Página de Rosto - OBT - Inpe
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INPE-7996-TDI/749<br />
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA<br />
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS<br />
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO ARCABOUÇO ESTRUTURAL<br />
DA ÁREA DO RIO TAPAJÓS, BACIA DO AMAZONAS, ATRAVÉS<br />
DA ÁNALISE INTEGRADA DE DADOS DE TOPOGRAFIA,<br />
GEOLOGIA, MAGNETOMETRIA, GRAVIMETRIA E<br />
SENSORIAMENTO REMOTO<br />
Rosângela Buzanelli Torres<br />
Dissertação <strong>de</strong> Mestrado em Sensoriamento Remoto orientada pelos Doutores Liu<br />
Chang Chiang e Fernando Pellon <strong>de</strong> Miranda, aprovada em 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998.<br />
INPE<br />
São José dos Campos<br />
2000
528.711.7 : 551.243.8 (811.3)<br />
TORRES, R. B.<br />
Contribuição ao estudo do arcabouço estrutural da<br />
área do rio Tapajós, Bacia do Amazonas, através da análise<br />
integrada <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> topografia, geologia, magnetometria,<br />
gravimetria e sensoriamento remoto / R. B. Torres.<br />
- São José dos Campos: INPE, 1998.<br />
153p. - (INPE-7996-TDI/749).<br />
1.Rio Tapajós. 2.Amazônia (região). 3.Bacia sedimentar.<br />
4.Mapeador Temático (Landsat-5). 5. Proprieda<strong>de</strong>s<br />
estruturais (geologia). 6.Campos gravitacionais. 7.Análise<br />
quantitativa. 8.Campos magnéticos. I.Título.
Candidato (a) : Rosângela Buzanelli Torres<br />
Aprovado pela Banca Examinadora em<br />
cumprimento a requisito exigido para a<br />
obtenção do Título <strong>de</strong> Mestre em<br />
Sensoriamento Remoto.<br />
São José dos Campos, 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998.
A minha mãe, Maria<br />
Aos músicos <strong>de</strong>ste planeta azul, em especial Alceu Valença<br />
Ao meu pai, Ary
AGRADECIMENTOS<br />
Registro aqui meus agra<strong>de</strong>cimentos a todos que contribuíram direta ou<br />
indiretamente para a realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />
À PETROBRÁS e ao INPE, por terem viabilizado a realização <strong>de</strong>ste trabalho e<br />
aos orientadores, Dr. Liu Chang Chiang e Dr. Fernando Pellon <strong>de</strong> Miranda.<br />
Aos colegas <strong>de</strong> mestrado e funcionários do INPE envolvidos direta ou<br />
indiretamente neste trabalho, especialmente Etel, Ísis, Valéria, Júlio e Joaquim.<br />
Aos colegas da PETROBRÁS / CENPES, E&P-AM/GEINT e E&P-<br />
GEREX/GEINOF, pelas valorosas discussões.<br />
Aos colegas da PETROBRÁS / E&P-BC / GEXP / GEOMAR e GEINT.<br />
Aos colegas da Petrobrás/Revap, especialmente Ester e Galliotte.<br />
Ao Dr. Nilo Azambuja, pelo inestimável e fundamental apoio e incentivo.<br />
Muito especialmente, agra<strong>de</strong>ço aos colegas e amigos Benedito Souza (Bené) e<br />
João Bach (Xico).<br />
À minha família e a meus amigos, especialmente Roseli, Edton, Tânia, Help,<br />
Flávia, Carmo, Armando, Socorro e Bunahum, pelo incentivo e apoio<br />
constantes.<br />
A Celso Hilário Raffaelli (in memorian).
RESUMO<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi investigar as feições estruturais expressas em<br />
imagens <strong>de</strong> sensoriamento remoto e dados geofísicos na região do Rio<br />
Tapajós (Bacia do Amazonas), com ênfase nos eventos tectônicos ocorridos<br />
após a <strong>de</strong>posição da Formação Alter do Chão, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> Cretáceo-Terciária.<br />
Para tal, realizou-se o estudo <strong>de</strong> lineamentos com base na fotointerpretação <strong>de</strong><br />
imagens Landsat-5/TM, utilizando também recursos <strong>de</strong> processamento digital<br />
<strong>de</strong> imagens e técnicas <strong>de</strong> geoprocessamento. Os materiais utilizados foram<br />
imagens Landsat-5/TM, cartas topográficas, dados <strong>de</strong> métodos potenciais<br />
(magnetometria e gravimetria), mapas gerados pela interpretação <strong>de</strong> dados <strong>de</strong><br />
sísmica <strong>de</strong> reflexão e mapas morfoestruturais. O processamento digital <strong>de</strong><br />
imagens melhorou sobremaneira a apresentação dos dados, o que permitiu a<br />
extração <strong>de</strong> informações com mais <strong>de</strong>talhes. Os recursos <strong>de</strong><br />
geoprocessamento possibilitaram a análise integrada dos dados e o<br />
estabelecimento <strong>de</strong> suas relações espaciais, realizados a partir da construção<br />
<strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> dados georreferenciados. Esta análise integrada mostrou um<br />
padrão coerente na distribuição espacial <strong>de</strong> estruturas em diferentes níveis<br />
estratigráficos na bacia, permitindo a proposição <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo tectônico que<br />
explica a gênese <strong>de</strong> vários “trends” mapeados na superfície através do<br />
sensoriamento remoto. Pô<strong>de</strong>-se, <strong>de</strong>sta forma, propor a atuação na área <strong>de</strong><br />
estudo <strong>de</strong> uma tectônica “wrench” <strong>de</strong>xtral, com direção principal <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento N80E, posterior à <strong>de</strong>posição da Formação Alter do Chão.
CONTRIBUTION TO THE KNOWLEDGE OF THE STRUCTURAL<br />
FRAMEWORK OF THE TAPAJOS RIVER AREA, AMAZONAS BASIN,<br />
THROUGH THE INTEGRATION OF DIGITAL REMOTE SENSING,<br />
GEOLOGY, TOPOGRAPHY, MAGNETOMETRY AND GRAVIMETRIC DATA<br />
ABSTRACT<br />
The objective of this research is to investigate structural features using remote<br />
sensing images and geophysical data in the Tapajós river region (Amazon<br />
sedimentary basin), with emphasis on events that took place after the<br />
<strong>de</strong>position of the Alter do Chão Formation (Cretaceous-Tertiary). The research<br />
was based mostly on digital manipulation of Landsat-5/TM images, gravimetric<br />
and magnetometric data, and topographic, seismic and morphostructural maps.<br />
Digital image processing improved the presentation of data this providing<br />
suitable means for the generation of new geologic information. Geoprocessing<br />
procedures allowed on integrated data analysis and a better un<strong>de</strong>rstanding of<br />
their spatial and genetic relationships. This approach led to the i<strong>de</strong>ntification of<br />
spatial and genetic relationships between structures in different stratigraphic<br />
levels in the basin, high lighting the tectonic influence of several trends mapped<br />
by remote sensing. The use of the proposed methodology ma<strong>de</strong> possible to<br />
establishe a <strong>de</strong>xtral wrench tectonics trending N80E in this portion of the<br />
Amazon Basin, after the <strong>de</strong>position of the Alter do Chão Formation.
SUMÁRIO<br />
LISTA DE FIGURAS .....................................................................................<br />
LISTA DE TABELAS .....................................................................................<br />
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ..................................................................... 21<br />
CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA .......................................................................... 25<br />
2.1 Breve Histórico ................................................................................... 25<br />
2.2 Arqueano e Proterozóico ...................................................................... 26<br />
2.3 Fanerozóico ......................................................................................... 29<br />
2.3.1 Origem da Bacia do Amazonas ........................................................... 29<br />
2.3.2 Evolução tectono-sedimentar ............................................................. 30<br />
2.3.3 Arcabouço tectono-estrutural ............................................................... 31<br />
2.3.4 Magmatismo básico ............................................................................ 36<br />
2.3.5 Tectonismo Cretáceo e Terciário ......................................................... 38<br />
CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS ................................................... 43<br />
3.1 Materiais ........................................................................................... 43<br />
3.2 Caracaterísticas dos dados utilizados e tratamentos preliminares .... 45<br />
3.2.1 Sensoriamento Remoto .................................................................... 45<br />
3.2.1.1 Dados dos sensores orbitais do Satélite Landsat-5 .......................... 47<br />
3.2.2 Dados Geofísicos .............................................................................. 51<br />
3.2.2.1 Gravimetria ........................................................................................ 51<br />
3.2.2.2 Magnetometria ................................................................................... 56<br />
3.2.3 Mapa Morfoestrutural ........................................................................ 65<br />
3.3 Métodos ............................................................................................ 65<br />
3.3.1 Fotointerpretação .............................................................................. 68<br />
3.3.1.1 Estudo <strong>de</strong> lineamentos ..................................................................... 68
3.3.1.2 Métodos e critérios <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> lineamentos ............................... 69<br />
3.3.1.3 Classificação <strong>de</strong> lineamentos ........................................................... 70<br />
3.3.2 Sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas ............................................... 74<br />
3.3.2.1 Banco <strong>de</strong> dados ................................................................................ 75<br />
3.3.2.2 Conversões e manipulações ............................................................. 77<br />
3.3.2.3 Integração digital <strong>de</strong> dados ............................................................... 81<br />
CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DOS DADOS ......................................................... 87<br />
4.1 Dados <strong>de</strong> Sensoriamento Remoto - lineamentos .........................87<br />
4.2 Dados Geofísicos ............................................................................ 108<br />
4.2.1 Gravimetria ...................................................................................... 108<br />
4.2.2 Magnetometria ..................................................................................112<br />
4.2.2.1 Análise quantitativa .......................................................................... 112<br />
4.2.2.2 Análise qualitativa ............................................................................ 114<br />
4.3 Análise integrada dos dados ............................................................. 125<br />
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................. 137<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 141
LISTA DE FIGURAS<br />
Pág.<br />
1.1 - Localização da área <strong>de</strong> estudo. Composição colorida Landsat<br />
5/TM: banda 5 (Red), banda 4 (Green), banda 3 (Blue) ...................... 22<br />
1.2 - Mapa geológico da área <strong>de</strong> estudo ..................................................... 24<br />
2.1 - Carta estratigráfica da Bacia do Amazonas ..................................... 27<br />
2.2 - Estudo integrado dos eventos pré-cambrianos e fanerozóicos na<br />
região amazônica .............................................................................. 33<br />
2.3 - Arcabouço estrutural interpretado através <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão<br />
ressaltando o tectonismo terciário .................................................... 42<br />
3.1 - Porção do espectro eletromagnético mais utilizada para sensoria<br />
mento remoto dos recursos naturais e alguns sensores associados.<br />
Comportamento espectral dos alvos mais comuns na super-<br />
fície: 1- água; 2- vegetação; 3- solo (a). Comportamento espectral<br />
<strong>de</strong> uma planta fotossinteticamente ativa (b) ................................. 48<br />
3.2 - Mosaico <strong>de</strong> imagens Lansat-5/TM das cenas 227-62 e 227-63<br />
(órbita ponto), adquiridas em 18/07/88, em composição colorida<br />
(RGB), on<strong>de</strong> banda 5 (R), banda 4 (G), banda 3 (B) ........................ 52<br />
3.3 - Mapa base da malha irregular dos dados <strong>de</strong> gravimetria .................. 55<br />
3.4 - Campo Magnético da Terra ............................................................... 57<br />
3.5 - Gra<strong>de</strong>s integradas do Campo Magnético Total Anômalo continua-<br />
das 2000 m para cima e reduzidas ao pólo ........................................ 63<br />
3.6 - Fluxograma <strong>de</strong> processamento dos dados aeromagnetométricos ...... 64<br />
3.7 - Mapa morfoestrutural e lineamentos ENE sobre o mapa geológico ... 66<br />
3.8 - Fluxograma simplificado da metodologia ............................................. 67<br />
3.9 - Mapa total <strong>de</strong> lineamentos superimposto à imagem Landsat-5/TM<br />
em composição colorida (5R 4G 3B). Os lineamentos foram extraí<br />
dos a partir da análise visual monoscópica em imagens Landsat-5<br />
/TM, nas bandas 4 e 5 ....................................................................... 71<br />
3.10- Roseta mostrando a distribuição estatística das direções dos
lineamentos retilíneos (comprimento absoluto) com intervalos <strong>de</strong><br />
classe <strong>de</strong> 10 graus <strong>de</strong> azimute .......................................................... 72<br />
3.11- Imagens <strong>de</strong> topografia (a), gravimetria (b) e magnetometria (c), re<br />
duzida ao pólo e continuada 2000 m para cima, expressas em níveis<br />
<strong>de</strong> cinza .................................................................................. 78<br />
3.12 - Imagens <strong>de</strong> topografia (a), gravimetria (b) e magnetometria (c -re<br />
duzida ao pólo e continuada 2000 m para cima) colorizadas<br />
através <strong>de</strong> Look Up Tables (LUT) .................................................... 80<br />
3.13 - Imagens do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e<br />
continuado 2000 m para cima) iluminadas <strong>de</strong> norte, 0 graus e <strong>de</strong><br />
leste, 90 graus ................................................................................... 85<br />
4.1 - Lineamentos retilíneos sobrepostos ao mapa geológico ................... 88<br />
4.2 - Lineamentos curvilíneos sobrepostos ao mapa geológico. Notar<br />
concentração na região do embasamento, caracterizando tais fei<br />
ções como as mais antigas .................................................................. 89<br />
4.3a- Lineamentos N10-20E sobrepostos ao mapa geológico ..................... 91<br />
4.3b- Lineamentos N10-20E sobrepostos à imagem topográfica. Obser<br />
var condicionamento do Rio Tapajós a esta direção e sua concen<br />
tração nos altos topográficos da Fm. Alter do Chão ........................... 92<br />
4.4a- Lineamentos N45-55E e N40-50W sobrepostos ao mapa geológi<br />
co. Notar a distribuição praticamente restrita à Fm. Alter do Chão .......94<br />
4.4b- Lineamentos N45-55E sobrepostos à imagem topográfica. Notar o<br />
condicionamento do Rio Curuá-Una e do Rio Moju, bem como a<br />
