaram por uma análise estatística. Esses <strong>da</strong>dos ficam<br />

com os pesquisadores<br />

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS<br />

Os questionários serão analisados através <strong>da</strong> estatística descritiva, os mesmos<br />

anexados em uma planilha do Microsoft Office Excel 2003 e em documentos do Microsoft<br />

Office Word 2003, com uso de gráficos e planilhas.<br />

3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO<br />

As principais limitações do presente estudo foram o reduzido número de funcionários<br />

avaliados, e a disponibili<strong>da</strong>de de tempo durante o expediente dos mesmos para a coleta de<br />

33


<strong>da</strong>dos, já que a empresa presta serviços terceirizados e há uma certa rotativi<strong>da</strong>de de<br />

funcionários.<br />

Por outro lado, foi o primeiro estudo realizado dentro dessa empresa avaliando riscos<br />

ergonômicos posturais associado à quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, abrindo a perspectiva de atuação de<br />

equipes interdisciplinares incluindo fisioterapeutas na prevenção desses riscos.<br />

3.7 TRATAMENTO DOS DADOS<br />

Para o tratamento dos <strong>da</strong>dos foi realizado média e desvio padrão para i<strong>da</strong>de e<br />

quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> (SF-36), freqüência absoluta e relativa para a postura e dor e correlação de<br />

Pearson para comparar a dor com a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Foi realizado Teste de Wilcoxon (p <<br />

0,05) para comparação <strong>da</strong> postura com normali<strong>da</strong>de.<br />

linha.<br />

A apresentação dos <strong>da</strong>dos foi feita através de tabela, gráficos de pizza, dispersão e<br />

34


4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS<br />

Neste capitulo será exposto à análise e discussão de <strong>da</strong>dos, referente ao questionário<br />

SF-36, a escala de desconforto para as diferentes partes do corpo <strong>da</strong> empresa Tecmesul, onde<br />

fizeram parte <strong>da</strong> amostra avaliados 10 indivíduos, sendo, 6 homens e 4 mulheres.<br />

Com relação a variável faixa etária <strong>da</strong> amostra, verificou-se que a média de i<strong>da</strong>de dos<br />

funcionários <strong>da</strong> TECMESUL, é de 30,5 ± 8,7 anos, com variação ente 22 e 49 anos.<br />

4.1 Quanto ao desconforto corporal<br />

Com relação ao desconforto corporal 60 % de pessoas referiram algum desconforto em<br />

alguma parte do corpo e 40 % de pessoas referiram nenhum desconforto em nenhuma parte do<br />

corpo (gráfico 1).<br />

40<br />

%<br />

Sentem dores Não sentem dores<br />

Gráfico 1 – Presença de dor e ausência de dor.<br />

Para Moraes 2002, indivíduos que adotam uma mesma posição corporal durante a<br />

jorna<strong>da</strong> de trabalho, podem gerar alterações significativas no alinhamento do corpo, podendo<br />

apresentar desconforto na musculatura mais solicita<strong>da</strong>, o indivíduo acaba adquirindo postura<br />

viciosa além de outros problemas relacionados ao trabalho.(12)<br />

Segundo a pesquisa de Picoloto 2008, atualmente, os sintomas osteomusculares<br />

60<br />

%<br />

35


elacionados ao trabalho atingem várias categorias profissionais e têm várias denominações,<br />

entre as quais lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados<br />

ao trabalho (DORT), adota<strong>da</strong>s pelos ministérios <strong>da</strong> Saúde e <strong>da</strong> Previdência. (31)<br />

Ain<strong>da</strong> refere que, O aparecimento dos sintomas osteomusculares vem aumentando<br />

mundialmente e, no Brasil, começou a adquirir expressão, em número e relevância social, a<br />

partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80, tornando um grave problema de saúde pública e social, em função <strong>da</strong><br />

sua abrangência e magnitude. Sendo que as LER/DORT representam um dos grupos de<br />

doenças ocupacionais mais polêmicos no Brasil e em outros países, e vem assumindo um<br />

caráter epidêmico. (31)<br />

Em relação à parte corporal e intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dor, podemos observar que os locais de<br />

mais intensi<strong>da</strong>de de dor ou desconforto foram; ombro, coluna lombar, quadril, punho, mão,<br />

coxa, joelho e pé. Sendo que a intensi<strong>da</strong>de de pouca dor foi nos locais: cabeça, coluna<br />

cervical, ombro, coluna lombar, punho, mão e pé. A dor intensa prevaleceu nos locais; ombro,<br />

coluna lombar, quadril, punho e coxa. E dor insuportável somente no punho (tabela 1).<br />

Tabela 1 – Percentual de pessoas com alguma dor em ca<strong>da</strong> parte do corpo.<br />

