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nós mesmos, diz com todas as letras que não existe
nada a comemorar, e eu, por minha parte, só posso
concordar e esperar que as coisas melhorem.
Não é verdade que “a revista vive só batendo”. E
também acredito que é improvável que a pesca do
Rio de Janeiro não tenha um terminal/entreposto
moderno por causa das nossas opiniões, todas
baseadas em fatos. Eu gostaria muito de ver publicado
na revista que o defeso do camarão, por exemplo,
finalmente foi baixado com alternativas econômicas
reais para a frota pesqueira. Gostaria de ler na
revista que os gestores da pesca compreenderam
que parar uma atividade econômica por três meses
seria como parar de fabricar carros, remédios
ou deixar de recolher o lixo da cidade. Eu seria o
primeiro a mandar publicar uma edição especial só
para anunciar a inauguração do entreposto de pesca
do Rio e a construção do atracadouro para nossos
barcos. Daria três páginas só com as fotos e os nomes
Palavra do Presidente
Este atum foi vendido por R$ 3,6 milhões. Pena que foi no Japão.
dos autores dessa façanha prometida há mais de 20
anos e jamais cumprida.
A última queixa diz que a revista precisa ver “o
lado positivo das coisas”. Posso garantir que, graças
a Deus, não somos cegos para as coisas boas. Vemos
que a China e o Vietnam vão muito bem e estão
abarrotando o nosso mercado com seus produtos.
Que o bacalhau da Noruega já é quase brasileiro. Que
o salmão chileno é um dos melhores do mundo. Que
o camarão argentino está vindo por aí ou já chegou.
Que um atum no Japão, um só, vale mais de três
milhões de reais. Todas essas coisas são positivas. É
uma pena que não sejam assim tão positivas para nós.
Para terminar, agradeço os elogios. Isso quer dizer
que a nossa revista tem leitores, e é isso que me deixa
contente de verdade.
Leonardo Marques Torres
Presidente do SAPERJ
Janeiro Fevereiro 2013 - P&M - 5