distribuição restrita à porção norte da área <strong>de</strong> estudo ........................ 95<br />
4.5a- Lineamentos N75-85E sobrepostos ao mapa geológico .................... 96<br />
4.5b- Lineamentos N75-85E sobrepostos à imagem topográfica. Obser<br />
var o condicionamento do relevo nas encostas <strong>de</strong>senvolvidas em<br />
rochas paleozóicas e do embasamento, bem como o aspecto rugo<br />
so que confere à topografia da Fm. Alter do Chão ............................. 97<br />
4.6a- Lineamentos N10-20W e N75-85W sobrepostos ao mapa<br />
geológico ............................................................................................ 98
4.6b- Lineamentos N10-20W sobrepostos à imagem topográfica. Notar<br />
o condicionamento <strong>de</strong> um trecho do Rio Tutuí e sua ampla distri<br />
buição na área <strong>de</strong> estudo .................................................................. 99<br />
4.7 - Lineamentos N40-50W sobrepostos à imagem topográfica. Notar<br />
distribuição praticamente restrita à porção norte da área (Fm. Alter<br />
do Chão) .......................................................................................... 100<br />
4.8 - Arcabouço estrutural mapeado pela sísmica (Travassos e Barbosa<br />
Filho, 1990) sobreposto ao mapa geológico, mostrando uma falha<br />
transcorrente <strong>de</strong>xtral com orientação E-W, bem como falhas<br />
transcorrentes, anticlinais e falhas reversas com direção geral NE ....103<br />
4.9 - Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado<br />
2000 m para cima) iluminado <strong>de</strong> leste, mostrando a coincidência<br />
entre os lineamentos magnéticos NE/NW (branco) e os lineamen<br />
tos NE/NW extraídos da imagem <strong>de</strong> satélite (preto) .......................... 104<br />
4.10- Lineamentos retilíneos filtrados sobre mapa geológico e o elipsói<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação aplicado ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> tectônica “wrench” <strong>de</strong>x<br />
tral com direção principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento N75-85E ......................... 106<br />
4.11- Direções <strong>de</strong> tensão horizontal máxima obtidas através da análise<br />
<strong>de</strong> “breakouts” em poços na Bacia do Amazonas e Solimões. Na<br />
área <strong>de</strong> estudo os três poços (1-TU-1-PA, 1-SP-1-PA, 1-BR-1-PA)<br />
apontam resultados <strong>de</strong> compressão para NW ................................... 107<br />
4.12- Imagem e contorno do Campo Gravimétrico (Bouguer) com a loca<br />
lização dos perfis mo<strong>de</strong>lados. Notar os dois altos gravimétricos<br />
pronunciados ................................................................................... 110<br />
4.13- Perfis mo<strong>de</strong>lados através do GM-SYS/GEOSOFT, com parâme<br />
tros <strong>de</strong>finidos por Nunn e Aires (1988). As profundida<strong>de</strong>s estima<br />
das para as intrusões são <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 15 km (a) e 8 km (b) para<br />
os corpos a oeste e leste, respectivamente (Fig. 4.12), o que é<br />
confirmado pela mo<strong>de</strong>lagem leste-oeste (c). Notar o ótimo ajuste<br />
dos valores medidos além do baixíssimo erro estimado ................... 111
4.14- Análise quantitativa através do espectro <strong>de</strong> potência da gra<strong>de</strong><br />
Santarém Leste. Os “slopes” fornecem profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes a<br />
cerca <strong>de</strong> 0,1 km; 0,5 km; 7,0 km; 20,0 km .......................................... 113<br />
4.15- Imagem do Campo Magnético Total Anômalo com contorno (redu<br />
zido ao pólo econtinuado 2000 m para cima). Notar a distribuição<br />
do conteúdo <strong>de</strong> freqüências e o caráter alongado aproximada<br />
mente EW das feições na porção central da área .............................. 115<br />
4.16- Províncias magnéticas individualizadas <strong>de</strong> acordo com padrões<br />
<strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> e conteúdo <strong>de</strong> freqüências e respectivas amplitu<br />
<strong>de</strong>s, com sobreposição das isólitas <strong>de</strong> diabásio e dos poços da<br />
área ................................................................................................. 116<br />
4.17- Lineamentos magnéticos sobrepostos ao mapa <strong>de</strong> províncias. A<br />
província P1 concentra gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> lineamentos; P2 con<br />
centra predominantemente lineamentos <strong>de</strong> menor extensão; P3<br />
apresenta menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><strong>de</strong> lineamentos. A análise comparati<br />
va <strong>de</strong> P4 não será realizada por terem sido seus dados diferente<br />
mente processados ............................................................................ 119<br />
4.18- Sobreposição dos mapas geológico (temático-linhas) e <strong>de</strong> pro<br />
víncias magnéticas (temático-colorido) ............................................. 120<br />
4.19- Mapa <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes mo<strong>de</strong>lado no GRIDEPTH/<br />
GEOSOFT sobreposto à imagem do Campo Magnético Total Anô<br />
malo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima). Mo<strong>de</strong>la<br />
gem realizada para falhas ................................................................ 122<br />
4.20- Lineamentos magnéticos sobrepostos à imagem do Campo Mag<br />
nético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para<br />
cima) iluminada <strong>de</strong> leste para oeste (90 0 ). Notar as gran<strong>de</strong>s exten<br />
sões dos lineamentos com “trend” EW ............................................. 123<br />
4.21- Roseta mostrando a distribuição estatística das direções dos linea<br />
mentos magnéticos (comprimento absoluto), com intervalos <strong>de</strong><br />
classe <strong>de</strong> 10 0 <strong>de</strong> azimute ................................................................. 124<br />
4.22- Sobreposição dos mapas dos campos Magnético Total Anômalo
(reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima, colorido) e gra<br />
vimétrico (Bouguer - contorno), mostrando a coincidência dos<br />
respectivos altos ............................................................................... 126<br />
4.23- Sobreposição do arcabouço estrutural (mapeado por sísmica) à<br />
imagem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e<br />
continuado 2000 m para cima). Observar a gran<strong>de</strong> coincidência<br />
entre a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação terciária (anticlinais e falhas reversas)<br />
e o gran<strong>de</strong> alto magnético .................................................................. 128<br />
4.24- Sobreposição do arcabouço estrutural (mapeado por sísmica) à<br />
imagem do Campo Gravimétrico (Bouguer). Observar a gran<strong>de</strong><br />
coincidência entre a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação terciária (anticlinais e<br />
falhas reversas) e a região dos altos gravimétricos .......................... 129<br />
4.25- Sobreposição do mapa morfoestrutural (vetorial) à imagem do Cam<br />
po Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m<br />
para cima). Notar a coincidência entre as morfoestruturas e as re<br />
giões magneticamente mais perturbadas, além do condicionamento<br />
<strong>de</strong> várias morfoestruturas a lineamentos magnéticos ....................... 130<br />
4.26- Sobreposição dos mapas morfoestrutural e <strong>de</strong> arcabouço estrutural<br />
sísmico (vetoriais) à composição colorida do Landsat-5/TM. Notar as<br />
várias coincidências das estruturas interpretadas e mapeadas pelos<br />
dois métodos: morfoestruturas com dobras e falhas; linhas <strong>de</strong> forma<br />
com linhas <strong>de</strong> charneiras ................................................................. 131<br />
4.27- Mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural sísmico (veto<br />
riais) sobrepostos à imagem do Campo Magnético Total Anômalo<br />
(reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima) ............................ 132<br />
4.28- Mapas <strong>de</strong> isópadas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural sísmico sobre<br />
postos à imagem do Campo Gravimétrico (Bouguer) ........................ 133<br />
4.29- Mapa sísmico <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> do embasamento sobreposto à ima<br />
gem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e conti<br />
nuado 2000 m para cima). Observar o reflexo das estruturas do<br />
embasamento no campo magnético (pontos A, B, C, D, e E). Com
parar com as Figuras 4.9 e 4.20 ........................................................ 135
LISTA DE TABELAS<br />
Pág.<br />
3.1 - Imagens TM Landsat-5 utilizadas no trabalho ..................................... 44<br />
3.2 - Características espectrais e espaciais do sensor TM do satélite<br />
Landsat- 5 ......................................................................................... 49<br />
3.3 - Características dos Levantamentos Aeromagnetométricos ............... 60<br />
3.4 - Análise estatística da direção dos lineamentos com intervalos <strong>de</strong><br />
classe <strong>de</strong> cinco graus ......................................................................... 73<br />
3.5 - Categrorias correspon<strong>de</strong>ntes à entrada <strong>de</strong> dados no SGI .................. 76<br />
4.1 - Sistemas <strong>de</strong> lineamentos retilíneos ..................................................... 90<br />
4.2 - Poços na área e profundida<strong>de</strong>s do diabásio ...................................... 117
CAPÍTULO 1<br />
INTRODUÇÃO<br />
As técnicas <strong>de</strong> sensoriamento remoto e <strong>de</strong> geoprocessamento têm sido<br />
crescentemente aplicadas para estudos geológicos, aca<strong>de</strong>micamente ou na<br />
indústria mineral e petrolífera. Nesta dissertação, utilizou-se o sensoriamento<br />
remoto para uma pesquisa com ênfase no mapeamento e na interpretação <strong>de</strong><br />
lineamentos (fotoleitura, fotoanálise e fotointerpretação). Foram também<br />
utilizadas técnicas <strong>de</strong> processamento digital <strong>de</strong> imagens e <strong>de</strong><br />
geoprocessamento para promover a integração <strong>de</strong> dados geomorfológicos,<br />
geológicos e geofísicos, visando obter novas informações sobre o arcabouço<br />
estrutural da área <strong>de</strong> estudo, através da utilização dos “softwares” Sistema <strong>de</strong><br />
Tratamento <strong>de</strong> Imagens e Sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas (SITIM/SGI) do<br />
Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (INPE) / Engespaço.<br />
A área <strong>de</strong> estudo abrange uma parte da Bacia do Amazonas, está inserida na<br />
floresta amazônica e se localiza no Estado do Pará, entre as coor<strong>de</strong>nadas<br />
planas norte 9501000 m - 9724000 m e leste 666305 m - 834000 m, Meridiano<br />
Central <strong>de</strong> 57 0 W (Figura 1.1). As cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santarém, Alter do Chão, Aveiro,<br />
Belterra e Agrovila Presi<strong>de</strong>nte Médici são os principais núcleos urbanos na<br />
área, que é atravessada pelas rodovias Cuiabá-Santarém e Transamazônica.<br />
21
666305<br />
9724000<br />
0<br />
04 30' S<br />
0<br />
55 30' W<br />
0<br />
Rio Cupari<br />
Aveiro<br />
35km<br />
22<br />
Belterra<br />
Rodovia Cuiabá-Santarém<br />
Agrovila Pres.<br />
Médici<br />
Rio Moju<br />
0<br />
MC=57<br />
Santarém<br />
W<br />
Rio Tutui<br />
Rio Curuá Una<br />
Rodovia Tranzamazônica<br />
0<br />
54 00' W 0<br />
02 30' S<br />
834000<br />
9501000<br />
Fig. 1.1 - Localização da área <strong>de</strong> estudo. Composição colorida Landsat-5/TM:<br />
banda 5 (Red), banda 4 (Green), banda 3 (Blue).
A Bacia do Amazonas abrange as áreas sedimentares anteriormente<br />
<strong>de</strong>nominadas como bacias do Baixo e do Médio Amazonas, sendo limitada ao<br />
norte pelo Escudo das Guianas, ao sul pelo Escudo Brasileiro, a leste pelo<br />
Arco <strong>de</strong> Gurupá e a oeste pelo Arco <strong>de</strong> Purus, que a separa da Bacia do<br />
Solimões (referida no passado como Bacia do Alto Amazonas). Tal bacia vem<br />
sendo estudada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XIX. Entretanto, não obstante toda a pesquisa,<br />
muitas dúvidas ainda permanecem sobre sua origem e evolução tectonoestrutural,<br />
ensejando a contínua realização <strong>de</strong> trabalhos científicos nesta vasta<br />
e complexa região. Afloram na área rochas pré-cambrianas a cenozóicas,<br />
sendo utilizados nesta dissertação como base cartográfica geológica (Figura<br />
1.2) os mapas elaborados pelo Projeto RADAMBRASIL (Araújo et al., 1976 e<br />
Santos et al., 1975).<br />
Esta dissertação tem por objetivo investigar as feições estruturais da área <strong>de</strong><br />
estudo através da análise e integração digital <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> sensores remotos<br />
(sensor Thematic Mapper do satélite Landsat-5), topográficos, geológicos e<br />
geofísicos (magnetometria e gravimetria), com <strong>de</strong>staque para os eventos<br />
ocorridos após a <strong>de</strong>posição da Formação Alter do Chão (<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> cretácea a<br />
terciária).<br />
23
666305<br />
9724000<br />
CP<br />
OS<br />
0<br />
Rio Ta p a jó s<br />
D<br />
pC<br />
35km<br />
T<br />
Legenda:<br />
MC 57 W<br />
0<br />
24<br />
834000<br />
Quaternário<br />
Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas)<br />
Devoniano<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio/Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
9501000<br />
Fig. 1.2 - Mapa geológico da área <strong>de</strong> estudo.<br />
FONTE: Petrobrás / E&P-AM, modificado <strong>de</strong> Santos et al. (1975) e Araújo<br />
et al . (1976).<br />
JKp<br />
pCp
2.1 BREVE HISTÓRICO<br />
CAPÍTULO 2<br />
GEOLOGIA<br />
As primeiras investigações geológicas sistemáticas na Bacia do Amazonas<br />
foram <strong>de</strong>senvolvidas por Derby (1877), Evans (1906), Paiva (1929) e Moura<br />
(1938), citados por Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991). Tais autores <strong>de</strong>screveram e<br />
caracterizaram várias unida<strong>de</strong>s litológicas como resultado do reconhecimento<br />
geológico realizado ao longo dos principais rios da região. As bases para a<br />
primeira coluna estratigráfica foram fornecidas por Oliveira e Leonardos (1943),<br />
Petri (1952) e Odoni (1953), citados por Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991).<br />
Vários mapeamentos <strong>de</strong> campo, realizados principalmente ao longo dos rios,<br />
foram refinando a estratigrafia e registrando elementos estruturais adicionais<br />
da citada bacia. Em particular, na região do Rio Tapajós, alguns autores tais<br />
como Silva (1951, 1957), Kremer (1956), Krause (1957), Leite (1958),<br />
Freydanck (1957) citado por Bemerguy (1964) e Caputo et al. (1971)<br />
<strong>de</strong>senvolveram e aprimoraram a estratigrafia da área, estabelecendo uma<br />
coluna base, do Siluriano ao Paleoceno-Pleistoceno.<br />
Os trabalhos se intensificaram a partir da década <strong>de</strong> 1970, com o incremento<br />
da pesquisa petrolífera e com a elaboração das cartas geológicas ao<br />
milionésimo do Projeto RADAMBRASIL, amplificando sobremaneira o<br />
