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faça o download da revista copafest – edição 3

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E MAIS:<br />

REVISTA COPAFEST. ED. 01.2010. PRIMAVERA<br />

45 ANOS<br />

DEPOIS NO<br />

COPACABANA PALACE<br />

DOM<br />

SALVA<br />

DOR<br />

Ban<strong>da</strong> Mantiqueira | Hector Del Curto Quinteto | Leo Gandelman Trio<br />

Dom Salvador Sexteto | Vinil é Arte


BAR DO COPA<br />

Av. Atlântica, 1702 - Copacabana<br />

Entra<strong>da</strong> pelo Restaurante Pérgula<br />

Reservas: (21) 2545-8790<br />

bardocopa@copacabanapalace.com.br<br />

www.bardocopa.com.br<br />

INDICE 4<br />

| Editoral<br />

por Bernardo Vilhena<br />

6 | Uma mistura bem brasileira<br />

Coletivo Vinil é Arte ent<strong>revista</strong> Dom<br />

Salvador<br />

12 | Explosão de infinitos rítmos<br />

por Hugo Sukman<br />

17 | 20 anos de música instrumental<br />

Ban<strong>da</strong> Mantiqueira por Carlos<br />

Calado<br />

21 | Antes e depois<br />

Uma retrospectiva do Festival<br />

24 | Um toque latino no CopaFest<br />

Hector Del Curto por Pedro Motta<br />

Gueiros<br />

28 | Tem groove no lounge<br />

Vinil é Arte por Christina Fuscaldo<br />

30 | Copacabana - Um mar de<br />

histórias<br />

33 | Camaleão dos sopros<br />

Leo Gandelman por Yuri Almei<strong>da</strong>


4<br />

EDITORIAL<br />

OS MELHORES LUGARES<br />

DAS MELHORES CIDADES<br />

DO MUNDO TOCAM<br />

MÚSICA BRASILEIRA<br />

O CopaFest está chegando a sua terceira <strong>edição</strong><br />

reafirmando o compromisso de apresentar o experimentalismo<br />

na música instrumental.<br />

Desta vez, estamos acrescentando um<br />

tempero latino com a presença do quinteto<br />

do bandoneonista Hector Del Curto, produtor<br />

de uma combinação bem sucedi<strong>da</strong> de jazz e<br />

tango, seguindo a linhagem de grandes mestres<br />

argentinos como Astor Piazzolla e Gato Barbieri,<br />

entre outros.<br />

No futuro, pretendemos aprofun<strong>da</strong>r esta experiência<br />

apresentando os artistas latino americanos<br />

que, inspirados em seus ritmos nativos, vem atualizando<br />

e divulgando a música de seus países.<br />

O CopaFest traz também o quarteto do saxofonista<br />

Leo Gandelman - um artista que, além de ter<br />

participado de importantes discos <strong>da</strong> MPB como<br />

instrumentista e produtor, vem trabalhando<br />

incessantemente na divulgação <strong>da</strong> música<br />

instrumental brasileira, seja através dos meios de<br />

comunicação, seja através <strong>da</strong> veiculação de seu<br />

trabalho em novos formatos.<br />

A presença <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> Mantiqueira, do notável<br />

instrumentista Nailor Proveta, sublinha a nossa<br />

intenção de promover a interação entre músicos<br />

do Rio de Janeiro e de São Paulo. Estamos<br />

<strong>da</strong>ndo continui<strong>da</strong>de à tradição carioca de receber<br />

músicos paulistas, como aconteceu com o<br />

pianista e compositor Vadico (parceiro de Noel<br />

Rosa em “Feitio de Oração” e outros sucessos),<br />

com o imenso Paulo Moura e, também, com outro<br />

ilustre convi<strong>da</strong>do desta <strong>edição</strong> o maestro, pianista<br />

e compositor Dom Salvador.<br />

Dom Salvador foi um artíficie <strong>da</strong> bossa nova. Em<br />

seus trios tocaram os músicos mais importantes<br />

<strong>da</strong> geração <strong>–</strong> só pra citar os bateristas, temos Victor<br />

Manga, Dom Um Romão e Edison Machado. Em<br />

segui<strong>da</strong>, criou a mistura do funk com o samba na<br />

Ban<strong>da</strong> Abolição, abrindo novos caminhos para a<br />

nossa música instrumental.<br />

Os melhores lugares <strong>da</strong>s melhores ci<strong>da</strong>des do<br />

mundo tocam música brasileira. Bem vindo ao<br />

Copacabana Palace. BEM VINDO AO COPAFEST.<br />

Bernardo Vilhena


UMA<br />

MISTURA BEM<br />

BRASILEIRA<br />

POR MONICA RAMALHO<br />

2 DJS DO COLETIVO VINIL<br />

É ARTE CONVERSAM<br />

POR SKYPE COM DOM<br />

SALVADOR E REBOBINAM<br />

COM A GENTE HISTÓRIAS<br />

DO NOSSO MAESTRO<br />

6<br />

Ele estava no auge. Tudo aconteceu<br />

naquela déca<strong>da</strong> de 60, quando<br />

acompanhava Edu Lobo, Jorge Ben,<br />

Elza Soares, Tom Jobim e muitos<br />

outros, e colocava o seu piano à<br />

disposição de grupos estelares como<br />

Copa Trio (com o baterista Dom Um<br />

Romão), Rio 65 Trio (com Edison<br />

Machado na bateria e Sérgio Barrozo<br />

no baixo) e Abolição, formado só<br />

por músicos negros, entre eles o<br />

trompetista Barrosinho e o saxofonista<br />

Ober<strong>da</strong>n Magalhães.<br />

Radicado nos Estados Unidos desde<br />

1973, Dom Salvador conversou por<br />

Skype com os discotecários Marcelo<br />

MB e Formiga, do coletivo Vinil é Arte,<br />

responsável pelo som ambiente do<br />

Lounge CopaFest. Também participou<br />

<strong>da</strong> ent<strong>revista</strong> o curador do evento,<br />

Bernardo Vilhena.<br />

Rebobine com a gente a história<br />

do pianista e descubra o que Dom<br />

Salvador está preparando para o show<br />

no festival.


