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Dissertação Mestrado de Stephanie Afonso.pdf - DSpace at ISMT

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O efeito da frequência <strong>de</strong> um programa promoção <strong>de</strong> competências pessoais e sociais em crianças<br />

institucionalizadas<br />

falha no repertório comportamental do indivíduo. Também Spence (1982) alu<strong>de</strong> que o<br />

défice <strong>de</strong> competências sociais provoca dificulda<strong>de</strong>s em situações <strong>de</strong> interacção social<br />

tais como criar amiza<strong>de</strong>s, aceitar críticas, saber lidar com situações <strong>de</strong> provocação,<br />

solicitar ajuda, <strong>de</strong>monstrar resistência à pressão dos pares.<br />

Muitas investigações indicam que as crianças que não conseguem <strong>at</strong>ingir as<br />

competências sociais mínimas correm o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver, mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sadaptações<br />

ao nível do seu ciclo <strong>de</strong> vida (K<strong>at</strong>z & Mcclellan, 1996).<br />

De acordo com um estudo <strong>de</strong> Sloutsky (1997), o acolhimento institucional tem um<br />

impacto nefasto no <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo das crianças, afectando <strong>de</strong> forma<br />

neg<strong>at</strong>iva as suas aquisições cognitivas e o seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Com vista<br />

a minorar os efeitos da vulnerabilida<strong>de</strong> (<strong>de</strong>vido a razões genéticas ou biológicas ou por<br />

motivos da sua história pessoal e social), <strong>de</strong>verá ser promovido o mais precocemente<br />

possível, nas crianças e jovens, competências pessoais e sociais.<br />

Segundo alguns estudos nacionais (Alberto, 1999; Cóias, 1995; Formosinho et al.,<br />

2002; Strecht, 2000; Vilaver<strong>de</strong>, 2000, citado por Carneiro, 2005), as crianças<br />

institucionalizadas ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>senvolver alguns padrões comportamentais<br />

problemáticos como: dificulda<strong>de</strong>s na resistência à frustração e no relacionamento<br />

interpessoal; sentimentos <strong>de</strong>pressivos e baixo auto-conceito físico; níveis elevados <strong>de</strong><br />

ansieda<strong>de</strong> e agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>strutiva; dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem e insucesso escolar;<br />

instabilida<strong>de</strong> emocional e frágil auto-estima. Estas situações ten<strong>de</strong>m a agravar-se à<br />

medida que aumentam a precocida<strong>de</strong> e o prolongamento do período <strong>de</strong><br />

institucionalização (Chisholm, 1998).<br />

A educação <strong>de</strong>stas crianças institucionalizadas, não <strong>de</strong>ve ser perspectivada como<br />

mera instrução (aprendizagem <strong>de</strong> normas relacionadas com aspectos pessoais – higiene,<br />

alimentação, aprendizagem escolar e <strong>de</strong> uma profissão). Deve também ter em <strong>at</strong>enção a<br />

outros factores, nomeadamente na área relacional como a necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contacto<br />

afectivo e social, e a aprendizagem <strong>de</strong> competências básicas <strong>de</strong> socialização. A não<br />

preocupação com este tipo <strong>de</strong> objectivos, durante um longo período <strong>de</strong><br />

institucionalização, po<strong>de</strong>rá levar a um défice nas competências cognitivas e sócio-<br />

afectivas, e à falta <strong>de</strong> experiência e competência para se enquadrar com autonomia e<br />

eficácia no meio social (Ribeiro, 2008a).<br />

Apesar das relevantes mudanças institucionais, que têm ocorrido nos últimos anos,<br />

não se averiguou uma preocupação no <strong>de</strong>senvolvimento social e afectivo das crianças<br />

<strong>Dissertação</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestrado</strong> 2011 Página 8

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