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O que vendemos O que é revendido<br />

coluna “De olho no mercado”, no “Jornal do Commercio”,<br />

informa como os alimentos pressionam preços.<br />

Apesar de a atividade econômica no planeta ter<br />

arrefecido em 2012, a inflação voltou a incomodar neste<br />

comecinho de 2013 em alguns países proeminentes, como<br />

China e Brasil. Novamente, um dos fatores que mais vem<br />

contribuindo para o encarecimento do custo de vida tem<br />

sido a alta expressiva dos alimentos. Na média, as cotações<br />

das commodities agrícolas estavam 7% mais salgadas em<br />

dezembro passado do que um ano antes. Tudo bem que<br />

houve a dramática seca nos Estados Unidos, um dos<br />

principais produtores mundiais de milho e soja, entre<br />

outros itens. Intempéries climáticas derrubaram também<br />

a safra de outras importantes regiões, como a de trigo na<br />

Rússia, a de soja na China e a de grãos, de modo geral, no<br />

sul e no nordeste do Brasil.<br />

Ao que parece, o ser humano vai ter que se acostumar e<br />

aprender a lidar com esse tipo de adversidade de forma quase<br />

constante daqui por diante. Cresce, todavia, a percepção de<br />

que outro vilão – a especulação – vem desempenhando<br />

papel crucial na escalada dos preços da comida.<br />

Segundo a organização não-governamental britânica<br />

World Development Movement (WDM), que se propõe a<br />

combater a pobreza, o banco Goldman Sachs é um dos<br />

maiores negociantes nos mercados futuros de matérias-<br />

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Fábio de Assis<br />

primas alimentícias, tendo lucrado aproximadamente<br />

US$ 400 milhões com operações com milho, trigo e soja,<br />

entre outros produtos, em 2012. “O Goldman Sachs é<br />

o líder global em transações que vêm empurrando os<br />

preços da comida para cima, enquanto algo como um<br />

bilhão de pessoas passam fome. O banco fez lobby pela<br />

desregulamentação que possibilitou o aporte de bilhões<br />

nos mercados derivativos de commodities, criando-se os<br />

instrumentos necessários, e agora está colhendo os lucros”.<br />

De acordo com a Organização para Alimentação e<br />

Agricultura (FAO), das Nações Unidas, desde 2003 os<br />

preços de alimentos no mundo mais que dobraram.<br />

A tendência altista acelerou dramaticamente a partir<br />

de 2007, o que deu origem a uma série de protestos e<br />

revoltas populares ao redor do planeta. No total, foram<br />

registrados 28 países nos quais houve algum tipo de<br />

levante. Estudiosos afirmam que muitas das revoluções<br />

ocorridas nos últimos cinco anos, inclusive as da<br />

chamada ‘Primavera Árabe’, estão diretamente associadas<br />

aos períodos de picos de encarecimento dos gêneros<br />

alimentícios, alcançados entre 2008 e 2011.<br />

A partir de 1999, com a assinatura pelo então presidente<br />

norte-americano Bill Clinton do Ato de Modernização dos<br />

Mercados Futuros de Commodities (Commodity Futures<br />

Modernization Act), bancos de investimento e outras<br />

instituições financeiras passaram a apostar firmemente<br />

nas trajetórias dos preços das commodities, com nenhum<br />

propósito produtivo, afastando os contratos nas bolsas de<br />

mercadorias da sua função primordial, para a qual foram<br />

originalmente concebidos, que é a de servir como seguro<br />

para o produtor, entre outras coisas, contra intempéries<br />

climáticas. “A participação de instituições financeiras com<br />

práticas estritamente especulativas saltou de algo como<br />

12% do mercado, antes da desregulamentação, para cerca<br />

de 60% atualmente”, observa a economista Heidi Chow,<br />

da WDM. O volume da especulação é ampliado mediante<br />

a maior ocorrência de eventos climáticos ou de qualquer<br />

espécie que causem incertezas à produção. Até aí tudo<br />

Janeiro Fevereiro 2013 - P&M - 25

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