conhecimento geológico da região (Wan<strong>de</strong>rley Filho, 1991).<br />
Caputo et al. (1971) <strong>de</strong>finiram três gran<strong>de</strong>s ciclos <strong>de</strong>posicionais no Paleozóico;<br />
Caputo et al. (1972), citados por Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), revisaram o conteúdo<br />
litológico do acervo <strong>de</strong> dados então existente e promoveram um<br />
aperfeiçoamento da coluna litoestratigráfica da bacia. Até o momento, a carta<br />
25
estratigráfica da Bacia do Amazonas mais atualizada foi elaborada por Cunha<br />
et al. (1994), Figura 2.1.<br />
A origem e evolução tectônica da bacia foram discutidas por vários autores,<br />
sendo Rezen<strong>de</strong> (1971) um dos primeiros a questionar a alegada ausência <strong>de</strong><br />
tectonismo modificador na bacia. Os trabalhos sobre a região, abrangendo o<br />
Proterozóico e/ou o Fanerozóico, tratam, em geral, <strong>de</strong> períodos geológicos e<br />
eventos tectônicos específicos, assumindo <strong>de</strong>staque o trabalho <strong>de</strong> síntese <strong>de</strong><br />
Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), que aborda a evolução da bacia do Proterozóico ao<br />
Terciário.<br />
2.2 ARQUEANO E PROTEROZÓICO<br />
Segundo Amaral (1974), a Plataforma Amazônica apresenta um<br />
<strong>de</strong>senvolvimento complexo, com expressiva consolidação após o gran<strong>de</strong><br />
episódio magmático-metamórfico Transamazônico. Cordani et al. (1979)<br />
<strong>de</strong>finiram para a região uma província geocronológico-estrutural <strong>de</strong>nominada<br />
Amazônia Central e três cinturões móveis (Maroni-Itacaiunas, Rio Negro-<br />
Juruena e Rondoniano).<br />
26
Fig. 2.1 - Carta estratigráfica da Bacia do Amazonas<br />
Fonte: Modificado <strong>de</strong> Cunha et al. (1994, p. 50)<br />
27
Hasui et al. (1984) propuseram a existência na Amazônia <strong>de</strong> vários blocos<br />
crustais, compostos por granitói<strong>de</strong>s e “greenstone belts”, que se articulam<br />
através <strong>de</strong> cinturões <strong>de</strong> rochas <strong>de</strong> alto grau metamórfico, caracterizados por<br />
anomalias gravimétricas lineares e por domínios magnéticos fortemente<br />
perturbados. Subjacentes às bacias do Amazonas e Solimões, ocorrem,<br />
segundo tais autores, os cinturões Ma<strong>de</strong>ira e Médio-Baixo Amazonas, cuja<br />
evolução envolveu soerguimento <strong>de</strong> rochas <strong>de</strong>nsas da base da crosta, através<br />
<strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> cisalhamento com caráter cavalgante. Esse processo <strong>de</strong><br />
imbricação e articulação <strong>de</strong> blocos no Arqueano resultou no espessamento da<br />
crosta, que chega a atingir 50 km (Rembarguer, 1984; Santa Rosa e Leite,<br />
1988, citados por Wan<strong>de</strong>rley Filho, 1991). Esse tectonismo soergueu “lascas”<br />
<strong>de</strong> rochas <strong>de</strong>nsas da base da crosta, relacionadas por Hasui (op. cit.) às<br />
anomalias gravimétricas lineares positivas.<br />
Teixeira et al. (1989), com base em estudos <strong>de</strong> geologia isotópica e refinando<br />
a conceituação <strong>de</strong> Cordani et al. (1979), <strong>de</strong>finiram cinco províncias<br />
geocronológicas para o Cráton Amazônico, quais sejam:<br />
1. Amazônia Central: <strong>de</strong>scrita como um núcleo arqueano exibindo<br />
condições cratônicas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Proterozóico Inferior;<br />
2. Maroni-Itacaiunas: caracterizada por gran<strong>de</strong>s porções <strong>de</strong> rochas<br />
supracrustais associadas a gnaisses e migmatitos da base do<br />
Proterozóico; fragmentos <strong>de</strong> rochas arqueanas, <strong>de</strong> alto grau<br />
metamórfico, estão igualmente incorporados a este cinturão;<br />
3. Rio Negro-Juruena: constituída principalmente por terrenos<br />
granitói<strong>de</strong>s do Proterozóico Médio. As características isotópicas das<br />
rochas que compõem tal província sugerem um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> evolução<br />
<strong>de</strong> arco magmático por <strong>de</strong>rivação mantélica;<br />
4. Rondoniana e Sunsas: apresentam características siálicas e<br />
registram, principalmente, retrabalhamento <strong>de</strong> material continental<br />
28
pré-existente; estão nelas contidas as mais jovens coberturas<br />
proterozóicas do Cráton Amazônico.<br />
Segundo os autores acima citados, os dados isotópicos sugerem que eventos<br />
<strong>de</strong> acreção e diferenciação do manto ocorreram <strong>de</strong>ntro das províncias<br />
Amazônia Central, Maroni-Itacaiunas e Rio Negro-Juruena, seguidos então por<br />
orogêneses intracontinentais siálicas nas províncias Rondoniana e Sunsas.<br />
Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991) sintetizou a evolução do Pré-Cambriano em dois<br />
eventos termo- tectônicos principais: o mais antigo promoveu a organização<br />
dos terrenos granitói<strong>de</strong>s e “greenstones” e dos cinturões; o segundo<br />
proporcionou a edificação <strong>de</strong> várias bacias, por falhas normais NW e <strong>de</strong><br />
transferência NE, no Proterozóico Médio, que foram submetidas à inversão<br />
positiva no Proterozóico Superior, expressa através <strong>de</strong> cavalgamentos com<br />
dobras métricas a quilométricas.<br />
2.3 FANEROZÓICO<br />
2.3.1 ORIGEM DA BACIA DO AMAZONAS<br />
Para Linsser (1958), a origem da Bacia do Amazonas está ligada à intrusão <strong>de</strong><br />
diápiros mantélicos, hoje representados por massas <strong>de</strong>nsas, interpretadas a<br />
partir <strong>de</strong> anomalias gravimétricas lineares positivas, aproximadamente<br />
coinci<strong>de</strong>ntes com o <strong>de</strong>pocentro da bacia, instaladas a partir <strong>de</strong> falhamentos da<br />
crosta, provocando subsidência e fase “rift”. Tal proposta é semelhante<br />
àquelas <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Cunha (1971), Brito Neves et al. (1984) e Coutinho e<br />
Gonzaga (1994), entre outros.<br />
Amaral (1974) interpretou a origem da Bacia Sedimentar do Amazonas como<br />
produto <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong> ativação reflexa no Ordoviciano, associado à<br />
evolução do Geossinclíneo Andino.<br />
29
Neves et al. (1989) e Neves (1990) atribuíram a origem da bacia à dispersão<br />
<strong>de</strong> esforços no fechamento do Ciclo Brasiliano, com a propagação do “rift”<br />
precursor <strong>de</strong> leste para oeste, ao longo <strong>de</strong> antigas linhas do embasamento,<br />
citando trabalhos anteriores com propostas semelhantes.<br />
Para Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), a origem da bacia está ligada aos lineamentos<br />
NE, NW e EW, reativados distensivamente durante a abertura e fechamento<br />
do Oceano Iapetus, no Paleozóico, instalando um imenso “rift” na área.<br />
Fortes (1993) propôs, analisando regionalmente os alinhamentos magnéticos,<br />
um efeito cisalhante sinistral como associado à gênese da bacia, ao invés <strong>de</strong><br />
um afastamento transtensivo puro entre os escudos das Guianas e Brasileiro.<br />
2.3.2 EVOLUÇÃO TECTONO-SEDIMENTAR<br />
São <strong>de</strong>finidos para a bacia três gran<strong>de</strong>s ciclos <strong>de</strong>posicionais paleozóicos e um<br />
quarto mesozóico-cenozóico (Andra<strong>de</strong> e Cunha; 1971; Caputo et al., 1971,<br />
Porto e Szatmari, 1982; Neves et al., 1989; Neves, 1990). Os ciclos<br />
paleozóicos são marcados por discordâncias regionais, produtos <strong>de</strong> orogenias<br />
cíclicas que afetaram a região setentrional da Placa Sul Americana.<br />
Cunha et al. (1994) <strong>de</strong>finiram quatro seqüências <strong>de</strong>posicionais para a Bacia do<br />
Amazonas:<br />
a) Seqüência Ordoviciano-Devoniana: reúne os clásticos marinhos do<br />
Grupo Trombetas e está parcialmente truncada pela discordância<br />
<strong>de</strong>corrente da Orogenia Famatiniana;<br />
b) Seqüência Devoniano-Carbonífera: correspon<strong>de</strong> aos clásticos flúvio<strong>de</strong>ltaicos<br />
e neríticos dos grupos Urupadi e Curuá e tem seu topo<br />
marcado pela discordância relacionada à Orogenia Eo-Herciniana;<br />
c) -Seqüência Permo-Carbonífera: formada por clásticos, carbonatos e<br />
evaporitos continentais e <strong>de</strong> ambiente marinho restrito do Grupo<br />
30
Tapajós; está profundamente cortada pela discordância resultante da<br />
Orogenia Gonduani<strong>de</strong> e do Diastrofismo Juruá;<br />
d) Seqüência Cretáceo-Terciária: composta pelos clásticos flúviolacustres<br />
do Grupo Javari que ocuparam os espaços criados pela<br />
Orogenia Andina; sedimentos pobres em fósseis, principalmente em<br />
sua parte basal, e sua datação ainda se faz <strong>de</strong> maneira aproximada.<br />
Coutinho e Gonzaga (1994) propõem para a bacia uma evolução tipo “rift”<br />
continental com sedimentação cíclica e rifteamento polifásico, cujo padrão<br />
sinuoso (“dog leg”) resulta <strong>de</strong> um arranjo complexo <strong>de</strong> ”half-grabens”<br />
interconectados ao longo <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> acomodação. Com base em estudos <strong>de</strong><br />
litofácies, taxas <strong>de</strong> sedimentação e curvas <strong>de</strong> subsidência, tais autores<br />
<strong>de</strong>finem quatro eventos tectonotermais na evolução da bacia.<br />
2.3.3 ARCABOUÇO TECTONO-ESTRUTURAL<br />
Muitos trabalhos tratam da influência das estruturas pré-cambrianas na<br />
evolução fanerozóica da bacia, <strong>de</strong>ntre eles Amaral (1974), Porto e Szatmari<br />
(1982), Brito Neves et al. (1984), Carneiro e Jucá (1985), Teixeira (1988),<br />
Neves et al. (1989), Neves (1990), Travassos e Barbosa Filho (1990),<br />
Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991). Esta discussão foi inicialmente levantada por Andra<strong>de</strong><br />
e Cunha (1971), que registraram lineamentos cortando unida<strong>de</strong>s pré-<br />
cambrianas a terciárias na Bacia do Amazonas. Araújo (1972), citado por<br />
Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), <strong>de</strong>monstrou, através <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> refração, o<br />
condicionamento das estruturas fanerozóicas pelas proterozóicas (falhas NW-<br />
SE), também observado por Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973), Cunha (1982), Miranda<br />
(1984) e Miranda e Boa Hora (1984).<br />
Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973) propuseram um tectonismo cratônico <strong>de</strong> cisalhamento<br />
para a Bacia do Amazonas, reativado sistematicamente segundo a<br />
estruturação dos escudos.<br />
31
Amaral (1974), referindo-se à assimetria da bacia em relação ao seu eixo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>posição, propôs um controle longitudinal exercido pelo Arco <strong>de</strong> Rio Branco.<br />
Admitiu ainda, transversalmente, um controle dos arcos <strong>de</strong> Iquitos, Purus,<br />
Monte Alegre e Gurupá, ressaltando a coincidência <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>stes com<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s do Pré-Cambriano. Interpretou as transgressões e<br />
regressões na bacia como resultados <strong>de</strong> movimentos oscilatórios verticais<br />
associados ao tectonismo Andino.<br />
Brito Neves et al. (1984) realizaram um estudo <strong>de</strong> integração do Pré-<br />
Cambriano com os eventos fanerozóicos, em áreas sedimentares brasileiras,<br />
on<strong>de</strong> é ressaltada a correspondência existente entre a compartimentação da<br />
Bacia do Amazonas e as províncias tectônicas do embasamento (Figura 2.2):<br />
sub-bacia do Baixo Amazonas como prolongamento da Faixa Móvel Maroni-<br />
Itacaiunas (Proterozóico Inferior); sub-bacia do Médio Amazonas como<br />
extensão da Província Amazônia Central (Arqueano); sub-bacia do Alto<br />
Amazonas como prolongamento da Faixa Móvel Rio Negro-Juruena<br />
(Proterozóico Médio). Os altos estruturais que separam as sub-bacias<br />
correspon<strong>de</strong>riam, então, aos limites das províncias tectônicas proterozóicas.<br />
Tais autores propuseram a atuação <strong>de</strong> movimentos diferenciais <strong>de</strong> blocos e a<br />
existência <strong>de</strong> condições diferentes <strong>de</strong> subsidência nos segmentos em função<br />
das <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s do substrato, quando da resposta aos processos<br />
tectônicos do Fanerozóico (Caledoniano, Herciniano, Weal<strong>de</strong>niano e Andino).<br />
Apontaram evidências <strong>de</strong> movimentação até o Carbonífero ao longo da<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> entre a Província Amazônia Central e a faixa Rio Negro-<br />
Juruena.<br />
32
Fig. 2.2 – Estudo integrado dos eventos pré - cambrianos e fanerozóicos na<br />
região amazônica.<br />
Fonte: Brito Neves et. Al. (1984, p. 43)<br />
Miranda (1984), utilizando imagens <strong>de</strong> sensores remotos, interpretou, em<br />
terrenos paleozóicos a terciários, na área do Rio Tapajós, anomalias<br />
morfoestruturais <strong>de</strong> drenagem associadas a domos e <strong>de</strong>pressões estruturais,<br />
que, em <strong>de</strong>terminados arranjos, <strong>de</strong>finem “trends” sugestivos <strong>de</strong> feições tipo<br />
“horsts” e “grabens”, em parte condicionados por <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s pré-<br />
cambrianas. Miranda e Boa Hora (1984), integrando dados <strong>de</strong> sensores<br />
remotos e aeromagnetometria, confirmaram, através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem<br />
magnética, algumas daquelas feições fotointerpretadas.<br />
Mosmann et al. (1984) propuseram uma tectônica “wrench” afetando as<br />
diferentes sub-bacias amazônicas durante o Mesozóico.<br />
33
Neves (1990) <strong>de</strong>finiu o arcabouço estrutural da bacia como sendo composto<br />
por duas plataformas (norte e sul), duas linhas <strong>de</strong> charneira a elas associadas<br />
e uma calha central segmentada nas direções E-W e NE-SW. Mapeou ainda<br />
feições <strong>de</strong> caráter regional utilizando dados <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão:<br />
1) “trends” <strong>de</strong> anticlinais assimétricos eo-cretáceos nas regiões <strong>de</strong><br />
Curuá do Sul e Abacaxis, associados aos lineamentos <strong>de</strong> mesmo<br />
nome;<br />
2) linha <strong>de</strong> charneira norte e provável “trend” compressivo eo-cretáceo<br />
do Igarapé-Cuia;<br />
3) faixa <strong>de</strong> anticlinais terciários “en echelon” na região do Tapajós e a<br />
oeste, bem como estruturas transtensionais próximas ao Arco <strong>de</strong><br />
Gurupá.<br />
Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991) dividiu a bacia em quatro compartimentos principais,<br />
limitados por gran<strong>de</strong>s falhas NW-SE (Jari-Pacajaí; Paru-Anapu, Faro-Juriti e<br />
Manacapuru-Rio Negro), <strong>de</strong>nominando-os blocos 1, 2, 3 e 4 (no sentido lesteoeste),<br />
concluindo que o bloco 2, on<strong>de</strong> se insere a área <strong>de</strong> estudo, sofreu<br />
constantes basculamentos durante todo seu <strong>de</strong>senvolvimento. Analisou a<br />
feição em “dog leg” da bacia, atribuindo-a à interação das falhas normais NE-<br />
SW, que compõem parte da arquitetura dos “rifts” eo-paleozóicos, com as<br />
falhas transformantes NW-SE, instaladas a partir do Ordoviciano. Descreveu<br />
