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APLICAÇÃO DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS PETRÓLEOS À IDENTIFICAÇÃO DE DERRAMES NO MAR 35<br />

tra esquematicamente a formação <strong>do</strong> petróleo e <strong>do</strong> gás<br />

natural desde a sedimentação até à fase final. O gás<br />

natural é um subproduto da formação <strong>do</strong> petróleo ou<br />

resulta da alteração degradativa <strong>do</strong> petróleo quan<strong>do</strong> este<br />

é submeti<strong>do</strong> a temperaturas e pressões superiores às<br />

desejáveis. A formação <strong>do</strong> petróleo dá-se em duas fases –<br />

a Diagénese em que o sedimento biológico foi sujeito à<br />

acção de microrganismos e a Catagénese em que actua<br />

a pressão e temperatura depois <strong>do</strong> sedimento atingir<br />

maiores profundidades. Algum <strong>do</strong> petróleo forma<strong>do</strong> foi<br />

destruí<strong>do</strong> e transforma<strong>do</strong> em gás e resíduo carbonoso<br />

por efeito da pressão e temperaturas demasia<strong>do</strong> elevadas<br />

durante uma terceira fase chamada Metagénese.<br />

O perío<strong>do</strong> de formação <strong>do</strong>s petróleos é muito variável<br />

consideran<strong>do</strong>-se, por exemplo, que o petróleo <strong>do</strong><br />

Saara Oriental é <strong>do</strong> Devónico superior (cerca de 350<br />

milhões de anos), o da Bacia de Paris <strong>do</strong> Jurássico (180<br />

milhões de anos) e os da África Ocidental e da bacia de<br />

Los Angeles <strong>do</strong> Terciário (entre 35 e 10 milhões de<br />

anos). Com esta diferença de tempo também a biomassa<br />

tem de ser necessariamente diferente dada a evolução<br />

das espécies. Assim durante o Cambrico e até ao Devónico<br />

a biomassa era constituída sobretu<strong>do</strong> por bactérias<br />

e fitoplâncton e mais raramente por algas bentónicas e<br />

zooplâncton, enquanto que nos petróleos mais recentes<br />

já pode haver a contribuição de plantas terrestres que se<br />

começaram a desenvolver no fim <strong>do</strong> Silúrico e se generalizaram<br />

no Devónico.<br />

Quanto ao local de formação os petróleos origina<strong>do</strong>s<br />

nos estuários ou nas bacias de grandes rios têm<br />

certamente uma maior contribuição de plantas<br />

terrestres que são arrastadas sob a forma de detritos. O<br />

18a(H)-oleanano é geralmente relaciona<strong>do</strong> com a<br />

contribuição de plantas superiores e aparece em grande<br />

concentração em petróleos da Nigéria, da Ilha Formosa<br />

(Taiwan), da In<strong>do</strong>nésia e da Nova Zelândia.<br />

O esta<strong>do</strong> de oxigenação <strong>do</strong> meio aquático em que se<br />

deu a deposição é muito importante da<strong>do</strong> que por um<br />

la<strong>do</strong> a grande abundância de oxigénio pode contribuir<br />

para a degradação quase imediata da biomassa impedin<strong>do</strong><br />

a formação de petróleo e, por outro la<strong>do</strong>, pode<br />

influenciar a composição. Por exemplo, um <strong>do</strong>s grandes<br />

componentes da biomassa é o Fitol, cadeia lateral da<br />

clorofila que se separa, e que em meio oxidante dá<br />

origem ao Pristano (2,6,10,14 tetrametilpentadecano) e<br />

em meio redutor dá origem ao Fitano (2,6,10,14 tetrametilhexadecano).<br />

Isto pode ser a razão da grande<br />

variedade de valores encontra<strong>do</strong>s para as relações Pristano/Fitano<br />

(P/F), Pristano/Heptadecano (P/C17) e<br />

Fitano/Octadecano (F/C18) que constam <strong>do</strong> Quadro 2.<br />

Meto<strong>do</strong>logia<br />

A Classificação poderia assentar apenas em biomarca<strong>do</strong>res,<br />

compostos mais resistentes cuja estrutura permite<br />

saber a que compostos correspondiam no reino animal ou<br />

vegetal. É o caso <strong>do</strong> perfil de Hopanos (Terpanos pentacíclicos)<br />

– fig. 4 e <strong>do</strong> perfil de Alcanos e Isoalcanos – fig. 5.<br />

Sample Name:<br />

BRENT-424<br />

Sample Name:<br />

NIGERIAN-445<br />

Fig. 4 – Perfis de Hopanos de<br />

duas amostras – Brent (Mar <strong>do</strong><br />

Norte) e Nigerian (Nigéria).<br />

De notar, no petróleo Brent a<br />

existência de H3, 17 (H),18<br />

(H),21 (H)-28,30-bisnorhopano,<br />

e no petróleo Nigerian a<br />

existência de OL, 18a<br />

(H)-oleanano. Comparan<strong>do</strong> os<br />

<strong>do</strong>is perfis sobressai também a<br />

maior percentagem de H4,<br />

17 (H),21 (H)-30-norhopano<br />

no petróleo Nigerian e a<br />

relação entre H1 e H2 que se<br />

apresentam mais semelhantes<br />

entre si no Nigerian que no<br />

Brent.

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