NEHUMA DOR POUCA DOR DOR INTENSA<br />

DOR<br />

INSUPORTÁVEL<br />

CABEÇA 90% 10%<br />

COLUNA<br />

CERVICAL 90% 10%<br />

OMBRO 70% 20% 10%<br />

COLUNA<br />

TORÁCICA 100%<br />

BRAÇO 100%<br />

COTOVELO 100%<br />

COLUNA<br />

LOMBAR 80% 10% 10%<br />

ANTEBRAÇO 100%<br />

QUADRIL 90% 10%<br />

PUNHO 70% 10% 10% 10%<br />

MÃO 90% 10%<br />

COXA 80% 20%<br />

JOELHO 80% 20%<br />

PERNA 100%<br />

TORNOZELO 100%<br />

PÉ 80% 20%<br />

De acordo com Souza e Piaseki 2007, a prevalência dos locais de dor e desconforto de<br />

funcionários do setor administrativo são: cervical, punho/mão, ombros, joelho e tornozelo.<br />

(24)<br />

A população deste estudo foi composta pelos funcionários do setor administrativo <strong>da</strong><br />

36


Facul<strong>da</strong>de Integrado de Campo Mourão-PR. A amostra foi composta, no primeiro momento<br />

<strong>da</strong> avaliação, por 30 funcionários de ambos os gêneros, com média de i<strong>da</strong>de de 30,23 anos e<br />

desvio padrão de 9,05 anos. Das 30 pessoas que iniciaram o programa, apenas 20 terminaram.<br />

(24)<br />

A posição senta<strong>da</strong> possibilita pouca margem de movimentação, tendo como<br />

conseqüência carga estática sobre certos segmento corporais. A postura senta<strong>da</strong>, por melhor<br />

que seja, impõe uma carga biomecânica sobre os discos intervertebrais, principalmente na<br />

região lombar. (24)<br />

A Pesquisa de Rogério Bloemer, já realiza<strong>da</strong> mostrou que funcionários que trabalham<br />

sentados e usam computador diariamente apresentam desconforto corporal não apenas em<br />

uma região, mas em alguns segmentos corporais. (19)<br />

A pesquisa se caracteriza por ser um estudo de campo, descritiva quantitativa. A<br />

população é composta por 14 funcionários <strong>da</strong> empresa UNISUL, setor ATI, de ambos as<br />

sexos. Os instrumentos utilizados foram: Questionário contendo 29 questões e uma Escala de<br />

desconforto corporal proposta além de uma Avaliação postural. (19)<br />

4.2 Quanto à quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />

O questionário quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> SF-36 é composto por 36 itens avaliando os<br />

seguintes domínios: capaci<strong>da</strong>de funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde,<br />

vitali<strong>da</strong>de, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Ca<strong>da</strong> domínio do SF-36<br />

corresponde a um valor que varia de zero a cem, em que zero corresponde ao pior estado de<br />

saúde e cem ao melhor. (25)<br />

Os resultados de nosso trabalho demonstram que apenas 1 pessoa pontuou de 41 a 50<br />

pontos, 2 pessoas de 71 a 80 pontos, 3 pessoas de 81 a 90 pontos, e 4 pessoas de 91 a 100<br />

pontos; sendo que quanto maior a pontuação, maior a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Percebemos então<br />

que maior parte <strong>da</strong>s pessoas tem boa quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> (gráfico 2)<br />

37


Frequência<br />

5<br />

0<br />

0 a<br />

10<br />

11 a<br />

20<br />

21 a<br />

30<br />

31 a<br />

40<br />

41 a<br />

50<br />

SF-36<br />

Gráfico 2 – quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e freqüência<br />

Numa pesquisa realiza<strong>da</strong> de Moretti, Muito se tem falado sobre a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> no<br />

trabalho. Mas a satisfação no trabalho não pode estar isola<strong>da</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do indivíduo como um<br />

todo. “Os empregados que possuem uma vi<strong>da</strong> familiar insatisfatória tem o trabalho como o<br />

único ou maior meio para obter a satisfação de muitas de suas necessi<strong>da</strong>des, principalmente,<br />

as sociais”. Assim, o trabalho assume dimensões enormes na vi<strong>da</strong> do homem. Como meio de<br />

se manter, o trabalho é também o elemento mais importante <strong>da</strong> produção social. Todo<br />

trabalho exige uma certa quanti<strong>da</strong>de de energia física e psíquica, que, nesse processo, é<br />

chamado de força do trabalho. O trabalho é, assim, o resultado que se pode medir <strong>da</strong> força de<br />

trabalho. A busca pela quali<strong>da</strong>de total antes volta<strong>da</strong> apenas para o aspecto organizacional, já<br />

volta sua atenção para a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> no trabalho, buscando uma participação maior por<br />

parte dos funcionários; descentralização de decisões; ambiente físico seguro e confortável;<br />

51 a<br />

60<br />

oportuni<strong>da</strong>de de crescimento e desenvolvimento pessoal. (32)<br />

Em se tratando <strong>da</strong> correlação entre a dor e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, observamos uma<br />

correlação negativa modera<strong>da</strong> (r = 0,45) sem significância estatística. Assim, esses <strong>da</strong>dos<br />

sugerem que quanto maior a pontuação do questionário de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> SF 36, menor foi<br />

à dor.<br />

61 a<br />

70<br />

71 a<br />

80<br />

81 a<br />

90<br />

91 a<br />

100<br />

38


SF-36<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

y = -1,648x + 88,54<br />

R = 0,45<br />

0 2 4 6 8 10 12<br />

Dor<br />

Gráfico 3 – Correlação entre dor e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />

Na medi<strong>da</strong> em que as pessoas tiverem satisfeitas, saudáveis e tendo quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>,<br />

é provável que a produtivi<strong>da</strong>de aumente, como conseqüência lógica e natural.<br />

No estudo de Fleury, refere-se à QV como um indicador nos julgamentos clínicos de<br />

doenças específicas. Trata-se <strong>da</strong> avaliação do impacto físico e psicossocial que as<br />

enfermi<strong>da</strong>des, disfunções ou incapaci<strong>da</strong>des podem acarretar para as pessoas acometi<strong>da</strong>s,<br />

permitindo um melhor conhecimento do paciente e de sua a<strong>da</strong>ptação à condição. Nesses<br />

casos, a compreensão sobre a QV do paciente incorpora-se ao trabalho do dia-a-dia dos<br />

serviços, influenciando decisões e condutas terapêuticas <strong>da</strong>s equipes de saúde. (33)<br />

4.3 Quanto à postura<br />

Em nossa pesquisa a postura foi avalia<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte maneira: foram medidos os<br />

ângulos biacromial (figura1), acrômio-mastóide (figura2), e maléolo-mastóide (figura3)<br />

através do software SAPO. Foram medidos individualmente e quantificados.<br />

Analisando o ângulo biacromial percebemos uma variação de -5 graus a 5 graus, sendo<br />

que apenas 1 pessoa mostrou-se sem alteração, ou seja, 9 possuem alguma alteração. Contudo<br />

39


não houve diferença estatística, quando comparamos essa variação com o valor normal, ou<br />

seja, zero grau (gráfico 4)<br />

Frequência<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-5 a -4 a<br />

-4,1 -3,1<br />

-3 a<br />

-2,1<br />

-2 a<br />

-1,1<br />

-1 a<br />

-0,1<br />

0 0,1<br />

a 1<br />

Ângulo biacromial (graus)<br />

1,1<br />

a 2<br />

Gráfico 4 – Alinhamento de ombro – ângulo biacromial<br />

*A postura senta<strong>da</strong>, comenta RIO (1999), mesmo seguindo to<strong>da</strong>s as orientações<br />

posturais, acarreta uma carga biomecânica significativa sobre os discos intervertebrais<br />

principalmente na região lombar, e quando o trabalho possibilita pouca margem para<br />

movimentação, como trabalho com monitores, tem como conseqüência carga estática sobre<br />

certos segmentos corporais, que embora não intensa mas contínua e associa<strong>da</strong> à inércia<br />

musculoligamentar pode provocar fadiga. Além do colaborador adquirir uma postura correta<br />

de trabalho ele deve também realizar as pausas durante o trabalho para a descompressão <strong>da</strong>s<br />

articulações e quebra <strong>da</strong> monotonia melhorando o rendimento intelectual. (34)<br />

Em um estudo de Lucia, foi estudo foram selecionados pelo Setor de Recursos<br />

Humanos do TRT-PR 186 servidores distribuídos pelas 76 Varas Regionais do Trabalho, seus<br />

respectivos Centros de Distribuição e setores administrativos. E ao analisar-se os resultados<br />

<strong>da</strong> avaliação postural dos servidores do TRT-9, observou-se que aproxima<strong>da</strong>mente 43% dos<br />

servidores apresentaram pequenos desvios posturais. (35)<br />

________________________<br />

∗ Rio, R.P.P. Ergonomia – fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> prática ergonômica. (1999) apud (34).<br />

2,1<br />

a 3<br />

3,1<br />

a 4<br />

4,1<br />

a 5<br />

40


Em relação ao ângulo acrômio-mastóide, a variação foi um pouco maior, sendo de -30<br />

graus a 30 graus. Entretanto, não houve diferença estatística, quando comparamos essa<br />

variação com o valor normal, ou seja, zero grau (gráfico 5)<br />

Frequência<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-40 a<br />

-31<br />

-30 a<br />

-21<br />

-20 a<br />

-11<br />

-10 a<br />

-1<br />

Gráfico 5 - ângulo acrômio-mastóideo<br />

0 1 a<br />

10<br />

Ângulo acrômio-mastóide<br />

Em uma pesquisa de Prado, onde foi realizado uma análise foi em uma empresa<br />

beneficiadora de acrílico, na região de Joinville SC no dia 22 de Março de 2002. A amostra<br />

foi constituí<strong>da</strong> por todos os funcionários <strong>da</strong> empresa que exerciam suas ativi<strong>da</strong>des no<br />

momento <strong>da</strong> avaliação. Foi feita observação arma<strong>da</strong> do mobiliário e descrição dos<br />

movimentos e hábitos posturais realizados pelos funcionários de ca<strong>da</strong> setor. No setor<br />

administrativo, eram realizados exercícios repetitivos de digitação e as posturas erra<strong>da</strong>s nas<br />

cadeiras de trabalho são os principais fatores de risco deste setor. O que se observou foram<br />

cadeiras sem apoio para os braços, deixando os punhos na bor<strong>da</strong> <strong>da</strong> mesa acarretando pressão<br />

nos tendões, fator de risco, os pés cruzados em baixo <strong>da</strong> cadeira e os monitores abaixo do<br />

campo visual de algumas pessoas, obrigando a uma flexão de coluna cervical gerando tensão<br />

e dor nesta região. Além disso, duas pessoas do setor falam constantemente ao telefone e<br />

teclam no computador realizando as duas ativi<strong>da</strong>des juntas adquirindo uma postura que<br />

aumenta ain<strong>da</strong> mais a tensão <strong>da</strong> musculatura cervical como a inclinação lateral de cabeça e<br />

elevação de ombro para segurar o telefone, juntamente com uma inclinação lateral <strong>da</strong> coluna<br />

