Dissertação Mestrado de Stephanie Afonso.pdf - DSpace at ISMT
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O efeito da frequência <strong>de</strong> um programa promoção <strong>de</strong> competências pessoais e sociais em crianças<br />
institucionalizadas<br />
5. CONCLUSÃO<br />
O estudo realizado permite concluir que a implementação do programa <strong>de</strong><br />
promoção <strong>de</strong> competências pessoais e sociais teve melhoria em algumas áreas. Na nossa<br />
hipótese geral, antevíamos que os resultados na avaliação final seriam melhores que na<br />
avaliação inicial. No entanto, verificamos parcialmente esta hipótese, pois apesar do<br />
grupo experimental ter melhorado os seus resultados em todas as áreas avaliadas,<br />
concluímos na avaliação final, que apenas foi possível averiguar diferenças<br />
signific<strong>at</strong>ivas em três áreas, a saber: comunicação geral e agressiva, nas estr<strong>at</strong>égias<br />
coping, activas e cognitivo-comportamentais e na inteligência emocional.<br />
Foram apuradas melhorias nas variáveis relacionadas com a relação com os outros,<br />
na área interpessoal, o que po<strong>de</strong> estar relacionada com o facto do programa ter sido<br />
estimulado em grupo. De acordo com Gardner (1998), a área da inteligência Emocional<br />
é um elemento fundamental pois é crucial para o discernimento emocional, da auto-<br />
compreensão e do auto-conhecimento. Só po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar e reconhecer um<br />
sentimento numa outra pessoa, se tivermos a consciência clara <strong>de</strong> existência <strong>de</strong> nós<br />
mesmos. Para que haja emp<strong>at</strong>ia verda<strong>de</strong>ira é preciso comparar o nosso sentimento com<br />
o sentimento do outro. Contudo, dado que os resultados na área intrapessoal não foram<br />
os mais <strong>de</strong>sejados, alvitramos que em possíveis estudos futuros algumas activida<strong>de</strong>s e<br />
tarefas sejam estimuladas <strong>de</strong> forma individual, <strong>de</strong> modo a que as competências<br />
intrapessoais sejam aumentadas.<br />
Por outro lado, seria importante uma continuação do estudo, no sentido <strong>de</strong><br />
proporcionar uma continuação da estimulação das variáveis nestas crianças, para<br />
verificar ou aferir com maior rigor e clareza os resultados a longo prazo. Salienta-se que<br />
a falta <strong>de</strong> um posterior follow-up, ou seja, a falta <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> acompanhamento do<br />
grupo, não nos permite averiguar a longo prazo se os ganhos obtidos com a intervenção<br />
são apenas limitados no tempo, ou se por outro lado, se representam alterações<br />
duradouras nas competências adquiridas.<br />
Seria também pertinente englobar nestes programas todos os agentes <strong>de</strong> educação,<br />
professores e auxiliares do lar, visto que os programas <strong>de</strong> intervenção com um cariz<br />
<strong>de</strong>senvolvimental <strong>de</strong>verão apresentar uma visão holística do sujeito (Moreira, 2002b;<br />
M<strong>at</strong>os, 1997, 1998). No que se refere à intervenção, ao nível das instituições, esta não<br />
po<strong>de</strong> incidir exclusivamente nas crianças e jovens, mas <strong>de</strong>verá incluir a formação dos<br />
técnicos, nunca esquecendo a importância das relações interpessoais, do trabalho em<br />
grupo, e ainda da vivência pessoal como meio <strong>de</strong> compreensão e facilitador da<br />
<strong>Dissertação</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestrado</strong> 2011 Página 57