18.04.2013 Views

Aristeu Elisandro Machado Lopes - Universidade Estadual de ...

Aristeu Elisandro Machado Lopes - Universidade Estadual de ...

Aristeu Elisandro Machado Lopes - Universidade Estadual de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

III Encontro Nacional <strong>de</strong> Estudos da Imagem<br />

03 a 06 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2011 - Londrina - PR<br />

<strong>de</strong> circulação. A Semana foi o primeiro periódico que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado bem sucedido,<br />

<strong>de</strong>vido a sua circulação regular e longevida<strong>de</strong>.<br />

Henrique Fleiuss, segundo Herman Lima tomava parte da “vida palaciana”, ou seja,<br />

que ele tinha relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e respeito pelo Imperador Dom Pedro II e sua família.<br />

Ressalta, ainda que a sua vida pessoal refletiu-se em sua obra artística e que apesar <strong>de</strong><br />

algumas vezes direcionar sua sátira aos “homens da política conservadora, jamais lhe permitiu<br />

incorporar-se ao grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>molidores do trono” (LIMA, 1964, p.748); tal grupo era<br />

constituído pelos <strong>de</strong>mais caricaturistas da Corte. Fleiuss foi muito satirizado pelos <strong>de</strong>mais<br />

caricaturistas que atuavam na Corte concomitante a ele, no entanto, não foi averiguado uma<br />

crítica direta a sua “vida palaciana” 3 .<br />

Para Lucia Guimarães o respeito e as <strong>de</strong>ferências ao Império não <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>rados como subservientes ao governo e nem como uma falta <strong>de</strong> espírito crítico do<br />

caricaturista: “o lápis ágil e <strong>de</strong> ponta afiada <strong>de</strong> Henrique Fleiuss estava sempre pronto para<br />

satirizar as práticas pouco recomendadas dos políticos e das elites dirigentes” (GUIMARÃES,<br />

2006, p.92). Foi possível averiguar que houve sim um certo cuidado do caricaturista ao<br />

abordar a Família Imperial. Contudo, a autora está correta, uma vez que esse cuidado não<br />

significou que críticas a <strong>de</strong>terminados setores da vida política do Império fossem sim<br />

realizadas no periódico. Já ao que se refere aos republicanos, a sátira foi permanente. Se as<br />

suas relações com a Monarquia conduziam a sua conduta na elaboração <strong>de</strong> suas ilustrações,<br />

como coloca Lima, a critica ao i<strong>de</strong>ário republicano po<strong>de</strong>ria ser justificada apenas por essa<br />

atitu<strong>de</strong>. Entretanto, é possível consi<strong>de</strong>rar que a sátira produzida por Fleiuss aos republicanos<br />

foi também executada a partir das suas convicções políticas. Dessa forma, passava aos<br />

leitores, com as suas imagens, aquilo que consi<strong>de</strong>rava o caminho político correto, o qual<br />

<strong>de</strong>veria ser conduzido pela Monarquia e não por uma República.<br />

Parte das críticas aos republicanos nas páginas da Semana se dava acompanhada <strong>de</strong><br />

outra, direcionada aos Liberais radicais. Estes constituíam uma ala do Partido Liberal que em<br />

1868 após a queda do Gabinete Zacarias <strong>de</strong> Góis Monteiro, resolveu lançar um manifesto com<br />

uma pauta <strong>de</strong> reformas sugeridas ao partido (CARVALHO, 2007, p.24). Para propagar suas<br />

i<strong>de</strong>ias criaram o Centro Liberal e lançaram jornal oficial, Reforma. Os Jornais Reforma, dos<br />

liberais, e Republica dos republicanos apareciam nas ilustrações <strong>de</strong> Fleiuss associados, como<br />

<strong>de</strong>fensores das mesmas i<strong>de</strong>ias. Parte <strong>de</strong>sta atitu<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve as posições <strong>de</strong> alguns membros do<br />

partido Republicano que apesar <strong>de</strong> atuarem nas fileiras republicanas seguiam carreira política<br />

abrigados no Liberal. O melhor exemplo é Joaquim Saldanha Marinho que teve sua trajetória<br />

416

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!