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O terceiro travesseiro - M. A. Q. Cavalcante - Cia. Atelie das Artes

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Renato: O que a senhora está me dizendo, eu já ouvi de minha mãe. Eles também estão muito<br />

envergonhados. Um dia vocês vão se encontrar. Por que não agora?<br />

Ana: Bom, eu vou conversar com o Giorgio, mas pode fazer o convite para os seus pais, Renato.<br />

Com licença, filho. (sai pelo lado direito. Renato acompanha Ana até ela sair da cena).<br />

Marcus: (agarra Renato por trás) Não é gostoso ser abraçado por trás e de surpresa?<br />

Renato: É muito gostoso, Marcus. E se você fosse um pouquinho mais alto seria melhor ainda.<br />

Marcus: Eu posso ser pequeno, Renato, mas aquilo é grande.<br />

Renato: Que coisa baixa você falou agora, Marcus. (dão risa<strong>das</strong>, de frente para o outro) Eu sei que<br />

o seu é maior e mais grosso que o meu, Marcus, mas eu não estou com você por causa disso.<br />

Marcus: Eu estava só brincando, Renato.<br />

Renato: Que tal você brincar com algo mais interessante?<br />

Marcus: O que, por exemplo?<br />

(Renato dá um sorriso. Começa a beijar Marcus com paixão).<br />

Renato: Você sentiu saudades de mim, Marcus?<br />

Marcus: Muitas, Renato. E você?<br />

Renato: Quase nada. Na verdade eu conheci um enfermeiro... (Marcus interrompe o amasso e fica<br />

furioso com Renato) Calma, Marcus! É brincadeira.<br />

Marcus: Que brincadeira idiota.<br />

Renato: Desculpe. Não queria te deixar chateado. (silêncio prolongado) Me dá um beijo, Marcus?<br />

Marcus: Não.<br />

Renato: Um só.<br />

Marcus: Eu já falei que não. (Começa a se levantar do sofá)<br />

Renato: Daqui você não sai, Marcus.<br />

Marcus: Não estou brincando, Renato. Me deixe levantar.<br />

Renato: Não. (puxa Marcus e beija ele à força. Marcus tenta resistir que se rende depois). Eu te<br />

amo, alemãozinho. Você é meu. Só meu…<br />

(As luzes vão diminuindo de resistência. Blecaute. Pausa. Luzes normais. Em cena, Francesco com<br />

Marcus).<br />

Francesco: Presta atenção, Marcus.<br />

Marcus: Me desculpe, vovô.<br />

Francesco: (vai até uma janela do lado esquerdo) Quem são aqueles, Marcus?<br />

Marcus: (vai até Francesco) Quem, vô?<br />

Francesco: Aqueles que estão parados na porta do quintal junto com os seus pais?<br />

Marcus: São os pais do Renato, vô.<br />

Francesco: E por que a presença deles o deixou tão nervoso?<br />

Marcus: Eu não estou nervoso, vô.<br />

Francesco: É lógico que está!<br />

Renato: (entra pelo lado esquerdo) E aí, Marcus, tudo bem? (Cumprimenta Marcus com um<br />

abraço e sussurra baixo) Meus pais já estão aqui.<br />

Marcus: Eu sei, Renato. Já os vi.<br />

Francesco: Vocês vão ficar agarrados por muito tempo?<br />

Renato: (se separa do Marcus) Tudo bem, Sr. Francesco? (cumprimenta Francesco)<br />

Francesco: Por que o Marcus ficou tão nervoso quando viu os seus pais, Renato? Aconteceu<br />

alguma coisa?<br />

Renato: Ele ficou nervoso, Sr. Francesco?<br />

Francesco: Ficou.<br />

Marcus: Eu não fiquei nervoso, vô. Isso foi impressão sua.<br />

(Entra Inês abraçada com Ana. Giorgio conversa com Júlio. Marcus vai até eles)<br />

Marcus: Dona Inês. Seu Júlio, tudo bem? (Inês abraça forte o Marcus e tasca vários beijos nele)<br />

Francesco: Boa noite. Eu sou o Francesco, pai da Ana e…<br />

Ana: Vocês não querem comer alguma coisa? Eu fiz pimentão com aliche. Está uma delícia.

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