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CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

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Só me lembro de uma vez que eu dava aula aqui na copa da Zulcema<br />

[mostra com as mãos na mesa], que era casa alta assim. Passava a rua era<br />

a casa do Beto. Carlos Alberto Barata, eu me lembro. Falo muito alto até<br />

tive problema em dar cursos. (...) Então eu me lembro, uma vez eu chamava<br />

a atenção do Carlos Alberto Barata. (...) e a mãe dele escutou lá na casa<br />

dele. Disse: - Maria o quê o Beto fez? Eu contei. (...) Eu falei bem alto, de<br />

certo, a gente brigava, falava alto, exigia. (...) A gente convivia em todos os<br />

espaços. Tudo muito próximo. (...) Eu era amiga do pai desse, do pai<br />

daquele. Aquela costurava pra mim, porque tinha loja. Os pais dos alunos<br />

eram meus primos ou cunhados. 77<br />

Das professoras entrevistadas, foi Célia da Silva Viana quem mais<br />

preocupou-se em mostrar-se uma professora “liberal”, que procurava estabelecer um<br />

diálogo com seus alunos e, ao mesmo tempo, tornar suas aulas mais agradáveis,<br />

buscando diversificar as metodologias como forma de atrair o interesse das<br />

crianças.<br />

A professora conta que Zulcema era muito enérgica e era comum as<br />

visitas da diretora nas salas de aula como forma de acompanhar os trabalhos<br />

realizados pelas professoras e, concomitantemente, para intervir em situações de<br />

indisciplina. De acordo com os depoimentos de Célia, “Ela via também as provas. A<br />

gente fazia aquelas provinhas, sempre. Ou semanal, com ditado, tudo. Ela olhava.<br />

(...) É, nós tínhamos que fazer. (...) Olhava o planejamento, (...) o caderno da gente.<br />

Pra ver se estava de acordo”.<br />

Célia conta ainda que, certa vez, estava na sala de aula com sua turma de<br />

1ª série e propôs um jogo para estudarem as sílabas, o qual ocasionou um tumulto.<br />

Quando Zulcema ouviu aquele barulho todo, entrou na sala e disse: “Que balbúrdia!<br />

Tem muito barulho na tua sala!”.<br />

A própria Zulcema, em suas lembranças, narra que costumava entrar<br />

naquelas salas de aula onde as professoras não estivessem conseguindo controlar a<br />

turma e impor a ordem, reforçando assim, o que foi lembrado pela professora Célia e<br />

reforçando o seu caráter rígido e disciplinador. “Não, com os alunos havia<br />

professoras que eram mais exigentes. Outras que eu tinha que cuidar porque, não<br />

sabe como é que é? Conversa e tal”.<br />

Desse ponto de vista, a escola “Póvoas Carneiro” deveria servir de<br />

parâmetro para as demais escolas primárias e os grupos escolares que havia na<br />

cidade. Assim, ela própria, em suas narrativas, afirma que era muito exigente, mas<br />

77 CARNEIRO, Maria Lydia - Entrevista concedida em 27.04.2006.

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