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do Instituto Hidrográfico

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10 ANAIS DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO N.º 15<br />

mais <strong>do</strong> que um ECDIS, tal como defini<strong>do</strong> pela OMI e<br />

pela CEI, prepara<strong>do</strong> para trabalhar num ambiente de<br />

guerra (e daí o W, inicial de Warship).<br />

Reconhecen<strong>do</strong> as potencialidades <strong>do</strong>s ECDIS, a<br />

NATO iniciou, em 1997, o desenvolvimento <strong>do</strong>s requisitos<br />

para um Warship ECDIS (WECDIS). Esse trabalho decorreu<br />

no âmbito <strong>do</strong> Sub-comité de Navegação, dependente<br />

<strong>do</strong> NATO C3 (Consultation, Command and Control)<br />

Board, ten<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> na criação <strong>do</strong> STANAG 4564.<br />

Como sistema de navegação de utilização global, o<br />

WECDIS deverá cumprir os performance standards defini<strong>do</strong>s<br />

pela OMI, usar cartas electrónicas no formato<br />

defini<strong>do</strong> pela OHI e cumprir os requisitos de certificação<br />

estabeleci<strong>do</strong>s pela CEI. Dito de outra forma, a base <strong>do</strong>s<br />

WECDIS serão os ECDIS certifica<strong>do</strong>s. No entanto, os<br />

WECDIS têm um conjunto de requisitos adicionais de<br />

natureza militar, destina<strong>do</strong>s a potenciar as capacidades<br />

<strong>do</strong>s navios NATO em termos de navegação e aptidão para<br />

combate. Esses requisitos traduzir-se-ão sobretu<strong>do</strong> em:<br />

❚❘ capacidade de trabalhar com da<strong>do</strong>s em formatos<br />

diferentes <strong>do</strong> S57 – 3.ª edição, nomeadamente em<br />

formatos padrão usa<strong>do</strong>s pela NATO, como por<br />

exemplo o DIGEST, o VPF e o DNC.<br />

❚❘ capacidade de ler e apresentar informação adicional<br />

essencial para a condução da guerra naval.<br />

Esta informação é designada por Additional Military<br />

Layers (AML), incluin<strong>do</strong> posições de minas,<br />

lanes de trânsito de submarinos, Q-routes, etc.<br />

Em relação ao formato <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, pretendeu-se que<br />

os WECDIS pudessem utilizar uma gama alargada de<br />

da<strong>do</strong>s, além <strong>do</strong>s formatos que são normalmente li<strong>do</strong>s<br />

num ECDIS certifica<strong>do</strong>, que são as cartas vectorizadas<br />

no formato S57 – 3.ª edição e as cartas raster oficiais 2 .<br />

Assim, o WECDIS poderá usar, também, da<strong>do</strong>s no formato<br />

DIGEST (Digital Geographic Information<br />

Exchange Standard). O DIGEST é um formato padrão<br />

defini<strong>do</strong> pelo Digital Geographic Information Working<br />

Group da NATO, no STANAG 7074, visan<strong>do</strong> a troca de<br />

da<strong>do</strong>s digitais entre produtores e utiliza<strong>do</strong>res. Alguns<br />

<strong>do</strong>s produtos DIGEST são em formato vector, outros são<br />

em formato raster. Eis alguns desses produtos desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

pela NATO: DNC 3 (Digital Nautical Chart), ASRP 4<br />

(ARC Standard Raster Product), VPF 5 (Vector Product<br />

2 Os ECDIS certifica<strong>do</strong>s apenas são obriga<strong>do</strong>s a ler os<br />

da<strong>do</strong>s no formato S 57-3.ª edição, mas os equipamentos coloca<strong>do</strong>s<br />

