18.04.2013 Views

CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

deparou com o pátio que, segundo ele, não oferecia as condições necessárias para<br />

a prática do futebol:<br />

E era grande, mas o meu marido que foi aluno da minha mãe, ele disse que<br />

quando chegou lá, porque ele gosta, ele troca tudo por uma bola. Quando ele<br />

chegou lá, ele se decepcionou. (...) Ele disse: meu deus! Não tem um campo<br />

de futebol, uma escola particular? Ele diz isso, mas é porque ele é exagerado<br />

da bola. De certo, assim como ele, alguns... (...) Era um pátio grande. Não<br />

ficava todo mundo aglomerado, mas a ponto de jogar uma bola ali dentro, não<br />

dava. 88<br />

As considerações anteriores servem para mostrar como as crianças<br />

daquela época e naquela escola encontravam alternativas diante das condições<br />

objetivas. Assim, mesmo o pátio da escola não sendo considerado muito grande, as<br />

crianças que freqüentavam o “Póvoas Carneiro” não deixavam de brincar e ocupar<br />

os espaços disponíveis para praticar atividades diversas, como atestam os próprios<br />

ex-alunos.<br />

As narrativas de Antônio Adalberto Canarin fazem coro com aquelas que<br />

apontam o pátio da escola como sendo pequeno e, ao mesmo tempo, indicam as<br />

alternativas encontradas pelas crianças que estudavam no Póvoas Carneiro para a<br />

prática do esporte que, naquela época, já era mania. No caso desse ex-aluno, a<br />

indicação é de que o pátio da escola era pequeno mas que, mesmo assim,<br />

encontravam formas de praticar a brincadeira preferida, o futebol.<br />

Tinha. Não muito grande, mas era um pátio suficiente pra nós, meninos. Às<br />

vezes até alguma mistura com as meninas. Nós fazíamos no intervalo do<br />

recreio, nós jogávamos o futebol, com bolinhas de meia e quando não<br />

agüentava, porque era areia, nós botávamos lata de salsicha, lata de<br />

sardinha vazia e era nossa bola. Nós jogávamos futebol pra valer! Suava, e<br />

vinha pra casa rasgado ou com as canelas quebradas, tudo marcada das<br />

latas. Porque dava um chute, levantava um pouquinho a bola, vinha na<br />

canela da gente, arrebentava as canela. 89<br />

Kátia Carneiro Crippa, que, além de ter sido aluna da escola, também era<br />

filha de dona Zulcema, relata que nunca saía de dentro da escola e que se<br />

relacionava com todas as crianças, brincando de roda, amarelinha, perna de pau,<br />

entre outras tantas brincadeiras que praticava ou observava os brincantes. Entre as<br />

brincadeiras, Kátia e sua irmã Zurene Póvoas Carneiro fazem referência aos patins,<br />

que atesta uma condição social elevada e própria das camadas médias urbanas da<br />

sociedade que se formara em Criciúma a partir da década de 1940.<br />

88 PÓVOAS CARNEIRO, Zurene – Entrevista concedida em 16.05.2006.<br />

89 CANARIN, Antônio Adalberto – Entrevista concedida em 25.05.2006.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!