ENTREVISTA<br />

por VINIL É ARTE<br />

VINIL É ARTE<br />

Você já curtia música<br />

na infância, Dom?<br />

DOM SALVADOR<br />

Sou de Rio Claro e<br />

nasci em uma família<br />

muito musical. Quase<br />

todos tocavam<br />

um instrumento. As<br />

minhas irmãs fizeram<br />

um quarteto, chamado<br />

As irmãs Silva, e<br />

estavam sempre na<br />

rádio local. Mas eram<br />

todos amadores e os<br />

ensaios eram feitos lá<br />

em casa. Tudo girava<br />

em torno <strong>da</strong> música.<br />

Paulo, meu irmão, era<br />

ótimo no violão, no<br />

contrabaixo e no saxofone.<br />

Cresci vendo<br />

tudo isso muito de<br />

perto.<br />

VINIL E quando você<br />

quis realmente tocar?<br />

DOM Meu primeiro<br />

instrumento foi a<br />

bateria. Costumava<br />

ir ao cinema só para<br />

ver as orquestras<br />

americanas e adorava<br />

assistir a performance<br />

dos bateristas <strong>da</strong>s<br />

orquestras de Severino<br />

Araújo e de Zacarias.<br />

Até que, certo dia,<br />

uma <strong>da</strong>s minhas<br />

irmãs virou para o<br />

Paulo, nosso irmão,<br />

e falou: ‘Você tem<br />

que ver como o Poim<br />

toca na mesa’. Poim<br />

era o meu apelido<br />

na família. Foi assim<br />

que ele me chamou<br />

para tocar repique no<br />

Carnaval. Depois, me<br />

arrumou um professor<br />

e comecei a estu<strong>da</strong>r<br />

música pela teoria<br />

antes de aprender<br />

bateria com o Emilio.<br />

VINIL Mas você acabou<br />

se destacando<br />

mesmo em outro instrumento.<br />

Como o piano<br />

entrou em cena?<br />

DOM O Emilio começou<br />

a me ensinar. Um<br />

tempo depois, foi convi<strong>da</strong>do<br />

para <strong>da</strong>r aula<br />

numa escola em São<br />

Carlos. Fiquei sem<br />

professor de bateria e<br />

não conseguimos outro.<br />

Nesse intervalo,<br />

para não ficar parado,<br />

resolvi estu<strong>da</strong>r piano.<br />

A outra possibili<strong>da</strong>de<br />

era violão já que eu<br />

tinha um problema<br />

de hérnia e não podia<br />

tocar instrumento de<br />

sopro. Podemos dizer<br />

que o piano veio<br />

por acidente. Tanto é<br />

que, no início, eu não<br />

gostava muito, mas<br />

conheci ótimos pianistas<br />

e, em segui<strong>da</strong>, me<br />

interessei de ver<strong>da</strong>de.<br />

Como o piano também<br />

é um instrumento<br />

percussivo, foi fácil<br />

aprender.<br />

VINIL Você teve que<br />

estu<strong>da</strong>r aquela lista<br />

de compositores eruditos?<br />

DOM Exatamente.<br />

Fui ter aulas com uma<br />

professora de piano<br />

clássico. Durou um<br />

bom tempo com ela<br />

e aprendi bastante.<br />

Depois, estudei num<br />

Conservatório em<br />

Campinas. O diploma<br />

saiu em 1960 e, no<br />

ano seguinte, mudei<br />

para São Paulo a convite<br />

de uma cantora<br />

conheci<strong>da</strong> na época,<br />

Marita Louise. Ela<br />

cantava operetas e fazia<br />

muito sucesso na<br />

Europa. Trabalhamos<br />

em bares, alguns com<br />

pinta de cabaré.<br />

VINIL Em relativo<br />

pouco tempo, só cinco<br />

anos, você fez parte<br />

de grupos super<br />

importantes para o<br />

instrumental brasileiro.<br />

Como conheceu o<br />

Dom Um Romão?<br />

DOM Eu estava sempre<br />

na Baiúca, no Beco<br />

<strong>da</strong>s Garrafas. Numa<br />

determina<strong>da</strong> noite,<br />

uns gringos arrasavam<br />

no palco e havia um<br />

bando de músicos por<br />

lá: Tenório Jr., Hamilton<br />

Godoy, acho que o<br />

Cesar Camargo Mariano,<br />

Laércio de Freitas<br />

e Toninho Pinheiro, do<br />

Jongo Trio. Todo mundo<br />

era desembaraçado.<br />

Já eu, nunca gostei<br />

de <strong>da</strong>r canja. Era<br />

meio tímido com essa<br />

coisa. Toninho insistiu<br />

para eu tocar. Toquei<br />

e, nessa noite, estava<br />

lá o Dom Um. Quando<br />

desci do palco, ele me<br />

chamou na mesa e falou:<br />

“Você toca muito<br />

bem. Gostaria de ir<br />

com a gente para o<br />

Rio de Janeiro?”. Isso<br />

foi em 1964. Fiquei<br />

nervoso, mas topei<br />

porque tudo acontecia<br />

no Rio naquele tempo.<br />

Falei com a minha<br />

noiva, com quem<br />

me casaria em 1965,<br />

e ela me incentivou.<br />

Fizemos shows inesquecíveis<br />

no Beco <strong>da</strong>s<br />

Garrafas, entre eles os<br />

primeiros <strong>da</strong> Elis Regina<br />

e do Quarteto em<br />

Cy, acompanhamos<br />

Jorge Ben e muitos<br />

outros, até que Dom<br />

Um Romão foi embora<br />

para os Estados<br />

Unidos.<br />

VINIL Acompanhou<br />

mais alguém ilustre<br />

na estreia?<br />

DOM O Marcos Valle<br />

no Bacarat, mas foi<br />

por acaso. A proposta<br />

original era reunir Victor<br />

Manga na bateria,<br />

Tenório Jr. no piano e<br />

Zezinho Alves no


VOCÊS PODEM<br />

IMAGINAR<br />

COMO ESTOU<br />

ENTUSIASMADO<br />

COM ESSE CONVITE<br />

PARA TOCAR NO<br />

COPAFEST, NÃO É?<br />

baixo e Dóris Monteiro<br />

na voz. Eles ensaiaram<br />

e tudo, mas<br />

ninguém apareceu na<br />

hora do show (risos).<br />

Éramos todos jovens.<br />

Então, chamaram o<br />

Edison Machado e o<br />

Sérgio Barrozo e botaram<br />

a Leny Andrade<br />

no lugar <strong>da</strong> Dóris. O<br />

show estava ficando<br />

muito legal. A gente<br />

fazia dois, três números<br />

instrumentais e<br />

ficava uma suingueira<br />

<strong>da</strong>na<strong>da</strong>. Wilson Simonal<br />

e Jorge Ben, por<br />

exemplo, estava sempre<br />

na plateia, e também<br />

o Armando Pitigliani,<br />

que perguntou<br />

se queríamos gravar<br />

um disco. Topamos no<br />

ato.<br />

VINIL E as viagens<br />

para a Europa, como<br />

pintaram os convites?<br />

DOM A primeira viagem<br />

foi com o Salvador<br />

Trio. Levamos o<br />

Chico Batera no lugar<br />

do Victor Manga, que<br />

gravou o disco. Nessa<br />

época, entrou a on<strong>da</strong><br />

dos Beatles e fomos<br />

obrigados a mu<strong>da</strong>r<br />

tudo. Graças a Deus,<br />

não faltou trabalho. A<br />

maioria dos caras tocava<br />

tudo de ouvido e,<br />

para enfrentar horas<br />

de estúdio, era preciso<br />