no merca<strong>do</strong> geralmente têm, também, a capacidade de<br />

ler cartas raster oficiais, nomeadamente nos formatos ARCS,<br />

BSB e SEAFARER.<br />

3 DNC são as cartas oficiais em formato vector produzidas<br />

pela United States National Imaging and Mapping<br />

Agency (NIMA) e pelo Canadian Military Charting Establishment<br />

(MCE).<br />

4 ASRP é um produto raster, compatível com o formato<br />

DIGEST, que resulta de um scanning de cartas militares de<br />

várias fontes.<br />

Format), Vmap 5 (Vector Map) e UVMap 5 (Urban Vector<br />

Map). Além disso, o WECDIS deverá ter ainda capacidade<br />

para ler e usar to<strong>do</strong>s os outros formatos usa<strong>do</strong>s<br />

pela NATO nos seus diferentes tipos de cartas digitais e<br />

nas suas bases de da<strong>do</strong>s de elevações <strong>do</strong> terreno, imagens<br />

satélite, etc. Esta capacidade de usar diferentes<br />

tipos de da<strong>do</strong>s de uma grande variedade de fontes é normalmente<br />

designada por multi-fuel.<br />

Relativamente às AML, estas constituirão um meio<br />

de trocar informação crítica e específica para utilização<br />

em combate, informação essa que poderá ser facilmente<br />

visualizada num WECDIS. Nesse aspecto, o WECDIS<br />

poderá ajudar a ultrapassar o eterno dilema <strong>do</strong>s comandantes<br />

militares num teatro de operações: geralmente, a<br />

informação necessária não está disponível; se está disponível<br />

não pode ser usada (porque está no formato erra<strong>do</strong><br />

ou porque necessita de um equipamento especial); e<br />

quan<strong>do</strong>, finalmente, está disponível e pode ser usada já<br />

se encontra desactualizada …<br />

Num teatro de operações, as envolventes hidrográfica<br />

e/ou topográfica podem mudar significativamente<br />

em curto espaço de tempo, sen<strong>do</strong> necessário que o sistema<br />

de navegação usa<strong>do</strong> (WECDIS) represente, com a<br />

brevidade possível, a situação real.<br />

Por exemplo, caso haja o lançamento de minas, será<br />

necessário determinar a sua posição (e proceder à sua<br />

rocega), após o que é essencial que essa informação seja<br />

passada a todas as Unidades Navais amigas. Esse é o tipo<br />

de informação que poderá ser incluí<strong>do</strong> numa AML.<br />

Outro exemplo: em caso de tiro contra costa, a linha<br />

de costa pode ser consideravelmente alterada, pelo que<br />

será necessário criar uma AML conten<strong>do</strong> essa informação<br />

(nova batimetria e nova topografia) para ser rapidamente<br />

disseminada por todas as unidades envolvidas,<br />

facilitan<strong>do</strong>, por exemplo, a realização de uma operação<br />

de desembarque.<br />

As AML poderão, assim, acomodar to<strong>do</strong> o tipo de<br />

informação essencial para a condução da guerra naval,<br />

estan<strong>do</strong> defini<strong>do</strong>s os seguintes tipos de AML:<br />

❚❘ Coman<strong>do</strong> & controlo (inclui campos de minas,<br />

áreas de exercícios, áreas perigosas, zonas de<br />

exclusão, limites de gelos, mares territoriais,<br />

limites de pesca, etc);<br />

❚❘ Áreas e limites de routes (inclui Q-routes, áreas<br />

de exercícios classificadas, etc);<br />

5 VPF, Vmap e UVMap são bases de da<strong>do</strong>s com listas de<br />

todas as obstruções criadas pelo homem acima <strong>do</strong> solo (edifícios,<br />

antenas, torres, etc). O VPF é produzi<strong>do</strong> pelos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s, ao passo que o Vmap e o UVMap são produtos NATO.<br />

Estas bases de da<strong>do</strong>s são importantes para a navegação aérea<br />

(para utilização em sistemas de Terrain Referenced Navigation),<br />

mas também para a Marinha, nomeadamente no planeamento<br />

de lançamento de mísseis, planeamento de redes de<br />

comunicações line of sight, escolha de locais para instalação<br />

de radares, previsão da silhueta radar de zonas costeiras, etc.

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