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do Ministério da Defesa e das três forças singulares para<br />

o período 2012-2031, são mostrados no Livro Branco de<br />

Defesa Nacional (LBDN), apresentado ao Congresso em<br />

17/07/2012, com as atualizações da Política Nacional de<br />

Defesa (PND) e da Estratégia Nacional de Defesa (END).<br />

A publicação do LBDN e a elaboração do PAED<br />

inserem-se no processo de transformação da Defesa no<br />

Brasil. Os projetos de transformação de nossas Forças<br />

Armadas englobam investimentos totais de R$ 557.734,5<br />

milhões, dos quais R$ 143.722 milhões estão destinados<br />

aos projetos de articulação e R$ 414.012 milhões aos de<br />

equipamento.<br />

Dos R$ 557.734,5 milhões previstos no PAED, os<br />

projetos da Marinha representam R$ 211.682,3 milhões,<br />

sendo R$ 37.922,5 milhões para os projetos de articulação<br />

e R$ 173.759,8 milhões para os de equipamento. Alguns<br />

projetos excedem o período até 2031, enquanto que<br />

outros já estavam em andamento.<br />

À recuperação da capacidade operativa estão<br />

destinados R$ 5.372,3 milhões em 2009-25; ao programa<br />

nuclear da Marinha, R$ 4.199,0 milhões em 2009-31;<br />

à construção do núcleo do Poder Naval, R$ 175.225,5<br />

milhões em 2009-2047; ao Sistema Gerencial da Amazônia<br />

Azul (Sisgaaz), R$ 12.095,6 milhões em 2013-24; ao<br />

complexo naval da 2ª Esquadra/2ª Força de Fuzileiros da<br />

Esquadra, R$ 9.141,5 milhões em 2013-31; à segurança da<br />

navegação, R$ 632,80 milhões em 2012-31; e ao pessoal,<br />

R$ 5.015,6 milhões em 2010-31.<br />

Em novembro, será inaugurada a Unidade de<br />

Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), para<br />

construção das seções de casco dos novos submarinos.<br />

As quatro unidades de propulsão convencional (S-BR)<br />

devem receber os nomes de Riachuelo, Humaitá, Tonelero<br />

e Angostura. O submarino de propulsão nuclear (SN-<br />

BR) deverá se chamar Álvaro Alberto, em homenagem<br />

ao almirante que trouxe para o Brasil as primeiras<br />

ultracentrífugas de enriquecimento de urânio.<br />

A futura localização do complexo da 2ª Esquadra/2ª FFE<br />

deve ser decidida em breve, a fim de cumprir o cronograma<br />

de projeto. A baía de São Marcos, em São Luís (MA), é<br />

apontada por especialistas como o local mais adequado. No<br />

decorrer da primeira metade deste século, parte substancial<br />

da Marinha deverá migrar para o litoral Norte/Nordeste do<br />

Brasil, em função da nova realidade estratégica.<br />

Na estrutura militar de Defesa criada em 2010, os<br />

comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica<br />

passaram a ter como atribuição principal o preparo das<br />

respectivas forças. O emprego de elementos das três<br />

forças singulares, em operações conjuntas no Atlântico<br />

Sul, ficaria subordinado ao comando de um Teatro de<br />

Operações Marítimo (TOM), e o papel do Comando de<br />

Operações Navais (ComOpNav) na estrutura do setor<br />

operativo da Marinha teria que ser reavaliado.<br />

O ComOpNav, ao qual atualmente se subordinam<br />

a Esquadra e a FFE, além de nove distritos navais e<br />

alguns outros componentes, poderia ser acrescido<br />

de componentes adicionais ou ser substituído por<br />

dois comandos de área autônomos: o Comando Naval<br />

Meridional (Coname), com sede no Rio de Janeiro (RJ),<br />

e o Comando Naval Setentrional (Conase), possivelmente<br />

sediado em São Luís (MA).<br />

Ao Coname estariam subordinadas a 1ª Esquadra e a<br />

1ª FFE, além dos 1º, 2º, 5º, 6º, 7º e 8º Distritos Navais. O<br />

Conase incluiria a 2ª Esquadra, a 2ª FFE e os 3º, 4º e 9º<br />

Distritos Navais. Os submarinos poderiam ser integrados<br />

às duas Esquadras ou ficar sob um comando de força<br />

autônomo, sediado em Itaguaí (RJ). Neste caso, as 1ª e<br />

2ª Esquadras seriam constituídas apenas por meios de<br />

superfície e aeronavais.<br />

Nos conflitos assimétricos do século XXI, a Marinha<br />

do Brasil deve estar apta a realizar operações nas quais<br />

o “inimigo” pode não ser um Estado organizado, como<br />

as de interdição marítima ou de combate à pirataria. Em<br />

períodos de paz, deve garantir a presença do Brasil nas<br />

águas jurisdicionais que constituem a Amazônia Azul,<br />

assim como em outras áreas marítimas de interesse<br />

nacional, dissuadindo ameaças e atuando na segurança<br />

marítima ou em apoio à política externa.<br />

Por ter mais de 70% de sua superfície coberta pelos<br />

oceanos, nosso mundo poderia ser chamado de Planeta<br />

Água. A distribuição desigual das terras pelos hemisférios<br />

caracteriza a existência de um “hemisfério de terra” ao<br />

Norte e um “hemisfério de água” ao Sul. O Brasil é a maior<br />

potência marítima do Hemisfério Sul, e a ampliação de<br />

sua projeção internacional, além do nível regional, tende<br />

a consolidar tal posição.<br />

Nosso país integra o grupo de potências emergentes,<br />

denominado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e<br />

África do Sul). No século XXI, será necessário capacitar<br />

plenamente a Marinha do Brasil, assim como o Exército e a<br />

FAB, para a defesa da soberania e dos interesses nacionais.<br />

A transformação das Forças Armadas brasileiras depende<br />

da concretização dos projetos que constam do PAED.<br />

Eduardo Italo Pesce é especialista em Relações<br />

Internacionais, professor no CEPUERJ e colaborador<br />

permanente do Centro de Estudos Político-Estratégicos<br />

da Escola de Guerra Naval (CEPE/EGN).<br />

Fonte: Monitor Digital<br />

Janeiro Fevereiro 2013 - P&M - 37

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