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78 JOÃO SÃO JOÃO E as pessoas podem facilmente compreender que tremenda é a tarefa do postulante, pois que ele tem que glorificar e iniciar todos os seus princípios, e treiná-los às suas tarefas novas e superiores. Isto seguramente explica melhor os terríveis perigos do caminho... Faz alguns anos, no Rio Vermelho na China, John St. John viu, em todo canto daquela rápida e perigosa correnteza, um amontoado de restos de naufrágio. Ele, em perigo dele mesmo, pensou em sua carreira mágicka. Alcoolismo, insanidade, doença, mania, morte, roubo, prisão – todo inferno terrestre, reflexo de algum erro espiritual, havia lhe tomado os companheiros. Às dúzias fora aquele bando arrebatado e varrido, despedaçado sobre um rochedo ou outro. Ele, quase só sobre aquela raivosa torrente, ainda persistia, sua vida a cada instante o brinquedo de forças gigantescas, tão enormes que eram (quando desencadeadas) completamente fora de proporção a toda coragem, destreza ou argúcia humanas – e ele persistiu em seu curso, humildemente; não desesperadamente; não com medo; mas com uma duradoura certeza de que ele resistiria até o fim. E agora? Neste grande Retiro Mágicko ele se chocou contra muitas rochas, abriu muitas brechas em seu barco; as águas do Falso Mar espumejam sobre a proa, montam e pesam nas alhêtas – estará ele talvez já naufragado, sua situação desesperada oculta aos olhos dele, por enquanto, pela própria cegueira? Pois, ofuscado como ele está pelo brilho deslumbrante do Sol Espiritual desta manhã (o qual no entanto ele contemplou apenas obscuramente), para ele, agora, mesmo a luz da terra parece escura. O leme da Razão está quase quebrado; e no entanto, sob a pequenina vela-detormenta da sua Vontade a Adonai, o barco louco permanece em curso, manobrado pelo remo da Disciplina – Sim, ele permanece em seu curso. Adonai! Adonai! Não está o porto ainda à vista? 6:07 p.m. Ele retornou a casa e queimou (como toda noite desde que este chegou) o santo incenso de Abramelin, o Mago. A atmosfera está cheia de vitalidade, adoçada e fortalecida; a alma, natural e simplesmente, se volta à tarefa santa com vigor e confiança; os demônios negros da dúvida e do desespero fogem; já se pode respirar um prenúncio do Perfume, e quase obter uma premonição da Visão. Portanto, que o trabalho continue.

HADNU.COM 79 6:23 p.m. 7 ciclos respiratórios, bem difíceis. As roupas são uma amolação, e fazem toda a diferença. 6:31 p.m. John St. John está mais abatido pelo fracasso de hoje de manhã do que ele queria admitir. Mas o fato permanece: ele não pode concentrar sua mente por três segundos que seja. Quão desesperançado isto nos faz! Eu penso que pelo menos ainda sou capaz do usual – e me desengano. Esta, aliás, é a suprema utilidade de um relatório como este. Torna-se impossível que nos enganemos e nos embalemos em ilusão. Bem, ele tem que acumular mais cavalos-vapor de algum jeito, mesmo que a caldeira arrebente. Talvez jantar mais cedo, com Ritual, induza aquela Energia Entusiástica de que escrevem os Gnósticos. Hoje de manhã o inteiro Sankhara-dhatu (a tendência do ser St. John) estava operando direito. Agora, por nenhum esforço de vontade pode ele fustigar o seu gado cansado ao longo do trilho. Uma coisa tão mesquinha ele se tornou que ele irá mesmo buscar um Oráculo ao livro de Zoroastro. Feito. Zoroastro respeitosamente deseja observar que “Os mais místicos discursos nos informam – Sua integridade está na Ordem Supra- Mundana; pois lá um Mundo Solar e uma Luz Infinita subsistem, como afirmam os Oráculos Caldeus”. Não ajuda muito, ajuda? Como se a adivinhação pudesse jamais ajudar em planos tão exaltados! Como se os enganadores elementais que operam estas coisas possuíssem os Segredos do Destino de um Adepto, ou pudessem auxiliá-lo em sua agonia! Por esta razão, a adivinhação deveria ser abandonada logo de início: é apenas um “mero brinquedo, a base de fraude mercenária”, como Zoroastro mais praticamente nos assegura. No entanto, nós podemos conseguir algo com o Tarot (ou outro método inconveniente) espiritualizando todo o significado ao ponto de desvanescência, até a intuição penetrar aquela parede nua da ignorância. Que O.·.M.·. medite sobre este Oráculo enquanto sai para alimentar o corpo de John St. John – e assim alimentar seu próprio corpo!