saber música. Eu,<br />

Antonio Adolfo e Tenório<br />

líamos partitura<br />

bem e choviam convites<br />

para gravar. Nessa<br />

época, acabou por um<br />

longo tempo esse negócio<br />

de bossa nova.<br />

VINIL É, mas apesar<br />

de a bossa nova ser<br />

a bandeira <strong>da</strong> música<br />

brasileira no exterior,<br />

quando saiu de mo<strong>da</strong><br />

não impediu você de<br />

tocar nos Estados Unidos,<br />

não é?<br />

DOM Pelo contrário!<br />

Fui em 1966 com o<br />

Salvador Trio, em 1967<br />

com o Copinha, flautista<br />

extraordinário,<br />

e, em 1968, com a<br />

Elza Soares. Conheci<br />

Bill Evans e alguns<br />

de meus ídolos. Voltei<br />

com outras ideias e o<br />

negócio <strong>da</strong> Abolição<br />

foi um incentivo do<br />

Hélcio Milito, do Tamba<br />

Trio. Ele é um visionário,<br />

sempre pesca<br />

as coisas diferentes<br />

no ar. Milito trabalhou<br />

como produtor em<br />

gravadoras e, certo<br />

dia, me chamou e sugeriu<br />

fazer aquele som<br />

do Abolição que vocês<br />

conhecem bem.<br />

VINIL Vocês tiveram<br />

que se vestir com<br />

uma temática africana,<br />

defendendo o discurso<br />

do movimento<br />

negro. Como isso influenciava<br />

na música?<br />

DOM Abolição tem<br />

um funk bem característico<br />

americano.<br />

Mas a gente fazia com<br />

uma cara bem regional,<br />

cem porcento brasileira,<br />

porque a gente<br />

tocava de tudo, chorinho<br />

e tal. Não ouso<br />

dizer que fomos os<br />

primeiros, mas essa<br />

mistura era meio original.<br />

E olha que curioso:<br />

Havia quem escutasse<br />

as gravações<br />

do Herbie Hancock e<br />

pensasse que era a<br />

gente tocando (risos).<br />

VINIL Quando rompeu<br />

com o Abolição,<br />

houve outra mu<strong>da</strong>nça<br />

no seu som. Como retomou<br />

a carreira solo?<br />

DOM Depois do Abolição,<br />

fiz as malas e<br />

voei para os Estados<br />

Unidos. Toquei com<br />

grupos de jazz em incontáveis<br />

gigs. Toquei<br />

com todo mundo,<br />

sem saber com quem<br />

ia encontrar. Comecei<br />

a entrar nos lugares,<br />

mas foi muito difícil no<br />

início porque não dá<br />

para viver só de gigs.<br />

A intenção era ficar<br />

um mês e voltar para<br />

o Brasil, mas estou no<br />

país do Tio Sam até<br />

hoje.<br />

VINIL O que você<br />

está preparando para<br />

o show do CopaFest?<br />

DOM Quero mostrar<br />

as composições que<br />

estou fazendo no momento.<br />

Estou sempre<br />

mu<strong>da</strong>ndo algo, sem<br />

perder a essência.<br />

Não sei dizer se é para<br />

frente ou para trás (risos).<br />

Gosto muito dos<br />

sons do passado, mas<br />

faço uma mistura com<br />

os sons atuais. Tem<br />

a ver com gafieira e<br />

samba-jazz. Porque<br />

eu acho que o sambajazz<br />

veio do som que<br />

os caras faziam na<br />

gafieira, aquele negócio<br />

de tocar um tema<br />

e sair improvisando<br />

em cima. Meu último<br />

show no Copacabana<br />

Palace foi em 1965.<br />

Sabe quem estava<br />

nesse show? Tenório<br />

Jr., Antonio Adolfo,<br />

Cesar Camargo Mariano,<br />

Luis Carlos Vinhas,<br />

Zimbo Trio, Meirelles<br />

e os Copa 5. Vocês<br />

podem imaginar como<br />

estou entusiasmado<br />

com esse convite para<br />

tocar no CopaFest,<br />

não é?


EXPLOSÃO<br />

DE INFINITOS<br />

RITMOS POR HUGO SUKMAN<br />

UMA LEITURA<br />

CONTEMPORÂNEA DA<br />

HISTÓRIA DA MÚSICA<br />

INSTRUMENTAL BRASILEIRA<br />

12<br />

A chama<strong>da</strong> música popular brasileira - aquele<br />

vasto hibrido formado por canções e <strong>da</strong>nças<br />

portuguesas, música culta e popular européia,<br />

infinitos ritmos, sentimentos e procedimentos<br />

africanos, algo indígena, fraseados de ban<strong>da</strong>s<br />

militares, e quantas influências mais fossem<br />

chegando no decorrer do tempo <strong>–</strong> nasceu instrumental.<br />

Vamos dizer, sem medo de errar, que<br />

com o mulato, filho de escrava liberta, Anacleto<br />

de Medeiros: foi ele, com suas composições<br />

calca<strong>da</strong>s em <strong>da</strong>nças européias mas de espírito<br />

chorão, com seus arranjos para ban<strong>da</strong>s (nota<strong>da</strong>mente<br />

a do Corpo de Bombeiros, pioneira de<br />

nossos registros fonográficos), e com sua opção<br />

pelos instrumentos de sopro, o primeiro a<br />

libertar a música brasileira de suas influências,<br />

tornando-a, finalmente… brasileira. E não mais<br />

européia, africana, erudita, popular, portuguesa,<br />

indígena, militar, etc.: hibri<strong>da</strong> e única.<br />

Anacleto é o pioneiro.<br />

Se Anacleto criou, Pixinguinha, não por acaso<br />

outro soprista negro de sóli<strong>da</strong> formação musical<br />

européia, formatou isso o que chamamos<br />

de música popular brasileira, seja como o maior<br />

compositor de choro, como o bom sambista, o<br />

estilizador de cantos anacestrais, mas principalmente<br />

como o arranjador que estabelece a nossa<br />

linguagem orquestral.<br />

Anacleto é o pioneiro. Pixinguinha é o clássico.<br />

Lá pelos anos 1950, o bastão, ou melhor, o saxofone,<br />

é passado para outro músico negro,<br />

soprista, líder de ban<strong>da</strong>, maestro, compositor,<br />

arranjador, etc.: Moacir Santos, aquele que não<br />

é um só, é tantos, como dele disse Vinicius.<br />

Tantos que, até hoje, e pelo menos desde que<br />

lançou o seminal LP “Coisas”, em 1964, Moacir<br />

seja o mais influente músico brasileiro, o que vai<br />

determinar o que é nossa sofistica<strong>da</strong> música<br />

instrumental contemporânea.


Anacleto é o pioneiro,<br />

Pixinguinha é o clássico,<br />

Moacir Santos é o<br />

moderno.<br />

Não é difícil perceber<br />

a influência de Moacir<br />

na música de hoje: a<br />

<strong>da</strong>s harmonias sempre<br />

surpreendentes<br />

mas de resultado<br />

sempre agradável, do<br />

impressionante convívio<br />

entre a ancestrali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> música africana<br />

e a moderni<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> música brasileira e<br />

