Abate Humanitario - Denise Alessandra Gueirado.pdf - Qualittas
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DENISE ALESSANDRA GUEIRADO<br />
ABATE HUMANITÁRIO<br />
São Paulo<br />
2009
DENISE ALESSANDRA GUEIRADO<br />
ABATE HUMANITÁRIO<br />
Trabalho de Conclusão de Curso,<br />
apresentado como requisito da Pós-<br />
Graduação em Higiene e Inspeção de<br />
Produtos de Origem Animal (HIPOA) –<br />
UNIGRAN, orientado pelo professor<br />
Humberto Eustáquio Coelho.<br />
São Paulo<br />
2009<br />
1
A meus pais, pelo incentivo e pela<br />
disposição em me ajudar sempre.<br />
Ao Júnior, pelo amor, compreensão,<br />
paciência e disposição em me auxiliar.<br />
2
AGRADECIMENTO<br />
Ao meu orientador Professor Humberto Eustáquio Coelho, por sua<br />
atenção e conhecimento, não medindo esforços para repassá-los.<br />
3
Acredita no teu próprio pensamento. [...]<br />
Senão amanhã um estranho dirá, com<br />
magistral bom senso, exatamente o que<br />
pensamos e sentimos desde sempre, e<br />
seremos forçados a receber de outrem,<br />
envergonhados, a nossa própria opinião.<br />
Ralph Waldo Emerson – Poeta e Ensaísta<br />
Norte Americano<br />
4
RESUMO<br />
A tecnologia do abate de animais destinado ao consumo somente assumiu<br />
importância científica, quando observou-se que os eventos que se sucedem desde a<br />
propriedade rural até o abate tinham grande influência na qualidade da carne<br />
(SWATLAND, 2000 apud ROÇA, 2001). Atualmente, tenta-se fazer dessa operação<br />
uma coisa menos brutal, mesmo porque, a forma de forma de abater os animais<br />
influencia significativamente na qualidade da carne. Não só no abate, mas em todo o<br />
manejo feito antes deve seguir as normas que garantam um produto de melhor<br />
aceitação no mercado (ROÇA, 1999).<br />
Palavras chave: <strong>Abate</strong> de bovinos. Bem estar animal. Manejo ante mortem. Sangria.<br />
5
ABSTRACT<br />
The technology of the slaughter of animals intended for consumption only took<br />
scientific importance, when it was observed that the events that follow from farm to<br />
slaughter had great influence on meat quality (SWATLAND, 2000 apud ROÇA,<br />
2001). Currently, attempts to make this operation a little less brutal, because, the<br />
shape of form of slaughter animals significantly influences the quality of meat. Not<br />
only the killing, but in all treatment done before should follow the rules that guarantee<br />
a better product acceptance in the market (ROÇA, 1999).<br />
Key-words: Slaughter of cattle. Animal welfare. Management ante mortem. Sangria.<br />
6
LISTA DE FIGURAS<br />
FIGURA 1 – Zona de fuga e ponto de equilíbrio animal ............................................ 15<br />
FIGURA 2 – Carcaça ............................................................................................... 18<br />
FIGURA 3 – Curral anti-estresse ............................................................................... 20<br />
FIGURA 4 – Bovino passa por ducha antes do abate ............................................... 24<br />
7
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9<br />
2 OBJETIVO .............................................................................................................. 10<br />
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 11<br />
3.1 Considerações .................................................................................................... 11<br />
3.2 Legislação Européia ............................................................................................ 12<br />
3.3 Estresse .............................................................................................................. 13<br />
3.4 Manejo Pré-<strong>Abate</strong> ............................................................................................... 14<br />
3.5 Zona de Fuga e o Ponto de Equilíbrio ................................................................. 15<br />
3.6 Embarque e Desembarque ................................................................................. 16<br />
3.7 Transporte dos Animais....................................................................................... 17<br />
3.8 Curral................................................................................................................... 19<br />
3.9 Inspeção Ante-Mortem ........................................................................................ 20<br />
3.10 Dieta e Descanso Hídrico .................................................................................. 21<br />
