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O terceiro travesseiro - M. A. Q. Cavalcante - Cia. Atelie das Artes

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Marcus: Sei lá, apareceu. Tudo bem?<br />

Renato: Eu não estou gostando dessa história, Marcus.<br />

Marcus: Mas que culpa eu tenho, Renato?<br />

Renato: Desse um gelo na garota. Mas não, ainda a convida para almoçar.<br />

Marcus: Eu não a convidei, Renato! Foi minha mãe.<br />

Renato: Você foi muito gentil com a Beatriz. Ela vem te visitar, bater papo, almoçar e sei lá mais o<br />

quê! (Marcus começa a dar risa<strong>das</strong>) Você está rindo do quê, cara?<br />

Marcus: Estou rindo do seu ciúme, Renato. Acho legal.<br />

Renato: Deixa de ser criança, Marcus, eu não estou com ciúme nenhum.<br />

Marcus: Está sim, eu só quero descobrir se é de mim ou da Beatriz.<br />

Renato: (empurra Marcus para o sofá) Você está a fim de levar uma porrada? (Marcus tasca um<br />

beijo como resposta e Renato aceita). Você quer ficar com a Beatriz, Marcus?<br />

Marcus: Não! Claro que não! Eu amo você, Renato.<br />

Renato: Então não deixe que ela interfira no nosso relacionamento.<br />

Marcus: Nunca mais, Renato. Nunca mais. (recomeçam os beijos)<br />

(Blecaute. Pausa longa. Marcus e Renato entram pelo lado esquerdo e sentam no sofá, cansados.).<br />

Renato: Que sossego, hein, Marcus?<br />

Marcus: Hã, hã.<br />

Renato: A sua família é legal, mas eles fazem muito barulho nas festas. Até no seu aniversário de<br />

ontem, não deram uma trégua.<br />

Marcus: Meu avô adora uma bagunça, Renato.<br />

Renato: Eu… nem te dei o meu presente ainda. Fiz algo diferente, alemãozinho. Eu queria algo que<br />

durasse para sempre. E consegui. Só que o meu presente… você não poderá levar. (mostra um M<br />

tatuado no braço para Marcus. Marcus contente dá um beijo com paixão).<br />

(As luzes diminuem de resistência. Blecaute. Pausa longa. Luzes normais. Ana em cena)<br />

Marcus: (entrando pelo lado esquerdo) Cheguei, mãe!<br />

Ana: Qualquer hora você me mata, filho.<br />

Marcus: Não precisa se preocupar, mãe. Ninguém morre de susto.<br />

Ana: E lá no colégio? Foi tudo bem? (Marcus diz que sim) Beatriz ligou, filho.<br />

Marcus: O que ela queria, mãe? (toca o telefone)<br />

Ana: Ela quer falar com você. Aliás deve ser ela no telefone. Você atende?<br />

Marcus: Atendo. (atende o telefone) Alô? Oi, Beatriz, tudo bem? Lógico que reconheço a sua voz.<br />

Hoje, Beatriz? É tão importante assim? Tá legal, oito horas. Um beijo.<br />

Ana: O que ela queria, Marcus?<br />

Marcus: Não sei. Ela quer falar pessoalmente e virá aqui em casa às oito da noite. E o papai?<br />

Ana: Ele vai se atrasar um pouco.<br />

(Blecaute. Luzes normais. Beatriz e Marcus na sala).<br />

Beatriz: Tudo bem, Marcus?<br />

Marcus: Tudo bem, Beatriz. E com você?<br />

Beatriz: Estou indo.<br />

Marcus: (pega as mãos de Beatriz e nota que estão gela<strong>das</strong>) Você está com algum problema,<br />

Beatriz?<br />

Beatriz: Acho que nós estamos.<br />

Marcus: Nós?<br />

Beatriz: Estou grávida, Marcus.<br />

Marcus: (assustado) Você tem certeza de que está grávida?<br />

Beatriz: Tenho. Estou de três meses. E você é o pai.<br />

Marcus: Mas…Mas não é possível, Beatriz. E as pílulas?<br />

Beatriz: Falharam. Você está chateado comigo, Marcus?<br />

Marcus: Não, não é isso. Na verdade… não sei nem o que pensar.<br />

Beatriz: Você gosta de mim?

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