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CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

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do fazer pedagógico, condizente com a concepção tradicional que, na época, ainda<br />

era hegemônica. Para ilustrar situações como essa, a professora diverte-se,<br />

lembrando um episódio engraçado. Segundo ela, um determinado aluno escreveu<br />

no texto a expressão “não cabeu”. Ela então fez a devida correção e mandou que o<br />

aluno escrevesse, em seu caderno, uma quantidade de vezes, a expressão correta.<br />

Como as páginas de seu caderno não foram suficientes, o garoto entregou a<br />

atividade pela metade, argumentando com a professora que não havia escrito a<br />

quantidade que lhe havia sido solicitada, porque “não cabeu”.<br />

Esse acontecimento narrado pela professora Nyette nos dá a idéia de<br />

como eram alguns dos castigos que, para as professoras daquela época,<br />

correspondiam a outra coisa, mais vinculada ao processo estabelecido no ato de<br />

ensinar e aprender.<br />

No entanto, constatamos que os castigos serviam, antes de tudo, para<br />

mostrar ao aluno que ele não podia errar, evidenciando um certo modelo e prática<br />

pedagógica preocupada com a disciplina para o trabalho. Portanto, a intenção<br />

primeira não de proporcionar meios para que o aluno aprendesse o conteúdo de<br />

forma correta e acertada.<br />

Maria Lydia Carneiro atuou no “Póvoas Carneiro” em dois momentos bem<br />

distintos. Primeiro, como aluna do 5º ano preparatório para admissão ao ginásio e,<br />

mais tarde, como professora da escola. Maria Lydia, que se casou com um irmão do<br />

marido de Zulcema, acabou tornando-se cunhada de sua ex-professora e agora<br />

colega de profissão.<br />

No relato de suas memórias, a professora Maria Lydia também argumenta<br />

que não aplicava castigos. O que fazia, quando havia algum caso de indisciplina, era<br />

colocá-los de pé diante dos demais alunos. Mas isso não configurava um tipo de<br />

castigo. A professora conta ainda que Criciúma era uma cidade pequena, e as<br />

famílias que viviam no centro da cidade eram em número reduzido e bem<br />

conhecidas de todos, ou seja, todos se conheciam e isso ajudava a manter a<br />

disciplina na escola, pois bastava falar um pouco mais alto na sala de aula que<br />

alguns pais ouviam de suas casas, demonstrando toda a proximidade que havia.

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