3.11 Banho de Aspersão ........................................................................................... 21<br />
3.12 Manejo ............................................................................................................... 22<br />
3.13 Insensibilização ................................................................................................. 23<br />
3.14 <strong>Abate</strong> Kosher ..................................................................................................... 25<br />
3.15 Sangria .............................................................................................................. 26<br />
4 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 28<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 29<br />
8
1 INTRODUÇÃO<br />
O abate humanitário é um conjunto de procedimentos técnicos e<br />
científicos que garantem o bem estar animal desde o embarque na propriedade rural<br />
até a operação de sangria no matadouro-frigorífico. Devem ser evitados sofrimentos<br />
desnecessários aos animais e serem tratados sob condições humanitárias ao longo<br />
dos períodos que antecedem o abate.<br />
Em outros tempos, o abate de bois era um verdadeiro massacre. No<br />
Brasil Imperial os animais eram mortos em grupos cerca de 40 por vez; colocados<br />
em um corredor (tronqueira) e quatro escravos se atiravam sobre eles, espatifando<br />
as cabeças dos animais semi imobilizados, que eram esquartejados a seguir (ROÇA,<br />
1999).<br />
9
2 OBJETIVO<br />
O objetivo é fazer um levantamento bibliográfico sobre as condições<br />
humanitárias para que não prevaleçam somente no ato do abate, mas sim em todos<br />
os momentos precedentes a ele, avaliando-se os pontos críticos com a finalidade de<br />
estabelecer o bem estar animal e consequentemente melhorar a qualidade da carne.<br />
10
3 REVISÃO DE LITERATURA<br />
3.1 Considerações<br />
Um produto, para ser de qualidade tem que atender perfeitamente as<br />
necessidades do cliente, de forma confiável, acessível e segura. No caso deste<br />
produto ser um alimento, como a carne bovina, e o cliente ser um consumidor<br />
moderno e muito seletivo, é preciso se adaptar a uma definição de modo a obter<br />
valor nutritivo, sanidade e características organoléticas (FELICIO, 1997).<br />
A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) vem demonstrando<br />
grande interesse em relação ao Bem Estar Animal, colaborando com a sua<br />
influência, conhecimentos e recurso financeiros, de modo a incrementar as<br />
pesquisas e divulgação no sentido de se obter melhores resultados. No entanto<br />
estes esforços todos buscam uma posição mundial muito firme, de tal forma que se<br />
busquem a implementação e divulgação das normas de procedimentos voltados ao<br />
Bem Estar Animal. Em um primeiro momento aos países membros da OIE, assim<br />
como países exportadores de alimentos de origem animal para a Comunidade<br />
Européia (VIDAL, 2004).<br />
Em países como União Européia e os Estados Unidos, a preocupação<br />
com os métodos de criação e manejo dos animais criados para o consumo vem<br />
exercendo uma grande pressão sobre criadores e abatedores de animais, uma vez<br />
que este serão obrigado a seguir as normas de bem-estar animal para garantir a<br />
venda de seu produto no mercado externo (FILHO; SILVA, 2004).<br />
No Brasil, as normas para bem estar animal, em âmbito federal, datam<br />
de janeiro de 2000, quando entrava em vigor o Regulamento Técnico de Métodos de<br />
Insensibilização para o <strong>Abate</strong> Humanitário de Animais de Açougue, constante do<br />
Anexo da Instrução Normativa – D.O.U./24.01.00, do Departamento de Inspeção de<br />
Produtos de Origem Animal (Dipoa/MAPA). Até a elaboração da Instrução Normativa<br />
n° 3, o Ministério da Agricultura possuía como referências, anexos e portarias<br />
específicas para cada espécie animal (ROÇA, 2003).<br />
11
3.2 Legislação Européia<br />
A legislação na Europa foi criada com o objetivo de melhorar o bem<br />
estar animal, foi elaborada devido à pressão da população. Membros do parlamento<br />
europeu receberam mais cartas sobre bem estar animal do que sobre qualquer outro<br />
assunto. Algumas legislações da União Européia interessam outros países que<br />
estão desenvolvendo legislação nesta área (ROÇA; SERRANO, 2002).<br />
Foi criada a Diretiva 91/629/EEC, sobre instalações e manejo, uma das<br />
mais importantes na Europa nas diretivas da Comunidade Européia (C.E) é o<br />
parágrafo relativo às importações provenientes de países do Terceiro Mundo. Por<br />
