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A Coluna Miguel Costa / <strong>Prestes</strong> em Goiás<br />
a guerra no Brasil, qualquer que seja o terreno, é a guerra do mo-<br />
vimento. Para nós revolucionários o movimento é a vitória.<br />
a guerra de reserva é a que mais convém ao governo que tem fábricas<br />
de munição, fábricas de dinheiro e bastante analfabetos para<br />
jogar contra as nossas metralhadoras. Com menos de 1.000 homens<br />
armados e, tendo para mais de 4.000 cavalos, consegui passar,<br />
em pleno campo, por entre mais de 10.000 homens do governo. Nunca<br />
foi possível determinar qual a minha verdadeira direção de marcha<br />
e impraticável se tornou a perseguição. [<strong>Prestes</strong> está se referindo<br />
a manobra da travessia do cerco de são luiz gonzaga].<br />
Com a minha coluna armada e municiada, sem exagero, julgo não<br />
ser otimismo afirmar a V. exa. que conseguirei marchar para o Norte<br />
e dentro de pouco tempo atravessar o Paraná e são Paulo, dirigindo-me<br />
ao rio de janeiro, talvez por Minas gerais.<br />
se a divisão de são Paulo igualmente movimentar-se e marchamos<br />
em ligação estratégica e, talvez, em algumas circunstâncias, mesmo<br />
tática, impossível será o governo obstar a nossa marcha. (<strong>Prestes</strong>,<br />
a. l., 1991, p. 421).<br />
No entanto, se logo após o encontro das duas divisões, o apelo<br />
de <strong>Prestes</strong> não conseguiu convencer a maior parte da oficialidade que<br />
comandavam as tropas da divisão de são Paulo, da necessidade do enfrentamento<br />
com as tropas bernardenses por meio da guerra de movimento,<br />
seu posicionamento de dar sequência a luta prevaleceu. Havia<br />
a necessidade de se “manter acesa a chama da revolução.” (<strong>Prestes</strong>,<br />
a. l., 1991, p. 174).<br />
em sua histórica série de entrevistas à pesquisadora aspásia Camargo<br />
e ao jornalista Walder de góes, entre 1976 a 1980, o general osvaldo<br />
Cordeiro de Farias, referindo-se a estratégia e a tática adotadas<br />
pela Coluna, assim se expressou:<br />
Cedo percebemos que, embora muito mais fortes, as forças do governo<br />
só não nos haviam destruído porque nós adotávamos a guerra de movimento.<br />
em grande parte, agradecemos esse aprendizado aos caudi-