ainda o estilo estrutural da tectônica do Cretáceo Inferior, composto por dobras<br />
e falhas inversas NE, associadas às linhas <strong>de</strong> charneiras, falhas normais e<br />
transcorrentes. Por fim, tal autor estabeleceu relacionamentos entre as<br />
estruturas proterozóicas e fanerozóicas, <strong>de</strong>ntre eles:<br />
1) os elementos estruturais da bacia foram fortemente controlados pela<br />
orientação das zonas <strong>de</strong> fraqueza do Pré-Cambriano, ilustrando<br />
importante exemplo <strong>de</strong> tectônica ressurgente;<br />
34
2) a Bacia do Amazonas instalou-se sobre um segmento crustal<br />
espessado, que <strong>de</strong>ve ter resultado da evolução estrutural do Cinturão<br />
Médio-Baixo Amazonas <strong>de</strong> Hasui et al., (1984);<br />
3) as prováveis falhas normais mestras da bacia <strong>de</strong>vem seguir<br />
rigorosamente as direções das zonas <strong>de</strong> cisalhamento com caráter<br />
<strong>de</strong> cavalgamento do Cinturão Médio-Baixo Amazonas;<br />
4) as falhas <strong>de</strong> transferência NW-SE, responsáveis pela estrutura em<br />
“dog leg”, <strong>de</strong>vem seguir a orientação geral das zonas <strong>de</strong> falhas<br />
normais do Proterozóico Médio;<br />
5) os segmentos transpressivos e transtensivos dos sistemas<br />
transcorrentes meso-cenozóicos adaptaram-se à estruturação em<br />
“dog leg”.<br />
Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991) propôs seis pulsos cinemáticos no <strong>de</strong>correr do<br />
Fanerozóico, a saber:<br />
1) eo-Paleozóico, extensional <strong>de</strong> caráter regional, responsável pela<br />
instalação das falhas normais NE-SW e cuja progressão estabeleceu<br />
as falhas <strong>de</strong> transferência NW-SE. As transgressões e regressões<br />
são interpretadas como resultado <strong>de</strong> movimentações complexas<br />
<strong>de</strong>stas falhas normais nos blocos individualizados;<br />
2) final do Paleozóico, ascencional regional, com soerguimento<br />
provocado pelo choque do Gondwana com a América do Norte;<br />
3) final do Jurássico, extensional, caracterizado por um regime tectônico<br />
distensivo associado à abertura do Atlântico Norte e Equatorial,<br />
intrudindo diques e favorecendo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> “grabens”;<br />
4) Cretáceo Inferior, com tectônica transcorrente <strong>de</strong>xtral (dobras);<br />
5) Cretáceo Superior-Terciário, extensional, com a movimentação <strong>de</strong><br />
falhas normais NE e falhas normais lístricas NW, relacionado à<br />
formação do Oceano Atlântico;<br />
35
6) Terciário-Quaternário, com regime transcorrente <strong>de</strong>xtral, reflexo da<br />
evolução da ca<strong>de</strong>ia Andina, gerando dobras e estruturas em flor na<br />
região do Rio Tapajós.<br />
Coutinho e Gonzaga (1994), com base em perfis geológicos regionais e na<br />
gravimetria, <strong>de</strong>finiram o arcabouço estrutural da bacia, cujos elementos<br />
estruturais básicos são os ”half-grabens” e suas ombreiras associadas,<br />
separados por zonas <strong>de</strong> acomodação, e as plataformas estruturais.<br />
Fortes (1995), estudando a região do Rio Solimões através <strong>de</strong> mosaicos<br />
radargramétricos do Projeto RADAMBRASIL, i<strong>de</strong>ntificou três sistemas <strong>de</strong><br />
fraturas e os interpretou como produto <strong>de</strong> um megacisalhamento crustal<br />
sisnistral, concluindo também pela recorrência <strong>de</strong> uma mesma tectônica por<br />
todo o tempo <strong>de</strong> existência da bacia.<br />
2.3.4 MAGMATISMO BÁSICO<br />
Durante o Proterozóico e o Fanerozóico, a região amazônica foi afetada por<br />
diferentes eventos <strong>de</strong> magmatismo. As ativida<strong>de</strong>s ígneas do Proterozóico e do<br />
eo-Paleozóico foram interpretadas como representativas <strong>de</strong> eventos terminais<br />
dos cinturões móveis regionais e/ou do magmatismo reflexo <strong>de</strong> sua atuação<br />
em áreas já cratonizadas, sendo condicionadas, preferencialmente, a sistemas<br />
<strong>de</strong> fraqueza NE e NW (Teixeira, 1978; Aires, 1984).<br />
O magmatismo que afetou a Bacia do Amazonas entre o Permiano e o<br />
Cretáceo foi intenso, condicionado por lineamentos NS e NNE (Teixeira, 1978),<br />
e suplantou os limites da área sedimentar, atingindo espessuras superiores a<br />
800 m e volume <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 90.000 km 3 (Wan<strong>de</strong>rley Filho, 1991). Segundo<br />
Aires (1984), o magmatismo se <strong>de</strong>senvolveu como resultado <strong>de</strong> processos<br />
distensivos, preferencialmente nos cruzamentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s lineamentos.<br />
Rezen<strong>de</strong> (1971) atribuiu um caráter repetitivo ao vulcanismo e o associou aos<br />
estágios críticos do regime <strong>de</strong> fragmentação do Gondwana. Amaral (1974)<br />
36
elacionou os principais eventos magmáticos fanerozóicos ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do Cinturão Andino.<br />
Thomaz Filho et al. (1974) propuseram dois eventos magmáticos principais: o<br />
primeiro, associado à separação da América do Norte em relação ao conjunto<br />
América do Sul-África, com ativida<strong>de</strong> principal em 250, 230 e 200 milhões <strong>de</strong><br />
anos (m.a.); o segundo, associado à separação da África e América do Sul,<br />
com ativida<strong>de</strong>s importantes em 180, 150 e 125 m.a., com o que concordaram<br />
Teixeira (1978) e Aires (1984).<br />
Francis (1982), citado por Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), sugeriu que o magma<br />
migrou mergulho abaixo, por gravida<strong>de</strong>, para o <strong>de</strong>pocentro regional,<br />
representado pelas bacias salíferas, on<strong>de</strong> acumulou maiores espessuras.<br />
Wan<strong>de</strong>rley Filho (op.cit.) ressaltou que não há relação temporal das soleiras<br />
com a profundida<strong>de</strong> e propôs apenas um evento gerador do magma no<br />
Jurássico-Triássico, antece<strong>de</strong>ndo a abertura do Atlântico. Sugeriu que uma das<br />
possíveis causas da erosão do final do Paleozóico foi o soerguimento<br />
experimentado no tempo <strong>de</strong>corrido entre a fusão do magma na base da crosta<br />
e a sua migração.<br />
Segundo Mizusaki et al. (1992), os diabásios estão associados principalmente<br />
a clásticos finos e a evaporitos; seu “emplacement” obe<strong>de</strong>ce a padrões<br />
litológicos e estruturais, sendo comuns os saltos <strong>de</strong> soleiras. Tais autores<br />
<strong>de</strong>scartaram, com base em análises químicas, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assimilação<br />
do sal pelo diabásio proposta por Silva (1987), citado por Mizusaki et al.<br />
(op.cit.), sugerindo ainda a existência <strong>de</strong> câmara magmática rasa (alto teor <strong>de</strong><br />
Si e presença <strong>de</strong> fenocristais). Tais autores agruparam as manifestações<br />
magmáticas em um mesmo evento com ida<strong>de</strong> entre 170 e 220 m.a.<br />
(Eojurássico).<br />
37
Coutinho e Gonzaga (1994) aventaram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal magmatismo<br />
estar associado a um “hot spot”.<br />
2.3.5 TECTONISMO CRETÁCEO E TERCIÁRIO<br />
O tectonismo do Cretáceo, <strong>de</strong>nominado Juruá, foi mais estudado na Bacia do<br />
Solimões, on<strong>de</strong> é bastante expressivo, mas seu estilo, ida<strong>de</strong> e, principalmente,<br />
origem ainda são foco <strong>de</strong> muitas discussões. Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973)<br />
propuseram uma roto-translação anti-horária dos escudos das Guianas (mais<br />
intensa) e Guaporé, conseqüência da fragmentação do Gondwana, para<br />
explicar estruturas mesozóicas na bacia. Szatmari (1984), reformulando<br />
mo<strong>de</strong>los anteriores (Szatmari, 1981, 1983), propôs, para o evento Juruá,<br />
falhamento sinistrógiro acompanhado <strong>de</strong> rotação anti-horária do bloco NW da<br />
Falha Juruá durante o Triássico-Jurássico, como conseqüência da abertura do<br />
Golfo do México e do Atlântico Norte.<br />
Esteves (1984), citado por Caputo (1985), propôs, revisando mo<strong>de</strong>los<br />
anteriores, que os dobramentos do Juruá (NE) resultaram <strong>de</strong> esforços<br />
compressivos NW-SE atuantes no Meso-Neojurássico e Eocretáceo, quando<br />
da formação das placas do Caribe, Cocos e Nazca.<br />
Caputo (op.cit.) <strong>de</strong>screveu o evento Juruá como um tectonismo composto por<br />
falhas transcorrentes <strong>de</strong>xtrais <strong>de</strong> direção geral N70-80E, falhas reversas e<br />
dobras assimétricas <strong>de</strong> direção N25-65E e falhas secundárias <strong>de</strong> rejeito lateral<br />
<strong>de</strong> direção N70W. Interpretou esse tectonismo como produto da abertura do<br />
Atlântico Sul, que submeteu a porção NW da América do Sul a esforços<br />
compressivos horizontais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> e direção geral N65W, durante<br />
o Cretáceo Inferior.<br />
Porsche (1985) interpretou o “Trend” Juruá como resultado <strong>de</strong> um tectonismo<br />
cisalhante transpressivo <strong>de</strong>xtral posterior ao magmatismo e, portanto, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
38
entre o Jurássico e o Aptiano. Observou três tipos <strong>de</strong> falhas: reversas<br />
perpendiculares à direção do esforço principal, reversas paralelas à direção <strong>de</strong><br />
transcorrência e sintéticas ligeiramente oblíquas à direção <strong>de</strong> transcorrência.<br />
Campos e Teixeira (1988) e Teixeira (1988), através da sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />
<strong>de</strong>screveram falhamentos inversos associados a dobramentos assimétricos<br />
coinci<strong>de</strong>ntes com o “Trend” Curuá do Sul e, secundariamente, a falhamentos<br />
normais. Tal tectonismo foi por eles consi<strong>de</strong>rado como do Aptiano (Cretáceo<br />
Inferior), produzindo esforços EW atuantes sobre fraturas antigas, em<br />
associação com a abertura do Atlântico Equatorial. Este fenômeno ocorreu<br />
como produto da reação, na zona <strong>de</strong> subducção andina, ao <strong>de</strong>slocamento da<br />
Placa da América do Sul para oeste, gerando compressão no interior da<br />
mesma.<br />
A partir <strong>de</strong> trabalhos realizados na Bacia do Solimões, on<strong>de</strong> ocorreu um<br />
tectonismo eo-Cretáceo expressivo, Costa (1995), com base em dados<br />
geofísicos gravimétricos, magnetométricos e <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />
questionou a associação <strong>de</strong> feições estruturais compressivas à tectônica eo-<br />
cretácea na Bacia do Amazonas, on<strong>de</strong> sugere que sua amplitu<strong>de</strong> teria sido<br />
menor (em relação ao Solimões). Descreveu estruturas tais como falhamentos<br />
reversos, anticlinais assimétricos e “pop up’s” associados e discutiu a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tais perturbações serem reflexos <strong>de</strong> intrusões, apontando<br />
evidências para um caso específico por ele estudado. Neste sentido,<br />
perturbações associadas a corpos <strong>de</strong> diabásio foram <strong>de</strong>scritas em<br />
mapeamento <strong>de</strong> campo como anomalias <strong>de</strong> mergulho e dobramentos por<br />
Kremer (1956), Krause (1957) e Bemerguy (1964). Fortes (1988) propôs um<br />
mo<strong>de</strong>lo para geração <strong>de</strong> dobras e falhas (reversas e normais) em pacotes<br />
sedimentares sobrepostos a corpos magmáticos intrusivos.<br />
O evento Juruá, conforme mencionado anteriormente, não tem gran<strong>de</strong><br />
expressão na Bacia do Amazonas. Os estudos aí realizados dão ênfase ao<br />
39
“Tectonismo Terciário”, relacionado à intensa estruturação <strong>de</strong>senvolvida da<br />
Fm. Alter do Chão, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> cretácea a terciária. Indícios <strong>de</strong>sse tectonismo<br />
foram observados na bacia por Andra<strong>de</strong> e Cunha (1971), Cunha (1982),<br />
Miranda (1984), Carneiro e Jucá (1985), Teixeira (1988), Wan<strong>de</strong>rley Filho et al.<br />
(1988), Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), <strong>de</strong>ntre outros. Travassos e Barbosa Filho<br />
(1990), entretanto, foram os que primeiro mapearam e estudaram este<br />
tectonismo na área do Rio Tapajós.<br />
Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973), estudando a Bacia do Amazonas, observaram um<br />
controle da drenagem por estruturas do embasamento, representando,<br />
segundo os autores, uma reativação terciária <strong>de</strong>ste sistema. Carneiro e Jucá<br />
(1985) <strong>de</strong>screveram a tectônica que atingiu o Terciário como essencialmente<br />
<strong>de</strong> subsidência diferencial, associada a reativações do sistema transtensivo<br />
controladas por sistemas <strong>de</strong> fraturas NE e NW.<br />
Cunha (1982), analisando imagens <strong>de</strong> sensores remotos e dados<br />
gravimétricos, i<strong>de</strong>ntificou feições que interpretou como produtos <strong>de</strong><br />
soerguimento e basculamento <strong>de</strong> blocos, falhas ou “grabens”, estruturas estas<br />
formadas ou reativadas no Terciário. Observando os alinhamentos na bacia,<br />
constatou que estes, em rochas paleozóicas, assumem, em geral, direção NS,<br />
NE-SW e NW-SE; em rochas terciárias, formam padrão retangular <strong>de</strong><br />
drenagem; em rochas mais antigas, ten<strong>de</strong>m a manter paralelismo com as<br />
bordas da bacia, na direção ENE-WSW.<br />
Campos e Teixeira (1988) sugeriram, como origem do tectonismo terciário na<br />
região oeste da Bacia do Baixo Amazonas, uma roto-translação do Escudo das<br />
Guianas em relação ao Escudo Brasileiro na Placa da América do Sul,<br />
relacionada aos limites transformantes com a Placa Caribeana e convergentes<br />
com a <strong>de</strong> Nazca, provocando uma tectônica “wrench” modificadora.<br />
40
Wan<strong>de</strong>rley Filho et al. (1988), estudando movimentos halocinéticos na região<br />
do Rio Tapajós, observaram que a movimentação <strong>de</strong> sal não atingiu estágios<br />
avançados e que a mesma ocorreu na região da calha e na ausência <strong>de</strong><br />
soleiras sotopostas. Observaram ainda uma marcante alteração no padrão<br />
estrutural das seções pós-sal. O tectonismo intenso na região do Rio Tapajós,<br />
foi por eles associado a movimentos halocinéticos gerados por sobrecarga<br />
diferencial e/ou por zonas <strong>de</strong> alívio resultantes <strong>de</strong> reativações terciárias.<br />
Dividiram a Bacia do Amazonas, em função dos mergulhos estruturais, em<br />
quatro províncias: plataforma, charneira, calha central e rampa.<br />
Travassos e Barbosa Filho (1990) mapearam, utilizando sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />
larga faixa <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> tectonismo terciário na região do Rio Tapajós, com<br />
os limites norte e sul aparentemente <strong>de</strong>finidos por zonas <strong>de</strong> falhamentos<br />
transcorrentes e o limite leste dado por uma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direção<br />
aproximadamente NS (Figura 2.3). Descreveram o estilo estrutural resultante<br />
como dobras assimétricas associadas a falhas reversas dispostas “en<br />
echelon”, seguindo a direção geral NE <strong>de</strong> antigos lineamentos. Com base em<br />
