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Fao 2012 “O EstadO das PEscas E aquicultura Mundiais” O relatório observa que nas próximas décadas é provável que se vejam grandes mudanças na economia, mercados, recursos e conduta social, já que os impactos das alterações climáticas vão aumentar a incerteza em muitos setores alimentares, incluindo no das pescas. Salienta também a importância do Código de Conduta da FAO para a Pesca Responsável e dos seus planos de ação internacionais e orientações técnicas associadas, para se alcançar a meta de um sistema de produção global de alimentos sustentável. O Estado das Pescas e Aquicultura Mundiais 2012 revela que o setor produziu uma quantidade recorde de 128 milhões de toneladas de peixe para alimentação humana – uma média de 18,4kg por pessoa –, fornecendo a mais de 4,3 mil milhões de pessoas cerca de 15 por cento do seu consumo de proteína animal. A pesca e a aquicultura são também uma fonte de rendimento para 55 milhões de pessoas. “A pesca e a aquicultura desempenham um papel vital na economia global, nacional e rural”, afirmou o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva. “Os meios de subsistência de 12 por cento da população mundial dependem direta ou indiretamente delas. A pesca e a aquicultura contribuem significativamente para a segurança alimentar e nutrição. São também a principal fonte de proteína para 17 por cento da população mundial e de quase um quarto no caso dos países de baixo rendimento e com déficit de alimentos”. Árni M. Mathiesen, diretor do Departamento das 12 - P&M Janeiro Fevereiro 2013 Pescas e Aquicultura da FAO, afirmou: “As pescas e a aquicultura têm uma contribuição vital na segurança alimentar global e no crescimento econômico. No entanto, o setor enfrenta uma série de problemas, incluindo uma má governação, fracos regimes de gestão das pescas, conflitos sobre o uso dos recursos naturais, utilização persistente de práticas de pesca e aquicultura inadequadas. E estão ainda mais comprometidas por uma falha na incorporação das prioridades e dos direitos das comunidades de pesca artesanal e das injustiças relacionadas com a discriminação de gênero e trabalho infantil”. Estimular a governação - A FAO está pedindo aos governos que façam todos os esforços para garantir uma pesca sustentável em todo o mundo. O relatório observa que muitos dos estoques marinhos de peixe monitorizados pela FAO permanecem sob grande pressão. Segundo as últimas estatísticas disponíveis, quase 30 por cento dos estoques de peixes estão

sobre-explorados – um ligeiro decréscimo em relação aos dois anos anteriores –, cerca de 57 por cento estão totalmente explorados (ou seja, já se encontram ou estão muito próximos da sua produção máxima sustentável), e apenas cerca de 13 por cento não estão totalmente explorados. “Esta sobre-exploração não só provoca consequências ecológicas negativas, como também reduz a produção de peixe, o que resulta em consequências sociais e econômicas negativas”, afirma o relatório. “Para aumentar a contribuição da pesca marinha para a segurança alimentar, as economias e o bem-estar das comunidades costeiras, devem ser postos em prática planos de gestão eficazes para reconstituir os estoques sobre-explorados”. Uma governação reforçada e uma gestão eficaz das pescas são obrigatórias. O relatório argumenta que a promoção da pesca e da produção de peixes sustentáveis pode fornecer incentivos para uma administração e defensa mais amplas do ecossistema, permitindo mecanismos como a adoção de uma abordagem ecossistêmica da pesca e da aquicultura com os sistemas de posse justos e responsáveis. Produção mundial de pescado - A pesca de captura e a aquicultura forneceram ao mundo cerca de 148 milhões de toneladas de peixes em 2010, no valor de 217,5 mil milhões de dólares. O crescimento da produção de aquicultura continua a superar o crescimento da população, e é um dos setores de produtos alimentares animais com um crescimento mais rápido – tendência que está prevista a se manter. Produtos do peixe e seus derivados estão entre os alimentos mais comercializados em todo o mundo. Após uma queda em 2009, o comércio mundial de peixe e derivados retomou a sua tendência em alta, impulsionado por uma procura sustentada, políticas de liberalização do comércio, globalização dos sistemas alimentares e inovações tecnológicas. O comércio global atingiu um recorde de 109 mil milhões de dólares em 2010 e em 2011 prevê-se outro, estimado em 125 mil milhões de dólares. Aumentar a resiliência e fortalecer o setor - O relatório observa que nas próximas décadas é provável que se vejam grandes mudanças na economia, mercados, recursos e conduta social, já que os impactos das alterações climáticas vão aumentar a incerteza em muitos setores alimentares, incluindo no das pescas. Janeiro Fevereiro 2013 - P&M - 13

sobre-explorados – um ligeiro decréscimo em relação<br />

aos dois anos anteriores –, cerca de 57 por cento estão<br />

totalmente explorados (ou seja, já se encontram ou estão<br />

muito próximos da sua produção máxima sustentável),<br />

e apenas cerca de 13 por cento não estão totalmente<br />

explorados.<br />

“Esta sobre-exploração não só provoca<br />

consequências ecológicas negativas, como também<br />

reduz a produção de peixe, o que resulta em<br />

consequências sociais e econômicas negativas”, afirma<br />

o relatório. “Para aumentar a contribuição da pesca<br />

marinha para a segurança alimentar, as economias e o<br />

bem-estar das comunidades costeiras, devem ser postos<br />

em prática planos de gestão eficazes para reconstituir<br />

os estoques sobre-explorados”.<br />

Uma governação reforçada e uma gestão eficaz<br />

das pescas são obrigatórias. O relatório argumenta<br />

que a promoção da pesca e da produção de peixes<br />

sustentáveis pode fornecer incentivos para uma<br />

administração e defensa mais amplas do ecossistema,<br />

permitindo mecanismos como a adoção de uma<br />

abordagem ecossistêmica da pesca e da aquicultura<br />

com os sistemas de posse justos e responsáveis.<br />

Produção mundial de pescado - A pesca de captura<br />

e a aquicultura forneceram ao mundo cerca de 148<br />

milhões de toneladas de peixes em 2010, no valor de<br />

217,5 mil milhões de dólares.<br />

O crescimento da produção de aquicultura<br />

continua a superar o crescimento da população, e é um<br />

dos setores de produtos alimentares animais com um<br />

crescimento mais rápido – tendência que está prevista<br />

a se manter.<br />

Produtos do peixe e seus derivados estão entre os<br />

alimentos mais comercializados em todo o mundo.<br />

Após uma queda em 2009, o comércio mundial de<br />

peixe e derivados retomou a sua tendência em alta,<br />

impulsionado por uma procura sustentada, políticas<br />

de liberalização do comércio, globalização dos sistemas<br />

alimentares e inovações tecnológicas. O comércio<br />

global atingiu um recorde de 109 mil milhões de<br />

dólares em 2010 e em 2011 prevê-se outro, estimado<br />

em 125 mil milhões de dólares.<br />

Aumentar a resiliência e fortalecer o setor - O<br />

relatório observa que nas próximas décadas é provável<br />

que se vejam grandes mudanças na economia,<br />

mercados, recursos e conduta social, já que os impactos<br />

das alterações climáticas vão aumentar a incerteza em<br />

muitos setores alimentares, incluindo no das pescas.<br />

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