11 a<br />

20<br />

vertebral compensatória e membros inferiores sem o apoio dos pés. (34)<br />

21 a<br />

30<br />

31 a<br />

40<br />

41


*Segundo Rio 1999, a postura senta<strong>da</strong> ergonomicamente correta considera<strong>da</strong><br />

atualmente é: pescoço na posição neutra com campo visual de 15 a 30 graus abaixo <strong>da</strong> bor<strong>da</strong><br />

superior <strong>da</strong> tela e distante do operador 40 a 70 cm; flexão de quadril em torno dos 100 a 110<br />

graus proporcionando a acomo<strong>da</strong>ção dos ísquios, e de joelhos de 90 a 120 graus; membros<br />

superiores na posição vertical e alinhados ao tronco, formando um ângulo de 90 a 110 graus<br />

de cotovelo; punhos em alinhamento com os antebraços e mãos alinha<strong>da</strong>s com o punho (evitar<br />

a extensão de dedos durante a digitação). (34)<br />

Com relação ao ângulo maléolo-mastóide, observamos diferença estatística (p < 0,05)<br />

para o deslocamento anterior de tronco, sendo observado através de valores positivos nesse<br />

ângulo. A variação foi de zero grau a 5 graus (gráfico 6)<br />

Frequência<br />

5<br />

0<br />

-1 a -<br />

0,1<br />

Gráfico 6 – ângulo maléolo-mastóide<br />

0 0,1 a 1 1,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 4,1 a 5<br />

Ângulo maléolo-mastóide (graus)<br />

De acordo com um estudo realizado do Ministério do Trabalho e Emprego 2001, a<br />

postura mais adequa<strong>da</strong> ao trabalhador é aquela que ele escolhe livremente e que pode ser<br />

varia<strong>da</strong> ao longo do tempo. A concepção dos postos de trabalho ou <strong>da</strong> tarefa deve favorecer a<br />

variação de postura, principalmente a alternância entre a postura senta<strong>da</strong> e em pé.<br />

________________________<br />

∗ Rio, R.P.P. Ergonomia – fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> prática ergonômica. (1999) apud (34).<br />

42


O tempo de manutenção de uma postura deve ser o mais breve possível, pois seus efeitos<br />

nocivos ou não, serão função do tempo durante o qual ela será manti<strong>da</strong>. Todo esforço de<br />

manutenção postural leva a uma tensão muscular estática (isométrica) que pode ser nociva à<br />

saúde. (36)<br />

Os efeitos fisiológicos dos esforços estáticos estão ligados à compressão dos vasos<br />

sangüíneos. O sangue deixa de fluir e o músculo não recebe oxigênio nem nutrientes, os<br />

resíduos metabólicos não são retirados, acumulando-se e provocando dor e fadiga muscular.<br />

Manutenções estáticas prolonga<strong>da</strong>s podem também induzir ao desgaste <strong>da</strong>s articulações,<br />

discos intervertebrais e tendões. (36)<br />

Neste estudo foi citado algum exemplo, sendo que um deles é sobre a influência <strong>da</strong><br />

postura senta<strong>da</strong> ou em pé, devido aos movimentos dos segmentos corporais: E alguns estudos<br />

demonstraram que inclinações do tronco para frente ou torções do tronco devi<strong>da</strong>s às<br />

exigências <strong>da</strong> tarefa (visuais ou de movimentos) levam a um aumento de mais de 30% na<br />

pressão sobre o disco intervertebral. (36)<br />

O esforço postural (estático) e as solicitações sobre as articulações são mais limitados<br />

na postura senta<strong>da</strong> que na em pé. A postura senta<strong>da</strong> permite melhor controle dos movimentos<br />

pelo que o esforço de equilíbrio é reduzido. É, sem sombra de dúvi<strong>da</strong>, a melhor postura para<br />

trabalhos que exijam precisão. Em determina<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des ocupacionais (escritórios, trabalho<br />

com computadores, administrativo etc.) a tendência é de se permanecer sentado por longos<br />

períodos. De maneira geral, os problemas lombares advindos <strong>da</strong> postura senta<strong>da</strong> são<br />

justificados pelo fato de a compressão dos discos intervertebrais serem maior na posição<br />

senta<strong>da</strong> que na posição em pé. No entanto, tais problemas não são apenas decorrentes <strong>da</strong>s<br />

