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76 ANAIS DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO N.º 15<br />

Fig. 1 – Tráfego marítimo de crude (em milhões de toneladas). O maior fluxo dirige-se ao Norte da Europa, passan<strong>do</strong> na nossa costa<br />

Embora estes da<strong>do</strong>s já sejam antigos, eles têm vin<strong>do</strong><br />

a ser confirma<strong>do</strong>s, nomeadamente os referentes ao Cabo<br />

de S. Vicente, pelos totais de navios controla<strong>do</strong>s no<br />

centro <strong>do</strong> Vessel Traffic Service (VTS) de Tarifa. Esse<br />

centro VTS Espanhol, localiza<strong>do</strong> junto ao estreito de<br />

Gibraltar, controlou, no ano de 1995, um total de 26.262<br />

navios, um valor muito semelhante ao resultante da<br />

contagem efectuada ao largo <strong>do</strong> cabo de S. Vicente, em<br />

1987. Saben<strong>do</strong> que a grande maioria <strong>do</strong>s navios que<br />

passam junto a S. Vicente provém de, ou vai para, o<br />

estreito de Gibraltar, isso permite concluir que o tráfego<br />

marítimo ao largo de S. Vicente não se alterou muito<br />

desde 1987, aproximan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s 30.000 navios/ano. O<br />

tráfego marítimo na costa ocidental é um pouco menor,<br />

como o demonstram os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s junto ao<br />

Cabo da Roca e ao Cabo Carvoeiro.<br />

Pode-se, assim, afirmar com alguma sustentação<br />

que a nossa costa ocidental será cruzada por mais de<br />

20.000 navios/ano, atingin<strong>do</strong>-se um máximo de quase<br />

30.000 navios/ano ao largo de S. Vicente. São números<br />

eleva<strong>do</strong>s e que justificam uma grande atenção à melhoria<br />

da segurança da navegação nas nossas águas, por<br />

forma a tentar evitar acidentes marítimos, sempre<br />

muito penaliza<strong>do</strong>res para o meio ambiente.<br />

Recorde-se o acidente <strong>do</strong> Exxon Valdez, em 1989,<br />

que provocou danos irreversíveis e prejuízos na ordem<br />

<strong>do</strong>s 480 milhões de contos. Este acidente, que terá si<strong>do</strong><br />

o mais grave da história, provocou um derrame de apro-<br />

ximadamente 42 milhões de litros de crude, sen<strong>do</strong><br />

responsável pela morte de cerca de 250 mil aves, 5.300<br />

mamíferos e um número desconheci<strong>do</strong> de peixes. Este,<br />

tal como muitos outros acidentes, resultou de um erro<br />

de posicionamento, já que o navio após sair da sua rota<br />

para evitar icebergues acabou por colidir nos roche<strong>do</strong>s<br />

de Bligh (estreito <strong>do</strong> Alaska).<br />

Em águas Portuguesas nunca aconteceu um<br />

acidente destas dimensões, mas sucedem-se, ano após<br />

ano, acidentes e incidentes de gravidade variável.<br />

A Direcção-Geral de Marinha possui registos, desde<br />

1971, <strong>do</strong>s acidentes e incidentes gera<strong>do</strong>res de poluição<br />

ocorri<strong>do</strong>s nos espaços marítimos sob jurisdição nacional.<br />

Os valores totais são de certa forma preocupantes,<br />

ten<strong>do</strong>-se atingi<strong>do</strong> um máximo de 132 acidentes/incidentes<br />

de poluição em 1990. Muitos deles deveram-se a<br />

erros de navegação e falhas no posicionamento.<br />

Ultimamente, têm vin<strong>do</strong> a ser introduzi<strong>do</strong>s na navegação<br />

marítima sistemas e equipamentos que fazem uso<br />

das tecnologias mais recentes para melhorar a segurança<br />

<strong>do</strong>s navios no mar. Referimo-nos aos Electronic<br />

Chart Display and Information Systems (ECDIS), aos<br />

VTS e aos Automatic Identification Systems (AIS).<br />

No entanto, os potenciais benefícios destes recentes<br />

desenvolvimentos tecnológicos só serão plenamente<br />

atingi<strong>do</strong>s se os navios souberem com grande exactidão<br />

onde se encontram. Assim, o primeiro passo para se<br />

conseguir melhorar a segurança da navegação consiste

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