CUIDANDO DOS BEM-NASCIDOS: O Curso ... - Acervo - Unesc
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todos em formação, com a Bandeira do Brasil numa varinha. Todo mundo<br />
levantou a varinha e: independência! 114<br />
Ao mencionar algumas das alegorias que mais marcaram, a professora<br />
lembra que foi possível realizar tais apresentações porque muitas pessoas da<br />
comunidade a ajudavam, destacando aqui, o papel da relação que havia entre a<br />
professora e sua escola com os pais dos alunos e a comunidade específica, formada<br />
por profissionais liberais, comerciantes e políticos e os proprietários das<br />
mineradoras.<br />
Ah, isso a gente arranjava, eu sempre tive muita sorte na vida, sabe? Muita<br />
sorte, sempre arranjava alguém que me ajudasse. Uma das formaturas de<br />
Sete de Setembro, não é? Do desfile. O Dite Freitas me deu. Naquele<br />
tempo o Metropol 115 estava no auge. Me deu as camisas com os nomes dos<br />
jogadores para uma turma ir ao desfile, ostentando a camisa dos<br />
jogadores. 116<br />
Nesse sentido, as aparições da escola em desfiles e sessões cívicas da<br />
cidade, bem como as diversas comemorações internas, reforçam o caráter classista<br />
da escola, impulsionado pelo desejado processo de modernização e urbanização<br />
crescente de Criciúma. Isso se dá porque a escola procura obter certo grau de<br />
visibilidade como forma de obter e reforçar o status que lhe era assegurado, até<br />
aquele momento, de escola particular e de qualidade superior às públicas, capaz de<br />
dar aos seus uma escolarização mais consistente e lhes assegurar a ampliação do<br />
tempo de permanência nos bancos escolares.<br />
4.4 O uso de uniformes: distinção e visibilidade<br />
Outra forma de conceder status e visibilidade à escola era o uso<br />
obrigatório de uniforme. Embora essa obrigatoriedade se estendesse a todas as<br />
escolas do Estado de Santa Catarina, públicas ou particulares, o que realmente<br />
importava era a marca da escola, uma espécie de grife. Era a marca que<br />
114 CANARIN, Antônio Adalberto – Entrevista concedida em 25/05/2006.<br />
115 Em 1959, como forma de neutralizar as ações sindicais dos trabalhadores, o empresário Dite<br />
Freitas, filho do minerador Diomício Freitas, juntamente com seu sócio Santos Guglielmi, resolveram<br />
investir na divisão recreativa da empresa (Cia Carbonífera Metropolitana), reforçando o time de<br />
futebol conhecido como ‘Esporte Clube Metropol’, o profissionalizado.<br />
116 PÓVOAS CARNEIRO, Zulcema – Entrevista concedida em 19/01/2006.