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JOÃO SÃO JOÃO<br />

E as pessoas po<strong>de</strong>m facilmente compreen<strong>de</strong>r que tremenda é a tarefa<br />

do postulante, pois que ele tem que glorificar e iniciar todos os seus<br />

princípios, e treiná-los às suas tarefas novas e superiores. Isto seguramente<br />

explica melhor os terríveis perigos do caminho...<br />

Faz alguns anos, no Rio Vermelho na China, John St. John viu, em<br />

todo canto daquela rápida e perigosa correnteza, um amontoado <strong>de</strong> restos<br />

<strong>de</strong> naufrágio.<br />

Ele, em perigo <strong>de</strong>le mesmo, pensou em sua carreira mágicka.<br />

Alcoolismo, insanida<strong>de</strong>, doença, mania, morte, roubo, prisão – todo inferno<br />

terrestre, reflexo <strong>de</strong> algum erro espiritual, havia lhe tomado os<br />

companheiros. Às dúzias fora aquele bando arrebatado e varrido,<br />

<strong>de</strong>spedaçado <strong>sobre</strong> um rochedo ou outro. Ele, quase só <strong>sobre</strong> aquela raivosa<br />

torrente, ainda persistia, sua vida a cada instante o brinquedo <strong>de</strong> forças<br />

gigantescas, tão enormes que eram (quando <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas) completamente<br />

fora <strong>de</strong> proporção a toda coragem, <strong>de</strong>streza ou argúcia humanas – e ele<br />

persistiu em seu curso, humil<strong>de</strong>mente; não <strong>de</strong>sesperadamente; não com<br />

medo; mas com uma duradoura certeza <strong>de</strong> que ele resistiria até o fim.<br />

E agora?<br />

Neste gran<strong>de</strong> Retiro Mágicko ele se chocou contra muitas rochas,<br />

abriu muitas brechas em seu barco; as águas do Falso Mar espumejam<br />

<strong>sobre</strong> a proa, montam e pesam nas alhêtas – estará ele talvez já naufragado,<br />

sua situação <strong>de</strong>sesperada oculta aos olhos <strong>de</strong>le, por enquanto, pela própria<br />

cegueira? Pois, ofuscado como ele está pelo brilho <strong>de</strong>slumbrante do Sol<br />

Espiritual <strong>de</strong>sta manhã (o qual no entanto ele contemplou apenas<br />

obscuramente), para ele, agora, mesmo a luz da terra parece escura. O leme<br />

da Razão está quase quebrado; e no entanto, sob a pequenina vela-<strong>de</strong>tormenta<br />

da sua Vonta<strong>de</strong> a Adonai, o barco louco permanece em curso,<br />

manobrado pelo remo da Disciplina – Sim, ele permanece em seu curso.<br />

Adonai! Adonai! Não está o porto ainda à vista?<br />

6:07 p.m. Ele retornou a casa e queimou (como toda noite <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

este chegou) o santo incenso <strong>de</strong> Abramelin, o Mago.<br />

A atmosfera está cheia <strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong>, adoçada e fortalecida; a alma,<br />

natural e simplesmente, se volta à tarefa santa com vigor e confiança; os<br />

<strong>de</strong>mônios negros da dúvida e do <strong>de</strong>sespero fogem; já se po<strong>de</strong> respirar um<br />

prenúncio do Perfume, e quase obter uma premonição da Visão.<br />

Portanto, que o trabalho continue.

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