João São João - Download de livros sobre magia, ocultismo ...
João São João - Download de livros sobre magia, ocultismo ... João São João - Download de livros sobre magia, ocultismo ...
48 JOÃO SÃO JOÃO místico ocidental): eles nos mantêm equilibrados pelo bom senso. Poderíamos nos desviar em linhas de ilusão agradável durante seis anos, até nos perdermos no “Plano Astral”. Tudo isto, observai, é muito sem sentido, muito vago, mesmo se encarado com a maior boa vontade. O que é o Plano Astral? Existe tal coisa? Como diferem seus fantasmas dos fantasmas do absinto, dos do devaneio, dos do amor, e assim por diante? Podemos admitir a insubstancialidade desses fantasmas sem por isto negar os seus poderes; os fantasmas do absinto e do amor são suficientemente poderosos para levar um homem à morte ou ao casamento; enquanto que o sonho acordado pode acabar em fanatismos como o antiviviseccionismo ou o vegetarianismo a vapor. Em geral, porém, eu prefiro explicar as muitas catástrofes terríveis que eu tenho visto ocorrer na Magick mal-compreendida pela suposição que, na Magick, nós estamos trabalhando com alguma função muito sutil e essencial do cérebro, distúrbio da qual pode significar, para um homem paralise, para outro mania, para um terceiro melancolia, para um quarto morte. Não é absurdo sugerir a priori que pode existir algum pensamento particular cuja manifestação causaria a morte. Em um homem com doença cardíaca, por exemplo, o pensamento “Eu subirei a escada correndo” poderia causar a morte tão diretamente quanto aquele: “Eu vou dar um tiro na cabeça”. Entretanto, naturalmente este pensamento age através da vontade e do aparato de nervos e músculos. Mas não poderia um medo súbito fazer com que o coração pare? Eu creio que existem casos registrados. Mas tudo isto é território desconhecido, ou, como diria Frank Harris, Águas Inexploradas. Nós estamos nos acercando perigosamente do “arsênico mental” e “todo-deus-bem-ossos-verdade-luzes-fígado-mentebenção-coração-um e não uma série – e passe o dinheiro por favor”. O bom senso do homem mundano e prático basta para mim! 1:10 a.m. Será que G.R.S. Mead, ou alguém de igual sabedoria, me faria o favor de explicar por que é que, se eu saio do meu corpo e viro-me (digamos) para o Oriente, eu posso virar-me (no “corpo astral”) até à direção Oeste-Sudoeste, mais ou menos, mas não posso passar além dela a não ser com a maior dificuldade, e após longa prática? Traçando o círculo, assim que eu chego ao Oeste a minha tendência é voltar imediatamente a Oeste-Noroeste; viro-me facilmente, em suma, para qualquer ponto exceto o Oeste, dentro de um arco de 5º talvez; mas nunca
HADNU.COM 49 passando daquele ponto. Eu me treinei para fazê-lo, mas é sempre com um esforço. É esta experiência comum? Eu a ligo à minha faculdade de direção, que todos os alpinistas e viajantes que têm viajado comigo admitem, é excepcional. Se eu deixar a minha tenda ou cabana por uma porta dando para, digamos, o Sudoeste, aquele dia inteiro, sobre todo tipo de terreno, através de qualquer floresta imaginável, faça bom ou mau tempo, nevoeiro, tempestade de neve, frio de gelar, seja dia ou noite, eu sei dentro de um arco de 5º (usualmente 2º) a direção em que estava voltado ao sair daquela tenda ou cabana. E seu eu tiver observado essa direção na bússola, naturalmente posso deduzir o Norte por mero julgamento de ângulo, no que eu sou muito acurado. Ainda mais; eu mantenho um registro mental, completamente inconsciente, do tempo gasto numa marcha; de modo que eu posso sempre dizer que horas são com a proximidade de cinco minutos, mais ou menos, sem consultar