O terceiro travesseiro - M. A. Q. Cavalcante - Cia. Atelie das Artes
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dividi o quarto iram voltar pois já estava sem dinheiro. Eu fui a salvação para elas poderem passar o<br />
reveillon lá. O Ronaldo trabalhou bem.<br />
Marcus: Filho da puta! (Beatriz abraça Marcus mais forte) Você sabe se meu pai participou dessa<br />
farsa?<br />
Beatriz: Ele nem imagina, Marcus. (recomeça a chorar)<br />
Marcus: Beatriz, não precisa chorar. Não estou chateado com você. Na época você tinha motivos<br />
muito fortes para fazer isso.<br />
Beatriz: Marcus, o que me preocupa é a sua mãe. Se ela souber que eu contei tudo…<br />
Marcus: (interrompe Beatriz) Ela nunca saberá. Faço isso por você. (se beijam) Agora preciso ir,<br />
Beatriz.<br />
Beatriz: Tudo bem, gatinho.<br />
(Sai Marcus pelo lado esquerdo. Beatriz fica sozinha, com os pais conversando o tempo todo.<br />
Blecaute. Foco de luz. Carlos embaixo desse foco. Entra Marcus).<br />
Carlos: Marcus?<br />
Marcus: Oi, Carlos. Tudo bem?<br />
Carlos: Tudo bem. E com você?<br />
Marcus: Vou indo, cara. Vou indo.<br />
Carlos: Você quer entrar?<br />
Marcus: O Renato está?<br />
Carlos: Ele saiu, Marcus. (silêncio) Você quer entrar?<br />
Marcus: Você sabe aonde o Renato foi?<br />
Carlos: Não sei. Mas acho que era algo importante. Ele disse que precisava do carro de qualquer<br />
jeito.<br />
Marcus: Ele saiu sozinho, Carlos?<br />
Carlos: Saiu.<br />
Marcus: Por que será que ele precisava tanto do carro?<br />
Carlos: O que você disse, Marcus?<br />
Marcus: Não disse nada. Vou procurá-lo. Valeu, Carlos.<br />
(Blecaute. Pausa longa. Luzes normais. Giorgio na sala, preocupado. Marcus entra).<br />
Giorgio: (vendo Marcus) E aí, filho? Algum problema?<br />
Marcus: Não, pai. Comigo está tudo bem. Com o carro da mamãe também. Tente procurar Renato<br />
mas não achei ele e m nenhum lugar.<br />
Giorgio: Pois bem, filho. Sua mãe e eu estamos indo para Jundiaí para a casa de seus avós e só<br />
voltaremos amanhã à tarde.<br />
Marcus: Vou com vocês, pai.<br />
Giorgio: Não, não vai. A Beatriz precisa muito falar com você. Ela ficou de passar aqui lá pelas<br />
nove horas.<br />
(Entra Ana que vai até Giorgio e faz gestos de que já podem ir embora. Saem Giorgio e Marcus,<br />
despedindo de Marcus. Blecaute. Pausa curta. Luzes normais. Marcus sentado na sala, pensando).<br />
Marcus: (toca a campanha, atende no lado esquerdo) Renato! (Renato vai entrando e empurrando<br />
Marcus para a sala) O que foi que eu fiz, cara? Você está chateado pelo bilhete que mandei pelo<br />
Guilherme? É isso? (continua empurrando) Fale, cara! É isso?<br />
Renato: Cale a boca, Marcus!<br />
Marcus: Não calo.<br />
Renato: (prende Marcus) Você é foda, hein, Marcus? Além de aprontar, ainda quer me enfrentar!<br />
Olha o seu tamanho perto do meu, cara. (coloca a boca perto da boca de Marcus) Perdeu a noção<br />
do perigo, alemãozinho? (Marcus começa a chorar) Sei que não devia, mas amo muito você,<br />
Marcus. (Renato começa a beijar suave nos pescoço de Marcus) Eu amo tanto você alemãozinho,<br />
que até aceito uma relação a três. Se vai dar certo, eu não sei. Mas acho que devemos tentar. Só não<br />
quero mentiras, Marcus.<br />
Marcus: Nunca mais, cara. Nunca mais.