do jazz, <strong>da</strong>s técnicas<br />

eruditas e corretas<br />

com o balanço <strong>da</strong> música<br />

popular.<br />

Na explosão <strong>da</strong> música<br />

brasileira instrumental<br />

dos anos 60,<br />

e que determinaria a<br />

música de hoje, Mo-<br />

acir é de fato a figura<br />

central não apenas<br />

por seu trabalho musical,<br />

mas por ter sido<br />

professor (literalmente)<br />

e/ou influenciador<br />

de gente como Baden<br />

Powell, Roberto Menescal<br />

ou João Donato.<br />

E até mais jovens<br />

como Mario Adnet, Zé<br />

Nogueira (que prestaram-lhe<br />

os últimos e<br />

inestimáveis tributos,<br />

“Ouro negro” e “Choros<br />

e alegria) e a flautista<br />

Andrea Ernest<br />

Dias, que acabou de<br />

fazer sua tese de doutorado<br />

sobre Moacir<br />

e, justamente, sua influência<br />

nas gerações<br />

posteriores.<br />

É impossível, por<br />

exemplo, ouvir a Ban<strong>da</strong><br />

Mantiqueira e não<br />

lembrar de Moacir<br />

Santos (bem como <strong>da</strong><br />

linhagem, digamos,<br />

saxofonística <strong>da</strong> nossa<br />

formação musical).<br />

A tal linhagem saxofonística<br />

para contar<br />

a história <strong>da</strong> música<br />

brasileira, aliás, poderia<br />

ser pianística. Poderia<br />

contar a mesma<br />

história partindo dos<br />

pianeiros, passando<br />

por Ernesto Nazareth<br />

e Chiquinha Gonzaga,<br />

por Sinhô e o piano no<br />

samba, por Ra<strong>da</strong>més<br />

Gnattali, Ary Barroso,<br />

Custódio Mesquita,<br />

Tom Jobim para chegar<br />

em Luiz Eça, figura<br />

tão central e influente<br />

quanto Moacir Santos.<br />

Edu Lobo, por exemplo,<br />

não cansa de dizer<br />

que, em vez de ir a<br />

Berklee estu<strong>da</strong>r música,<br />

ele e Dori Caymmi<br />

iam à casa de Luiz Eça.<br />

Só por ter influenciado<br />

tanto os dois maiores<br />

compositores brasileiros<br />

vivos (o terceiro,<br />

Guinga, veio de Villa-<br />

Lobos, <strong>da</strong>s serestas<br />

suburbanas, do choro,<br />

o que é uma outra<br />

história), Luiz Eça já<br />

teria grande importância.<br />

Mas, mais do que<br />

isso, pode-se dizer<br />

que, com o Tamba Trio<br />

(ao lado de Bebeto no<br />

baixo e Helcio Milito<br />

na bateria e na tamba),<br />

no início dos anos 60<br />

Eça criou um formato<br />

moderno e brasileiro<br />

para a tradicional formação<br />

do trio de jazz<br />

piano-baixo-bateria.<br />

Pegue qualquer trio<br />

brasileiro antes do<br />

Tamba <strong>–</strong> ouça o de<br />

Dick Farney, por exemplo<br />

- e note como eles<br />

são ”americanos”, jazzísticos.<br />

Ouça o Tamba.<br />

E depois, todos<br />

que vieram depois.<br />

Os pianistas, de Dom<br />

Salvador, Antonio<br />

Adolfo e Cesar Camargo<br />

Mariano a André<br />

Mehmari, nunca mais<br />

foram os mesmos. O<br />

tecido percussivo, no<br />

lugar apenas <strong>da</strong> tradicional<br />

bateria, nunca<br />

mais seria usado <strong>da</strong><br />

mesma forma. Os<br />

procedimentos musicais<br />

sofisticados, as<br />

brincadeiras com an<strong>da</strong>mento<br />

e ritmo, tudo<br />

em Luiz Eça marcaria<br />

profu<strong>da</strong>mente a música<br />

brasileira <strong>da</strong>li para<br />

frente. Não é difícil dizer<br />

que o LP “Luiz Eça<br />

e cor<strong>da</strong>s”, de 1968,<br />

seja, além do melhor<br />

disco de arranjador já<br />

gravado no Brasil, o<br />

modelo para os arranjadores<br />

atuais, em forma<br />

e sonori<strong>da</strong>de.<br />

Enquanto Luiz Eça influenciava,<br />

no Beco<br />

<strong>da</strong>s Garrafas e nos<br />

demais inferninhos<br />

cariocas, to<strong>da</strong> uma<br />

geração de músicos<br />

no auge do chamado<br />

samba-jazz, em São<br />

Paulo um também<br />

jovem Hermeto Pascoal<br />

começava uma<br />

linhagem paralela, de<br />

jeito nenhum menos<br />

importante. Assim<br />

como Eça, Hermeto<br />

começou sua revolução<br />

com um trio de<br />

jazz em princípio tradicional(piano-baixobateria),<br />

o Sambrasa,<br />

ao lado de Humbeto<br />

Clayber e Airto Moreira,<br />

este outro revolucionário<br />

maluco.<br />

No único disco do<br />

Sambrasa Trio, de<br />

1965, Hermeto (e<br />

Airto), criavam uma<br />

nova linguagem para o<br />

formato trio, incorporando<br />

não apenas elementos<br />

do samba-jazz<br />

e <strong>da</strong> música brasileira<br />

urbana, mas de elementos<br />

nordestinos,<br />

de música mo<strong>da</strong>l, do<br />

pop e de uma liber<strong>da</strong>de<br />

de execução até<br />

então inédita.<br />

A níti<strong>da</strong> intenção de<br />

Hermeto e Airto de<br />

fazer um jazz de fato<br />

brasileiro e contemporâneo<br />

fez com que<br />

o Sambrasa Trio se<br />

transmutasse, dois<br />

anos depois, no Quarteto<br />

Novo, já influenciado<br />

por Geraldo Vandré<br />

e pela chama<strong>da</strong><br />

MPB (o movimento<br />

musical que traria para<br />

a bossa nova e para o<br />

samba-jazz elementos<br />

<strong>da</strong> chama<strong>da</strong> música<br />

tradicional brasileira<br />

urbana ou rural).<br />

Assim, tocando música<br />

brasilera com a<br />

liber<strong>da</strong>de e a invenção<br />

proporciona<strong>da</strong>s pelo<br />

jazz, Hermeto (piano e<br />

flauta), Airto (bateria e<br />

percussões), Theo de<br />

Barros (violão) e Heraldo<br />

do Monte (guitarra<br />

e viola caipira) fizeram<br />

o, talvez, mais influente<br />

grupo musical<br />

brasileiro. O único LP<br />

do Quarteto Novo, de<br />

1967, é cultuado tanto<br />

quanto o “Coisas”,<br />

de Moacir Santos e o<br />

“Luiz Eça e cor<strong>da</strong>s”.<br />

Juntos, eles formam<br />

uma espécie de Santíssima<br />

Trin<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

música brasileira contemporânea.