isso produtos de origem animal não podem ser importados pelo C.E, a menos que<br />
as instalações e as condições de transporte e abate sejam compatíveis com a<br />
legislação. Para importação na Comunidade, os animais de procedência de um<br />
terceiro país deverão ser acompanhados de um certificado emitido pela autoridade<br />
competente do país, que ateste que os animais se beneficiaram de um tratamento<br />
pelo que equivale ao concedido aos animais de origem comunitária, tal como<br />
previsto pela presente diretiva (ROÇA; SERRANO, 2002).<br />
Em relação ao transporte de animais de fazenda, foi proposto a Diretiva<br />
91/628/EEC, relativa às condições durante o transporte. Dois princípios gerais fazem<br />
parte dessa Diretiva: os animais não devem ser machucados ou sofrerem<br />
desnecessariamente; os animais devem ser alimentados para o transporte. Não é<br />
permitido o transporte de fêmeas prenhas que poderiam entrar em trabalho de parto<br />
durante o mesmo. Duração do tempo de viagem para bovinos é de 16 horas (ROÇA;<br />
SERRANO, 2002).<br />
Todo animal deve ser atordoado eletricamente ou pelo uso de pistola<br />
de projétil cativo antes de serem sangrados, com exceções para abate, destinado a<br />
rituais religiosos (ROÇA; SERRANO, 2002).<br />
12
3.3 Estresse<br />
O estresse consiste em um conjunto de reações comportamentais e<br />
fisiológicas de um animal quando submetido a condições naturais ou artificiais que<br />
possam comprometer sua homeostasia (MARCHETO, 2004).<br />
Durante o rigor mortis, a energia utilizada pelas células é obtida através<br />
da glicólise (quebra de glicogênio), sendo que a esta reação tem como produto final<br />
o ácido lático, responsável pela queda do pH na carcaça (FELÌCIO, 1997).<br />
Um animal exausto apresenta menor quantidade de glicogênio, com<br />
conseqüente redução da formação de ácido lático e lenta queda do pH, o que<br />
significa carne com menor possibilidade de conservação das características físicas e<br />
organolépticas. Sendo assim, fica evidente a relação entre a concentração de<br />
glicogênio do músculo no momento de abate e sua influência nas reações<br />
bioquímicas post-mortem, as quais determinam a qualidade da carne para o<br />
consumo e processamento (VALSECHI, 2001). Sendo que este também evidencia<br />
que as características e propriedades da carne dependem da velocidade do declínio<br />
do pH, bem como seu valor final estabilizado. Esta condição resulta na desnaturação<br />
das proteínas musculares, diminuição da capacidade de retenção de água,<br />
mudanças na aparência da cor normal da carne.<br />
Quando ocorre transformações bioquímicas inadequadas do músculo,<br />
produzem carnes com as suas qualidades comprometidas, sendo classificadas como<br />
(PSE) (pale, soft, exudative), significando pálida, macia e molhada, e DFD (dark,<br />
firm, dry) caracterizada como escura, firme e seca, qualidades observadas na sua<br />
superfície (VALSECHI, 2001).<br />
A diferença entre PSE e DFD é que o primeiro está associado ao<br />
estresse rápido, que ocorre imediatamente antes do abate, enquanto que o DFD<br />
está intimamente ligado ao estresse em período longo antes do abate (HEDRICK et<br />
al., LAWRIE, 1998; OWENS, SAMS, 2000 apud OLIVO 2004, p.27).<br />
As carnes com pH acima de 6,2 apresentam sua textura e cor alterada,<br />
caracterizando cortes DFD; a queda exagerada do pH, imediata após o abate, e do<br />
defeito combinado de baixo pH e alta temperatura no músculo, ocorre a<br />
desnaturação das proteínas sarcoplasmáticas e miofibrilares. Essa condição propicia<br />
13
uma carne mais clara, mole e exudativa, conhecida como PSE (PARANHOS DA<br />
COSTA, 2004).<br />
3.4 Manejo Pré-<strong>Abate</strong><br />
Segundo Paranhos da Costa (2004), destaca o manejo ante mortem<br />
como muito importante para a melhoria da rentabilidade da cadeia produtiva, sendo<br />
necessários aprimoramentos desde o manejo e instalações nas propriedades, assim<br />
como também das condições gerais dos veículos, forma de conduzi-los, das<br />
instalações e do manejo no frigorífico.<br />
Os problemas de bem estar animal estão sempre relacionados com<br />
instalações e equipamentos inadequados, distração que impedem o movimento do<br />
animal, falta de treinamento do pessoal (GRANDIN, 1996).<br />
Basicamente há cinco problemas de bem estar animal nos matadouros<br />
frigoríficos (GRANDIN, 1996):<br />
a) Estresse provocado por equipamentos e métodos impróprios que<br />
desencadeiam excitação, estresse e contusões;<br />
b) Transtornos que impedem o movimento natural do animal, como<br />
