You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
REDE DGPS (DIFFERENTIAL GPS) PORTUGUESA 77<br />
em melhorar o posicionamento <strong>do</strong>s navios no mar. O<br />
sistema Differential GPS (DGPS), ao garantir uma<br />
elevada exactidão e integridade, para apoio da navegação<br />
em águas restritas e águas costeiras, tem si<strong>do</strong> o sistema<br />
de posicionamento a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> para integração com esses<br />
equipamentos / sistemas.<br />
Antes de abordarmos o DGPS propriamente dito,<br />
vejamos qual o esta<strong>do</strong> de desenvolvimento <strong>do</strong>s ECDIS,<br />
<strong>do</strong>s VTS e <strong>do</strong>s AIS, tentan<strong>do</strong> explicar, também, até que<br />
ponto é que dependem de um posicionamento extremamente<br />
exacto.<br />
ECDIS<br />
Em Novembro de 2000, o Comité de Segurança Marítima<br />
da Organização Marítima Internacional (OMI) aprovou,<br />
finalmente, as emendas ao capítulo V da Convenção<br />
Safety Of Life At Sea (SOLAS) que fazem equivaler as<br />
cartas electrónicas oficiais às tradicionais cartas de papel.<br />
Assim, a definição de carta náutica ou publicação<br />
náutica passa a designar os «mapas ou livros, ou bases de<br />
da<strong>do</strong>s especialmente compiladas (...), que forem publica<strong>do</strong>s<br />
oficialmente por, ou sob autorização de, um<br />
Governo, organização hidrográfica autorizada ou outra<br />
instituição governamental, e que sejam produzi<strong>do</strong>s de<br />
acor<strong>do</strong> com os requisitos da navegação marítima».<br />
Recorde-se que a regra 20 <strong>do</strong> capítulo V da Convenção<br />
SOLAS obriga os navios a possuírem «cartas actualizadas<br />
(...) e outras publicações náuticas necessárias à<br />
viagem em curso». Com esta revisão, que entra em vigor<br />
(por aprovação tácita) em 1 de Julho de 2002, as cartas<br />
que os navios são obriga<strong>do</strong>s a possuir passam a poder ser<br />
cartas electrónicas oficiais, desde que lidas num ECDIS<br />
certifica<strong>do</strong>.<br />
As emendas à Convenção SOLAS aprovadas<br />
incluem, também, um parágrafo sobre ECDIS, em que<br />
se especifica que para haver equivalência às cartas de<br />
papel, o equipamento «deverá estar conforme com os<br />
performance standards (...) a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s pela Organização<br />
em 23 de Novembro de 1995 [Ref. 2]», os quais foram<br />
amplifica<strong>do</strong>s por uma Resolução da Comissão Electrotécnica<br />
Internacional (CEI) de 1998 [Ref. 3].<br />
Desta forma, o ECDIS e as cartas electrónicas<br />
oficiais passam a ser legalmente equivalentes às cartas<br />
de papel, desde que:<br />
❚❘ o equipamento de leitura e visualização das cartas<br />
electrónicas (ECDIS) esteja certifica<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong><br />
com a Resolução 61174 da CEI [Ref. 3] e<br />
❚❘ as cartas electrónicas apresentadas estejam no<br />
formato aprova<strong>do</strong> pela Organização Hidrográfica<br />
Internacional [Ref. 4] e<br />
❚❘ estas cartas tenham si<strong>do</strong> publicadas por, ou sob<br />
autorização de, uma organização hidrográfica<br />
governamental.<br />
Só no caso de se verificarem estas três condições, e<br />
de existir um back-up apropria<strong>do</strong> 1 , é que as cartas electrónicas<br />
são consideradas equivalentes às cartas náuticas<br />
oficiais de papel requeridas pela Convenção SOLAS,<br />
na sua regra 20 <strong>do</strong> capítulo V.<br />
Estas emendas à Convenção SOLAS constituem<br />
mais um grande estímulo à implantação <strong>do</strong>s ECDIS, que<br />
estão a emergir como uma ferramenta essencial para a<br />
moderna navegação marítima. Mais <strong>do</strong> que uma mera<br />
imagem digital das cartas de papel, as cartas electrónicas<br />
combinam informação geográfica com informação<br />
textual de forma bastante atractiva para os navegantes,<br />
facilitan<strong>do</strong> imenso as suas tarefas. Os ECDIS exponenciaram<br />
também as possibilidades de integração de to<strong>do</strong>s<br />
os equipamentos de navegação, permitin<strong>do</strong>, nomeadamente,<br />
a implantação automática da posição <strong>do</strong> navio<br />
derivada de um sistema de radionavegação. Obviamente,<br />
que to<strong>do</strong>s os benefícios <strong>do</strong> ECDIS caem por terra se essa<br />
posição estiver incorrecta.<br />
VTS<br />
Com vista a melhorar a segurança da navegação nas<br />
águas Portuguesas e contribuir para a redução <strong>do</strong><br />
número de acidentes marítimos, está a ser implementa<strong>do</strong><br />
em Portugal um sistema VTS, constituí<strong>do</strong> por um<br />
sub-sistema portuário e um sub-sistema costeiro.<br />
No âmbito <strong>do</strong> sub-sistema portuário, estão a ser instala<strong>do</strong>s<br />
VTS em cinco portos nacionais: Leixões, Aveiro,<br />
Lisboa, Setúbal e Sines, <strong>do</strong>s quais alguns já estão a funcionar.<br />
Está ainda prevista a instalação de VTS em mais quatro<br />
portos: Viana <strong>do</strong> Castelo, Figueira da Foz, Portimão e Faro.<br />
Em relação ao sub-sistema costeiro, o <strong>Instituto</strong><br />
Marítimo Portuário lançou, em Julho de 2001, o<br />
concurso para aquisição <strong>do</strong>s necessários equipamentos,<br />
em que se incluem 9 radares costeiros destina<strong>do</strong>s a efectuar<br />
o controlo de to<strong>do</strong> o tráfego marítimo que passe<br />
numa faixa de cerca de 50 milhas, estendida ao longo da<br />
costa de Portugal Continental.<br />
A finalidade <strong>do</strong>s VTS, tal como consta da Resolução<br />
A.857(20) da OMI [Ref. 6], é melhorar a segurança e a<br />
eficiência da navegação, salvaguardar as vidas humanas<br />
no mar e proteger o ambiente marítimo e/ou as áreas<br />
1 Em 1996, o Comité de Segurança Marítima da OMI aprovou<br />
uma resolução conten<strong>do</strong> os requisitos necessários ao back-up <strong>do</strong><br />
ECDIS, para que este possa substituir as cartas de papel [Ref. 5].<br />
Esta resolução deixa em aberto a possibilidade de o back-up ao<br />
ECDIS ser um sistema electrónico (com uma fonte de alimentação<br />
completamente independente <strong>do</strong> ECDIS primário) ou ser as<br />
próprias cartas de papel. Assim, aceitam-se os seguintes back-ups:<br />
– um segun<strong>do</strong> equipamento ECDIS certifica<strong>do</strong>;<br />
– um sistema de leitura de cartas electrónicas de navegação<br />
não equivalente ao ECDIS mas que cumpra determina<strong>do</strong>s<br />
requisitos mínimos e que use da<strong>do</strong>s (ou cartas) oficiais;<br />
– as cartas náuticas oficiais de papel.