UMA MÚSICA<br />

BRASILEIRA HIBRIDA,<br />

LIVRE, AUTÔNOMA<br />

E MODERNA PARA<br />

SEMPRE<br />

Mas, espalhado por aí, o Quarteto Novo fez mais<br />

coisa, acompanhando Vandré (a queixa<strong>da</strong> de bode<br />

em “Dispara<strong>da</strong>” é invenção de Airto) e Edu Lobo<br />

(na famosa gravação de “Ponteio” ou num dos<br />

melhores discos de todos os tempos, “Cantiga<br />

de longe”, gravado em Los Angeles em 1970).<br />

A explosão <strong>da</strong> música instrumental brasileira dos<br />

anos 60, renderia muitos frutos. Poderia-se falar<br />

em Sérgio Mendes e no combo que ele criaria<br />

nos Estados Unidos, o Brasil 66, que espalharia<br />

como nunca a música brasileira pelo mundo.<br />

Ou nos arranjos que o saxofonista J.T. Meirelles<br />

começou fazendo para Jorge Ben e que redun<strong>da</strong>ria<br />

em to<strong>da</strong> uma linhagem de música negra<br />

(Black Rio, etc.). Tanta coisa aconteceu, mas o<br />

fato é que gente como Moacir Santos, Luiz Eça<br />

e Hermeto Pascoal aju<strong>da</strong>ram a trazer até aqui o<br />

sonho sonhado por Anacleto de Medeiros nas<br />

antigas tardes na sua Ilha de Paquetá, no começo<br />

dessa história to<strong>da</strong>: o de uma música brasileira<br />

hibri<strong>da</strong>, livre, autônoma e moderna para<br />

sempre.<br />

Hugo Sukman é jornalista e curador do novo Museu <strong>da</strong><br />

Imagem e do Som (MIS)<br />

20 ANOS<br />

DE MÚSICA<br />

INTRUMENTAL POR<br />

COM ARRANJOS INSPIRADOS EM SEUS<br />

EXCELENTES MÚSICOS, NAILOR PROVETA<br />

FAZ DA BANDA MANTIQUEIRA UM DOS<br />

MAIS COMPLETOS LABORATÓRIOS DA<br />

MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA<br />

CARLOS CALADO<br />

17


Próxima de completar 20 anos, a Ban<strong>da</strong> Mantiqueira<br />

tem motivos de sobra para comemorar.<br />

Se tocar música instrumental em nosso país já é<br />

por si só uma aventura arrisca<strong>da</strong>, seus integrantes<br />

realizaram nessas duas déca<strong>da</strong>s uma grande<br />

<strong>faça</strong>nha: manter ativa por tanto tempo uma big<br />

band tão original, fazendo música de altíssima<br />

quali<strong>da</strong>de, é algo raro até nos Estados Unidos<br />

ou na Europa.<br />

A pré-história dessa ban<strong>da</strong> paulista remonta ao<br />

início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980. O projeto de formar<br />

uma big band para tocar música popular brasileira<br />

surgiu nas conversas do clarinetista e sax alto<br />

Nailor “Proveta” Azevedo com o trompetista<br />

Walmir Gil, com o saxofonista Cacá Malaquias e<br />

o trombonista François de Lima <strong>–</strong> parceiros mu-<br />

sicais e amigos, que na época dividiam um apartamento<br />

no Bixiga, o folclórico bairro paulistano.<br />

Antes de criarem a Mantiqueira, em 1991, esses<br />

músicos participaram juntos de outras formações<br />

do gênero, como a Ban<strong>da</strong> Savana, a Ban<strong>da</strong><br />

Aquarius e a Sambop Brass. “Nossas influências<br />

eram muito amplas. Ouvíamos a Orquestra Tabajara,<br />

a turma <strong>da</strong> bossa nova, orquestras de gafieira,<br />

as ban<strong>da</strong>s dos maestros Branco e Laércio<br />

de Freitas. Também íamos a concertos eruditos”,<br />

relembra o trompetista Gil.<br />

A eclética formação desses músicos foi essencial<br />

para a criação <strong>da</strong> Mantiqueira, assim como a<br />

estimuladora liderança de Nailor Azevedo. Nascido<br />

em Leme, ci<strong>da</strong>de do interior paulista, Proveta<br />

herdou esse apelido ao se mu<strong>da</strong>r para a capital.<br />

Seu talento musical era tão precoce e surpreendente,<br />

que seus colegas recorreram à ciência<br />

genética para explicá-lo: já se destacando como<br />

solista <strong>da</strong> orquestra do maestro Sylvio Mazzuca,<br />

com apenas 16 anos, Nailor só poderia ser um<br />

bebê de proveta.<br />

“Na Mantiqueira trabalhamos com arranjos feitos<br />

sob medi<strong>da</strong>. Sempre gostei de explorar a<br />

musicali<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> integrante <strong>da</strong> ban<strong>da</strong>”, diz o<br />

líder e arranjador Proveta, que segue o exemplo<br />

do mestre do jazz Duke Ellington (1899-1974),<br />

criando os arranjos de acordo com a personali<strong>da</strong>de<br />

e o potencial de ca<strong>da</strong> um dos músicos <strong>da</strong><br />

ban<strong>da</strong>.<br />

A chega<strong>da</strong> do baixista e arranjador Édson José<br />

SEUS INTEGRANTES<br />

REALIZARAM NESSAS DUAS<br />

DÉCADAS UMA GRANDE<br />

FAÇANHA: MANTER ATIVA<br />

POR TANTO TEMPO UMA<br />

BIG BAND TÃO ORIGINAL,<br />

FAZENDO MÚSICA DE<br />

ALTÍSSIMA QUALIDADE, É<br />

ALGO RARO ATÉ NOS<br />

ESTADOS UNIDOS OU NA<br />

EUROPA<br />

Alves, um pouco depois, também foi importante<br />

para aumentar a intimi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> com o<br />

formato <strong>da</strong> canção. Clássicos <strong>da</strong> música popular<br />

brasileira, como o choro “Carinhoso” (Pixinguinha),<br />

o samba “Linha de passe” (João Bosco), os<br />

sambas-canções “As rosas não falam” (Cartola)<br />

e “Folhas secas” (Nelson Cavaquinho e Guilherme<br />

de Brito) ou ain<strong>da</strong> o “Baião de Lacan”<br />

(Guinga), costumam figurar entre os números<br />

mais aplaudidos nas apresentações <strong>da</strong> ban<strong>da</strong>.<br />

“Os arranjos e a interpretação usam to<strong>da</strong>s as<br />

técnicas <strong>da</strong> história <strong>da</strong>s big bands, mas têm os<br />

pés firmemente fincados nos coretos do interior,<br />

onde muitos dos músicos tocaram em público<br />

pela primeira vez”, observou bem o maestro Nel-


son Ayres ao apresentar “Aldeia” (1996), disco<br />

de estréia <strong>da</strong> Mantiqueira, que foi indicado ao<br />

prêmio Grammy de melhor performance de jazz<br />

latino, em 1998.<br />

Os álbuns “Bixiga” (2000) e “Terra Amantiquira”<br />

(2005) completam a pequena e preciosa discografia<br />

individual <strong>da</strong> ban<strong>da</strong>, que também já lançou<br />

um DVD (em 2009, pela série Toca Brasil do Itaú<br />

Cultural), além de três CDs que registram apresentações<br />

ao lado <strong>da</strong> OSESP, com participações<br />

<strong>da</strong>s cantoras Luciana Souza e Monica Salmaso.<br />

“Tem que existir um ritual. A gente precisa se<br />

encontrar sempre para ensaiar e tocar”, comenta<br />

o saxofonista Cacá Malaquias, sugerindo que a<br />

convivência quase diária e a amizade que une os<br />

14 integrantes <strong>da</strong> Mantiqueira são fun<strong>da</strong>mentais<br />