reflexo da água no piso, brilho de metais e ruídos de alta<br />
freqüência;<br />
c) Falta de treinamento pessoal;<br />
d) Falta de manutenção de equipamentos, conservação de pisos e<br />
corredores;<br />
e) Condições precárias em que os animais chegam ao<br />
estabelecimento, principalmente devido ao transporte.<br />
A retenção dos animais, o manejo adotado e as inovações que o<br />
animal recebe são causas de estresse psicológico, enquanto os extremos de<br />
temperatura, fome sede, fadiga e injúria são as principais causas do estresse físico<br />
(GRANDIN, 1997).<br />
14
3.5 Zona de Fuga e o Ponto de Equilíbrio<br />
A eficiência do manejo está diretamente ligada ao entendimento destes<br />
princípios. Mesmo sem o conhecimento da “teoria” dos dois princípios, todas<br />
pessoas que trabalham com bovinos, de alguma maneira os utilizam. “Zona de fuga”<br />
é o espaço individual de cada animal que delimita a distância (“distância de fuga”)<br />
que ele se mantêm de uma pessoa – ou predador. Quando pressionamos no limite<br />
da zona de fuga do animal, este se afasta. Penetração acentuada na zona de fuga<br />
pode causar pânico (FORTES, 2002).<br />
FIGURA 01- Zona de fuga e ponto de equilíbrio animal<br />
Fonte: http://www.grandin.com/spanish/zona.fuga.ht<br />
O tamanho e formato desta área são dinâmicos, e se alteram<br />
continuamente devido a diversos fatores internos e externos e suas interações:<br />
genéticas, experiências prévias, o ambiente físico e biológico, a maneira como uma<br />
pessoa se aproxima etc. O ponto de equilíbrio localiza-se no “ombro” (pá, paleta etc.)<br />
do bovino. Se pressionarmos além do limite (de qualquer posição), entrando muito<br />
dentro da zona de fuga, os animais se afastarão rapidamente e poderão mesmo<br />
entrar em pânico caso estejam sem opções de fuga. Quanto mais agressivo o<br />
15
manejo, mais brusca será a fuga. Portanto, devemos sempre trabalhar na chamada<br />
“zona de pressão”, que se localiza ao redor da zona de fuga (FORTES, 2002).<br />
No Brasil não temos prestado atenção a esta etapa da produção,<br />
mesmo aqueles diretamente envolvidos – produtores, transportadores e frigoríficos –<br />
poucos sabem sobre as conseqüências de um manejo pré abate inadequado, que<br />
certamente traz reflexos negativos na rentabilidade do pecuarista, frigorífico e<br />
consumidor (PARANHOS DA COSTA, 2004).<br />
3.6 Embarque e Desembarque<br />
Na etapa inicial do manejo pré abate dos animais, a qual inspira<br />
preocupações, uma vez que os responsáveis pelo embarque dos animais nos<br />
caminhões de transporte normalmente não apresentam conhecimentos sobre os<br />
princípios básicos do bem- estar. Sendo assim, tornam-se comuns o uso de métodos<br />
não recomendados, como ferrões ou choque elétrico, os quais levam os animais a<br />
uma condição de estresse, resultante da dor e sofrimento desnecessário. Tais<br />
condições levam ao comprometimento da carcaça, que poderá apresentar lesões<br />
(BARBOSA FILHO; SILVA, 2004).<br />
De acordo com Barbosa Filho e Silva (2004) é de grande importância<br />
observar o piso do embarcadouro, devendo este ser antiderrapante a fim de evitar<br />
escorregamento dos animais na subida e descida do caminhão.<br />
Quando bem controlado o desembarque não produz estresse<br />
acentuado nos bovinos. No entanto, cuidados devem ser tomados a fim de reduzir<br />
ao máximo os prejuízos que podem direta ou indiretamente prejudicar a qualidade<br />
da carcaça (SEBRAE/MS, 2003).<br />
O caminhão transportador ao estacionar para o embarque e<br />
desembarque deve se posicionar de maneira a não deixar espaços evitando em<br />
saltos dos animais, causando possíveis contusões e hematomas (BARBOSA FILHO;<br />
SILVA, 2004).<br />
O ângulo formado pela rampa de acesso ao veículo em relação ao solo<br />
não deve ser superior a 20°, sendo desejável um ângulo de 15° (CORTESI, 1994<br />
apud ROÇA 2001, p.8).<br />
16
Na expectativa de acelerar o processo de embarque e desembarque<br />
(ou de entrada em bretes ou troncos), geralmente estimulamos os animais com<br />
ferrões, choques elétricos e com pancadas fortes. Tal atitude irá estressar ainda<br />
mais os animais, aumentando a agressividade e os riscos de acidentes (eles podem<br />
se atirar contra as grades do caminhão, pular sobre outros animais, escorregar, cair<br />
atacar os outros animais com cabeçadas e coices etc.) (PARANHOS DA COSTA,<br />
2003).<br />
O uso de bastões elétricos e ferrões estão sendo substituídos no<br />
manejo por bandeiras coloridas a fim de evitar a dor do animal, reduzir o estresse e<br />
