Dissertação Mestrado de Stephanie Afonso.pdf - DSpace at ISMT
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O efeito da frequência <strong>de</strong> um programa promoção <strong>de</strong> competências pessoais e sociais em crianças<br />
institucionalizadas<br />
A nível dos resultados <strong>de</strong> coping, po<strong>de</strong>mos averiguar que as crianças, após a<br />
intervenção, obtiveram resultados signific<strong>at</strong>ivos nas estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> eficácia <strong>de</strong> distracção<br />
cognitivo-comportamental e activas. Este resultado indica que as crianças começaram a<br />
utilizar, <strong>de</strong>pois do programa, estr<strong>at</strong>égias que lhes permitiam afastar ou evitar situações<br />
stressantes e/ou utilizar estr<strong>at</strong>égias que lhes permitiam exteriorizar afectos neg<strong>at</strong>ivos.<br />
Segundo Barros, (1999 citado por Lima, Lemos & Guerra, 2003) há tendência a<br />
consi<strong>de</strong>rar que as estr<strong>at</strong>égias do tipo cognitivo-comportamental e activas são mais<br />
eficazes no sentido <strong>de</strong> serem capazes <strong>de</strong> reduzir ansieda<strong>de</strong>s vivenciadas pelas crianças<br />
porque as estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> coping do tipo cognitivo-comportamental representam uma<br />
forma <strong>de</strong> lidar com os problema e as activas permitem centrar-se no problema e pedir<br />
ajuda para o solucionar. Verificou-se, ainda, que as estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> acting out, foram as<br />
menos utilizadas, pois os valores <strong>de</strong>sceram consi<strong>de</strong>ravelmente após a intervenção. Isto<br />
significa que as crianças, da nossa amostra, após o programa não utilizaram estr<strong>at</strong>égias<br />
<strong>de</strong> agressão verbal e física, como por exemplo gritar/berrar e/ou andar à luta. Elas não<br />
ten<strong>de</strong>m a exprimir estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> tent<strong>at</strong>ivas <strong>de</strong> bloqueio perante o problema ou agir<br />
perante emoções neg<strong>at</strong>ivas e não incluem uma componente neg<strong>at</strong>iva elevada, <strong>de</strong><br />
impulsivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> baixa auto-regulação, situação esta que vai <strong>de</strong> encontro aos<br />
resultados encontrados por outros estudos (Lima, Lemos & Guerra, 2003). Tal como<br />
nos estudos <strong>de</strong> Mishara e Ystgaard (2006) que analisaram a eficácia <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências pessoais e sociais “Zippy`s Friends‖, em crianças,<br />
verificaram que os resultados eram signific<strong>at</strong>ivos nas estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> coping activas e<br />
cognitivo-comportamental. Ainda, segundo Raimundo e Pinto (2006) num estudo<br />
explor<strong>at</strong>ório, em crianças do 4º ano ao 9º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, verificaram diferenças<br />
signific<strong>at</strong>ivas na frequência e eficácia do coping. Estes i<strong>de</strong>ntificaram que as estr<strong>at</strong>égias<br />
<strong>de</strong> coping ―activas‖ foram as mais utilizadas e consi<strong>de</strong>radas mais eficazes, pelos/as<br />
alunos/as, sendo as únicas a situarem-se acima do ponto médio, além da eficácia<br />
percebida das estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> distração cognitivo-comportamental. Rel<strong>at</strong>ivamente às<br />
estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> coping, as raparigas utilizam mais frequentemente estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> activas e<br />
consi<strong>de</strong>ram mais eficazes as estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> ―distração cognitivo-comportamental‖ e<br />
activas, do que os rapazes. Ainda <strong>de</strong>scobriram que os /as alunos/as provenientes do<br />
grupo etário, dos 9 aos 12 anos, utilizam com menos frequência estr<strong>at</strong>égias <strong>de</strong> acting out<br />
consi<strong>de</strong>rando-as menos eficazes do que os outros grupos etários dos 13 aos 14 anos e<br />
dos 15 aos 17 anos.<br />
<strong>Dissertação</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestrado</strong> 2011 Página 54