para que ela se mantenha ativa, exibindo a mesma<br />

energia e excelência musical que marcaram<br />

seus primeiros 20 anos de história. Sorte nossa,<br />

porque outros tantos devem vir por aí.<br />

Carlos Calado é jornalista e crítico musical. Colabora<br />

com a “Folha de S. Paulo” e é autor dos livros “O Jazz<br />

Como Espetáculo” e “Tropicália: a História de Uma Revolução<br />

Musical”.<br />

ANTES E<br />

DEPOIS<br />

É DIFÍCIL IMAGINAR<br />

UM CENÁRIO MAIS<br />

PERFEITO PARA EXIBIR<br />

TANTA TÉCNICA, TANTA<br />

SENSIBILIDADE E ESSES<br />

MÚSICOS MARAVILHOSOS<br />

Copacabana Palace + Música Instrumental + Rio<br />

de Janeiro, uma mistura na<strong>da</strong> incomum, marcas<br />

<strong>da</strong> nossa história, elementos que ecoam e nos<br />

identificam a milhas e milhas <strong>da</strong>qui. Mistura que<br />

começou com o SOM DO BECO <strong>da</strong>s garrafas,<br />

reduto inspirador <strong>da</strong> nossa música, CopaFest<br />

quer permanecer clássico, porém provocando e<br />

mostrando os novos contornos <strong>da</strong> música instrumental.<br />

Música brasileira, música do mundo, do<br />

nosso tempo.<br />

CopaFest viveu shows sensacionais, como as<br />

duas apresentações do Zé Luis com os garotos<br />

<strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> Magnética e encontros memoráveis<br />

como, João Donato e Paulo Moura. Vimos também<br />

inéditas interseções sonoras no diálogo<br />

musical de David Feldman e Gabriel Grossi e a<br />

ponte aérea com Chico Pinheiro, outro jovem talento.<br />

Tivemos a oportuni<strong>da</strong>de de trazer para o<br />

nosso palco o múltiplo Hermeto Pascoal, depois<br />

de alguns anos sem tocar na ci<strong>da</strong>de, e a honra<br />

de receber, por duas vezes, aquele que nas<br />

palavras do maestro Paulo Moura “tem a bossa<br />

nova to<strong>da</strong> debaixo dos dedos”: Osmar Milito. O<br />

emocionante show do Cesar Camargo Mariano<br />

e o vibrante “Jet Samba” do Marcos Valle completaram<br />

nossa segun<strong>da</strong> <strong>edição</strong>.<br />

Nas duas edições iniciais, descobrimos que existem<br />

muitos amantes <strong>da</strong> música instrumental<br />

brasileira. A terceira <strong>edição</strong> abre caminho para<br />

a proposta de realizar o festival duas vezes por<br />

ano e para o lançamento <strong>da</strong> <strong>revista</strong> CopaFest. A<br />

música instrumental instiga a imaginação e nos<br />

leva a acreditar em novas noites para revivê-la e<br />

reinventá-la nos salões do Copa.<br />

Diogo Rezende e Isabel Seixas<br />

M’Baraká Experiências Relevantes<br />

21


“O CopaFest é<br />

um <strong>da</strong>queles<br />

festivais que<br />

parecem pequenos,<br />

mas resultam<br />

grandes. Se<br />

para os mais velhos<br />

faz lembrar as noites<br />

do beco <strong>da</strong>s garrafas,<br />

para os mais jovens<br />

remete às boas<br />

noites do saudoso<br />

Free Jazz. Ou clubes<br />

de jazz como Blue<br />

Note (NY) e Ronnie<br />

Scott (Londres), onde<br />

só rola boa música.<br />

Shows como esses<br />

são dignos dos<br />

melhores festivais<br />

internacionais”<br />

Lauro Lisboa Garcia,<br />

jornal O Estado de<br />

São Paulo.<br />

“O elenco (do<br />

CopaFest) é ótimo,<br />

entre nomes<br />

consagrados e novos<br />

do instrumental<br />

brasileiro....o festival<br />

já vale por trazer de<br />

volta ao Rio Hermeto<br />

Pascoal”<br />

Antônio Carlos Miguel,<br />

jornal O Globo.<br />

“Um suntuoso lugar<br />

e um som de primeiríssima<br />

quali<strong>da</strong>de.<br />

A equação de bom<br />

gosto tem nome:<br />

CopaFest”<br />

Carla Vi<strong>da</strong>l, jornal O<br />

Fluminense.<br />

“Desde 2003 sem<br />

fazer show no Rio,<br />

Hermeto Pascoal<br />

apresentou um pout<br />

pourri de músicas no<br />

CopaFest, no Golden<br />

Room do Copacabana<br />

Palace. Improvisou<br />

letra em homenagem<br />

a ci<strong>da</strong>de... O show<br />

terminou com a ban<strong>da</strong><br />

deixando o palco em<br />

forma de trenzinho,<br />

passando pelo meio<br />

do público”<br />

Maria Fortuna, Gente<br />

Boa, jornal O Globo.<br />

“Com o CopaFest,<br />

Copacabana recupera<br />

seu lugar de classe e<br />

glamour <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s<br />

de 50, 60... mostra<br />

com muita competência<br />

algo inovador que<br />

vem soar em nossos<br />

ouvidos assim como<br />

é: Esplêndido!”<br />

Ana Claudia Dias.<br />

espectadora<br />

“Esse lugar é sensacional.<br />

Aqui tem um<br />

charme, uma mágica...com<br />

o grande<br />

número de ótimos<br />

instrumentistas que<br />

temos no Brasil poderiam<br />

ser feitos muitos<br />

outros CopaFest”<br />

Marcos Valle<br />

“É um privilégio estar<br />

neste lugar. Privilégio<br />

para os músicos, para<br />

a música instrumental<br />

brasileira e para o<br />

público”<br />

Chico Pinheiro<br />

“Esta sala, este<br />

bairro, essa rua<br />

aqui de trás tem<br />

tanta história.<br />

Estou emocionado”<br />

Cesar Camargo<br />

Mariano


UM TOQUE LATINO<br />

NO COPAFEST<br />

POR PEDRO MOTTA GUEIROS<br />

A TABELINHA TANGO E<br />

FUTEBOL MOSTRA QUE A<br />

ARTE LATINO AMERICANA<br />

NASCEU PARA BRILHAR EM<br />

TODO O MUNDO<br />

24


No grande baile do século XXI, a terra <strong>da</strong>nça num<br />

lugar do espaço em que o tempo é marcado por<br />

um bandoneon. Com rostos colados e os pés no<br />

chão, a origem do tango aponta para um destino<br />

comum. Quanto maior a conexão entre culturas<br />

diferentes, mais raro e valioso é o caldo extraído<br />

<strong>da</strong>s raízes regionais. Não é de hoje que o paradoxo<br />

sai pela Boca e atravessa corações num movimento<br />

transnacional. Do bairro dos imigrantes e<br />

excluídos <strong>da</strong> Buenos Aires do século XIX para os<br />

grandes palcos mundiais, as bruscas alterações<br />

de humor e an<strong>da</strong>mento criam um efeito sanfona<br />

em que o tradicional e o moderno se fundem na<br />

Eternal Tango Orchestra, lidera<strong>da</strong> pelo bandoneonista<br />

Hector Del Curto.<br />

Ao contrário <strong>da</strong>s paixões dilacera<strong>da</strong>s no ritmo<br />

dos prostíbulos e do machismo portenho de outrora,<br />

o tango é uma relação estável para a família<br />

Del Curto. A partir de seu bisavô, fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong><br />