dados geofísicos gravimétricos, magnetométricos e <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão, tais<br />
autores propuseram um mo<strong>de</strong>lo alternativo envolvendo transpressão,<br />
resultante da superimposição <strong>de</strong> uma tectônica “wrench”, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong><br />
esforços oblíquos <strong>de</strong> direção geral E-W, sobre <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s antigas.<br />
41
3.1 MATERIAIS<br />
CAPÍTULO 3<br />
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
Os materiais utilizados na presente dissertação estão a seguir relacionados:<br />
a) Cartas topográficas na escala 1:250.000: folhas Santarém (SA.21-Z-B),<br />
Aveiro (SA.21-Z-D) e Presi<strong>de</strong>nte Médici (SB.21-X-B);<br />
b) Cartas topográficas na escala 1:100.000: folhas Amorim (SA.21-Z-B-IV),<br />
Mujuí dos Campos (SA.21-Z-B-V), Curuá Una (SA.21-Z-B-VI), Boim<br />
(SA.21-Z-D-I), São Jorge (SA.21-Z-D-II), Rio Tutuí (SA.21-Z-D-III),<br />
Aveiro (SA.21-Z-D-IV), Igarapé Onça (SA.21-Z-D-V), Quilômetro<br />
Duzentos e Quarenta (SA.21-Z-D-VI);<br />
c) Mapas Geológicos do Projeto RADAMBRASIL, escala 1:1.000.000:<br />
Folha SA.21, Araújo et al. (1976) e Folha SB.21, Santos et al. (1975);<br />
d) Mapa Morfoestrutural Integrado, escala 1:500.000, Miranda (1984);<br />
e) Mapa do Arcabouço Estrutural do Bloco Tapajós da Bacia do Amazonas,<br />
gerado por interpretação <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão ao nível da<br />
base da Fm. Alter do Chão, escala 1:250.000, Travassos e Barbosa<br />
Filho (1990);<br />
f) Perfis litológicos dos poços: 1-TU-1-PA, 1-TA-1-PA, 1-TR-1-PA, 1-SP-1-<br />
PA, 2-BU-1-PA, 1-AB-1-PA, 2-CPST-1-PA, 1-FO-1-PA, 1-AC-1-PA e 1-<br />
BR-1-PA;<br />
43
g) Mapa <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal, escala 1:1.000.000, gerado por<br />
PETROBRÁS/E&P-AM;<br />
h) Mapa <strong>de</strong> isólitas <strong>de</strong> diabásio (espessura total) da seqüência permocarbonífera,<br />
escala 1:1.000.000, gerado por PETROBRÁS/E&P-AM;<br />
i) Mapa do embasamento baseado em poços e sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />
escala 1:1.000.000, gerado por PETROBRÁS/E&P-AM;<br />
j) Imagens do sensor Thematic Mapper (TM) do Satélite Landsat-5 (Tabela<br />
3.1).<br />
TABELA 3.1 : IMAGENS TM LANDSAT-5 UTILIZADAS NO TRABALHO<br />
REFERÊNCIA<br />
(órbita.ponto)<br />
BANDAS ESCALA TIPO PRODUTO<br />
227.62 3, 4 , 5 ------------- DIGITAL COMPOSIÇÃO COLORIDA<br />
44<br />
RGB<br />
227.62 4 1:250.000 PAPEL CÓPIA FOTOGRÁFICA EM<br />
PRETO E BRANCO<br />
227.62 5 1:250.000 PAPEL CÓPIA FOTOGRÁFICA EM<br />
PRETO E BRANCO<br />
227.63 3, 4, 5 ------------- DIGITAL COMPOSIÇÃO COLORIDA<br />
RBG<br />
227.63 4 1:250.000 PAPEL CÓPIA FOTOGRÁFICA EM<br />
PRETO E BRANCO<br />
227.63 5 1:250.000 PAPEL CÓPIA FOTOGRÁFICA EM<br />
PRETO E BRANCO
a) Dados digitais gravimétricos em gra<strong>de</strong> regular 2x2 km<br />
(PETROBRÁS/E&P-AM);<br />
j) Dados digitais aeromagnetométricos em formato XYZ e/ou gra<strong>de</strong><br />
regular referentes aos Projetos Santarém, ENCAL S.A. (1982), e Sul do<br />
Pará, LASA (1976).<br />
3.2 CARACTERÍSTICAS DOS DADOS UTILIZADOS E TRATAMENTOS<br />
PRELIMINARES<br />
3.2.1 SENSORIAMENTO REMOTO<br />
Sensoriamento remoto, segundo Sabins (1978), é <strong>de</strong>finido como a coleta e<br />
interpretação <strong>de</strong> informação referente a um alvo, sem contato físico do sensor<br />
com o mesmo. As plataformas mais comuns utilizadas são as aéreas e as<br />
orbitais. O termo é mais comumente restrito a métodos que empregam a<br />
energia eletromagnética para <strong>de</strong>tectar e medir características do alvo. Esta<br />
<strong>de</strong>finição exclui os levantamentos elétricos, magnéticos e gravimétricos que<br />
me<strong>de</strong>m os campos <strong>de</strong> força utilizando aviões, <strong>de</strong>nominados levantamentos<br />
aerogeofísicos.<br />
Os princípios físicos do sensoriamento remoto se baseiam na interação da<br />
energia eletromagnética com a matéria. O espectro eletromagnético é um<br />
contínuo <strong>de</strong> energia que viaja à velocida<strong>de</strong> da luz no vácuo e que varia em<br />
comprimento <strong>de</strong> onda do metro ao nanometro, sendo dividido em regiões que<br />
abrangem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os raios gama (fração <strong>de</strong> nanometro), passando pela região<br />
do visível (0.4 a 0.7 m), que ocupa somente uma pequena porção do<br />
espectro, até as ondas <strong>de</strong> rádio (metro). Regiões específicas do espectro são<br />
subdivididas em bandas, tais como azul, ver<strong>de</strong> e vermelha, na região do<br />
visível. Toda matéria irradia energia eletromagnética, com pico <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong><br />
se <strong>de</strong>slocando progressivamente para comprimentos <strong>de</strong> onda mais curtos,<br />
45
quanto maior a temperatura do corpo. O pico <strong>de</strong> energia refletida da Terra se<br />
concentra em 0.5 m, correspon<strong>de</strong>nte à banda ver<strong>de</strong> da região do visível. O<br />
pico <strong>de</strong> energia radiante ocorre em 9.7 m, correspon<strong>de</strong>nte à banda termal da<br />
região do infra-vermelho, (Sabins, 1978).<br />
A atmosfera absorve energia quase completamente nas regiões dos raiosgama,<br />
raios-X e na maior parte do ultra-violeta; essas regiões não são,<br />
portanto, usadas no sensoriamento remoto, que utiliza energia nas regiões <strong>de</strong><br />
microondas, infra-vermelho, visível e nos comprimentos <strong>de</strong> onda longos do<br />
ultra-violeta. Intervalos <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda correspon<strong>de</strong>ntes à alta<br />
transmitância da atmosfera são chamados janelas atmosféricas e são<br />
utilizados para a aquisição <strong>de</strong> dados do sensoriamento remoto (Sabins,1978).<br />
Para os sensores imageadores passivos, a energia fonte provém do sol. No<br />
intervalo <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> 0.45 a 12 µm, os principais fatores que<br />
influenciam a resposta <strong>de</strong> um alvo natural, são, resumidamente; pigmentação,<br />
umida<strong>de</strong> e estrutura celular da vegetação; composição mineralógica das<br />
rochas; composição mineralógica e umida<strong>de</strong> dos solos; conteúdo <strong>de</strong><br />
sedimentos em suspensão <strong>de</strong> corpos aquosos; para o infravermelho termal, a<br />
emissão <strong>de</strong> calor superficial ou subsuperficial (Richards, 1986). Os sensores<br />
me<strong>de</strong>m o fluxo radiante proveniente dos alvos na superfície terrestre. O<br />
comportamento espectral dos materiais mais comuns da superfície e as<br />
principais bandas utilizadas pelos sensores são mostrados na Figura 3.1a.<br />
Como a área <strong>de</strong> estudo se insere na floresta amazônica, o comportamento<br />
espectral da vegetação será aqui um pouco mais <strong>de</strong>talhado, com base em<br />
Goetz et al. (1983). Na Figura 3.1b po<strong>de</strong> ser observado o comportamento <strong>de</strong><br />
uma planta fotossinteticamente ativa. As feições <strong>de</strong> absorção centradas em<br />
aproximadamente 0.48 µm e 0.68 µm são resultado <strong>de</strong> forte absorção da<br />
clorofila na folha, envolvendo transições eletrônicas na molécula <strong>de</strong> clorofila. A<br />
fraca feição <strong>de</strong> reflectância <strong>de</strong> 0.52 µm a 0.60 µm indica a porção do visível<br />
46
que não é fortemente absorvida, resultando na aparência ver<strong>de</strong> das plantas<br />
para o olho humano. A alta feição <strong>de</strong> reflectância em aproximadamente 1.0 µm<br />
é referida como o platô infra-vermelho e é característica da saú<strong>de</strong> do tecido<br />
foliar. A acentuada elevação da curva <strong>de</strong> reflectância entre a feição <strong>de</strong><br />
absorção da clorofila em 0.68 µm e o platô infra-vermelho é referida como “red<br />
edge”; a inclinação da curva está associada à concentração <strong>de</strong> clorofila na<br />
folha. Os níveis <strong>de</strong> reflectância em 1.6 µm e 2.2 µm fornecem uma acurada<br />
indicação do conteúdo <strong>de</strong> água da folha.<br />
3.2.1.1 DADOS DOS SENSORES REMOTOS ORBITAIS DO SATÉLITE<br />
LANDSAT- 5<br />
O satélite Landsat-5, colocado em órbita em 01/03/1984, utiliza sistemas<br />
imageadores passivos que operam nas regiões do visível e do infravermelho<br />
do espectro eletromagnético (Figura 3.1a). Sua órbita é quase polar<br />
(inclinação <strong>de</strong> 98,20 graus) e heliossíncrona, imageando uma faixa 185 km na<br />
superfície terrestre (Novo, 1992), com passagens na região equatorial por volta<br />
<strong>de</strong> 09:45 h. A altitu<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 705 km; o ciclo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> imagens é <strong>de</strong> 16<br />
dias (resolução temporal). O satélite possui os sistemas sensores Multispectral<br />
Scanner (MSS) e Thematic Mapper (TM), sendo nesta dissertação utilizado<br />
apenas o TM. Este sensor possui um sistema <strong>de</strong> varredura mecânica, com o<br />
espelho se movimentando nos sentidos leste-oeste e oeste-leste. O sensor TM<br />
contém sete bandas espectrais e apresenta resolução espacial <strong>de</strong> 30m, com<br />
exceção <strong>de</strong> uma banda. As características espectrais e espaciais do sensor<br />
TM estão relacionadas na Tabela 3.2.<br />
47
A área em estudo é quase inteiramente coberta por imagens TM na órbita 227,<br />
pontos 62 e 63. Foram adquiridas para uso as bandas TM 4 e 5, em papel, na<br />
escala 1:250.000, para o estudo <strong>de</strong> lineamentos, assim como as bandas TM 3,<br />
4 e 5, em formato digital, para a integração com dados geológicos e geofísicos.<br />
TABELA 3.2- CARACTERÍSTICAS ESPECTRAIS E ESPACIAIS DO SENSOR<br />
TM DO SATÉLITE LANDSAT- 5<br />
BANDA FAIXA ESPECTRAL ( µm) RESOLUÇÃO ESPACIAL (m)<br />
1 0.45-0.52 - visível - azul/ver<strong>de</strong> 30<br />
2 0.52-0.60 - visível - ver<strong>de</strong> 30<br />
3 0.63-0.69 - visível - vermelho 30<br />
4 0.76-0.90 - infravermelho próximo 30<br />
5 1.55-1.75 - infravermelho médio 30<br />
7 2.08-2.35 - infravermelho médio 30<br />
6 10.4-12.5 - infravermelho termal 120<br />
Adaptada <strong>de</strong> Richards (1986, p. 13).<br />
Estudando a influência do ângulo <strong>de</strong> elevação e do azimute solar na<br />
iluminação da cena e na conseqüente <strong>de</strong>tecção das feições <strong>de</strong> relevo, Liu<br />
(1984) ressaltou a sazonalida<strong>de</strong> do realce topográfico por sombreamento, mais<br />
forte na época <strong>de</strong> inverno, com ângulos <strong>de</strong> elevação menores, e mais suave no<br />
verão, com ângulos <strong>de</strong> elevação mais elevados. Recomendou a utilização <strong>de</strong><br />
imagens com baixo ângulo <strong>de</strong> iluminação para topografias suaves, <strong>de</strong> modo a<br />
<strong>de</strong>stacar as feições mais sutis, observando que as feições topográficas com<br />
direção próxima à do azimute solar tornam-se menos proeminentes, menos<br />
realçadas pelo sombreamento.<br />
No presente trabalho, buscou-se utilizar as passagens do Landsat-5 relativas<br />
ao período <strong>de</strong> inverno, on<strong>de</strong> se obtém menor cobertura <strong>de</strong> nuvens e menor<br />
49
elevação solar, ressaltando melhor as feições topográficas. Cabe registrar que,<br />
nas baixas latitu<strong>de</strong>s, não se verificam variações sazonais pronunciadas <strong>de</strong><br />
elevação solar. Na data <strong>de</strong> aquisição das imagens (18/07/88), o azimute e<br />
elevação solar eram, respectivamente, 54° e 47° para a órbita 227 - ponto 62<br />
e 52° e 46° para a órbita 227 - ponto 63. É importante mencionar aqui as<br />
<strong>de</strong>ficiências relativas à caracterização <strong>de</strong> feições geomórficas lineares<br />
paralelas à direção <strong>de</strong> iluminação solar nessas imagens (N52-54E), conforme<br />
discutido em Liu (1984), Miranda (1984) e Miranda et al. (1986). Por outro lado,<br />
azimutes perpendiculares a essas direções são favorecidos em suas<br />
caracterizações.<br />
As imagens digitais foram fornecidas em CD-ROM, lidas, registradas e<br />
dispostas em mosaicos, banda a banda, utilizando o software Sistema <strong>de</strong><br />
Processamento <strong>de</strong> Informações Geo-referenciadas (SPRING), <strong>de</strong>senvolvido<br />
pelo INPE para ambiente UNIX (Geoprocessamento, 1997). O registro das<br />
imagens foi realizado através <strong>de</strong> cartas topográficas na escala 1:250.000, a<br />
partir <strong>de</strong> pontos reconhecíveis no terreno (aci<strong>de</strong>ntes geográficos tais como<br />
drenagens, estradas, etc.). Coletou-se um total <strong>de</strong> 42 pontos <strong>de</strong> amostragem<br />
para a área toda (duas imagens e duas cartas) utilizando-se apenas 6 <strong>de</strong>stes<br />
no registro <strong>de</strong> cada imagem. A precisão <strong>de</strong> registro obtida foi <strong>de</strong> 0,864 para a<br />
imagem 227- 62 e 0.96 para a imagem 227- 63, o que está <strong>de</strong>ntro da tolerância<br />
recomendada para a escala <strong>de</strong> trabalho utilizada (igual a 1). A construção do<br />
mosaico das duas imagens foi realizada no processo <strong>de</strong> registro, quando do<br />
georreferenciamento da segunda imagem.<br />
Como as imagens orbitais muitas vezes apresentam baixo contraste, causado<br />
por características da própria cena, bruma atmosférica ou problemas com o<br />
sensor, a cada mosaico obtido aplicou-se um aumento linear <strong>de</strong> contraste<br />
(ALC). Após o realce por ALC, os mosaicos foram exportados para o sistema<br />
SITIM-SGI (Geossistemas, 1995), com reamostragem do “pixel” para 100m.<br />
50
O olho humano percebe melhor cores que tons <strong>de</strong> cinza. Portanto, a<br />
representação <strong>de</strong> uma composição <strong>de</strong> três bandas por processo aditivo <strong>de</strong><br />
cores primárias é utilizada em larga escala, conforme Lillesand (1987), Crosta<br />
(1992), Bezerra (1993), <strong>de</strong>ntre outros. As imagens orbitais digitais na área<br />
estudada foram então apresentadas na seguinte composição colorida (RGB):<br />
banda 3 - azul (B); banda 4 - ver<strong>de</strong> (G) e banda 5 - vermelho (R), Figura 3.2.<br />
As citadas bandas do Landsat-5 fazem parte do Banco <strong>de</strong> Dados <strong>de</strong><br />
Sensoriamento Remoto da PETROBRÁS.<br />
3.2.2 DADOS GEOFÍSICOS<br />
Os dados geofísicos utilizados nesta pesquisa referem-se ao Campo<br />
Magnético Total Anômalo e à Gravida<strong>de</strong> Bouguer.<br />
3.2.2.1 GRAVIMETRIA<br />
As massas no Universo se atraem <strong>de</strong> acordo com a Lei <strong>de</strong> Atração Universal<br />
<strong>de</strong> Newton:<br />
on<strong>de</strong>,<br />
F = força gravitacional;<br />
G = Constante <strong>de</strong> Atração Universal;<br />
R = distância entre os corpos;<br />
M1 e M2 = massa dos corpos.<br />
F = G ( M1 x M2 ) / R 2<br />
51
9724000<br />
666305<br />
Á re a n ã o<br />
in te rp re ta d a<br />
0<br />
35km<br />
52<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 3.2 - Mosaico <strong>de</strong> imagem Landsat - 5 / TM das cenas 227-62 e 227-63<br />
(órbita-ponto), adquiridas em 18/07/88, em composição colorida (RGB)<br />
(RGB) on<strong>de</strong> banda 5 (R), banda 4 (G), banda 3 (B).