cargas que atuam sobre a coluna vertebral, mas principalmente <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> postura<br />

estática. A imobili<strong>da</strong>de postural constitui um fator desfavorável para a nutrição do disco<br />

intervertebral que é dependente do movimento e <strong>da</strong> variação <strong>da</strong> postura. A incidência de dores<br />

lombares é menor quando a posição senta<strong>da</strong> é alterna<strong>da</strong> com a em pé, e menor ain<strong>da</strong> quando<br />

se podem movimentar os demais segmentos corporais como em pequenos deslocamentos. A<br />

postura de trabalho sentado, se bem concebi<strong>da</strong> (com apoios e inclinações adequados), pode<br />

até apresentar pressões intradiscais inferiores à posição em pé imóvel, desde que o esforço<br />

postural estático e as solicitações articulares sejam reduzidos ao mínimo. Trabalhar sentado<br />

permite maior controle dos movimentos porque o esforço para manter o equilíbrio postural é<br />

reduzido. (36)<br />

43


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Através do trabalho, conseguimos concluir que as posturas inadequa<strong>da</strong>s utiliza<strong>da</strong>s<br />

durante o trabalho podem trazer conseqüências que poderão afetar negativamente a saúde do<br />

trabalhador, tanto física como psicológica, alterando seu desempenho e principalmente a<br />

quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> no trabalho, pois o desconforto manifesta-se em forma de dor, limitando as<br />

capaci<strong>da</strong>des mais funcionais dos trabalhadores nas realizações de suas tarefas.<br />

A quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, a postura e a dor, são aspectos importantes no dia-a-dia do<br />

trabalhador, portanto, quando não cui<strong>da</strong>do, acarretará em grandes complicações, como por<br />

exemplo, uma patologia, adquiri<strong>da</strong> por repetições de esforços ou má postura, como a<br />

LER/DORT, dores osteomusculares, problemas posturais, que trará um mau desempenho no<br />

trabalho.<br />

Nesta pesquisa, podemos observar que, através <strong>da</strong> escala desconforto em alguma parte<br />

do corpo, 60 % de pessoas referiram algum desconforto, sendo que os locais de mais<br />

intensi<strong>da</strong>de de desconforto foram; ombro, coluna lombar, quadril, punho, mão, coxa, joelho e<br />

pé.<br />

Por outro lado, a pesquisa mostrou que, a maior parte <strong>da</strong>s pessoas tem boa quali<strong>da</strong>de<br />

de vi<strong>da</strong>. E na correlação entre dor e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, houve uma correlação negativa<br />

modera<strong>da</strong> de 0,45.<br />

No gráfico de alinhamento de ombro nos mostrou (ângulo biacromial) que 9 pessoas<br />

tem alguma alteração no ângulo biacromial, e consequentemente no alinhamento postural. Na<br />

avaliação do ângulo acrômio-mastóideo, 9 indivíduos possuíam alguma alteração. E na<br />

análise do ângulo maléolo-mastóide, observa que a maioria dos funcionários apresentavam<br />

um deslocamento anterior do tronco.<br />

Sendo assim, é importante enfatizar, que a boa postura no trabalho, é essencial para a<br />

prevenção de dores, uma boa quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e um bom desempenho profissional. Com um<br />

planejamento de exercícios na empresa, tais fatores citados acima, não seriam um problema<br />

para o trabalhador e sim uma solução.<br />

44


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31 Picoloto D; Silveira E. Prevalência de sintomas osteomusculares e fatores associados em<br />

trabalhadores de uma indústria metalúrgica de Canoas – RS. [artigo]. [citado 2009 out 27].<br />

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-<br />

81232008000200026&script=sci_arttext&tlng=pt<br />

32 Moretti S. Quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> no trabalho x auto-realização humana. [artigo]. [citado 2009<br />

out 27]. Disponível em: http://www.facape.br/ruth/adm-comport_organ/CO_-_Texto_2_-<br />

_Quali<strong>da</strong>de_de_vi<strong>da</strong>_no_trabalho_x_autorealizacao.pdf<br />

47


33 Fleury EMS; Lana CMCZ. Quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e saúde: aspectos conceituais e<br />

metodológicos. [artigo]. [citado 2009 out 28]. Disponível em:<br />

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-<br />

311X2004000200027&script=sci_arttext&tlng=pt<br />

34 Prado TB. Análise ergonômica do trabalho em uma empresa beneficiadora de acrílicos na<br />

região de Joinville-SC. [artigo]. [citado 2009 out 28]. Disponível em:<br />

http://www.donahelena.com.br/acaoergonomica/artigoan%C3%A1lise%20ergon%C3%B4mica.pdf<br />

35 Lúcia VP. Avaliação física de servidores do trt – pr associado ao seu Nível de ativi<strong>da</strong>de<br />

física. [artigo]. [citado 2009 out 28]. Disponível em:<br />

http://www.uniandrade.edu.br/links/menu3/publicacoes/educacao_fisica/revista2007II/artigos/<br />

tccVeraLuciaPenteado/tcc-Vera.pdf<br />

36 Kerber A. Ergonomia: indicação de postura a ser adota<strong>da</strong> na concepção de<br />

[Ministério do trabalho e emprego secretaria de inspeção do trabalho departamento<br />

de segurança e saúde no trabalho coordenação de normalização]. [citado 2009 out<br />