meu relógio. Mais ainda: eu tenho outro registro automático que computa distância e direção. Suponhamos que eu comece de Scott’s e caminhe (ou vá de carro, é tudo a mesma coisa para mim) a Haggerston Town Hall (onde quer que Haggerston seja; mas digamos que seja N.E.), e daí a Maida Vale. De Maida Vale eu poderia sair em linha reta de volta a Piccadilly, e não me desviaria mais que cinco minutos a pé do caminho, salvo becos sem saída, etc.; e eu saberia quanto estivesse perto de Scott’s outra vez, antes de reconhecer quaisquer arredores. Parece-me que eu tenho uma intuição da direção e comprimento da linha A (A linha reta Acott’s – Haggerston; a despeito de quaisquer curvas, faria pouca diferença se eu fosse via Poplar), outra intuição da linha B (Haggerston a Maida Vale); e que obtenho a minha linha C (de volta a Scott’s) por “trigonometria subliminal”. Neste exemplo eu estou assumindo que nunca estivem em Londres antes. Eu tenho executado façanhas precisamente análogas em dúzias de cidades que me são estranhas; mesmo em labirintos de ruelas tortuosas como Tangier ou Cairo. Eu me dou pior em Paris que em qualquer outro lugar; creio que porque as ruas principais radiam de estrelas, e assim os ângulos se confundem. O poder, também, dá-se mal com a vida civilizada; dissipa-se quando vivo em cidades, revive quando eu volto à honesta
- Page 1 and 2: JOÃO SÃO JOÃO O DIÁRIO MÁGICO
- Page 3 and 4: PREFÁCIO Faze o que tu queres há
- Page 5 and 6: HADNU.COM 5 suas forças, controlar
- Page 7 and 8: HADNU.COM 7 sem saber naquela époc
- Page 9 and 10: HADNU.COM 9 E se eu falhar nisto, p
- Page 11 and 12: HADNU.COM 11 Bem! 12:13-12:24 p.m.
- Page 13 and 14: HADNU.COM 13 A operação final é
- Page 15 and 16: O SEGUNDO DIA O bater da Meia-Noite
- Page 17 and 18: HADNU.COM 17 11:40 a.m.-12.00 p.m.
- Page 19 and 20: HADNU.COM 19 Pergunta: Qual a conex
- Page 21 and 22: HADNU.COM 21 10:40 a.m. Eu beberei
- Page 23 and 24: HADNU.COM 23 Portanto, eu me erguer
- Page 25 and 26: HADNU.COM 25 6:15 p.m. Estou agora
- Page 27 and 28: O QUARTO DIA 12:15 p.m. Portando ag
- Page 29 and 30: HADNU.COM 29 desviar, mesmo por um
- Page 31 and 32: HADNU.COM 31 verdadeira natureza, e
- Page 33 and 34: HADNU.COM 33 1:15 p.m. Durante um a
- Page 35 and 36: HADNU.COM 35 7:20 p.m. Terminado o
- Page 37 and 38: HADNU.COM 37 10:22 p.m. Não consig
- Page 39 and 40: HADNU.COM 39 concentração. E prov
- Page 41 and 42: HADNU.COM 41 sem parar. Os músculo
- Page 43 and 44: HADNU.COM 43 Eu gostaria, também,
- Page 45 and 46: HADNU.COM 45 5:15 p.m. Outra meia-h
- Page 47: O SEXTO DIA 12:05 a.m. Assim então
- Page 51 and 52: HADNU.COM 51 12:20 p.m. Eu não pos
- Page 53 and 54: HADNU.COM 53 a Lavenue e regalá-lo
- Page 55 and 56: HADNU.COM 55 Em casos de perda-de-v
- Page 57 and 58: O SÉTIMO DIA 12:17 a.m. Eu comecei
- Page 59 and 60: HADNU.COM 59 Pois vede! Através do
- Page 61 and 62: HADNU.COM 61 Eu passeio a manhã po
- Page 63 and 64: HADNU.COM 63 6:15 p.m. Jantar - Hor
- Page 65 and 66: HADNU.COM 65 Mas o pensamento de ho
- Page 67 and 68: HADNU.COM 67 espiritual, e no entan
- Page 69 and 70: HADNU.COM 69 Como se tornará você
- Page 71 and 72: HADNU.COM 71 É sabido que ascetism
- Page 73 and 74: HADNU.COM 73 pior. 10:30 p.m. Gaste
- Page 75 and 76: HADNU.COM 75 Ele deve fazer o melho
- Page 77 and 78: HADNU.COM 77 Ele se levantará, e t
- Page 79 and 80: HADNU.COM 79 6:23 p.m. 7 ciclos res
- Page 81 and 82: HADNU.COM 81 em 1906; mas de forma
- Page 83 and 84: HADNU.COM 83 afortunado, nem hábil
- Page 85 and 86: HADNU.COM 85 6:23 a.m. Ele dormiu d
- Page 87 and 88: HADNU.COM 87 Aquilo que “John St.
