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CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

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aluno Antônio Sérgio Borges, que vieram para Criciúma depois de terem comprado<br />

uma torrefação de café.<br />

Eu sou serrano. Sou de Bom Jardim da Serra. Nasci ali na boca da Serra,<br />

na descida da serra. Meu pai tinha uma fazenda lá e também tinha um tipo<br />

de venda. (...) Nós fomos pra Lauro Müller. Nós ficamos lá dois, três anos e<br />

o pai, então, comprou uma torrefação de café em Criciúma. Café Solina. E<br />

ele passou o nome de Café Borges. Nós fomos morar, então, em Criciúma.<br />

É interessante que eu me lembro bem disso porque foi na época do<br />

Congresso Eucarístico. 15<br />

Outros vieram para atuar nos altos escalões das companhias mineradoras<br />

nas mais diversas funções (guarda-livros, administradores, engenheiros, advogados,<br />

médicos e professores, entre outros), ou para atender a algumas demandas<br />

colocadas diante do crescimento abrupto da cidade, como aconteceu com os pais<br />

dos ex-alunos Jorge Henrique Frydberg e Jorge Miráglia, que vieram da França e da<br />

Itália, respectivamente, para trabalhar como engenheiros nas minas de carvão<br />

Meu pai era engenheiro de mina. (...) Meu pai é italiano. Eu sou italiano,<br />

também. Nós chegamos ao Brasil em 1950. (...) Meu pai veio pra Próspera<br />

[Cia. Próspera S/A]. Trabalhava na Próspera. Depois se associou com o pai<br />

dele [aponta para Jorge Henrique Frydberg], e fundou uma mina, a Linha<br />

Batista. 16<br />

A maioria dos entrevistados, no entanto, veio em condições bem menos<br />

favoráveis e buscava uma colocação qualquer nas minas de carvão. Esses,<br />

geralmente, eram trabalhadores braçais como agricultores e pescadores, a exemplo<br />

do pai do ex-aluno Antônio Adalberto Canarin, que, mesmo possuindo uma<br />

especialização (marceneiro), migrou de Orleans para Criciúma em busca de<br />

emprego.<br />

Meu pai foi aprendiz da fábrica de móveis do senhor Ari Istec, depois<br />

profissionalizou-se. Nesse meio tempo foi quando ele veio para Criciúma.<br />

(...). Em 41 ele veio à procura de emprego. Ele veio à procura de emprego e<br />

conseguiu se fichar na Próspera. Em um desses finais de semana, ele foi<br />

até Orleans de volta para buscar a família. Isso aconteceu em 41. (...) A<br />

minha mãe, meu irmão e eu, ele colocou no ônibus, e ele, por estar curto de<br />

dinheiro, veio de bicicleta. 17<br />

O jovem médico Dr. Manif Zacharias foi uma dessas pessoas que<br />

chegaram a Criciúma no início da década de 1940, motivadas pelo crescimento da<br />

industrialização do carvão e da cidade. Em 1997 ele publicou um livro de memórias,<br />

15 BORGES, Antônio Sérgio – entrevista concedida em 28.04.2006.<br />

16 MIRAGLIA, Jorge – entrevista concedida em 26.05.2006.<br />

17 CANARIN, Antônio Adalberto – entrevista concedida em 25.05.2006.

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