maus tratos aos mesmos (BARBOSA FILHO; SILVA, 2004).<br />
Os dispositivos produtores de descargas elétricas apenas poderão ser<br />
utilizados em caráter excepcional, nos animais que se recusem mover, desde que<br />
essas descargas não durem mais de dois segundos e haja espaço suficiente para<br />
que os animais avancem (Instrução Normativa N° 3/MAPA 2000).<br />
O bastão elétrico não deve ser utilizado em partes sensíveis dos<br />
animais como olhos, orelhas e mucosas. Os bastões não devem ter mais de 50 volts<br />
(instrução Normativa N° 3 MAPA 2000).<br />
A necessidade da utilização do bastão elétrico para conduzir os<br />
animais também constitui um sinal de que o manejo está inadequado (PARANHOS<br />
DA COSTA, 2004).<br />
3.7 Transporte dos Animais<br />
O transporte rodoviário é o meio mais comum de condução de animais<br />
para o abate, em caminhões “boiadeiros”, com três divisões: anterior, intermediária e<br />
posterior. A capacidade de carga média é de 5 animais na parte anterior e posterior<br />
e 10 animais na parte intermediária, totalizando 20 bovinos. A densidade da carga é<br />
o principal aspecto a ser considerado no transporte de bovinos, sendo classificada<br />
em alta (600 kg/m²), média (400 kg/m²) e baixa (200 kg/m²). No Brasil, a densidade<br />
de carga utilizada é em média de (390 a 410 kg/m²), visando diminuir as contusões e<br />
mortes causadas pela super população (ROÇA, 2001).<br />
17
Quanto às características do caminhão, este deve ter laterais fechadas<br />
na altura da cabeça do animal para o lote não se estressar com a paisagem. Os<br />
motoristas devem ser orientados para passarem em lombadas com baixa velocidade<br />
e evitar freada e curvas bruscas. As paradas devem ser feitas, na sombra. Deve-se<br />
ser feita uma verificação sempre que possível, observando se os animais estão<br />
corretos (FORTES, 2002).<br />
No Brasil, principalmente em função das longas distâncias percorridas,<br />
embarque e desembarque precários, lotação e ventilação impróprias no caminhão, o<br />
transporte é uma das etapas que mais estressa os animais, causando mortes,<br />
traumatismos, quedas de peso e estresse (ROÇA, 2003).<br />
Mesmo em condições de transporte em jornadas curtas o gado mostra<br />
sinais de estresse. Isso denota o quanto o planejamento do trajeto executado no<br />
transporte é importante na qualidade final da carne (ROÇA; SERRANO, 2002).<br />
As extensões das contusões nas carcaças representam uma forma de<br />
avaliação da qualidade do transporte, afetando diretamente a qualidade da carcaça,<br />
considerando que as áreas afetadas são aparadas da carcaça, com auxilio de facas,<br />
resultando em perda econômica e sendo indicativo de problemas com o bem estar<br />
animal (JARVIS; COCKRAM, 1994 apud ROÇA, 2002).<br />
FIGURA 2 – Carcaça<br />
Fonte: Fundepec<br />
18
3.8 Curral<br />
É fundamental que após o desembarque no abatedouro, os animais<br />
tenham a sua disposição um local, geralmente chamado de curral de espera, onde<br />
permaneçam por tempo suficiente para se acalmarem e descansarem da viagem,<br />
antes de prosseguirem para as próximas etapas de abate (BARBOSA FILHO, 2004).<br />
Segundo o RIISPOA (art. 34-7) - Regulamento de Inspeção Industrial e<br />
Sanitária de Produtos de Origem Animal (1997), os currais devem estar localizados<br />
no mínimo a 20 m² das dependências onde se processam os produtos comestíveis e<br />
de maneira oposta aos ventos predominantes, para que não levem poeiras ou<br />
emanações em direção ao estabelecimento.<br />
O curral deve possuir um declive de 2% cercas duplas com dois metros<br />
de altura no mínimo, sem cantos e proeminência, bebedouros e porteiras com a<br />
mesma largura do corredor também são recomendados para que não haja aperto e<br />
por conseqüência contusões no momento de conduzir os animais. A área do curral é<br />
calculada na razão de 2,5m, por animal (ANUALPEC, 2004).<br />
A superlotação nos currais aumenta o grau de contusões e o estresse<br />
dos animais influenciando na qualidade da carcaça (FORTES, 2002).<br />
Para Grandin (1997) os currais devem ser construídos em círculo e<br />
semicírculos para evitar a presença de cantos perdidos dentro de suas subdivisões,<br />
facilitando assim, o manejo dos animais dentro dos mesmos.<br />
A utilização de currais anti-estresse se torna cada vez mais importante,<br />
já que com o manejo adequado dos animais, podemos diminuir o estresse, evitar<br />
contusões, perda de peso, enrijecimento da carne e consequentemente ganhar na<br />
