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40 ANAIS DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO N.º 15<br />

A problemática da instalação<br />

de sistemas de grandes dimensões<br />

em navios adapta<strong>do</strong>s<br />

Muitos foram já os navios hidrográficos que tanto e<br />

tão bem serviram a Marinha Portuguesa. Condicionalismos<br />

vários levaram a que, nos últimos<br />

anos, a Marinha apenas dispusesse de um navio hidrográfico,<br />

o NRP «Almeida Carvalho», e de duas lanchas hidrográficas,<br />

NRP «Andrómeda» e NRP «Auriga». Estes navios<br />

têm vin<strong>do</strong> a ser equipa<strong>do</strong>s à medida das necessidades e de<br />

acor<strong>do</strong> com a tecnologia <strong>do</strong> momento.<br />

Os avanços tecnológicos, na área da investigação <strong>do</strong><br />

mar, criaram outras necessidades em termos de plataforma<br />

e nenhum <strong>do</strong>s navios existentes oferecia condições<br />

para poder receber os equipamentos e sistemas da<br />

era moderna. Tornava-se portanto necessário que a<br />

Marinha fosse <strong>do</strong>tada de uma plataforma com essas<br />

condições.<br />

Em Abril de 1997 chegava a Lisboa o NRP «D.<br />

Carlos I» que viria, numa primeira fase, a sofrer avultadas<br />

alterações, antes que se tornasse num navio hidrográfico.<br />

Porém, as alterações foram as possíveis e não<br />

contemplariam ainda as necessárias transformações,<br />

para que pudesse receber to<strong>do</strong>s os equipamentos hidrográficos<br />

necessários à sua transformação num moderno<br />

navio de investigação hidrográfica.<br />

Embora tenha sofri<strong>do</strong> apenas as alterações mínimas<br />

para poder desempenhar algumas missões hidrográficas,<br />

o NRP «D. Carlos I» viria a executar algumas missões no<br />

âmbito da hidrografia e da oceanografia, equipa<strong>do</strong><br />

apenas com o equipamento indispensável.<br />

O projecto para esta classe de navios, contempla<strong>do</strong><br />

no POA-7, é, no entanto, mais ambicioso e só as grandes<br />

dificuldades técnicas e financeiras têm atrasa<strong>do</strong> o<br />

processo, de tal mo<strong>do</strong> que apenas no ano de 2000 foi<br />

possível lançar uma série de actividades tendentes à<br />

concretização da globalidade <strong>do</strong> projecto, sen<strong>do</strong> a aquisição<br />

de equipamentos e sistemas uma significativa<br />

tarefa, já praticamente concluída. No âmbito <strong>do</strong><br />

‘‘projecto «D. Carlos I»’’, foram adquiri<strong>do</strong>s sistemas<br />

hidrográficos, oceanográficos e de navegação, capazes<br />

de equipar o navio para a grande maioria, se não para a<br />

totalidade, das tarefas que futuramente desempenhará.<br />

Contam-se nesses sistemas radares, sistemas de posicio-<br />

Aspecto esquemático da posição da gôn<strong>do</strong>la<br />

namento, sistemas de sondagem multifeixe, correntómetros<br />

de efeito de <strong>do</strong>ppler, sistemas informáticos,<br />

guinchos, carta electrónica, etc.<br />

A maioria <strong>do</strong>s equipamentos e sistemas adquiri<strong>do</strong>s,<br />

para serem instala<strong>do</strong>s, necessitam que o navio sofra<br />

ainda algumas alterações e adaptações de grande<br />

dimensão e que determinam a permanência <strong>do</strong> navio<br />

em estaleiro por alguns meses, quer para alterações<br />

nas superestruturas, quer nas infra-estruturas, onde se<br />

considera serem significativas as adaptações para<br />

instalação <strong>do</strong> sistema multifeixe, designadamente <strong>do</strong>s<br />

seus transdutores.<br />

A instalação de transdutores passa pela integração<br />

harmoniosa <strong>do</strong>s transdutores de diversos sistemas acústicos,<br />

como é o caso das sondas tradicionais, <strong>do</strong>s correntómetros<br />

ADCP, <strong>do</strong> odómetro e da sonda de velocidade<br />

de propagação <strong>do</strong> som, com os transdutores <strong>do</strong> sistema<br />

multifeixe.<br />

Cada um <strong>do</strong>s sistemas a instalar, por si só, necessita<br />

de condições ideais de funcionamento, requeren<strong>do</strong><br />

que a sua instalação se localize numa área <strong>do</strong> casco,<br />

onde o ruí<strong>do</strong> seja mínimo, o que acontece, geralmente,<br />

no primeiro terço de vante <strong>do</strong> navio que, no caso <strong>do</strong><br />

«D. Carlos I», se situa aproximadamente entre a baliza<br />

20 e a baliza 30, área onde o escoamento das águas apresenta<br />

menor turbulência, reduzin<strong>do</strong> assim a «borbulhagem»<br />

na superfície <strong>do</strong>s transdutores.<br />

Aspecto da disposição <strong>do</strong>s transdutores <strong>do</strong> multifeixe,<br />

pode ver-se o aumento da estrutura para poder suportar<br />

outros transdutores<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a instalação de um transdutor de<br />

grandes dimensões, como é o caso <strong>do</strong> sistema de transdutores<br />

<strong>do</strong> multifeixe, requer a existência de uma área<br />

plana de dimensões consideráveis, o que reduz drasticamente<br />

as possibilidades de instalação no casco, ten<strong>do</strong><br />

também influência determinante na instalação <strong>do</strong>s<br />

restantes sistemas.<br />

A situação ideal seria ter os transdutores <strong>do</strong>s vários<br />

sistemas muito afasta<strong>do</strong>s entre si mas, como o óptimo é,<br />

na generalidade <strong>do</strong>s casos, inimigo <strong>do</strong> bom, esta solução

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