Os levantamentos gravimétricos me<strong>de</strong>m a aceleração da gravida<strong>de</strong> na<br />
superfície da Terra, ou acima <strong>de</strong>la, resultante da força <strong>de</strong> atração <strong>de</strong>vida à sua<br />
massa e da força centrífuga relacionada ao seu movimento <strong>de</strong> rotação. Os<br />
estudos do campo gravitacional se utilizam <strong>de</strong> superfícies equipotenciais ao<br />
redor do planeta, suaves mas irregulares. Uma superfície <strong>de</strong> particular<br />
interesse é o geói<strong>de</strong>, que correspon<strong>de</strong> ao nível dos mares sem os efeitos <strong>de</strong><br />
correntes ou marés, e cujas irregularida<strong>de</strong>s refletem excessos ou ausências <strong>de</strong><br />
massa sob o nível do mar. Devido à complexida<strong>de</strong> das variações internas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da Terra, em relação ao geói<strong>de</strong>, utiliza-se como referência para<br />
medida <strong>de</strong>ssas variações uma superfície equipotencial mais simples e suave, o<br />
esferói<strong>de</strong>, cuja forma assemelha-se a um elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> revolução, <strong>de</strong>nominado<br />
elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência. O elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência é uma superfície matemática<br />
concebida consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da Terra homogênea, <strong>de</strong>finindo, assim, a<br />
gravida<strong>de</strong> normal, cuja formulação é estabelecida pela “International<br />
Association of Geo<strong>de</strong>sy” (IAG) e pela “International Union of Geo<strong>de</strong>sy and<br />
Geophysics” (IUGG). As anomalias gravimétricas são calculadas em relação ao<br />
elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência; entretanto, várias correções envolvidas são<br />
referenciadas ao nível do mar (geói<strong>de</strong>), conforme Blakely (1995). Os dados<br />
utilizados na presente dissertação foram corrigidos do campo normal pelo<br />
elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência adotado em 1967, <strong>de</strong>nominado “Geo<strong>de</strong>tic Reference<br />
System” (GRF) 1967, cuja fórmula internacional é:<br />
on<strong>de</strong>,<br />
λ : latitu<strong>de</strong>;<br />
go = 9,78031846 (1 + 0,0053024sen 2 λ - 0,0000058 sen 2 2λ),<br />
go : gravida<strong>de</strong> normal, em mGal.<br />
A gravida<strong>de</strong> observada na superfície terrestre ou acima <strong>de</strong>la é uma<br />
composição <strong>de</strong> vários fatores, cujas características e correções aplicadas<br />
estão sucintamente enumeradas a seguir:<br />
53
1- efeito da atração da Terra: subtração da gravida<strong>de</strong> normal (elipsói<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> referência, go);<br />
2- efeitos <strong>de</strong> atração do sol e da lua, variáveis no espaço e no tempo e<br />
<strong>de</strong> pequena amplitu<strong>de</strong>: correção <strong>de</strong> maré ou correções diurnas,<br />
realizadas através <strong>de</strong> reocupações <strong>de</strong> leituras assumindo a <strong>de</strong>riva<br />
linear;<br />
3- efeitos <strong>de</strong> elevações acima do nível do mar: correção <strong>de</strong> ar-livre<br />
(“Free-Air”), que ajusta a leitura para a superfície do geói<strong>de</strong>,<br />
reduzindo a altitu<strong>de</strong> (h);<br />
4- efeitos <strong>de</strong> massas normais acima do nível do mar - correções <strong>de</strong><br />
terreno e Bouguer, que consi<strong>de</strong>ram a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> das massas<br />
sobre ou sob o nível do mar (h), compensando-as;<br />
5- efeitos <strong>de</strong> movimento da plataforma: correções <strong>de</strong> Eötvös, aplicáveis<br />
para plataformas que se <strong>de</strong>slocam durante a aquisição (gravimetria<br />
marítima ou aérea);<br />
6- efeitos <strong>de</strong> massas que suportam cargas topográficas: correções <strong>de</strong><br />
isostasia, utilizadas para objetivos específicos;<br />
7- efeitos <strong>de</strong> variações laterais <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> na crosta e no manto<br />
superior, que refletem controle geológico. O estudo <strong>de</strong> tais efeitos<br />
constitui o objetivo principal na exploração petrolífera através do<br />
método gravimétrico.<br />
As medidas <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> são realizadas no campo gravimétrico terrestre e,<br />
portanto, perpendicularmente às superfícies equipotenciais. As anomalias<br />
gravimétricas são causadas por variações laterais <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e suas formas<br />
e amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da profundida<strong>de</strong>, contraste <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e volume<br />
(extensão lateral e relevo vertical) das fontes causadoras (Castro e Latgé,<br />
1987). Efetuadas as correções necessárias (no caso do presente trabalho, os<br />
ítens 1 a 4 do parágrafo anterior), os valores obtidos, <strong>de</strong>nominados valores<br />
Bouguer, <strong>de</strong>verão correspon<strong>de</strong>r às variações laterais <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> existentes<br />
na crosta e no manto superior.<br />
54
Os dados gravimétricos, valores Bouguer, foram fornecidos pela PETROBRÁS<br />
/ E&P-AM em uma gra<strong>de</strong> regular <strong>de</strong> 2x2 km, gerada a partir <strong>de</strong> dados<br />
adquiridos no campo em malha irregular, conforme mapa base da Figura 3.3.<br />
Fig.3.3 – Mapa base da malha irregular dos dados <strong>de</strong> gravimetria<br />
FONTE: PETROBRÁS – E&P/AM (1996)<br />
55
Foram escolhidos, na citada gra<strong>de</strong>, três perfis, dois norte-sul e um leste-oeste,<br />
passando por dois proeminentes altos gravimétricos presentes na área, para<br />
mo<strong>de</strong>lagem através do programa GM-SYS do GEOSOFT (Geosoft, 1994). O<br />
programa GM-SYS calcula mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> resposta magnética e gravimétrica<br />
baseado nos métodos <strong>de</strong> Talwani et al. (1959) e Talwani e Heirtzler (1964) e<br />
faz uso <strong>de</strong> algoritmos <strong>de</strong>scritos em Won e Bevis (1987), citados em GEOSOFT<br />
(1994). Posteriormente, a gra<strong>de</strong> regular (2x2 km) foi exportada em formato<br />
XYZ para o SITIM/SGI (Geossistemas, 1995).<br />
3.2.2.2. MAGNETOMETRIA<br />
O Campo Magnético da Terra foi primeiramente <strong>de</strong>scrito por Frie<strong>de</strong>rich Gauss,<br />
em 1838, como sendo <strong>de</strong> origem exclusivamente interna. Porém, sabe-se<br />
atualmente que uma pequena parte <strong>de</strong>ste campo tem também origem externa.<br />
Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir basicamente duas fontes internas: a primeira, responsável pelo<br />
campo principal, gerada no fluido do núcleo externo da Terra; a segunda,<br />
gerada na crosta por minerais como a magnetita e a titanomagnetita, limitada<br />
à profundida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte à isoterma Curie, pois acima <strong>de</strong>sta temperatura<br />
não se verifica mais o fenômeno <strong>de</strong> magnetização. O campo magnético<br />
externo é produto da interação do campo interno com fatores externos, tais<br />
como ventos solares (ao nível da magnetosfera), movimento <strong>de</strong> rotação do<br />
planeta e forças <strong>de</strong> maré (ao nível da ionosfera), além <strong>de</strong> efeitos termais<br />
(Blakely, 1995). Três parâmetros <strong>de</strong>screvem o campo magnético terrestre em<br />
um dado ponto: a intensida<strong>de</strong>, a inclinação e a <strong>de</strong>clinação magnéticas (Figura<br />
3.4), sendo, na área <strong>de</strong> estudo, os valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>clinação e inclinação<br />
magnéticas iguais a -12° e 13°, respectivamente.<br />
56
a )<br />
b)<br />
c )<br />
d )<br />
Norte<br />
S u l<br />
57<br />
Pa ra Baixo<br />
Fig. 3.4 - Campo Magnético da Terra: a) Coor<strong>de</strong>nadas polares (esquerda) e car<br />
tesianas (direita) <strong>de</strong> um ponto: Bx = norte; By = leste; Bz = p/ baixo;<br />
D = <strong>de</strong>clinação magnética (positiva para o leste); I = inclinação magné<br />
tica (positiva para baixo); b) elemento intensida<strong>de</strong> (nanoTesla) baseado<br />
no IGRF (1990); c) elemento inclinação magnética (graus) e d) elemen<br />
to <strong>de</strong>clinação magnética (graus).<br />
FONTE: Blakely (1995, p. 158 e 162).<br />
Norte<br />
Le ste
O campo magnético terrestre varia <strong>de</strong> direção e intensida<strong>de</strong> no espaço e no<br />
tempo, a intervalos <strong>de</strong> milisegundos a milhões <strong>de</strong> anos, o que o torna muito<br />
complexo. As variações <strong>de</strong> curto período, como as diurnas, <strong>de</strong>vem-se<br />
basicamente a fontes externas, tais como correntes na ionosfera. As variações<br />
<strong>de</strong> longo período (variação geomagnética secular) <strong>de</strong>vem-se, principalmente,<br />
ao núcleo externo da Terra (Blakely, 1995).<br />
O campo geomagnético é representado matematicamente através dos<br />
coeficientes <strong>de</strong> Gauss, expansão esférica das harmônicas do campo<br />
magnético que traduz a variação espacial e temporal das mesmas e a cujos<br />
termos <strong>de</strong> baixa or<strong>de</strong>m são atribuídos, em gran<strong>de</strong> parte, o campo gerado no<br />
núcleo da Terra. Esta representação matemática é <strong>de</strong>terminada a cada cinco<br />
anos pela “International Association of Geomagnetism and Aeronomy” (IAGA)<br />
e pela “International Union of Geo<strong>de</strong>sy and Geophysics” (IUGG), po<strong>de</strong>ndo ser<br />
inferida – “International Geomagnetic Reference Field” (IGRF) ou <strong>de</strong>finitiva –<br />
“Definitive Geomagnetic Reference Field” (DGRF). A anomalia <strong>de</strong> campo total<br />
é obtida através da subtração do campo regional, IGRF ou DGRF, apropriados<br />
para a data do levantamento, do campo total (Blakely, 1995).<br />
A resposta magnética dos corpos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da susceptibilida<strong>de</strong> magnética, da<br />
profundida<strong>de</strong>, do volume, da distribuição da magnetização e das direções <strong>de</strong><br />
magnetização e do campo medido. Se as direções <strong>de</strong> magnetização e do<br />
campo (local) não forem verticais, condição verificada apenas nos pólos<br />
magnéticos, e se a distribuição da magnetização não for uniforme, ocorrerá<br />
uma diferença <strong>de</strong> fase no sinal. Esta diferença <strong>de</strong> fase provocará uma certa<br />
distorção da anomalia, traduzida pelo <strong>de</strong>slocamento lateral, distorção <strong>de</strong> sua<br />
forma e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da latitu<strong>de</strong>, mudança do seu sinal (Blakely, 1995). Este<br />
efeito aumenta em direção ao Equador Magnético, nas baixas latitu<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong><br />
a área em estudo está inserida. Os levantamentos magnetométricos me<strong>de</strong>m o<br />
campo magnético total, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando a direção do vetor. Entretanto, po<strong>de</strong>se<br />
consi<strong>de</strong>rar a anomalia <strong>de</strong> campo total em qualquer ponto como<br />
58
aproximadamente igual à componente do campo anômalo na direção do<br />
campo regional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta anomalia seja pequena em<br />
relação ao campo total e que o levantamento seja em escala não muito<br />
pequena (Blakely, 1995).<br />
Para simular as condições do pólo magnético, aplica-se a redução ao pólo<br />
(REDP), filtro no domínio “Fast Fourier Transform” (FFT) que transforma uma<br />
anomalia <strong>de</strong> campo total, com dada direção <strong>de</strong> magnetização e <strong>de</strong> campo<br />
local, em uma nova anomalia causada pela mesma distribuição <strong>de</strong><br />
magnetização com direção polar. Nas baixas latitu<strong>de</strong>s, inferiores a 10 graus, a<br />
redução ao pólo provoca uma amplificação seletiva das amplitu<strong>de</strong>s nos<br />
comprimentos <strong>de</strong> onda curtos, inclusive ruídos, po<strong>de</strong>ndo gerar feições<br />
alongadas na direção <strong>de</strong> <strong>de</strong>clinação (Blakely, 1995). Para mitigar esses efeitos<br />
espúrios, <strong>de</strong>termina-se um alto ângulo para a diferença <strong>de</strong> fase.<br />
Os dados <strong>de</strong> magnetometria foram tratados utilizando basicamente o programa<br />
GEOSOFT (1994), <strong>de</strong>senvolvido pela GEOSOFT Inc. para plataforma<br />
microcomputador (ambiente DOS ou Windows). O GEOSOFT fornece uma<br />
ferramenta avançada para armazenar, editar e processar dados <strong>de</strong><br />
geociências com qualquer distribuição espacial <strong>de</strong>ntro do módulo OASIS. Os<br />
dados processados neste módulo po<strong>de</strong>m ser gra<strong>de</strong>ados para criar imagens,<br />
passíveis <strong>de</strong> diferentes processamentos, ou exportados para impressão e<br />
apresentação no Sistema Geosoft <strong>de</strong> Mapeamento e Processamento (MPS) ou<br />
para outro sistema.<br />
Os dados do campo magnético da área envolvem dois levantamentos<br />
aeromagnetométricos distintos, Projeto Sul do Pará e Projeto Santarém Leste,<br />
levantados para a CPRM e PETROBRÁS, respectivamente, que gentilmente<br />
os ce<strong>de</strong>ram para a dissertação.<br />
59
O Projeto Santarém Leste foi levantado para a pesquisa petrolífera em 1981<br />
(ENCAL, 1982). Uma parcela <strong>de</strong>ste, cujas características se encontram na<br />
Tabela 3.3, foi utilizada neste trabalho.<br />
TABELA 3.3 - CARACTERÍSTICAS DOS LEVANTAMENTOS<br />
AEROMAGNETOMÉTRICOS<br />
PROJETO SUL DO<br />
60<br />
PARÁ<br />
SANTARÉM<br />
LESTE<br />
Altura <strong>de</strong> Vôo (m) 150 800<br />
Direção <strong>de</strong> Linhas <strong>de</strong> Produção Norte-Sul Norte-Sul<br />
Espaçamento entre linhas <strong>de</strong> produção (km) 4 3<br />
Direção das linhas <strong>de</strong> controle Leste-Oeste Leste-Oeste<br />
Espaçamento entre linhas <strong>de</strong> controle (km) 20 18<br />
Espaçamento médio <strong>de</strong> amostras ao longo da<br />
linha (m)<br />
100 50 e 100<br />
Os dados do Projeto Santarém foram adquiridos em formato XYZ, pré-<br />
processados e corrigidos da variação diurna. Em plataforma <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />
(“mainframe”, IBM - 3090), removeu-se o DGRF-85, exportando-se o Campo<br />
Magnético Total Anômalo para microcomputador (DOS). No GEOSOFT,<br />
processou-se cada perfil, removendo-se “spikes”, dados redundantes e trechos<br />
<strong>de</strong> linhas com problemas. Aplicou-se um filtro <strong>de</strong> suavização passa-baixa no<br />
domínio espacial, com corte em 1.000 m <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda, para<br />
remoção <strong>de</strong> ruídos. Suavizados os perfis, estes foram novamente exportados<br />
para o IBM-3090 on<strong>de</strong>, através do programa MISTIE, que computa as<br />
diferenças entre os nós da gra<strong>de</strong>, distribuindo os erros, realizou-se o<br />
nivelamento das linhas.
Os perfis nivelados foram exportados para o GEOSOFT, on<strong>de</strong> foram<br />
gra<strong>de</strong>ados com celas <strong>de</strong> 1.000 m utilizando o BIGRID, recomendável para<br />
dados adquiridos ao longo <strong>de</strong> linhas paralelas a subparalelas, como nos<br />
aerolevantamentos. Para realizar este gra<strong>de</strong>amento, foram excluídas as linhas<br />
<strong>de</strong> controle. Em formato gra<strong>de</strong> regular, os dados foram então submetidos, no<br />
GEOSOFT, a processamentos no domínio FFT (domínio do número do onda<br />
ou da freqüência), aplicando-se a continuação para cima (CNUP) do campo<br />
total anômalo e a redução ao pólo (REDP).<br />
O CNUP, é um filtro que simula a aquisição dos dados em uma superfície mais<br />
elevada que a original. Seus efeitos são <strong>de</strong> atenuação das anomalias <strong>de</strong><br />
pequeno comprimento <strong>de</strong> onda e a acentuação das fontes mais profundas, <strong>de</strong><br />
certa forma <strong>de</strong>gradando os dados (Blakely, 1995). Sua utilização foi<br />
<strong>de</strong>terminada pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração com a gra<strong>de</strong> do Projeto Sul do<br />
Pará, cujos valores estavam continuados para 2.000 m. A opção <strong>de</strong> realizar<br />
uma continuação para baixo, CNDN, da gra<strong>de</strong> Sul do Pará para viabilizar a<br />
integração foi <strong>de</strong>scartada, tendo em vista que tal procedimento representa uma<br />
filtragem <strong>de</strong> risco e instável (Blakely, 1995). Adicionalmente, alguns testes<br />
realizados <strong>de</strong>monstraram, após exames visuais, que este filtro não recuperou o<br />
conteúdo <strong>de</strong> freqüências original. A estes fatores somou-se o fato <strong>de</strong> haver<br />
forte influência <strong>de</strong> fontes rasas (intrusivas básicas) na área do Projeto<br />
Santarém, o que pô<strong>de</strong> ser suavizado pelo CNUP, que produz um efeito tipo<br />
“low-pass”, facilitando o <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> estruturas regionais.<br />
Conforme discutido anteriormente, para simular o campo perpendicular à<br />
superfície, aplicou-se o REDP com diferença <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> 70°, para mitigar os<br />
problemas <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> gerados a baixas latitu<strong>de</strong>s. Tal procedimento<br />
resultou, basicamente, na inversão <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> das anomalias originais. Foi<br />
também realizada na gra<strong>de</strong> do Projeto Santarém Leste uma estimativa <strong>de</strong><br />
localização e <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fontes, através do programa GRIDEPTH,<br />
61
aseado nas Equações <strong>de</strong> Homogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Euler e <strong>de</strong>senvolvido para<br />
dados em gra<strong>de</strong> (Geosoft, 1994).<br />
O levantamento referente ao Projeto Sul do Pará foi realizado para pesquisa<br />
mineral em 1974, na região do embasamento adjacente à Bacia do Amazonas<br />
(LASA, 1976). Foram utilizados dados <strong>de</strong> uma área restrita <strong>de</strong> tal<br />
levantamento, cujas características estão relacionadas na Tabela 3.3. Os<br />
dados foram obtidos em formato gra<strong>de</strong> regular <strong>de</strong> 2x2 km, já processados<br />
(correção <strong>de</strong> variação diurna, remoção do DGRF-75, nivelamento, filtragens) e<br />
continuados para 2.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Estes foram, então, exportados da<br />
plataforma “mainframe” (IBM) para microcomputador (DOS), sendo<br />
regra<strong>de</strong>ados no GEOSOFT para cela <strong>de</strong> 1000 m e reduzidos ao pólo.<br />
Estando as gra<strong>de</strong>s dos dois projetos com as mesmas características (tamanho<br />
<strong>de</strong> cela, continuadas para cima e reduzidas ao pólo), pô<strong>de</strong>-se então realizar a<br />
integração <strong>de</strong>stas através <strong>de</strong> operações booleanas disponíveis no GEOSOFT<br />
(Figura 3.5). Neste processo <strong>de</strong> integração foi dada, na região <strong>de</strong> sobreposição<br />
das gra<strong>de</strong>s, priorida<strong>de</strong> aos valores da gra<strong>de</strong> Santarém Leste.<br />
O fluxograma <strong>de</strong> processamento dos dados aeromagnetométricos está<br />
representado na Figura 3.6.<br />
Os dados magnéticos integrados foram exportados, em formato XYZ, para o<br />
sistema SITIM\SGI (Geossistemas, 1995), on<strong>de</strong> novamente refinou-se o<br />
gra<strong>de</strong>amento para cela <strong>de</strong> 100 m.<br />
62
9724000<br />
0<br />
666305<br />
35km<br />
0<br />
MC=57 W<br />
63<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 3.5 - Gra<strong>de</strong>s integradas do Campo Magnético Total Anômalo continuadas<br />
para cima (2000m) e reduzidas ao pólo.
