CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc
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Depois o meu curso não era ginásio. Era <strong>Curso</strong> Particular Póvoas Carneiro,<br />
que ia do 1º ano até o pré-ginasial. Porque naquele tempo tinha que fazer<br />
prova, como se fosse um vestibular para entrar no ginásio. Eu já fazia isto<br />
na minha casa. 42<br />
Assim, o <strong>Curso</strong> Particular Póvoas Carneiro começou não pela 1ª série do<br />
primário, mas pelo 5º ano, que, conforme definição do Decreto-Lei n. 8.529 de<br />
janeiro de 1946, se constituiria em uma preparação para os exames de admissão ao<br />
ginásio. (GHIRALDELLI JR. 1992, p.85)<br />
Eu conseguia que viessem, porque, naquele tempo, para fazer um Ginásio,<br />
precisava fazer um exame de admissão, e eu telefonava para vários lugares<br />
para ver se fulano... Se havia lugar, se havia possibilidade de a pessoa vir,<br />
e assim... 43<br />
A professora, além de preparar as crianças para ingressarem no curso<br />
ginasial, também se incumbia de fazer os contatos necessários para encaminhá-los<br />
aos respectivos ginásios que havia fora de Criciúma. Muitos desses alunos<br />
acabaram indo estudar em Porto Alegre, Tubarão, Laguna e Florianópolis, por<br />
intermédio da própria professora.<br />
A ampliação da escolarização dos filhos da classe média, que compunha<br />
a elite urbana local, estava em acordo com a necessidade imposta pelo processo de<br />
modernização que chegava a Criciúma no bojo da consolidação do capitalismo<br />
industrial. Ou seja, era necessária uma formação adequada para aqueles que<br />
integrariam, num futuro próximo, os quadros políticos, empresariais e comerciais da<br />
cidade.<br />
Antônio Sérgio Borges foi um dos tantos alunos que freqüentaram o 5º<br />
ano preparatório ao Ginásio no “Póvoas Carneiro”, salientando a qualidade do curso:<br />
O pai optou por Porto Alegre. Então aí tinha que fazer o exame nos<br />
colégios, exigiam o chamado Exame de Admissão. Por isso que eu fui fazer,<br />
durante um ano, essa preparação na Dona Zulcema para o exame de<br />
admissão, lá em Porto Alegre. (...) É. Mas veja bem, não era uma coisa<br />
gritante, porque a qualidade do ensino, também o público, era muito boa.<br />
Agora, o da Dona Zulcema era algo mais, quer dizer, era um atendimento...<br />
Tanto assim, que saí daquele público (Grupo Escolar Professor Lapagesse)<br />
e fui ali para fazer admissão sem problema nenhum. (...) E daí quando fui<br />
fazer lá no ‘Rosário’ em Porto Alegre, o nível também era muito bom. O<br />
Colégio Rosário, dos Irmãos Maristas. Não tive problema. Eu passei sem<br />
problema nenhum. (...) 44<br />
42 Idem<br />
43 PÓVOAS CARNEIRO, Zulcema - Entrevista concedida em 19/01/2006.<br />
44 BORGES, Antônio Sérgio - Entrevista concedida em 28/04/2006.