28]. Disponível em:<br />

http://www.alexkerber.eng.br/arquivos/ergonomia/notatecnica602001.doc<br />

48


ANEXOS<br />

49


Anexo A – Escala de Desconforto para as diferentes partes do corpo<br />

Moraes, 2002<br />

50


Anexo B – Questionário SF-36, Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health<br />

Survey.<br />

OUTCOMES STUDY 36-ITEM SHORT-FORM HEALTH SURVEY (SF-36)*<br />

Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão<br />

informados de como você se sente e quão bem você é capaz de fazer ativi<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong> diária. Respon<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> questão marcando a resposta como indicado. Caso você<br />

esteja inseguro quanto a como responder, por favor, tente fazer o melhor que puder.<br />

1. Em geral, como você diria que é sua saúde? (Circule uma)<br />

Excelente.................................................................................................................1<br />

Muito boa ................................................................................................................2<br />

Boa..........................................................................................................................3<br />

Ruim........................................................................................................................4<br />

Muito ruim................................................................................................................5<br />

2. Compara<strong>da</strong> a um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral<br />

agora? (Circule uma)<br />

Muito melhor agora do que um ano atrás................................................................1<br />

Um pouco melhor agora do que um ano atrás .......................................................2<br />

Quase a mesma coisa do que um ano atrás...........................................................3<br />

Um pouco pior agora do que um ano atrás .............................................................4<br />

Muito pior do que um ano atrás...............................................................................5<br />

Os seguintes itens são sobre ativi<strong>da</strong>des que você poderia fazer atualmente durante<br />

um dia comum.<br />

3. Devido à sua saúde, você tem dificul<strong>da</strong>des para fazer essas ativi<strong>da</strong>des?<br />

Neste caso quantas? (Circule um número em ca<strong>da</strong> linha)<br />

Ativi<strong>da</strong>des Sim,<br />

dificulta<br />

muito<br />

Sim,<br />

dificulta<br />

pouco<br />

Não<br />

dificulta<br />

de modo<br />

algum<br />

a) Ativi<strong>da</strong>des vigoras, que exigem muito esforço,<br />

tais como correr, levantar objetos pesados,<br />

participar de esportes árduos 1 2 3<br />

b) Ativi<strong>da</strong>des modera<strong>da</strong>s, tais como mover uma<br />

mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a<br />

casa 1 2 3<br />

c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3<br />

d) Subir vários lances de esca<strong>da</strong> 1 2 3<br />

e) Subir um lance de esca<strong>da</strong> 1 2 3<br />

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3<br />

g) An<strong>da</strong>r mais de 1 km 1 2 3<br />

h) An<strong>da</strong>r vários quarteirões 1 2 3<br />

i) An<strong>da</strong>r um quarteirão 1 2 3<br />

51


j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3<br />

4. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes<br />

problemas com o seu trabalho ou com alguma ativi<strong>da</strong>de diária regular como<br />

conseqüência de sua saúde física? (circule um número em ca<strong>da</strong> linha)<br />

Sim Não<br />

a) Diminuiu a quanti<strong>da</strong>de de tempo que<br />

dedicava ao seu trabalho ou a outras ativi<strong>da</strong>des 1 2<br />

b) Realizou menos tarefas do que gostaria?<br />

c) Esteve limitado ao seu tipo de trabalho ou a<br />

1 2<br />

outras ativi<strong>da</strong>des?<br />

d) Teve dificul<strong>da</strong>de para fazer seu trabalho ou<br />

outras ativi<strong>da</strong>des (p. ex., necessitou de um<br />

1 2<br />

esforço extra)? 1 2<br />

5. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes<br />

problemas com o seu trabalho ou com outra ativi<strong>da</strong>de regular diária como<br />

conseqüência de algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou<br />

ansioso)? (Circule um número em ca<strong>da</strong> linha)<br />

Sim Não<br />

a) Diminuiu a quanti<strong>da</strong>de de tempo que dedicava ao seu<br />

trabalho ou a outras ativi<strong>da</strong>des? 1 2<br />

b) Realizou menos tarefas do que gostaria?<br />

c) Não trabalhou ou não fez qualquer <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des com tanto<br />

1 2<br />

cui<strong>da</strong>do como geralmente faz? 1 2<br />

6. Durante as últimas quatro semanas, de que maneira sua saúde física ou<br />

problemas emocionais interferiram nas suas ativi<strong>da</strong>des sociais normais, em<br />

relação à família, aos vizinhos, aos amigos ou em grupo? (Circule uma)<br />

De maneira alguma.................................................................................................1<br />

Ligeiramente............................................................................................................2<br />

Modera<strong>da</strong>mente ......................................................................................................3<br />

Bastante ..................................................................................................................4<br />

Extremamente.........................................................................................................5<br />

7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas? (Circule<br />

uma)<br />

Nenhuma.................................................................................................................1<br />

Muito leve................................................................................................................2<br />

Leve ........................................................................................................................3<br />