Projeto Santarém<br />
dados c/correção <strong>de</strong><br />
variação diurna<br />
<br />
IBM<br />
remoção DGRF<br />
<br />
GEOSOFT IBM<br />
remoção <strong>de</strong> “spikes” e trechos ➩ nivelamento<br />
com problemas - filtro “low-pass”<br />
<br />
GEOSOFT<br />
gra<strong>de</strong>amento e continuação<br />
PROJETO SUL PARÁ para cima ( 2 km)<br />
(correções e filtragens)<br />
<br />
GEOSOFT GEOSOFT<br />
gra<strong>de</strong>amento e redução ao pólo<br />
redução ao pólo <br />
GEOSOFT<br />
operações<br />
booleanas<br />
<br />
GRADE<br />
INTEGRADA ➩ SITIM/SGI<br />
Fig. 3.6 - Fluxograma <strong>de</strong> processamento dos dados aeromagnetométricos.<br />
64
3.2.3 MAPA MORFOESTRUTURAL<br />
O mapa morfoestrutural (Figura 3.7) consi<strong>de</strong>rado neste trabalho foi gerado por<br />
Miranda (1984), que utilizou a metodologia proposta por Soares et al. (1981),<br />
acrescentando a esta dois novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> anomalia morfoestrutural. A<br />
metodologia é baseada no estudo da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem e estabelece que uma<br />
anomalia morfoestrutural, correspon<strong>de</strong>nte a um domo ou a uma <strong>de</strong>pressão<br />
estrutural, é caracterizada pelo arranjo simultâneo <strong>de</strong> formas anelares, radiais<br />
e assimétricas, sendo avaliada por fatores <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
estruturação. Os dois mo<strong>de</strong>los acrescidos por Miranda (1984) são: (1)<br />
associação <strong>de</strong> um único ramo anelar com um alinhamento <strong>de</strong> drenagem,<br />
po<strong>de</strong>ndo representar um domo ou uma <strong>de</strong>pressão estrutural falhada; (2)<br />
associação <strong>de</strong>, no mínimo, dois ramos anelares e convergentes <strong>de</strong> drenagem,<br />
com seus afluentes dispostos assimetricamente, sem contudo <strong>de</strong>finir uma<br />
forma radial, interpretada como bloco basculado. Maiores <strong>de</strong>talhes po<strong>de</strong>m ser<br />
obtidos em Miranda (1984) e Soares et al. (1981).<br />
3.3 MÉTODOS<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste estudo compreen<strong>de</strong> três etapas básicas: a primeira<br />
consiste na seleção, processamento e análise preliminar dos dados (imagens<br />
<strong>de</strong> sensores remotos orbitais e levantamentos geofísicos); a segunda se<br />
concentra na manipulação dos dados no Sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas<br />
(construção do banco <strong>de</strong> dados e processamentos digitais); a terceira consiste<br />
da integração dos dados e interpretação dos resultados. A maior parte da<br />
primeira etapa foi <strong>de</strong>scrita nos sub-ítens anteriores <strong>de</strong>ste capítulo; a segunda,<br />
trataremos a seguir neste capítulo; a terceira, será discutida neste e no capítulo<br />
seguinte. O fluxograma simplificado po<strong>de</strong> ser observado na Figura 3.8.<br />
65
666305<br />
9724000<br />
0<br />
MC=57 W<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
66<br />
834000<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
9501000<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />
Fig. 3.7 - Mapa morfoestrutural e lineamentos ENE sobre o mapa geológico.<br />
FONTE: Modificado <strong>de</strong> Miranda, (1984).<br />
T
SELEÇÃO DOS DADOS<br />
imagem digital<br />
registro/mosaico<br />
processamento digital<br />
(SPRING/SITIM)<br />
⇓<br />
imagens em papel dados geofísicos<br />
fotoleitura pré- processamento<br />
fotoanálise (IBM/GEOSOFT)<br />
fotointerpretação<br />
(lineamentos) ⇓<br />
processamentos digitais<br />
⇓ mo<strong>de</strong>lagens<br />
(GEOSOFT)<br />
⇓<br />
digitalização<br />
processamentos<br />
lineamentos gra<strong>de</strong>s<br />
províncias magnéticas ⇐ interpretação ⇐ magnetometria<br />
lineamentos magnéticos dados geofísicos gravimetria<br />
geologia processamentos<br />
topografia (SITIM/SGI)<br />
morfoestruturas<br />
arcabouço estrutural<br />
isópacas, isólitas<br />
➘ SGI<br />
ANÁLISE<br />
INTEGRADA<br />
Fig. 3.8 - Fluxograma simplificado da metodologia.<br />
67
3.3.1 FOTOINTERPRETAÇÃO<br />
3.3.1.1 ESTUDO DE LINEAMENTOS<br />
O estudo geológico dos lineamentos originou-se na Europa; o primeiro mapa<br />
<strong>de</strong> lineamentos é atribuído a Hopkins, em 1841 (Liu, 1984). O interesse pelo<br />
estudo dos lineamentos sofreu um notável incremento após a primeira meta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ste século, em função, <strong>de</strong>ntre outros fatores, do <strong>de</strong>senvolvimento das<br />
técnicas <strong>de</strong> sensoriamento remoto (Strome, 1975, citado por Liu, 1984).<br />
O termo lineamento foi <strong>de</strong>finido originalmente por W. Herbert Hobbs, em 1904,<br />
como “uma significante linha do relevo, que revela a arquitetura oculta do<br />
embasamento rochoso” (Liu, 1984; Miranda et al., 1986). Alguns autores, como<br />
O’Leary et al. (1976), revisaram tal terminologia e conceberam diferentes<br />
<strong>de</strong>finições. Liu (1984) cita e adota a classificação <strong>de</strong> Sabins (1978), também<br />
empregada neste trabalho:<br />
a) linear é um adjetivo que <strong>de</strong>screve a natureza retilínea das<br />
feições do terrreno, imagens ou mapas, <strong>de</strong>vendo ser usado apenas<br />
com essa conotação (e.g. vale linear, escarpa linear, etc. ). Assim,<br />
feição linear torna-se um termo informal, apropriado para <strong>de</strong>screver<br />
os elementos da crosta em função <strong>de</strong> sua geometria, sem<br />
qualquer implicação genética ou estrutural;<br />
b) lineação é um termo que <strong>de</strong>ve ser usado apenas em sua<br />
conceituação petrográfica, nunca como sinônimo <strong>de</strong> lineamento;<br />
c) lineamento é uma feição linear topográfica ou tonal, expressa no<br />
terreno, imagem ou mapa, que po<strong>de</strong> representar uma zona <strong>de</strong><br />
fraqueza estrutural.<br />
O estudo <strong>de</strong> lineamentos através <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélite nesta dissertação foi<br />
realizado em escala megascópica (1:250.000), permitindo uma visão regional<br />
das estruturas geológicas da área.<br />
68
3.3.1.2 MÉTODOS E CRITÉRIOS DE EXTRAÇÃO DE LINEAMENTOS<br />
Embora existam alguns “softwares” para a extração automática <strong>de</strong> lineamentos<br />
em imagens digitais baseados na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> bordas (Wang, 1993;<br />
Budkewitsch et al., 1994), adotou-se o método visual monoscópico neste<br />
trabalho.<br />
Os critérios <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> lineamentos a partir <strong>de</strong> sensores remotos são<br />
baseados exclusivamente na observação conjunta das diferentes feições<br />
topográficas ou tonais discriminadas nas imagens, ressaltando-se que o<br />
comprimento dos lineamentos <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminado com precisão (Liu, 1984<br />
e Miranda et al., 1986). O critério mais utilizado no reconhecimento e extração<br />
dos lineamentos é a presença <strong>de</strong> elementos topográficos lineares e/ou<br />
alinhados, tais como escarpas retilíneas e alinhamentos <strong>de</strong> cristas, vales, rios,<br />
lagos alongados, linhas <strong>de</strong> costa retilíneas, etc. Os casos menos freqüentes<br />
são constituídos pelos lineamentos tonais, i<strong>de</strong>ntificados sob a forma <strong>de</strong> limites<br />
retilíneos que separam terrenos que apresentam nas imagens diferentes níveis<br />
<strong>de</strong> cinza ou texturas. Tais autores observam que os elementos lineares do<br />
terreno são quase sempre controlados estruturalmente, visto que fraturas ou<br />
zonas <strong>de</strong> fratura (incluindo juntas, falhas e zonas <strong>de</strong> cisalhamento) afetam <strong>de</strong><br />
várias formas a topografia e as feições na superfície terrestre, controlando o<br />
fluxo <strong>de</strong> água e a distribuição linear da vegetação. Lembram ainda que, em<br />
rochas homogêneas, são comuns zonas <strong>de</strong> fraca resistência à erosão ao longo<br />
<strong>de</strong> falhas e fraturas, ten<strong>de</strong>ndo a formar terrenos rebaixados e lineares.<br />
A extração dos lineamentos foi realizada, segundo tais critérios, nas imagens<br />
orbitais do satélite Landsat-5, bandas 4 e 5 do sensor TM, em papel preto e<br />
branco, escala 1:250.000 (Figura 3.9). Cabe ressaltar, porém, que na área <strong>de</strong><br />
estudo, os terrenos fanerozóicos apresentam topografia suave, empobrecendo<br />
o reconhecimento <strong>de</strong> feições topográficas e conduzindo, nesses terrenos, a<br />
69
uma interpretação baseada principalmente na drenagem e nas variações<br />
tonais. Após a extração dos lineamentos sobre as imagens em papel, o<br />
“overlay” foi subdividido em dois quadrantes que foram então calibrados na<br />
mesa digitalizadora através dos pontos <strong>de</strong> controle utilizados no registro das<br />
imagens digitais, realizando-se, em seguida, a digitalização dos mesmos.<br />
3.3.1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS LINEAMENTOS<br />
Para a classificação dos lineamentos retilíneos, seguindo a orientação <strong>de</strong> Liu<br />
(1984), a direção (ou “trend”) foi adotada como principal critério, pois não varia<br />
com o intérprete. Este autor sugeriu ainda seis outros critérios com esta<br />
finalida<strong>de</strong>, dos quais foram utilizados três nesta dissertação:<br />
a) padrões <strong>de</strong> distribuição na superfície (variações na freqüência <strong>de</strong><br />
ocorrência);<br />
b) comprimentos comparativos;<br />
c) relações mútuas <strong>de</strong> interseção.<br />
70
9724000<br />
666305<br />
0<br />
35km<br />
0<br />
MC=57 W<br />
71<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 3.9 - Mapa total <strong>de</strong> lineamentos superimposto à imagem Lansat - 5 / TM<br />
em composição colorida (5R 4G 3B). Os lineamentos foram extraídos a<br />
partir da análise visual monoscópica em imagens Landsat-5/TM, nas<br />
bandas 4 e 5.
Vale registrar que tais critérios <strong>de</strong> classificação não se aplicam a lineamentos<br />
curvilíneos.<br />
Utilizou-se o programa ANALIN, implementado no SITIM/SGI (Geossistemas,<br />
1995) para o tratamento estatístico inicial dos lineamentos, a intervalos <strong>de</strong><br />
classe <strong>de</strong> cinco graus <strong>de</strong> azimute. A roseta (Figura 3.10) e a Tabela 3.4<br />
geradas forneceram subsídios para a <strong>de</strong>finição dos principais “trends” <strong>de</strong><br />
feições lineares na área <strong>de</strong> estudo, que foram individualizados como seis<br />
sistemas distintos, agrupados em intervalos <strong>de</strong> azimute <strong>de</strong> 10 graus: N10-20E;<br />
N45-55E; N75-85E; N10-20W; N40-50W e N75-85W.<br />
Fig. 3.10 - Roseta mostrando a distribuição estatística das direções dos<br />
lineamentos retilíneos (comprimento absoluto) com intervalos <strong>de</strong><br />
classe <strong>de</strong> 10 graus <strong>de</strong> azimute<br />
72
TABELA 3.4 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DIREÇÃO DOS LINEAMENTOS<br />
COM INTERVALOS DE CLASSE DE CINCO GRAUS<br />
Intervalo Freq.<br />
Abs.<br />
Comp. Abs. Freq.<br />
Rel.<br />
73<br />
Comp.<br />
Med.<br />
85 a 90 57 95484,04 1,28 1675,16<br />
80 a 85 341 553014,87 7,68 1621,74<br />
75 a 80 390 683910,02 8,79 1753,62<br />
70 a 75 127 224335,77 2,86 1766,42<br />
65 a 70 15 19230,64 0,34 1282,04<br />
60 a 65 4 1920,34 0,09 480,09<br />
55 a 60 14 20343,73 0,32 1453,12<br />
50 a 55 59 118380,62 1,33 2006,45<br />
45 a 50 50 86433,25 1,13 1728,67<br />
40 a 45 17 22708,15 0,38 1335,77<br />
35 a 40 6 12692,56 0,14 2115,43<br />
30 a 35 4 4731,41 0,09 1182,85<br />
25 a 30 10 15821,15 0,23 1582,12<br />
20 a 25 67 93929,95 1,51 1401,94<br />
15 a 20 320 512386,36 7,21 1601,21<br />
10 a 15 253 415956,81 5,70 1644,10<br />
05 a 10 36 46931,31 0,81 1303,65<br />
00 a 05 13 16064,47 0,29 1235,73<br />
175 a 180 24 47048,40 0,54 1960,35<br />
170 a 175 124 175912,89 2,79 1418,65<br />
165 a 170 419 735242,98 9,44 1754,76<br />
160 a 165 265 449876,02 5,97 1697,65<br />
(continua)
TABELA 3.4 - Conclusão<br />
155 a 160 66 120658,60 1,49 1828,16<br />
150 a 155 53 93393,13 1,19 1762,13<br />
145 a 150 68 122950,28 1,53 1808,09<br />
140 a 145 101 185231,07 2,28 1833,97<br />
135 a 140 200 319669,91 4,51 1598,35<br />
130 a 135 246 416197,13 5,54 1691,86<br />
125 a 130 163 293779,95 3,67 1802,33<br />
120 a 125 12 199524,77 2,73 1648,97<br />
115 a 120 125 231092,91 2,82 1848,74<br />
110 a 115 118 212577,87 2,66 1801,51<br />
105 a 110 82 143397,04 1,85 1748,74<br />
100 a 105 174 281907,53 3,92 1620,16<br />
95 a 100 223 338157,06 5,02 1516,40<br />
90 a 95 84 158218,66 1,89 1883,56<br />
TOTAL 4330 7469111,65 100,20<br />
Além dos sistemas <strong>de</strong> lineamentos retilíneos acima, foi ainda individualizado na<br />
região investigada um sistema <strong>de</strong> lineamentos curvilíneos.<br />
3.3.2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS<br />
O Sistema Geográfico <strong>de</strong> Informações (SGI) é um “software” que permite o<br />
armazenamento, recuperação, manipulação e integração <strong>de</strong> dados<br />
georreferenciados, bem como uma gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong> na visualização<br />
<strong>de</strong>stes. Nesta dissertação, utilizou-se o SITIM/SGI (Geossistemas, 1995),<br />
sistema <strong>de</strong>senvolvido pelo INPE/ENGESPAÇO para plataforma<br />
microcomputador, em ambiente DOS, que consiste <strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong><br />
Informações Geográficas (SIG) com uma interface para um Sistema <strong>de</strong><br />
74
Tratamento <strong>de</strong> Imagens (SITIM). A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho no SITIM/SGI é<br />
<strong>de</strong>nominada Projeto e correspon<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminda região geográfica, sendo<br />
constituída por Planos <strong>de</strong> Informação (PI’s) que reúnem dados específicos<br />
relativos à área do Projeto. Em cada PI são encontradas informações<br />
referentes a uma única categoria, (Miranda et al., 1984).<br />
3.3.2.1 BANCO DE DADOS<br />
A construção do banco <strong>de</strong> dados é realizada através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> entrada<br />
<strong>de</strong> dados no SGI, segundo <strong>de</strong>terminadas categorias (Tabela 3.5). Toda<br />
categoria é <strong>de</strong>finida no momento da criação <strong>de</strong> um Projeto e do Plano <strong>de</strong><br />
Informação (PI) a ela correspon<strong>de</strong>nte.<br />
O Projeto aqui <strong>de</strong>nominado Tapajós foi <strong>de</strong>finido com os seguintes parâmetros:<br />
a) Sistema <strong>de</strong> Projeção: Universal Transversa <strong>de</strong> Mercator (UTM);<br />
b) Datum Horizontal: SAD-69;<br />
c) Meridiano Central: W 57 0 00’ 00’’ ;<br />
d) Limites geográficos do Projeto : coor<strong>de</strong>nadas leste 666.305 m e<br />
834.000 m (55 0 30’ e 54 0 00’ W); coor<strong>de</strong>nadas norte 9.501.000 m e<br />
9.724.000 m (02 0 30’ e 04 30’ S).<br />
e) Escala: 1:250.000.<br />
75
TABELA 3.5 - CATEGORIAS CORRESPONDENTES À ENTRADA DE<br />
Entradas <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>los<br />
Numéricos <strong>de</strong> Terreno<br />
(MNT’s)<br />
Cartas topográficas :<br />
relevo<br />
mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong><br />
sal<br />
Mapas <strong>de</strong> isólitas <strong>de</strong><br />
diabásio<br />
mapa do embasamento<br />
(profundida<strong>de</strong>)<br />
dados<br />
aeromagnetométricos<br />
DADOS NO SGI<br />