Orchestra Tipica de Jazz Del Curto, o instrumento<br />

criado pelo alemão Henrich Band passou de<br />

mão em mão até ganhar o mundo nos acordes<br />

de Hector. Ain<strong>da</strong> na Argentina, aos 17 anos, foi<br />

premiado como o melhor bandoneonista com<br />

menos de 25 anos. O futuro promissor lhe deu<br />

o presente de dividir o palco com Astor Piazzolla<br />

e se tornar o mais jovem integrante <strong>da</strong> orquestra<br />

de Osvaldo Pugliese. Radicado em Nova York,<br />

repetiu o movimento original do gênero numa<br />

releitura que se desdobra como on<strong>da</strong> <strong>da</strong> geração<br />

digital.<br />

Ao revisitar o passado, em que as <strong>da</strong>nças de<br />

origem hispânica e o samba uruguaio foram<br />

amarrados pelas cor<strong>da</strong>s dos imigrantes italianos<br />

e pela sanfona alemã, Hector trouxe elementos<br />

de jazz e novas etnias. A formação do grupo põe<br />

a estrela <strong>da</strong> companhia no lugar parecido com<br />

que Lionel Messi ocupa na seleção argentina.<br />

Jovem, com a formação completa<strong>da</strong> no exterior,<br />

Hector Del Curto tem o orgulho nacional estampado<br />

na face mais global <strong>da</strong> cultura argentina.<br />

Se Maradona era uma espécie de Piazzolla, que<br />

transformava seu talento num concerto para ser<br />

aplaudido de pé, Messi faz os adversários <strong>da</strong>nçarem<br />

como nos bailes dos anos dourados do<br />

tango argentino. Embora gasta, a comparação<br />

resiste por ser incomo<strong>da</strong>mente atual. Como no<br />

Brasil, o futebol e a música ain<strong>da</strong> são pilares de<br />

sustentação do sonho latino-americano.<br />

Pedro Motta Gueiros é jornalista esportivo e já cobriu<br />

duas Copas do Mundo e uma Olimpía<strong>da</strong>. Escreve no<br />

jornal O GLOBO há dez anos. É um baterista frustrado<br />

e amante <strong>da</strong> música brasileira.<br />

NO GRANDE BAILE DO<br />

SÉCULO XXI, A TERRA<br />

DANÇA NUM LUGAR DO<br />

ESPAÇO EM QUE<br />

O TEMPO É MARCADO<br />

POR UM BANDONEON


TEM<br />

GROOVE<br />

NO<br />

LOUNGE<br />

POR CHRISTINA FUSCALDO<br />

28<br />

CERCADOS DE LPS, OS<br />

GAROTOS DO VINIL É<br />

ARTE FAZEM A FESTA<br />

NOS INTERVALOS DOS<br />

SHOWS<br />

Niggas e Tuta nasceram em Juiz de Fora. Niggas<br />

cresceu aprendendo com seu pai, DJ Simon,<br />

que trabalhava em uma famosa equipe de som<br />

local, a Scorpius, e tinha em seu currículo parceria<br />

com Big Boy <strong>–</strong> o DJ mais aclamado de todos<br />

os tempos. Tuta também ouvia os discos de vinil<br />

de seu progenitor, um apaixonado por música.<br />

A dupla começou a “tocar” despretensiosamente.<br />

A vontade de se profissionalizar fez com que<br />

os dois criassem, em 2001, o Vinil é Arte <strong>–</strong> um<br />

coletivo formado por cinco DJs, com núcleos<br />

que atuam no Rio (Tuta e MB Grooves), em São<br />

Paulo (Niggas e Formiga) e Juiz de Fora (Pedro).<br />

São eles que coman<strong>da</strong>m a programação sonora<br />

no lounge do CopaFest desde a primeira <strong>edição</strong>.<br />

O Vinil é Arte vem formando uma diversifica<strong>da</strong><br />

coleção de discos, especificamente aqueles<br />

prensados em vinil nas déca<strong>da</strong>s de 50, 60 e 70.<br />

Ao todo, o Vinil é Arte acumula mais de 7.000<br />

LPs brasileiros e estrangeiros de diversos estilos.<br />

Do samba jazz a black music, passando pelo<br />

regional, eles tocam de tudo, mas sempre com<br />

foco no resgate <strong>da</strong> música nacional.<br />

Niggas e Formiga passeiam pela black music,<br />

pelo samba rock, pelo funk e por outros grooves.<br />

Tuta traz uma bagagem um pouco mais direciona<strong>da</strong><br />

à música regional, com samba, bossa,<br />

choro, maracatus e outros ritmos nordestinos.<br />

Pedro tende a gostar mais <strong>da</strong> música instrumental,<br />

com arranjos e orquestrações modernas e<br />

experimentais. A uni<strong>da</strong>de está na busca pelo<br />

caminho do que não é óbvio, pela quebra de<br />

preconceitos e, também, pelo resgate <strong>da</strong> boa e<br />

velha discotecagem à mo<strong>da</strong> antiga.<br />

Está no repertório de todos a música mineira do<br />

Clube <strong>da</strong> Esquina, baiani<strong>da</strong>des e tropicalismos<br />

como o dos Mutantes, o swing de Jorge Ben,<br />

a experimentação de Marcos Valle, Rogério Duprat<br />

e Hermeto Pascoal, o jazz de Victor Assis<br />

Brasil, o groove de Toni Bizarro e Tim Maia, as<br />

distorções dos Novos Baianos, afrobeats, música<br />

latina e até Beatles, com inúmeras rari<strong>da</strong>des.<br />

No CopaFest, o Vinil é Arte toca no lounge do<br />

Copacabana Palace, que tem um excelente bar<br />

e confortáveis sofás e pufes para o público relaxar.<br />

Nesta <strong>edição</strong>, eles continuam celebrando<br />

o Beco <strong>da</strong>s Garrafas, vizinho do Copa e famoso<br />

por ser reconhecido como um dos berços <strong>da</strong><br />

bossa nova.<br />

Christina Fuscaldo é jornalista e crítica musical. Escreve na<br />

Rolling Stone Brasil e lançou em 2009 o site Garota FM.<br />

Através do twitter faz coberturas de shows em tempo real.