Grave ......................................................................................................................4<br />

Muito grave..............................................................................................................5<br />

52


8. Durante as últimas quatro semanas, quanto a dor interferiu no seu trabalho<br />

normal incluindo trabalho dentro ou fora de casa? (Circule uma)<br />

De maneira alguma.................................................................................................1<br />

Ligeiramente............................................................................................................2<br />

Modera<strong>da</strong>mente ......................................................................................................3<br />

Bastante ..................................................................................................................4<br />

Extremamente.........................................................................................................5<br />

9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido<br />

com você durante as últimas quatro semanas. Para ca<strong>da</strong> questão, dê a<br />

resposta que mais se aproximar <strong>da</strong> maneira como você se sente. (Circule um<br />

número em ca<strong>da</strong> linha)<br />

Todo<br />

o<br />

tempo<br />

A<br />

maior<br />

parte<br />

do<br />

tempo<br />

Uma boa<br />

parte do<br />

tempo<br />

Alguma<br />

parte<br />

do<br />

tempo<br />

Uma<br />

pequena<br />

parte do<br />

tempo<br />

a) Quanto tempo você tem se sentido cheio<br />

de vigor, cheio de vontade, cheio de força? 1 2 3 4 5 6<br />

b) Quanto tempo você tem se sentido uma<br />

pessoa muito nervosa? 1 2 3 4 5 6<br />

c) Quanto tempo você tem se sentido tão<br />

deprimido que na<strong>da</strong> pode animá-lo? 1 2 3 4 5 6<br />

d) Quanto tempo você tem se sentido calmo<br />

ou tranqüilo? 1 2 3 4 5 6<br />

e) Quanto tempo você tem se sentido com<br />

muita energia? 1 2 3 4 5 6<br />

f) Quanto tempo você tem se sentido<br />

desanimado e abatido? 1 2 3 4 5 6<br />

g) Quanto tempo você tem se sentido<br />

esgotado? 1 2 3 4 5 6<br />

h) Quanto tempo você tem se sentido uma<br />

pessoa feliz? 1 2 3 4 5 6<br />

i) Quanto tempo você tem se sentido<br />

cansado? 1 2 3 4 5 6<br />

53<br />

Nunca<br />

10. Durante as últimas quatro semanas, quanto do seu tempo a sua saúde<br />

física ou problemas emocionais interferiram em suas ativi<strong>da</strong>des sociais (como<br />

visitar amigos, parentes etc.)? (Circule uma)<br />

Todo o tempo ..........................................................................................................1<br />

A maior parte do tempo...........................................................................................2<br />

Alguma parte do tempo ...........................................................................................3<br />

Uma pequena parte do tempo.................................................................................4<br />

Nunca......................................................................................................................5<br />

11. O quanto ver<strong>da</strong>deira ou falsa é ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s afirmações para você?<br />

(Circule um número em ca<strong>da</strong> linha)


Definitivamente<br />

ver<strong>da</strong>deira<br />

A maioria<br />

<strong>da</strong>s vezes<br />

ver<strong>da</strong>deira<br />

Não<br />

sei<br />

A<br />

maioria<br />

<strong>da</strong>s<br />

vezes<br />

falsa<br />

Definitivamente<br />

falsa<br />

a) Eu costumo adoecer um<br />

pouco mais facilmente que as<br />

outras pessoas 1 2 3 4 5<br />

b) Eu sou tão saudável quanto<br />

qualquer pessoa que eu<br />

conheço 1 2 3 4 5<br />

c) Eu acho que a minha saúde<br />

vai piorar 1 2 3 4 5<br />

d) Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5<br />

54<br />

Marques, 2007


Anexo C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)<br />

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA<br />

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL<br />

Instruções para elaboração do<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 1<br />

A Res. CNS 196/96 estabelece o respeito à digni<strong>da</strong>de humana como requisito para a<br />

execução de qualquer pesquisa. Assim, exige que to<strong>da</strong> pesquisa com seres humanos seja<br />

realiza<strong>da</strong> apenas após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos participantes.<br />

O esclarecimento dos sujeitos deve ser feito de modo que os mesmos possam ter<br />

conhecimento sobre a pesquisa a ser realiza<strong>da</strong>, a fim de que deci<strong>da</strong>m autônoma e<br />

conscientemente sobre sua participação. Nesse sentido, o termo de consentimento deve ser<br />

redigido em linguagem acessível, evitando termos técnicos ou quaisquer outras palavras que<br />

possam gerar incompreensões por parte dos sujeitos <strong>da</strong> pesquisa. Além disso, o termo de<br />

consentimento deve incluir os seguintes aspectos:<br />

1) justificativa, objetivos e procedimentos que serão utilizados na pesquisa<br />

2) desconfortos e riscos possíveis e os benefícios esperados (lembrar de explicitar de<br />

que maneira os sujeitos terão acesso aos resultados <strong>da</strong> pesquisa)<br />

3) métodos alternativos existentes (quando for o caso)<br />

4) forma de acompanhamento e assistência, assim como seus responsáveis<br />

5) garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso <strong>da</strong> pesquisa, sobre a<br />

metodologia, informando a possibili<strong>da</strong>de de inclusão em grupo controle ou placebo<br />

