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14 ANAIS DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO N.º 15<br />
quan<strong>do</strong> disponível no merca<strong>do</strong>, trará também os seguintes<br />
benefícios:<br />
❚❘ Aumento da interoperabilidade entre as Unidades<br />
Navais da NATO, graças à troca de informação<br />
relevante para a navegação e o combate (sob a<br />
forma de AML);<br />
❚❘ Melhoria da capacidade combatente das Unidades<br />
Navais, em virtude da disponibilização das AML;<br />
❚❘ Contribuição para a uniformização de formatos<br />
na transferência de informação geo-espacial entre<br />
forças da NATO;<br />
❚❘ Possibilidade de utilização de da<strong>do</strong>s em varia<strong>do</strong>s<br />
formatos.<br />
5. Implementação de ECDIS/WECDIS<br />
na Marinha Portuguesa<br />
Face a tu<strong>do</strong> o que foi exposto, considera-se extremamente<br />
vantajosa a instalação de ECDIS/WECDIS nas<br />
Unidades Navais da Marinha, a qual já está a ser planeada<br />
pelo Esta<strong>do</strong> Maior da Armada, em colaboração<br />
com outros organismos da Marinha, incluin<strong>do</strong> o <strong>Instituto</strong><br />
<strong>Hidrográfico</strong>.<br />
Não cabe aqui apresentar o trabalho que está a ser<br />
desenvolvi<strong>do</strong> nesse âmbito, mas parece-nos adequa<strong>do</strong><br />
deixar algumas pistas quanto ao tipo de equipamento<br />
que se deverá instalar nos vários navios da Marinha,<br />
basean<strong>do</strong>-nos apenas em critério técnicos e empíricos,<br />
que carecem de sustentação mais alargada. Um <strong>do</strong>s<br />
aspectos importantes, que já está a ser pondera<strong>do</strong> no<br />
âmbito desse trabalho, é o de tentar determinar qual o<br />
perío<strong>do</strong> mínimo que poderá justificar a instalação de um<br />
ECDIS ou WECDIS a bor<strong>do</strong>. Para os navios cuja expectativa<br />
de vida, após a data de instalação de ECDIS ou<br />
WECDIS, não ultrapasse esse perío<strong>do</strong> mínimo não se<br />
justificará a inclusão desse equipamento. Este tipo de<br />
raciocínio terá que ser feito para to<strong>do</strong>s os navios que já<br />
têm uma idade relativamente avançada, nomeadamente<br />
as fragatas da classe «João Belo», as corvetas, os patrulhas<br />
da classe «Cacine», as lanchas de desembarque da<br />
classe “Bombarda» e as lanchas de fiscalização «Albatroz»<br />
e «D. Jeremias».<br />
Quanto ao tipo de equipamentos a instalar em cada<br />
navio, parece justificar-se uma divisão das Unidades<br />
Navais da nossa Marinha em 3 categorias:<br />
❚❘ navios que participam habitualmente em forças<br />
da NATO,<br />
❚❘ navios patrulha ou maiores e<br />
❚❘ navios de menores dimensões.<br />
Nos navios que participam habitualmente em forças<br />
da NATO, considera-se tecnicamente aconselhável a ins-<br />
talação futura de WECDIS, por forma a melhorar a sua<br />
inter-operabilidade com outros navios de países alia<strong>do</strong>s.<br />
Estão nesta situação as fragatas da classe «Vasco da<br />
Gama», o reabastece<strong>do</strong>r de esquadra «Bérrio», o futuro<br />
NAVPOL e os novos submarinos. No entanto, como<br />
ainda não existe nenhum WECDIS certifica<strong>do</strong>, dever-seá<br />
optar por instalar, no imediato, um equipamento<br />
ECDIS, o que permitirá ao pessoal <strong>do</strong>s navios familiarizar-se<br />
com a tecnologia das cartas electrónicas e começar<br />
a adaptar o funcionamento das suas equipas de navegação<br />
a esta nova realidade. Estar-se-á, assim, a preparar<br />
o caminho para a introdução futura de WECDIS, que<br />
ainda não estão disponíveis no merca<strong>do</strong>. A forma como<br />
se irá processar a evolução futura para os WECDIS<br />
dependerá da forma como os fabricantes também fizerem<br />
a transição <strong>do</strong>s ECDIS para os WECDIS. Caso se<br />
consiga fazer a integração <strong>do</strong> ECDIS com o sistema de<br />
combate <strong>do</strong>s navios (que é um requisito estabeleci<strong>do</strong> no<br />
STANAG 4564) essa evolução será mais fácil e mais<br />
suave: passará eventualmente por uma actualização <strong>do</strong><br />
software <strong>do</strong> ECDIS que lhe permita ler as AML 10 . Numa<br />
perspectiva mais radical, poderá ser necessário substituir<br />
os ECDIS por WECDIS. Nesse caso, os ECDIS poderão<br />
ser facilmente recoloca<strong>do</strong>s noutros navios da nossa<br />
Marinha, ten<strong>do</strong>-se já ganho uma importante prática na<br />
utilização deste sistema, que facilitará a introdução <strong>do</strong>s<br />
WECDIS. Em relação ao NAVPOL e aos novos submarinos,<br />
é provável que à data das respectivas entregas já<br />
haja WECDIS certifica<strong>do</strong>s, o que possibilitará a instalação<br />
desse equipamento logo de origem 11 .<br />
Para os navios patrulha ou maiores, em que se<br />
incluem os novos navios de patrulha oceânica, as corvetas,<br />
os navios hidrográficos, a «Sagres» e o «Creoula»,<br />
justifica-se, em termos técnicos, a aquisição de um<br />
ECDIS. No caso das corvetas e <strong>do</strong>s patrulhas velhos a<br />
sua aquisição deverá depender da respectiva expectativa<br />
de vida.<br />
Para as Unidades Navais mais pequenas, em que os<br />
espaço na ponte é por norma exíguo, tem que ser bem<br />
ponderada a montagem de um ECDIS certifica<strong>do</strong>, dadas<br />
as suas dimensões relativamente grandes. O ECDIS é<br />
composto por um monitor de 21’’, com aproximadamente<br />
50u 60u 60 cm, mais um processa<strong>do</strong>r de tamanho<br />
semelhante ao de um vulgar computa<strong>do</strong>r desktop.<br />
Assim, para as lanchas de fiscalização e lanchas hidrográficas,<br />
talvez seja mais adequa<strong>do</strong> montar um sistema<br />
10 Os ECDIS actuais têm abertura para a criação de novas<br />
camadas de informação, definidas pelo opera<strong>do</strong>r. Assim, será<br />
apenas necessário definir o formato em que se querem as AML,<br />
pois o software <strong>do</strong> ECDIS já abre o caminho para a adição de<br />
novas camadas.<br />
11 O prazo de construção <strong>do</strong> NAVPOL é de cerca de 48<br />
meses e o <strong>do</strong>s novos submarinos é de 60 a 69 meses, o que<br />
atira as respectivas entregas para nunca antes de 2005, no caso<br />
<strong>do</strong> NAVPOL, e nunca antes de 2007, no caso <strong>do</strong> primeiro submarino.