CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc
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(...) teve como primeira característica (...) o surgimento de novos setores<br />
produtivos. No lugar dos tradicionais ramos de tecidos, vestuário e produtos<br />
alimentícios, cresceriam, doravante, setores como metalurgia, mecânica,<br />
cimento, material elétrico e transportes, além das indústrias químicas e<br />
farmacêuticas. Uma série de bens industriais, que, até aquele momento,<br />
eram importados pelo país, passaria, daí por diante, a ser produzida<br />
internamente. A esse processo damos o nome de substituição de<br />
importações. Essa seria a ‘marca registrada’ da história da industrialização<br />
brasileira até meados da década de 1950.<br />
A industrialização era uma necessidade, embora a burguesia industrial<br />
brasileira fosse bastante jovem e fraca do ponto de vista da capacidade de<br />
investimento. A crise mundial afugentou muitos investidores estrangeiros que se<br />
desinteressaram em abrir indústrias no Brasil. Coube ao Estado o papel de realizar<br />
os investimentos necessários para desenvolver o capitalismo industrial no País.<br />
A burguesia brasileira não tinha condições de aplicar seus recursos nesse<br />
tipo de empreendimento. (...) O empresariado voltou-se para o Estado e<br />
dele exigiu uma postura intervencionista naqueles setores onde a iniciativa<br />
privada fosse insuficiente (MENDONÇA. 1996. p. 40-44).<br />
Nesse processo foram criadas empresas estatais nos setores de base e<br />
infra-estrutura, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale<br />
do Rio Doce, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, entre outras.<br />
Getúlio Vargas possuía uma visão nacionalista da economia, criando<br />
mecanismos de proteção aos empresários brasileiros frente à concorrência<br />
internacional. Essas medidas entusiasmaram o empresariado incipiente e jovem do<br />
Brasil, que tiveram a oportunidade de crescer com reserva de mercado e sem o<br />
temor da concorrência externa. 14<br />
A criação da CSN foi importante para o desenvolvimento econômico de<br />
Criciúma, pois viria consumir e, mais tarde, explorar o carvão mineral desse<br />
município, contribuindo em seu processo de urbanização e modernização.<br />
Segundo indicações do economista Goularti Filho (2002), o<br />
desenvolvimento da cidade, impulsionado pela extração do carvão mineral, estava<br />
ligado à demanda de geração de energia pela recém-criada CSN em meio à<br />
Segunda Guerra Mundial. A dificuldade de importação desse produto de seus<br />
14 O apoio vinha sob a forma de aumento nas tarifas alfandegárias e, por outro lado, favorecendo<br />
financiamentos e diminuindo a cobrança de impostos para os investimentos em novas fábricas. Cabe<br />
ressaltar que os investimentos feitos pelo Estado ignoraram as regiões Norte e Nordeste, que<br />
permaneceram agrárias, atrasadas – em relação à modernização – e sob o domínio das oligarquias<br />
latifundiárias locais. A prioridade de investimento do governo privilegiava a região Sudeste.