6) liber<strong>da</strong>de do sujeito de recusar a participar ou retirar seu consentimento, em<br />

qualquer fase <strong>da</strong> pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cui<strong>da</strong>do<br />

7) a garantia do sigilo que assegure a privaci<strong>da</strong>de dos sujeitos quanto aos <strong>da</strong>dos<br />

confidenciais envolvidos na pesquisa<br />

8) formas de ressarcimento <strong>da</strong>s despesas decorrentes <strong>da</strong> participação na pesquisa<br />

(quando for o caso)<br />

9) formas de indenização diante de eventuais <strong>da</strong>nos decorrentes <strong>da</strong> pesquisa (quando<br />

for o caso)<br />

10) o não pagamento ao sujeito pela sua participação na pesquisa deverá ficar explícito.<br />

O termo de consentimento deve ser elaborado pelo pesquisador responsável,<br />

contendo ca<strong>da</strong> um dos itens acima. Deve ser assinado ou identificado por impressão<br />

<strong>da</strong>ctiloscópica por ca<strong>da</strong> um dos sujeitos. Deve ain<strong>da</strong> ser elaborado em duas vias, sendo uma<br />

reti<strong>da</strong> pelo sujeito <strong>da</strong> pesquisa ou seu representante legal e uma arquiva<strong>da</strong> pelo<br />

pesquisador.<br />

Vale salientar que quando os projetos de pesquisa são realizados com menores de<br />

i<strong>da</strong>de ou com sujeitos considerados incapazes, em quaisquer tipos de instituições (creches,<br />

escolas, hospitais etc.), é necessário que os representantes legais dos sujeitos tenham<br />

conhecimento sobre a pesquisa e assinem o TCLE. O pesquisador deverá contatar<br />

pessoalmente os responsáveis. Vale lembrar, também, que é necessário que os próprios<br />

sujeitos sejam esclarecidos a respeito <strong>da</strong> pesquisa e que concordem verbalmente em<br />

participar <strong>da</strong> mesma.<br />

Os responsáveis pela instituição não têm autori<strong>da</strong>de para <strong>da</strong>r ou assinar os TCLE. No<br />

entanto, devem assinar um documento de autorização de contato com os sujeitos<br />

1 Material elaborado a partir <strong>da</strong> Res. CNS 196/96 e com base nas informações forneci<strong>da</strong>s pelo Comitê de Ética<br />

em Pesquisa - Facul<strong>da</strong>de SEAMA - http://www.seama.edu.br/cep/<br />

55


(formulário: Declaração de Ciência e Concordância <strong>da</strong>s Instituições Envolvi<strong>da</strong>s), já que os<br />

mesmos serão contatados a partir <strong>da</strong> instituição<br />

A re<strong>da</strong>ção do Termo de Consentimento submeti<strong>da</strong> à análise do CEP-UNISUL deve ser<br />

idêntica àquela forneci<strong>da</strong> ao sujeito <strong>da</strong> pesquisa, sendo, portanto, ve<strong>da</strong><strong>da</strong> qualquer alteração<br />

após emissão de parecer final do Comitê.<br />

A seguir encontra-se à sua disposição uma sugestão para Modelo de Termo de<br />

Consentimento.<br />

56


Anexo D – Consentimento para Fotografias, Vídeos e Gravações<br />

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA<br />

COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL<br />

CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E<br />

GRAVAÇÕES<br />

Eu _________________________________________________________________ permito<br />

que o grupo de pesquisadores relacionados abaixo obtenha fotografia, filmagem ou gravação<br />

de minha pessoa para fins de pesquisa científica, médica e/ou educacional.<br />

Eu concordo que o material e informações obti<strong>da</strong>s relaciona<strong>da</strong>s à minha pessoa possam ser<br />

publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos.<br />

Porém, a minha pessoa não deve ser identifica<strong>da</strong>, tanto quanto possível, por nome ou<br />

qualquer outra forma.<br />

As fotografias, vídeos e gravações ficarão sob a proprie<strong>da</strong>de do grupo de pesquisadores<br />

pertinentes ao estudo e sob sua guar<strong>da</strong>.<br />

Nome do sujeito <strong>da</strong> pesquisa e/ou<br />

paciente: ______________________________________________<br />

RG: ______________________________________________<br />

Endereço:<br />

______________________________________________<br />

Assinatura: ______________________________________________<br />

Nome dos pais ou responsáveis:<br />

______________________________________________<br />

RG:<br />

______________________________________________<br />

Endereço:<br />

______________________________________________<br />

57


Assinatura:<br />

______________________________________________<br />

Se o indivíduo é menor de 18 anos de i<strong>da</strong>de, ou é legalmente incapaz, o consentimento deve<br />

ser obtido e assinado por seu representante legal.<br />

Equipe de pesquisadores:<br />

Nomes:<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

Data e Local onde será realizado<br />

o projeto:<br />

A<strong>da</strong>ptado de: Hospital de Clínicas de Porto Alegre / UFRGS<br />

_______________________________________________<br />

58

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