produtividade. O uso desses currais chamados anti-estresse vem aumentando a<br />
cada dia. Estudos revelaram haver uma correlação do estresse a que se submetem<br />
os animais do curral com o seu desempenho produtivo (ANUALPEC, 2004).<br />
19
FIGURA 3 – Curral anti-estresse<br />
Fonte:http://www.beefpoint.com.br/?actA=7&arealID=60&secaoID=230¬iciaID=5255<br />
3.9 Inspeção Ante-Mortem<br />
A inspeção ante-mortem constitui, na primeira linha real de defesa do<br />
consumidor no sentido de oferecer um produto saudável. Através desse exame,<br />
busca-se eliminar do consumo “in natura”, aqueles que, sejam impróprios para tal. é<br />
exclusivamente realizada pelo médico veterinário (PRATA, 1999).<br />
Durante o período que os animais permanecem em descanso e dieta<br />
hídrica, é realizada a inspeção ante-mortem com a finalidade de identificar o estado<br />
higiênico e sanitário dos animais, exigir e verificar os certificados de vacinação,<br />
identificar e isolar os animais doentes e suspeitos antes do abate e verificar<br />
higienização do curral e anexos (ROÇA, SERRANO, 2002).<br />
Os animais acidentados ou em estado de sofrimento durante o<br />
transporte ou a chegada no estabelecimento de abate devem ser submetidos à<br />
matança de emergência. Para tal, os animais não devem ser arrastados e sim<br />
transportados para o local do abate de emergência por meio apropriado, meio este<br />
que não acarrete qualquer sofrimento inútil (Instrução Normativa N°3/ MAPA 2000).<br />
20
3.10 Dieta e Descanso Hídrico<br />
O período de dieta e descanso hídrico no matadouro consiste no tempo<br />
necessário para que os animais se recuperem totalmente das perturbações surgidas<br />
pelo deslocamento do local de origem até o frigorífico. O descanso tem como<br />
objetivo principal reduzir o conteúdo gástrico para facilitar a evisceração da carcaça,<br />
evitando contaminações, e também restabelecer as reservas de glicogênio antes do<br />
abate (ROÇA, 2003).<br />
De acordo com o Artigo n° 110 do RIISPOA (Regulamento de Inspeção<br />
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal), os animais devem permanecer<br />
em descanso, jejum e dieta hídrica nos currais por 24 horas. Podendo ser diminuído<br />
em função de menor distância percorrida. Geralmente, é necessário um período de<br />
12 a 24 horas de retenção e descanso para que os gados que foram submetidos a<br />
condições desfavoráveis se recuperem.<br />
A privação de alimento e água conduz à perda de peso do animal. A<br />
razão da perda de peso relatada na literatura científica é variável, de 0,75% a 11%<br />
do peso vivo nas primeiras 24 horas de privação de água e alimento. A perda de<br />
peso é motivada inicialmente pela perda do conteúdo gastrintestinal e o acesso à<br />
água durante a privação reduz as perdas (WARRIS, 1990; KNOWLES, 1999 apud<br />
ROÇA 2001).<br />
3.11 Banho de Aspersão<br />
A rampa de acesso ao boxe de atordoamento, de acordo com o<br />
Ministério da Agricultura (MAPA), deve dispor de um sistema tubular de chuveiros,<br />
dispostos transversal, longitudinal e lateralmente, orientando os jatos para o centro<br />
do “banheiro”. A água deve ter a pressão não inferior a 3 atmosferas (3,03 Kgf/cm²)<br />
e recomenda-se hipercloração a 15 ppm de cloro (quinze partes por milhão)<br />
(RIISPOA, 1997).<br />
No Brasil, o afunilamento da rampa de acesso é denominado “seringa”,<br />
onde também há canos perfurados ou burrifadores, conforme Artigo n° 146 do<br />
21
RIISPOA. A seringa simples ou dupla, leva até ao boxe de atordoamento, deve ter<br />
transversalmente a forma “V”, com a finalidade de permitir a passagem de apenas<br />
um animal por vez.<br />
O objetivo do banho de aspersão antes do abate é limpar a pele para<br />
assegurar uma esfola higiênica, reduzir a poeira, tendo em vista que a pele fica<br />
úmida, portanto, diminuirá a sujeira na sala de abate (STEINER, 1983 apud ROÇA,<br />
2001, p.245).<br />
3.12 Manejo<br />
FIGURA 4 – Bovino passa por ducha antes do abate<br />
Fonte: Rodrigo Marcondes<br />
A avaliação dos deslizamentos e quedas dos animais bem como das<br />
vocalizações ou mugidos dos animais na rampa de acesso ao boxe de<br />
insensibilização, deve ser realizado em no mínimo 50 animais, com a seguinte<br />
pontuação:<br />
- excelente: sem deslizamentos ou quedas;<br />
- aceitável: deslizamentos em menos de 3% dos animais;<br />
- não aceitável: 1% de quedas;<br />
- problema sério: 5% de quedas ou mais de 15% de deslizamentos.<br />
22
Todas as áreas por onde os animais caminham devem,<br />
