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CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc

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Na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir,<br />

repensar com imagens e idéias de hoje as experiências do passado. A<br />

memória não é sonho, é trabalho. Se assim é, deve-se duvidar da<br />

sobrevivência do passado, “tal como foi”, e que se daria no inconsciente de<br />

cada sujeito. A lembrança é uma imagem construída pelos materiais que<br />

estão, agora, à nossa disposição, no conjunto de representações que<br />

povoam nossa consciência atual. Por mais nítida que pareça a lembrança<br />

de um fato antigo, ela não é a mesma imagem que experimentamos na<br />

infância, porque nós não somos de então e porque nossa percepção<br />

alterou-se e, com ela, nossas idéias, nossos juízos de realidade e de valor.<br />

O simples fato de lembrar o passado, no presente, exclui a identidade entre<br />

as imagens de um e de outro, e propõe a sua diferença em termos de ponto<br />

de vista.<br />

Assim, a partir da opção de privilegiar a memória daqueles que viveram e<br />

ajudaram a construir, de um modo ou de outro, a história do <strong>Curso</strong> Particular<br />

“Póvoas Carneiro, precisamos ter clareza de que a memória é construída<br />

socialmente, mesmo porque todo processo de recordação traz consigo a<br />

necessidade da apropriação de um passado que não poderia ser construído,<br />

tampouco mantido fora de qualquer sociedade. De acordo com Halbwachs (2006, p.<br />

29-70), a memória do indivíduo está relacionada à família, à classe social a que<br />

pertence, à escola, à igreja, à profissão, enfim, é constituída por grupos socais, tem<br />

uma dimensão coletiva, espontânea, múltipla, guardiã do passado. O autor procura<br />

explicar que a memória possui um caráter social, apesar de ter um componente<br />

individual, porque é construída sob um ponto de vista da memória coletiva.<br />

O historiador D’Assunção Barros (2004, p. 133), ao afirmar que a história<br />

oral remete a um dos caminhos metodológicos oferecidos pela história, estabelece<br />

também uma comparação entre os documentos orais e escritos, em relação à sua<br />

aplicação como fonte de pesquisa, chamando a atenção para a imprecisão presente<br />

em ambos, assinalando que:<br />

A imprecisão do oral não nos deve enganar; também existem espaços<br />

dissimulados que se escondem na documentação escrita, contornando<br />

silêncios e falseamentos, revelando segredos que o próprio autor do texto<br />

não pretendia revelar, mas que escapam através da linguagem, dos modos<br />

de expressão, da súbita iluminação que se espalha pelo texto quando o<br />

confrontamos com um outro nesta prática que é hoje chamada de<br />

‘intertextualidade’. Sem falar nas múltiplas vozes, na polifonia que pode ser<br />

extraída de um texto (...).<br />

Lembramos que todas as entrevistas, com o consentimento dos<br />

entrevistados, foram registradas em VHS 8 mm, sendo que algumas delas também<br />

foram registradas em K-7, a fim de assegurar não somente a fala, mas as imagens

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