- Page 89 and 90: HADNU.COM 89 3.40 p.m. A prova do p
- Page 91 and 92: HADNU.COM 91 Mais simples, então,
- Page 93 and 94: HADNU.COM 93 Eu dormitei intermiten
- Page 95 and 96: HADNU.COM 95 contentar-me com pouco
- Page 97 and 98: HADNU.COM 97 1:45 p.m. Cheguei ao P
48<br />
JOÃO SÃO JOÃO<br />
místico oci<strong>de</strong>ntal): eles nos mantêm equilibrados pelo bom senso.<br />
Po<strong>de</strong>ríamos nos <strong>de</strong>sviar em linhas <strong>de</strong> ilusão agradável durante seis anos, até<br />
nos per<strong>de</strong>rmos no “Plano Astral”.<br />
Tudo isto, observai, é muito sem sentido, muito vago, mesmo se<br />
encarado com a maior boa vonta<strong>de</strong>. O que é o Plano Astral? Existe tal<br />
coisa? Como diferem seus fantasmas dos fantasmas do absinto, dos do<br />
<strong>de</strong>vaneio, dos do amor, e assim por diante?<br />
Po<strong>de</strong>mos admitir a insubstancialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses fantasmas sem por isto<br />
negar os seus po<strong>de</strong>res; os fantasmas do absinto e do amor são<br />
suficientemente po<strong>de</strong>rosos para levar um homem à morte ou ao casamento;<br />
enquanto que o sonho acordado po<strong>de</strong> acabar em fanatismos como o antiviviseccionismo<br />
ou o vegetarianismo a vapor.<br />
Em geral, porém, eu prefiro explicar as muitas catástrofes terríveis<br />
que eu tenho visto ocorrer na Magick mal-compreendida pela suposição<br />
que, na Magick, nós estamos trabalhando com alguma função muito sutil e<br />
essencial do cérebro, distúrbio da qual po<strong>de</strong> significar, para um homem<br />
paralise, para outro mania, para um terceiro melancolia, para um quarto<br />
morte. Não é absurdo sugerir a priori que po<strong>de</strong> existir algum pensamento<br />
particular cuja manifestação causaria a morte. Em um homem com doença<br />
cardíaca, por exemplo, o pensamento “Eu subirei a escada correndo”<br />
po<strong>de</strong>ria causar a morte tão diretamente quanto aquele: “Eu vou dar um tiro<br />
na cabeça”. Entretanto, naturalmente este pensamento age através da<br />
vonta<strong>de</strong> e do aparato <strong>de</strong> nervos e músculos. Mas não po<strong>de</strong>ria um medo<br />
súbito fazer com que o coração pare? Eu creio que existem casos<br />
registrados.<br />
Mas tudo isto é território <strong>de</strong>sconhecido, ou, como diria Frank Harris,<br />
Águas Inexploradas. Nós estamos nos acercando perigosamente do<br />
“arsênico mental” e “todo-<strong>de</strong>us-bem-ossos-verda<strong>de</strong>-luzes-fígado-mentebenção-coração-um<br />
e não uma série – e passe o dinheiro por favor”.<br />
O bom senso do homem mundano e prático basta para mim!<br />
1:10 a.m. Será que G.R.S. Mead, ou alguém <strong>de</strong> igual sabedoria, me<br />
faria o favor <strong>de</strong> explicar por que é que, se eu saio do meu corpo e viro-me<br />
(digamos) para o Oriente, eu posso virar-me (no “corpo astral”) até à<br />
direção Oeste-Sudoeste, mais ou menos, mas não posso passar além <strong>de</strong>la a<br />
não ser com a maior dificulda<strong>de</strong>, e após longa prática?<br />
Traçando o círculo, assim que eu chego ao Oeste a minha tendência é<br />
voltar imediatamente a Oeste-Noroeste; viro-me facilmente, em suma, para<br />
qualquer ponto exceto o Oeste, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um arco <strong>de</strong> 5º talvez; mas nunca