18.04.2013 Views

Aristeu Elisandro Machado Lopes - Universidade Estadual de ...

Aristeu Elisandro Machado Lopes - Universidade Estadual de ...

Aristeu Elisandro Machado Lopes - Universidade Estadual de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Pinheiro e compartilhado em O Mosquito. No entanto, ao reproduzirem o <strong>de</strong>senho, acabavam<br />

igualmente enfatizando – talvez não propositalmente – a campanha dos republicanos.<br />

Apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar não ser republicano, o jornal seguiria sendo relacionado à<br />

propaganda republicana possivelmente por causa das ilustrações que publicava. Essa situação<br />

foi enfrentada, sobretudo, por sua posição ambígua, ou seja, seus responsáveis se <strong>de</strong>claravam<br />

não republicanos na parte textual e utilizavam a simbologia republicana em suas ilustrações.<br />

Essa dicotomia seguiu em suas páginas ao longo <strong>de</strong> seu primeiro ano, como exemplificam o<br />

texto e a imagem analisados.<br />

Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

As duas ilustrações analisadas acima são apenas dois exemplos <strong>de</strong> um conjunto maior<br />

<strong>de</strong> imagens veiculadas na imprensa ilustrada do Rio <strong>de</strong> Janeiro nas últimas décadas do século<br />

XIX. Os dois <strong>de</strong>senhos, no entanto, <strong>de</strong>monstram que a questão republicana estava presente<br />

nas discussões políticas ocorridas no Corte, o centro político do Império do Brasil, e, <strong>de</strong>vido a<br />

sua importância, mereciam ser comentadas nas páginas dos periódicos.<br />

A primeira ilustração publicada na Semana Illustrada apresentava uma posição mais<br />

direta e crítica aos republicanos. Não somente a eles, os liberais radicais acabavam associados<br />

aos republicanos e seus jornais se tornavam duas comadres. A sátira presente na ilustração <strong>de</strong><br />

maneira explicita não foi encontrada no segundo <strong>de</strong>senho. Neste a leitura da Alegoria<br />

Feminina recebeu outro significado, em O Mequetrefe ela surge para satirizar o Império e<br />

atacar a Igreja Católica. A República, o seu i<strong>de</strong>al, igualmente recebe outro tratamento, se<br />

antes, na imagem da Semana foi vista com <strong>de</strong>saprovação, nesta, em O Mequetrefe, ela é<br />

consi<strong>de</strong>rada como a única capaz <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r a liberda<strong>de</strong> que o Brasil necessita para alcançar<br />

o progresso.<br />

Dessa forma, é possível consi<strong>de</strong>rar que a imprensa ilustrada do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

representada por essas duas ilustrações, possibilita averiguar o <strong>de</strong>senvolvimento da política <strong>de</strong><br />

seu tempo, as discussões e os i<strong>de</strong>ários <strong>de</strong>fendidos ou combatidos. Essas ilustrações, <strong>de</strong> igual<br />

maneira, permitem averiguar que a posição dos caricaturistas e colaboradores dos periódicos<br />

não foi unânime, ainda, <strong>de</strong>monstram como elas foram transmitidas aos seus leitores como<br />

uma leitura da realida<strong>de</strong> na qual estavam inseridos.<br />

Notas<br />

III Encontro Nacional <strong>de</strong> Estudos da Imagem<br />

03 a 06 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2011 - Londrina - PR<br />

423

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!