obrigatoriamente possuir piso antiderrapante. Com um manejo tranqüilo que<br />
proporcione o bem-estar dos animais, torna-se quase impossível que escorreguem<br />
ou sofram quedas. As vocalizações ou mugidos são indicativos de dor nos bovinos.<br />
O número de vezes que o bovino vocaliza durante o manejo estressante tem relação<br />
com o nível de cortisol plasmático. A utilização de bastão elétrico para conduzir os<br />
animais é um motivo de alto índice de mugidos. A avaliação deve ser realizada no<br />
mínimo em 100 animais, também na rampa de acesso ao boxe de insensibilização<br />
(GRANDIN, 2000).<br />
3.13 Insensibilização<br />
O critério de avaliação segundo Grandin é:<br />
- excelente: até 0,5 dos bovinos vocalizam;<br />
- aceitável: 3% dos bovinos vocalizam;<br />
- não aceitável: 4 a 10% vocalizam;<br />
- problema sério: mais de 10% vocalizam.<br />
Segundo Roça (2001), os métodos de insensibilização podem ser<br />
considerados a primeira operação de abate.<br />
O atordoamento consiste em colocar o animal em um estado de<br />
inconsciência, que perdure até o fim da sangria, não causando sofrimento<br />
desnecessário e promovendo uma sangria tão completa quanto possível. (Instrução<br />
Normativa N° 3/MAPA 2000).<br />
Para realização do atordoamento dentro da proposta de abate<br />
humanitário, são exigidos equipamentos diferentes de acordo com o animal a ser<br />
abatido. Para bovinos é necessária a pistola de dardo cativo ou a pistola pneumática<br />
de penetração; para suínos e aves, a eletronarcose e a insensibilização por CO2 e<br />
para ovinos, a eletronarcose e a pistola de dardo cativo (ROÇA, 2002).<br />
O atordoamento dos animais representa apenas uma etapa do<br />
processo dentro da indústria, e uma falha ou demora pode afetar todo o restante do<br />
processamento, gerando também alguns prejuízos desnecessários (PICCHI, 1996).<br />
23
Os únicos processos de atordoamento de animais previstos na<br />
Convenção Européia sobre Proteção dos Animais são: os meios mecânicos com a<br />
utilização de instrumentos com percussão ou perfuração do cérebro; eletronarcose e<br />
anestesia por gás (ROÇA, 2003).<br />
O método considerado o mais eficiente é a pistola de dardo cativo. O<br />
dardo atravessa o crânio do animal em alta velocidade (100 a 300 m/s) e força (50<br />
kg/mm²), produzindo uma cavidade temporária no cérebro. A injúria cerebral é<br />
provocada pelo aumento da pressão interna e pelo efeito dilacerador do dardo<br />
(ROÇA; SERRANO, 2002).<br />
Um atordoamento mecânico efetivo pode ser definido como aquele que<br />
torna os animais imediatamente inconscientes, exibindo exageradas reações<br />
tônicas, seguidas por gradual relaxamento e por patadas involuntárias (PRATA,<br />
1999).<br />
Os sinais físicos que devem ser evidenciados são:<br />
- ausência de respiração rítmica;<br />
- expressão fixa e vidrada;<br />
- ausência de reflexo córneo;<br />
- mandíbula relaxada e línguas soltas, caídas para fora da boca.<br />
O ponto de insensibilização é determinado pelo traçado uma linha<br />
imaginária transversal da base dos chifres em direção aos olhos do lado posto,<br />
sendo a intersecção das duas o local exato. Portanto, é uma operação muito<br />
importante, pois evita o sofrimento do animal (ROÇA; SERRANO, 2001).<br />
Cabe ao estabelecimento, realizar, pelo menos uma vez ao dia, o<br />
monitoramento do processo de insensibilização e sangria (Instrução Normativa N°<br />
3/MAPA 2000).<br />
Após a insensibilização, o animal desliza sobre a grade tubular da área<br />
de vômito e é suspenso ao trilho aéreo por um membro posterior com auxílio de um<br />
gancho e uma roldana (ROÇA; SERRANO, 2002).<br />
24
3.14 <strong>Abate</strong> Kosher<br />
A religião judaica é a mais exigente quanto às normas de alimentação,<br />
que envolve seleção de matéria prima, abate de animais, preparo e consumo de<br />
alimentos, uso de determinados utensílios e também regras de alimentação em<br />
certos dias como sabbath ou dias de festas (LUCK, 1994, 1995). Em contraste com<br />
a exigência religiosa, estes métodos tem sido criticados, tanto pela crueldade, como<br />
também pela falta de cuidados quanto ao aspecto higiênico-sanitário (LUCK, 1994).<br />
O abate Koscher envolve a contenção do animal, estiramento da<br />
cabeça através de um gancho, e uma incisão, sem movimentos bruscos, entre a<br />
cartilagem cricóide e a laringe, cortando a pele, músculos, traquéia, esôfago, veias<br />
jugulares e artérias carótidas (ROÇA, 2003).<br />
São denominados métodos judaico e maometano (abate ritual), o<br />
