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CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

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(...) a intenção da Carta de 37 era manter um explícito dualismo<br />

educacional: os ricos proveriam seus estudos através do sistema público ou<br />

particular, e os pobres, sem usufruir desse sistema, deveriam destinar-se às<br />

escolas profissionais. Assim, o artigo 129 determinou como primeiro dever<br />

do Estado a sustentação do ensino pré-vocacional e profissional destinado<br />

às classes menos favorecidas (GHIRALDELLI JR., 1992, p. 82).<br />

A Constituição de 1937 refletia as tendências fascistas do Estado Novo,<br />

atenuando o impacto de algumas conquistas. “A ênfase é deslocada para a<br />

sugestão da liberdade da iniciativa privada. No período da ditadura, o movimento<br />

renovador entra em recesso” (ARANHA. 1996, p. 203).<br />

Entre 1942 e 1946, ocorreu a decretação das leis orgânicas, conhecidas<br />

por Reforma Capanema, que passaram a ordenar o ensino no Brasil nos níveis<br />

Primário, Secundário, Industrial, Comercial, Normal e Agrícola. A referida reforma<br />

possuía um caráter elitista e procurava manter o dualismo educacional, 54 que pré-<br />

determinava dentro da sociedade da época os que teriam condição de prolongar o<br />

tempo de permanência na escola e os que teriam que voltar sua formação formal<br />

para alguma profissão técnica. Ghiraldelli Jr. (1992, p. 83) afirma que os decretos só<br />

não incorporaram “todo o espírito da Carta de 37 porque vingou já nos anos de<br />

liberalização do regime”, ou seja, no final do Estado Novo.<br />

Nota-se que o movimento em relação à construção de propostas para a<br />

educação aconteceu em meio ao processo de industrialização e modernização do<br />

Brasil, fazendo com que as medidas apresentadas ajudassem o Estado a crescer e<br />

a se desenvolver para que, então, pudesse servir aos interesses do capitalismo que,<br />

naquele momento, consolidava-se no País.<br />

No entanto, Aranha (1996, p. 202) afirma que:<br />

Em pleno processo de industrialização do País, persiste a escola<br />

acadêmica. Os cursos mantidos pelo sistema oficial não acompanham o<br />

ritmo do desenvolvimento tecnológico da indústria em expansão. As escolas<br />

oficiais são mais procuradas pelas camadas médias desejosas de ascensão<br />

social e que, por isso mesmo, preferem os ‘cursos de formação’,<br />

desprezando os profissionalizantes. Acrescente-se o fato de continuar<br />

exigindo exames e provas, que tornam o ensino cada vez mais seletivo, e,<br />

portanto antidemocrático.<br />

54 Nas letras da Reforma Capanema, a organização de um sistema de ensino bifurcado, com um<br />

ensino secundário público destinado às “elites condutoras” e um ensino profissionalizante para as<br />

classes populares (GHIRALDELLI JR., p. 84).

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