72 A Coluna Miguel Costa / <strong>Prestes</strong> em Goiás amigo particular de Bernardes e dono do jornal carioca a Noite – re- giamente pagos pelo governo Federal e armados pelo Ministério da guerra, empenhar-se-iam em mover, a partir dos sertões baianos, uma perseguição atroz e permanente aos rebeldes. diante dos repetidos insucessos sofridos pelas forças militares go- vernistas no combate à Coluna <strong>Prestes</strong>, os jagunços dos coronéis nor- destinos passaram a ser o principal instrumento do governo artur Bernardes na luta contra os revoltosos. Com o objetivo de destroçá-los, todos os meios seriam válidos. Para isso, o dinheiro correria a rodo, sendo fartamente distribuído entre os “coronéis” a serviço da legalidade. assim, geraldo rocha, primo do deputado federal Francisco rocha, que servia de intermediário entre Bernardes e os demais coronéis na distribuição do dinheiro público e repasso das ordens para perseguir os revoltosos, telegrafava a deocleciano teixeira, de Caitité, em 7 de abril de 1926: “estou autorizado pelo dr. presidente da república a assegurar aos chefes civis que quem liquidar esse movimento terá o prêmio de 500 contos de réis e autorizo a oferecer esse prêmio aos seus amigos.” (<strong>Prestes</strong>, a. l., 1991, p. 362). geralmente, durante a marcha da Coluna, os coronéis e seus jagunços foram [...] inimigos tenazes e eficientes, mas nem por isso deixaram de cair numa das várias ciladas que a estratégia de <strong>Prestes</strong> soube armar. em goiás, em setembro de 1926, por exemplo, uma série de manobras rápidas fez com que tropas legalistas da Força Pública de são Paulo trocassem cerrado tiroteio em olhos d’Àgua, rio dos Bois, com um grupo de jagunços que vinha seguindo os rebeldes [...]. aliás, essa não foi a única vez que a Coluna provocou combates sangrentos entre forças que a reprimiam. (druMMoNd, 1999, p. 72-73).
Foto: Reprodução As forças repressivas da Coluna Estado-Maior do Batalhão Patriótico “Lavras Diamantinas” : Comandante-chefe coronel Horácio de Matos (sentado) e de pé os capitães Ezequiel de Matos, Francisco Costa e Franklin de Queiróz 73