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CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

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condições financeiras necessárias para freqüentar a escola particular. Ele recorda o<br />

trajeto que realizava para chegar até a escola lembrando-se das ruas, da estação do<br />

trem, da loja de brinquedos “Casa Ouro”.<br />

Se eu me deparasse com o que acontecia na estação, porque havia o<br />

chamado horário que era o horário que passava o trem de passageiros às 7<br />

horas e 15 minutos da manhã. Você ficava olhando quem vinha a<br />

Araranguá, a pessoa estava entrando no trem e assistindo isso em torno<br />

das 7 horas e 15 minutos da manhã, a aula era sempre às 8 horas da<br />

manhã, quinze para as oito. Você via, eu saía pela a Desembargador Pedro<br />

Silva vinha pela Conselheiro João Zanette onde tem o túnel agora, descia a<br />

Praça Nereu Ramos e atravessava a Praça do Congresso aonde tava<br />

situada, situada a escola. Esse era o meu trajeto, e quase sempre parando<br />

aqui ou ali. Olhando, parava na frente da Casa Ouro, que era uma casa que<br />

vendia brinquedo. No início era uma livraria, brinquedos também, na<br />

Conselheiro João Zanette, ali na descida as coisas mais ou menos nessa. 94<br />

No trajeto descrito encontrava-se uma loja maçônica, aspecto<br />

interessante, pois alimentava a imaginação das crianças que por ali circulavam e,<br />

em especial, a de Nereu Guidi. Em suas narrativas, demonstra o ar de suspense e<br />

apreensão quando passava em frente daquele prédio que suscitava idéias e<br />

alimentava a imaginação daqueles infantes.<br />

Não tinha qualquer vínculo com a Igreja. Eu sei, porque a maçonaria ela<br />

esteve situada na Rua Desembargador Pedro Silva durante muito tempo,<br />

antes onde é o Bistek. Nós passávamos na frente com os olhos arregalados<br />

porque existiam espadas lá dentro, aquele negócio todo. Não deixavam<br />

ninguém entrar. Como sociedade secreta pra nós era uma coisa que a<br />

gente ficava... E quando se via alguém, ele estava com uma bata na frente<br />

era um ser extraterrestre ou extradivino. 95<br />

Em suas memórias, Nereu Guidi lembra o mistério e o suspense que<br />

envolvia a maçonaria, justamente pelo fato de se tratar de uma sociedade secreta,<br />

cujo acesso era restrito e os rituais lembravam algo macabro. Talvez porque essa<br />

idéia devia ser reforçada pela Igreja. “Acabei descobrindo, hoje, com o senhor<br />

Adalberto, que a espada de Dom Pedro naquele Sete de Setembro...”. 96 Além das<br />

fantasias construídas a partir da existência, naquela localidade, de uma loja<br />

maçônica, havia também o incômodo ou, pelo menos, o suspense e o temor de<br />

passar em frente ao cemitério da cidade, que ficava localizado na mesma rua<br />

Desembargador Pedro Silva e, portanto, próximo de onde se situava a referida loja.<br />

94 GUIDI, Nereu – Entrevista concedida em 25.05.2006.<br />

96 Idem

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