CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc
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as experiências anteriores, produzindo, assim, o movimento que dá vida ao ser<br />
social na medida em que novas questões passam a ser colocadas diante de uma<br />
realidade modificada, por meio de pressões exercidas sobre a consciência social<br />
existente.<br />
Em seus escritos, Thompson (1981, p. 121) explicita que a classe forma-<br />
se em meio ao “cruzamento da determinação e da auto-atividade: a classe operária<br />
‘se fez a si mesma tanto quanto foi feita’”. Não podendo separar a classe de sua<br />
consciência, pois o fazer-se se constitui num constante e irremediável “vir-a-ser no<br />
tempo” através da experiência da determinação.<br />
A dimensão da abordagem de Thompson acerca da formação da classe<br />
nos permite – embora ele o faça em relação à formação da classe operária na<br />
Inglaterra – aplicar o conceito ao processo de formação de todas as classes sociais<br />
por compreendermos sua existência no processo de embates entre classes distintas,<br />
cada qual com seus interesses e conflitos.<br />
Bezerra (1995, p. 125), ao analisar o materialismo histórico e a teoria da<br />
história a partir das contribuições teóricas de Thompson, assinala que:<br />
O embate entre o ser social (as forças condicionantes da trama do real) e a<br />
consciência social operante (os sujeitos exercendo suas vontades nos<br />
limites do possível e do desejável) constitui o real social, que é determinado<br />
apenas depois do realizado. O processo de construção desse real social é,<br />
por definição, indeterminado. Depende das forças em luta, na construção do<br />
mundo indefinido por ideais, vontades e valores que dominam os diferentes<br />
interesses dos grupos antagônicos.<br />
Pensando dessa forma, o autor novamente nos remete a Thompson<br />
quando enfatiza que é da luta que emerge a classe e, portanto, o seu acontecimento<br />
não deve ser e estar descolado da determinação que produz a experiência por meio<br />
da luta de classes que, por sua vez, precede a própria classe. Nessa perspectiva, o<br />
autor expõe os sujeitos (homens e mulheres) responsáveis pela construção do<br />
presente e a prospecção do futuro.<br />
afirma ainda que:<br />
Não são as estruturas que constroem a história. São as pessoas carregadas<br />
de experiências. Claro que não são sujeitos autônomos nem “indivíduos<br />
livres”. Suas situações e suas relações produtivas lhes são determinadas<br />
como necessidades (...). As contingências históricas exercem pesada<br />
presença na vida de cada pessoa. São os antagonismos aos quais todos<br />
estamos submetidos. (BEZERRA, 1995, p. 125-126).<br />
Ao refletir sobre o pensamento de Thompson, Bezerra (1995, p. 126)