sacrifício de animais para consumo humano, obedecendo a um ritual religioso muito<br />
antigo engajado na cultura desses povos. Quanto ao aspecto humanitário,<br />
constituem métodos sujeitos a muita controvérsia. O ritual maometano não proíbe a<br />
prévia insensibilização do animal, já o ritual judaico proíbe qualquer golpe sobre a<br />
cabeça do animal, pois qualquer traumatismo ou laceração torna a carne imprópria<br />
para o consumo (PRATA, 1999).<br />
Tanto por razões humanitárias como de segurança, os frigoríficos que<br />
executam abate judaico devem instalar equipamentos modernos de contenção<br />
vertical. A prática de suspender os bovinos ou ovinos vivos deve ser eliminada.<br />
O aparelho consiste em um boxe estreito com abertura na frente para a<br />
cabeça do animal. Após a entrada do animal no boxe, um portão o empurra para<br />
frente e um levantador abdominal é encostado debaixo do peito. A cabeça é contida<br />
por um levantador facial de maneira que o rabino possa executar a degola. O<br />
movimento do levantador abdominal deve ser restrito a 70 centímetros, de forma que<br />
não levante o animal do piso. O portão que empurra o traseiro deve estar equipado<br />
com um regulador de pressão separado, que permita ao operador regular a pressão<br />
exercida sobre o animal. Na maior parte dos casos o animal se manterá quieto e o<br />
boxe se fecha devagar e assim menos pressão deverá ser exercida para a<br />
contenção perfeita (GRANDIN & REGENSTEIN, 1994).<br />
25
Segundo a ASPCA (GRANDIN, 2000a), o boxe ASPCA pode ser<br />
instalado com facilidade em um fim de semana sem maior interrupção no frigorífico.<br />
Tem capacidade máxima de 100 cabeças de bovinos por hora e funciona<br />
eficientemente na razão de 75 animais/hora.<br />
3.15 Sangria<br />
A sangria é realizada pela abertura sagital da barbela através da linha<br />
alba e secção da aorta anterior e veia cava anterior, no início das artérias carótidas e<br />
final das veias jugulares. O sangue é recolhido pela canaleta de sangria (ROÇA,<br />
SERRANO, 2002). Deve-se cuidar para que a faca não avance muito em direção ao<br />
peito, porque o sangue poderá entrar na cavidade torácica e aderir a pleura parietal<br />
e às extremidades das costelas. É conveniente a utilização de duas facas para<br />
sangria: uma para incisão da barbela e outra para o corte dos vasos, para se evitar<br />
contaminação do lado externo com o lado interno. As facas devem ser mergulhadas<br />
na caixa de esterilização após a sangria de cada animal, tendo em vista que<br />
microrganismos da faca já forma encontrados no músculo e medula óssea (PICCHI,<br />
1996).<br />
A operação inicial de sangria deve ser realizada no máximo um minuto<br />
após a insensibilização (Instrução Normativa N° 3/MAPA 2000).<br />
Para Bartels (1980), a quantidade de sangue obtida na sangria com o<br />
animal deitado é aproximadamente de 3,96 L/100 Kg de peso vivo e com utilização<br />
do trilho aéreo é de 4,42 L/Kg (BARTELS, 1980 apud ROÇA; SERRANO, 2002).<br />
Em uma boa sangria, necessária para a obtenção de uma carne com<br />
adequada capacidade de conservação, é removido cerca de 50% a 60% do volume<br />
total de sangue, sendo que o restante fica retido nos músculos, vasos e órgãos vitais<br />
(ROÇA, 2001).<br />
O pH do sangue é alto (7,35-7,45), devido grande teor protéico, tendo<br />
uma rápida putrefação, portanto a eficiência da sangria pode ser considerada uma<br />
exigência importante das operações de abate para a obtenção de um produto de alta<br />
qualidade (ROÇA, 2001).<br />
26
Um problema relacionado com a sangria é o aparecimento de<br />
hemorragias musculares caracterizadas por petéquias, listras ou equimoses em<br />
várias partes da musculatura, provocada por aumento da pressão sanguínea e<br />
ruptura capilar (LEACH, 1985; THORNTON, 1969 apud ROÇA, 2001).<br />
Vários fatores são responsáveis pela eficiência da sangria. Podem ser<br />
citados os estados físicos do animal antes do abate, método de atordoamento,<br />
enfermidades que afetam o sistema circulatório, e além da própria sangria feita<br />
deficientemente (ROÇA, SERRANO, 2002).<br />
27
4 CONCLUSÃO<br />
Evitar o sofrimento desnecessário dos animais, desde o manejo na<br />
propriedade, visando um transporte adequado, insensibililização por meio correto por<br />
profissionais treinados. Garantindo um produto com características sensoriais<br />
satisfatórias ao consumidor, atendendo o mercado interno e as exigências da União<br />
Européia por razões humanitárias e também pela saúde pública.<br />
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