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REDE DGPS (DIFFERENTIAL GPS) PORTUGUESA 79<br />
cia <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r à Estação de Referência os trajectos <strong>do</strong>s<br />
sinais <strong>do</strong>s satélites através da ionosfera começam a diferir,<br />
originan<strong>do</strong> diferentes atrasos. Este efeito denominase<br />
descorrelação espacial, originan<strong>do</strong> que, à medida que<br />
o utiliza<strong>do</strong>r se afasta da Estação de Referência, as<br />
correcções DGPS percam alguma validade.<br />
2.3. Atraso na propagação troposférica<br />
Trata-se de um atraso na propagação ocorri<strong>do</strong> na<br />
troposfera 4 . Este atraso atinge, logicamente, os maiores<br />
valores para satélites a baixa altitude, onde pode<br />
induzir erros até 3/4 m. A técnica diferencial permite<br />
corrigir quase totalmente este erro, mas essa compensação<br />
depende também da distância entre a Estação<br />
de Referência e o utiliza<strong>do</strong>r, devi<strong>do</strong> à descorrelação<br />
espacial.<br />
2.4. Erros nas efemérides <strong>do</strong>s satélites<br />
Estes erros devem-se às diferenças entre a localização<br />
real <strong>do</strong>s satélites e a sua localização prevista com<br />
base nos da<strong>do</strong>s das suas órbitas, conti<strong>do</strong>s na mensagem<br />
de navegação. Essas diferenças são geralmente inferiores<br />
a 10m, representan<strong>do</strong> um erro no posicionamento<br />
que é, normalmente, inferior a 2 m. Esse erro de posicionamento<br />
é quase integralmente compensa<strong>do</strong> pela<br />
técnica diferencial.<br />
2.5. Erros nos relógios <strong>do</strong>s satélites<br />
Estes erros devem-se a diferenças entre o tempo <strong>do</strong><br />
relógio <strong>do</strong> satélite e o tempo calcula<strong>do</strong> pelos da<strong>do</strong>s<br />
conti<strong>do</strong>s nas mensagens de navegação <strong>do</strong>s satélites.<br />
O oscila<strong>do</strong>r que controla o tempo <strong>do</strong> sinal <strong>do</strong> satélite é<br />
monitoriza<strong>do</strong> pelo segmento terrestre <strong>do</strong> GPS, que<br />
determina o valor das correcções a aplicar a esse tempo,<br />
as quais são incluídas na mensagem de navegação <strong>do</strong><br />
mesmo. O utiliza<strong>do</strong>r lê os da<strong>do</strong>s dessa mensagem e<br />
ajusta o tempo em conformidade.<br />
Na fase de desenvolvimento <strong>do</strong> sistema foram feitas<br />
medições <strong>do</strong>s erros <strong>do</strong>s relógios <strong>do</strong>s satélites, ten<strong>do</strong>-se<br />
concluí<strong>do</strong> que originavam erros de posicionamento na<br />
ordem de 1-2m [Ref. 9].<br />
De qualquer maneira, desde que os receptores da<br />
Estação de Referência e <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r usem os mesmos<br />
da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s satélites, a compensação deste erro pela<br />
técnica diferencial é total.<br />
4 A troposfera é a camada mais baixa da atmosfera, estenden<strong>do</strong>-se<br />
até cerca de 16 km de altitude, na zona <strong>do</strong> equa<strong>do</strong>r, e até<br />
aproximadamente 8 km de altitude, sobre os pólos.<br />
2.6. Erro de multi-trajecto (multipath)<br />
Este erro deve-se a reflexões <strong>do</strong> sinal, proveniente<br />
<strong>do</strong>s satélites, em obstáculos ou estruturas locais de boa<br />
reflectividade. Chama-se erro de multi-trajecto pois, na<br />
verdade, o sinal chega à antena GPS por vários trajectos.<br />
O multi-trajecto representa a mais problemática fonte<br />
de erros <strong>do</strong> GPS e não pode ser elimina<strong>do</strong> pela técnica diferencial,<br />
pois não existe correlação entre o efeito de multitrajecto<br />
na Estação de Referência e o efeito de multitrajecto<br />
no utiliza<strong>do</strong>r. Assim, é necessário ter um cuida<strong>do</strong><br />
especial para evitar o efeito de multi-trajecto na Estação de<br />
Referência, já que os erros por ele origina<strong>do</strong>s serão incluí<strong>do</strong>s<br />
nas correcções diferenciais radiodifundidas e somarse-ão<br />
directamente aos erros <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r 5 .<br />
Apesar de ser impossível compensar este erro através<br />
<strong>do</strong> DGPS, duas das mensagens transmitidas pelos<br />
serviços de DGPS marítimo incluem uma estimativa <strong>do</strong><br />
erro de multi-trajecto na Estação de Referência 6 .<br />
2.7. Ruí<strong>do</strong> <strong>do</strong> receptor<br />
Este erro é inerente a cada receptor GPS ou DGPS,<br />
dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu design e qualidade, e não pode ser<br />
elimina<strong>do</strong> pelo DGPS. Nos sistemas diferenciais até<br />
acontece normalmente um pequeno aumento neste erro<br />
pois há a considerar o ruí<strong>do</strong> de <strong>do</strong>is receptores independentes<br />
(Estação de Referência e utiliza<strong>do</strong>r).<br />
2.8. Sumário <strong>do</strong>s erros <strong>do</strong> GPS e <strong>do</strong> DGPS<br />
O DGPS elimina ou reduz substancialmente a maioria<br />
<strong>do</strong>s erros <strong>do</strong> GPS, nomeadamente atraso na propagação<br />
ionosférica e troposférica, erros nas efemérides e nos<br />
5 Consegue-se minimizar o multi-trajecto na Estação de<br />
Referência recorren<strong>do</strong> a algumas técnicas, nomeadamente:<br />
– colocar as antenas GPS acima de obstáculos e superfícies<br />
boas reflectoras, por forma a que a ocorrência de reflexões<br />
multi-trajecto seja minimizada;<br />
– usar antenas com design e forma apropria<strong>do</strong>s, como por<br />
exemplo antenas com plano de terra e antenas choke ring;<br />
– usar antenas que apresentem grande atenuação para os sinais<br />
recebi<strong>do</strong>s com muito pouca elevação, pois esses têm maiores<br />
probabilidades de corresponderem a sinais reflecti<strong>do</strong>s;<br />
– usar antenas que apresentem grande atenuação para os<br />
sinais recebi<strong>do</strong>s com polarização circular esquerda, pois os<br />
sinais <strong>do</strong>s satélites possuem polarização circular direita a<br />
qual é invertida quan<strong>do</strong> os sinais são reflecti<strong>do</strong>s;<br />
– usar processamento de sinal adequa<strong>do</strong> na Estação de Referência.<br />
6 Nessas mensagens existe um campo onde se inclui uma<br />
estimativa <strong>do</strong> erro de multi-trajecto. Existem 15 códigos para esse<br />
campo, cada um corresponden<strong>do</strong> a uma diferente estimativa para<br />
esse erro, a qual pode ir de menos de 0,1m a mais <strong>do</strong> que 18,127m.