COPACABANA<br />

UM MAR DE HISTÓRIAS<br />

Copacabana é cenário de músicas, filmes e, sobretudo, de acontecimentos<br />

marcantes na vi<strong>da</strong> de todos nós. Uma <strong>da</strong>s praias mais famosas do mundo,<br />

seu nome e o desenho de suas calça<strong>da</strong>s evocam on<strong>da</strong>s de prazer e sensuali<strong>da</strong>de.<br />

Como bem diz esta inesquecível canção de Dorival Caymmi e Carlos<br />

Guinle que, reza a len<strong>da</strong>, foi composta no Bar <strong>da</strong> Pérgula do Copacabana<br />

Palace e, dizem as más línguas, Caymmi entrou com a música e Carlos<br />

Guinle com o uísque.<br />

Sábado em Copacabana<br />

Composição: Dorival Caymmi e Carlos<br />

Guinle<br />

Depois de trabalhar to<strong>da</strong> a semana<br />

Meu sábado não vou desperdiçar<br />

Já fiz o meu programa pra esta<br />

noite<br />

E sei por onde começar<br />

Um bom lugar para encontrar<br />

Copacabana<br />

Prá passear à beira-mar<br />

Copacabana<br />

Depois num bar à meia-luz<br />

Copacabana<br />

Eu esperei por essa noite uma semana<br />

Um bom jantar depois <strong>da</strong>nçar<br />

Copacabana<br />

Pra se amar um só lugar<br />

Copacabana<br />

A noite passa tão depressa<br />

Mas vou voltar lá pra semana<br />

Se eu encontrar um novo<br />

amor<br />

Copacabana


CAMALEÃO<br />

DOS<br />

SOPROS<br />

ESTRELA ENTRE<br />

AS ESTRELAS,<br />

LEO GANDELMAN<br />

DESENVOLVEU UMA<br />

CARREIRA SOLO<br />

MARCADA PELO SUCESSO<br />

O saxofonista Leo Gandelman formou por dez<br />

anos um dos mais consagrados naipes de sopros<br />

do país, ao lado de Ober<strong>da</strong>n Magalhães,<br />

Marcio Montarroyos, Zé Carlos Bigorna, Bidinho<br />

e Serginho Trombone, presença certa em quase<br />

todos os discos <strong>da</strong> MPB na déca<strong>da</strong> de 80.<br />

Filho de uma pianista e um maestro, o músico<br />

já era solista <strong>da</strong> Orquestra Sinfônica Brasileira<br />

aos 15 anos e foi a partir dessa experiência que<br />

desenvolveu grande interesse pela música instrumental.<br />

Influenciado por Waine Shorter, Branford Marsalis,<br />

Paulo Moura e Nivaldo Ornelas, o saxofonis-<br />

POR YURI ALMEIDA<br />

ta carioca já musicou imagens em filmes como<br />

‘Bu<strong>da</strong>peste’ e ‘Garrincha’, e em diversas novelas<br />

e minisséries. E, nesse espírito de camaleão, já<br />

apresentou programas sobre jazz e música brasileira<br />

na televisão e no rádio, além de se dedicar<br />

a projetos especiais, como o disco ‘Origens’ a<br />

ser lançado no final de 2010, em dueto com a<br />

pianista Maria Teresa Madeira.<br />

Ao todo, tem 12 discos lançados e seu nome<br />

consta nos créditos de mais de 800 gravações<br />

nacionais e internacionais.<br />

Acompanhado por David Feldman no piano, Alberto<br />

Continentino no contrabaixo e Xande Figueiredo<br />

na bateria, Leo Gandelman vai tocar<br />

para o público do CopaFest sucessos autorais,<br />

como “Solar” e “Furuvudé”, inéditas e clássicos<br />

e, para alegria <strong>da</strong> ala masculina, vai fazer uma<br />

homenagem ao amigo de som e futebol, o furacão<br />

<strong>da</strong> copa de 70, Jairzinho.<br />

Yuri Almei<strong>da</strong> é pesquisador Musical e DJ e tem formação<br />

publicitária. É Coordenador de Programação e Produção<br />

<strong>da</strong> OI FM e trabalhou na mesma função por quase<br />

2 anos na MPB FM.<br />

33


PROGRAMAÇÃO<br />

SEX. 26 // 11<br />

21h<br />

BANDA MANTIQUEIRA<br />

23h<br />

HECTOR DEL CURTO QUINTETO<br />

SÁB. 27 // 11<br />

21h<br />

LEO GANDELMAN TRIO<br />

23h<br />

DOM SALVADOR SEXTETO<br />

LOUNGE COM VINIL É ARTE<br />

sexta e sábado a partir <strong>da</strong>s 20h com entra<strong>da</strong> gratuita<br />

Copacabana Palace | Av. Nossa Sra de Copacabana, 291<br />

ven<strong>da</strong>s www.ticketronics.com.br


TRUPE REVISTA:<br />

EDITOR<br />

Bernardo Vilhena<br />

SUB EDITORA<br />

Monica Ramalho<br />

REALIZAÇÃO<br />

Isabel Seixas<br />

Diogo Rezende<br />

M´Baraká Experiências<br />

Relevantes<br />

PROJETO GRÁFICO<br />

Analu Menezes<br />

M´Baraká Experiências<br />

Relevantes<br />

JORNALISTAS<br />

CONVIDADOS<br />

Carlos Calado<br />

Christina Fuscaldo<br />

Hugo Sukman<br />

Pedro Gueiros<br />

Yuri Almei<strong>da</strong><br />

PRODUÇÃO E REVISÃO<br />

Beatriz Tafner<br />

CONTATOS<br />

M´Baraká Experiências<br />

Relevantes<br />

www.mbaraka.com.br<br />

Tel: 2279-4504<br />

ASSESSORIA DE<br />

IMPRENSA<br />

Belmira Comunicação<br />

monicaramalho@belmira.<br />

com.br<br />

tel: (21) 9163 0840<br />

marcelopacheco@<br />

belmira.com.br<br />

tel: (21) 7634 7083<br />

TRUPE FESTIVAL:<br />

IDEALIZAÇÃO<br />

Bernardo Vilhena e Isabel<br />

Seixas<br />

DIREÇÃO MUSICAL<br />

Bernardo Vilhena e<br />

Carolina Rosman<br />

DIREÇÃO DE ARTE<br />

M´Baraká Experiências<br />

Relevantes<br />

CENOGRAFIA<br />

Diogo Rezende e<br />

Richard Veerdorn<br />

PROJETO GRÁFICO<br />

Analu Menezes<br />

e Diogo Rezende<br />

Clarice Laus (assistente)<br />

Fernan<strong>da</strong> Kassar<br />

(assitente)<br />

M´Baraká Experiências<br />

Relevantes<br />

ILUMINAÇÃO<br />

Fernan<strong>da</strong> Mantovani<br />

SONORIZAÇÃO<br />

Alexandre Vargas<br />

COORDENAÇÃO DO<br />

PROJETO<br />

Isabel Seixas<br />

COORDENAÇÃO DE<br />

PRODUÇÃO<br />

Marise Lima<br />

PRODUÇÃO EXECUTIVA<br />

CRÉDITOS<br />

Erika Candido e<br />

Beatriz Tafner<br />

ASSISTENTE DE<br />

PRODUÇÃO<br />

Rodolpho Faria<br />

PRODUÇÃO<br />

ADMINISTRATIVA<br />

Mariana Ximenes<br />

ASSESSORIA DE<br />

IMPRENSA<br />

Monica Ramalho e<br />

Marcelo Pacheco<br />

(Belmira Comunicação)<br />

REALIZAÇÃO<br />

M´Baraká Experiências<br />

Relevantes


patrocínio apoio promoção<br />

Rio


ALÉM DA ENERGIA ELÉTRICA, NÓS<br />

COLABORAMOS PARA LEVAR A<br />

MÚSICA ATÉ VOCÊ!<br />

Por meio de linhas de transmissão<br />

que ligam um ponto a<br />

outro, a TAESA leva energia<br />

elétrica a várias ci<strong>da</strong>des do<br />

país.<br />

Com o patrocínio do Copa Fest,<br />

incentivamos também arte e<br />

cultura.

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