Entradas <strong>de</strong> Áreas (vetorial) Entradas <strong>de</strong><br />
Imagens (matricial)<br />
mapa <strong>de</strong> lineamentos Landsat-5 ; bandas<br />
TM-3, 4 e 5<br />
mapa geológico<br />
mapa morfoestrutural<br />
Mapas base <strong>de</strong> dados<br />
geofísicos<br />
mapa <strong>de</strong> lineamentos<br />
magnéticos*<br />
Dados gravimétricos mapa <strong>de</strong> províncias<br />
magnéticas*<br />
mapa <strong>de</strong> arcabouço<br />
estrutural<br />
* dados <strong>de</strong>rivados da interpretação do Campo Magnético Total Anômalo<br />
reduzido ao pólo e continuado para cima (2000 m).<br />
1) Entrada <strong>de</strong> MNT - os dados <strong>de</strong>sta categoria foram introduzidos<br />
através <strong>de</strong> digitalização <strong>de</strong> isolinhas e / ou <strong>de</strong> pontos cotados ou<br />
através da importação <strong>de</strong> arquivos no formato XYZ<br />
(aeromagnetometria e gravimetria);<br />
2) Entrada <strong>de</strong> Áreas - os dados <strong>de</strong>sta categoria foram<br />
introduzidos através da importação <strong>de</strong> arquivos em formato dxf e,<br />
principalmente, através da digitalização dos seguintes mapas:<br />
76
a) polígonos abertos - mapas da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem,<br />
morfoestrutural, lineamentos superficiais (imagem),<br />
lineamentos magnéticos e arcabouço tectônico;<br />
b) arcos e ilhas - mapas geológico e <strong>de</strong> províncias magnéticas;<br />
3) Entrada <strong>de</strong> Imagens - as imagens foram transferidas do SITIM<br />
para o SGI através da importação <strong>de</strong> dados. A criação do PI<br />
correspon<strong>de</strong>nte a cada imagem importada foi realizada no próprio<br />
procedimento <strong>de</strong> importação.<br />
3.3.2.2 CONVERSÕES E MANIPULAÇÕES<br />
Álgebras <strong>de</strong> campo, disponíveis no SGI, realizam as seguintes conversões<br />
entre os formatos das diferentes categorias:<br />
1) Áreas / Imagens: transformação vetor-imagem e imagem-vetor;<br />
2) MNT / Imagens: transformação <strong>de</strong> um MNT para um formato<br />
imagem através <strong>de</strong> fatiamento em níveis <strong>de</strong> cinza.<br />
A álgebra <strong>de</strong> campos MNT - imagem foi realizada para os Planos <strong>de</strong><br />
Informação topografia, gravimetria e magnetometria (Figura 3.11). A<br />
transformação <strong>de</strong>u-se em duas etapas distintas, para a obtenção <strong>de</strong> um “pixel”<br />
<strong>de</strong> 100 m, por limitação do próprio “software”. Na primeira etapa foi utilizado o<br />
interpolador que trabalha com vizinhos mais próximos por quadrante/cota; na<br />
segunda etapa, o interpolador bicúbico. Convertidos os dados para o formato<br />
imagem, algumas manipulações, através <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong><br />
imagens, foram realizadas no SITIM para melhorar a qualida<strong>de</strong> da<br />
apresentação dos mesmos.<br />
77
666305<br />
9724000<br />
(a)<br />
0<br />
666305<br />
9724000<br />
(c)<br />
0<br />
35km<br />
35km<br />
0<br />
MC=57 W<br />
0<br />
MC=57 W<br />
9501000<br />
834000<br />
9501000<br />
834000<br />
78<br />
666305<br />
9724000<br />
(b)<br />
450 m<br />
7 m<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
0<br />
35km<br />
0<br />
MC=57 W<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 3.11 - Imagens <strong>de</strong> topografia (a), gravimetria (b) e magnetometria (c -redu<br />
zida ao pólo e continuada 2000 m para cima) expressas em níveis<br />
<strong>de</strong> cinza.<br />
+ 50 mGal<br />
- 55 mGal
Alguns trabalhos <strong>de</strong>monstram que, para os dados geofísicos, os mapas <strong>de</strong><br />
contorno não são os produtos mais apropriados para a interpretação, sendo<br />
que a representação contínua colorida ou em níveis <strong>de</strong> cinza, com recursos <strong>de</strong><br />
sombreamento, promovem maior riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes (Drury e Walker, 1987;<br />
Kowalik e Glenn, 1987). As variações texturais são melhor percebidas se<br />
representadas em tons <strong>de</strong> cinza e as variações <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> são melhor<br />
representadas através da distribuição contínua <strong>de</strong> cores, que po<strong>de</strong> ser obtida<br />
através da aplicação <strong>de</strong> diferentes “Look Up Tables” (LUT’s) ao dado digital<br />
(Drury e Walker, 1987).<br />
Às imagens obtidas a partir dos dados geofísicos e topográficos, foi aplicado<br />
um aumento linear <strong>de</strong> contraste (ALC), através da manipulação <strong>de</strong> histograma,<br />
melhorando a distribuição dos níveis <strong>de</strong> cinza (NC) e, conseqüentemente,<br />
obtendo um maior realce das mesmas. Nessas imagens assim realçadas,<br />
aplicou-se três diferentes LUT’s para colorização. O processo consiste em<br />
realçar diferentemente três regiões da distribuição dos níveis <strong>de</strong> cinza (NC),<br />
atribuindo a cada região, em uma composição RGB, uma cor primária. Obtém-<br />
se, assim, uma distribuição contínua <strong>de</strong> cores entre o azul (valores baixos NC)<br />
e o vermelho (valores altos <strong>de</strong> NC), passando por matizes intermediários<br />
(ver<strong>de</strong> e amarelo), conforme a Figura 3.12.<br />
79
A colorização <strong>de</strong> imagens po<strong>de</strong> resultar como produto a cromoestereoscopia, a<br />
partir da construção <strong>de</strong> óculos com prismas refrativos duplos (ChromaDepth).<br />
Este processo, baseado nas leis da refração da luz, combina a visão da cor<br />
com a percepção <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Neste aspecto, o vermelho representa o<br />
alto relevo e o azul o baixo relevo, passando pelos matizes e relevos<br />
intermediários (ver<strong>de</strong> e amarelo). Uma discussão qualitativa <strong>de</strong>sse processo<br />
po<strong>de</strong> ser obtida em Toutin (1997). Procurou-se obter nesse trabalho, <strong>de</strong>ntro do<br />
possível, imagens colorizadas cuja distribuição <strong>de</strong> cores permitisse a<br />
cromoestereoscopia, sendo o melhor resultado obtido nas imagens do Campo<br />
Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima).<br />
Nestas imagens então foram acentuadas muitas feições, o que enriqueceu a<br />
interpretação dos lineamentos magnéticos.<br />
Ainda à imagem magnética, foi aplicado sombreamento sintético, através do<br />
programa Sombra, iluminando o dado com azimutes <strong>de</strong> 0 0 e 90 0 e com<br />
inclinação <strong>de</strong> 45 0 , realçando, assim, feições importantes do relevo magnético.<br />
3.3.2.3 INTEGRAÇÃO DIGITAL DE DADOS<br />
A integração <strong>de</strong> dados geofísicos no ambiente SGI requer sua compatibilização<br />
espacial com o acervo já existente, geralmente por meio <strong>de</strong> interpolação.<br />
Consi<strong>de</strong>rando a baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amostragem dos dados geofísicos<br />
originais (aeromagnetometria e gravimetria), sua reinterpolação não acarreta<br />
em ganhos adicionais <strong>de</strong> resolução, se comparados com as imagens orbitais<br />
<strong>de</strong> sensoriamento remoto (Drury e Walker, 1987; Araújo e Carvalho, 1993,<br />
entre outros). Uma opção muito utilizada para tal finalida<strong>de</strong> é a técnica IHS,<br />
que permite a integração <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> diferentes naturezas,<br />
preservando a resolução espacial da base <strong>de</strong> dados (Crosta, 1992; Harris et<br />
al., 1994; Rivard et al., 1994).<br />
81
A representação IHS é uma tentativa <strong>de</strong> aproximação da formação <strong>de</strong> cores<br />
segundo o sistema visual humano, sendo as cores <strong>de</strong>finidas pelos atributos I<br />
(intensida<strong>de</strong>), H (hue=matiz) e S (saturação). A transformação RGB => IHS =><br />
RGB é realizada através <strong>de</strong> algoritmos que relacionam os dois espaços <strong>de</strong><br />
cores, admitindo, se necessária, a aplicação, no espaço IHS, <strong>de</strong> um aumento<br />
linear <strong>de</strong> contraste (Crosta, 1992). A transformação se processa segundo as<br />
seguintes etapas:<br />
i1 R I1 I2 R2<br />
i2 1=> G 2=> H1 3 => H2 4 => G2<br />
i3 B S1 S2 B2<br />
1- atribuição das bandas i (1, 2 e 3) às cores RGB, obtendo um triplete;<br />
2- a partir do triplete da imagem digital (1), realiza-se a transformação<br />
RGB => IHS. Todas as informações <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> (I), matiz (H) e<br />
saturação (S) dos três canais <strong>de</strong> entrada (R, G, B) estarão<br />
concentradas nas bandas transformadas (I1, H1, S1);<br />
3- neste espaço IHS, po<strong>de</strong>-se aplicar técnicas <strong>de</strong> realce, ou<br />
simplesmente substituir uma ou mais imagens (I2, H2, S2);<br />
4- retorna-se, a partir <strong>de</strong> I2, H2 e S2, ao espaço RGB obtendo-se a<br />
imagem (R2, G2, B2).<br />
A transformação IHS é uma técnica muito utilizada para integração <strong>de</strong> dados<br />
<strong>de</strong> diferentes fontes, <strong>de</strong>nominada integração IHS. É também empregada para<br />
compor dados <strong>de</strong> uma mesma fonte, porém com diferentes características,<br />
obtidas, por exemplo, a partir <strong>de</strong> filtragens e sombreamentos, gerando o que<br />
Miranda et al. (1994) <strong>de</strong>nominaram composição IHS. Na integração ou<br />
composição IHS, <strong>de</strong>ve-se atribuir ao canal I os dados <strong>de</strong> alta resolução ou<br />
texturais e, aos canais H e S, dados <strong>de</strong> menor resolução, po<strong>de</strong>ndo esse último<br />
assumir um “file” sintético (Harris et al., 1990; Almeida Filho, 1992; Harris et al.,<br />
1994; Rivard et al., 1994, Rolim, 1993).<br />
82
Yamakawa et al. (1994) integraram dados <strong>de</strong> sensores remotos Landsat-5/TM,<br />
SPOT/HRV e SAR, além <strong>de</strong> dados topográficos, geológicos e geofísicos<br />
(gravimetria e magnetometria), através da transformação IHS e,<br />
principalmente, <strong>de</strong> operações aritméticas (adição e multiplicação <strong>de</strong> canais).<br />
Harris et al. (1990) integraram dados <strong>de</strong> Landsat-5/TM, SAR, geológicos e<br />
geofísicos através da técnica IHS, ressaltando as vantagens da integração da<br />
imagem <strong>de</strong> radar com dados geológicos e geofísicos, como auxílio ao<br />
mapeamento <strong>de</strong> estruturas. Utilizaram ainda a técnica IHS para relacionar<br />
espacialmente textura e classes temáticas.<br />
Almeida Filho (1992), estudando o kimberlito Redondão (SW do Piauí),<br />
integrou imagens e razões <strong>de</strong> imagens Landsat-5/TM com fotografias aéreas<br />
(digitalizadas) e com o mo<strong>de</strong>lo numérico <strong>de</strong> elevação, através da técnica IHS.<br />
Rivard et al. (1994), estudando a região <strong>de</strong> Ontário, on<strong>de</strong> são registradas<br />
<strong>de</strong>formações associadas a um astroblema, utilizaram dados SAR e<br />
magnetométricos <strong>de</strong> alta resolução, integrando os mesmos através da<br />
transformação IHS, <strong>de</strong> forma a ressaltar as anomalias magnéticas, mapear<br />
falhas e diques e estabelecer hipóteses sobre a evolução tectônica.<br />
Kowalik e Glenn (1987) ressaltaram a importância da integração dos dados<br />
geofísicos com imagens orbitais do satélite Landsat-5 (TM e MSS) para<br />
i<strong>de</strong>ntificar algumas feições estruturais não discerníveis separadamente.<br />
Harris et al. (1994) compararam quatro técnicas <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> dados: IHS,<br />
transformação por principais componentes, operações aritméticas entre<br />
bandas (TM/SPOT e TM/SAR) e composição colorida <strong>de</strong> imagens. Advertiram<br />
para a utilização <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três bandas na integração, muitas vezes<br />
inviabilizando a interpretação do resultado, ressaltando ainda que a<br />
83
transformação IHS não está isenta <strong>de</strong> problemas, mas se mostra mais flexível<br />
que as <strong>de</strong>mais técnicas, apresentando as seguintes vantagens:<br />
1) controle individual dos parâmetros I, H e S, permitindo maior<br />
controle sobre a integração;<br />
2) preservação das características espectrais e espaciais dos dados <strong>de</strong><br />
entrada;<br />
3) relação entre as cores originais e produzidas, permitindo melhor<br />
interpretabilida<strong>de</strong>;<br />
4) produção <strong>de</strong> amplo intervalo <strong>de</strong> cores;<br />
5) possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combinar mais <strong>de</strong> cinco canais, ainda assim<br />
interpretáveis.<br />
Nesta dissertação foram obtidas duas composições IHS nas imagens do<br />
campo magnético total anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para<br />
cima), associando, assim, à mesma imagem, características texturais e tonais.<br />
À banda I, foram atribuídas, em cada uma das composições, as imagens<br />
sombreadas <strong>de</strong> zero ( iluminação norte-sul) e noventa graus (iluminação leste-<br />
oeste), conforme Figura 3.13. Às bandas H e S foram atribuídas as imagens<br />
sem sombreamento. As citadas composições IHS enriqueceram sobremaneira<br />
a interpretação dos dados, principalmente na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> lineamentos<br />
magnéticos. A análise integrada dos dados <strong>de</strong> sensoriamento remoto,<br />
geológicos e geofísicos foi realizada, em sua maioria, através da sobreposição<br />
<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> informação.<br />
84
666305<br />
9724000<br />
85<br />
35km 9501000<br />
834000<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
0<br />
MC=57 W<br />
Fig. 3.13 - Imagens do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e con<br />
tinuado 2000 m para cima) iluminadas <strong>de</strong> norte, 0 graus (acima) e <strong>de</strong><br />
leste 90 graus (abaixo). Notar que a iluminação no sentido norte-sul<br />
suaviza os puxamentos na direção N e ressalta as feições <strong>de</strong> direção<br />
leste-oeste. A imagem iluminada <strong>de</strong> leste-oeste ressalta feições NE e<br />
NW e os puxamentos na direção N.
CAPÍTULO 4<br />
ANÁLISE DOS DADOS<br />
4.1 DADOS DE SENSORIAMENTO REMOTO - LINEAMENTOS<br />
Para or<strong>de</strong>nar os sistemas <strong>de</strong> lineamentos similares segundo uma cronologia<br />
relativa, serão utilizados os critérios fotogeológicos <strong>de</strong> Lathram e Albert (1974),<br />
citados por Miranda et al. (1986). Com base em tais critérios, se estabelece a<br />
similarida<strong>de</strong> entre os lineamentos, lembrando que esta sugere que sistemas<br />
com características afins estejam associados a um mesmo evento <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>formação, ou seja, que sejam contemporâneos no tempo geológico (Liu,<br />
1984 e Miranda et al., 1986). De acordo com os citados autores, os<br />
lineamentos mais curtos e com maior distribuição na superfície são<br />
representativos <strong>de</strong> estruturas mais jovens. Estas feições ten<strong>de</strong>m a mascarar os<br />
lineamentos mais longos e <strong>de</strong> distribuição mais restrita, que estão associados<br />
a estruturas mais antigas. Espera-se que o sistema mais antigo seja aquele<br />
representado pelos lineamentos curvilíneos, que apresentam distribuição mais<br />
restrita e concentração sobre terrenos pré-cambrianos. Tais lineamentos estão<br />
provavelmente associados à foliação <strong>de</strong> rochas metamórficas; em terrenos<br />
fanerozóicos, po<strong>de</strong>m ser relacionados à compactação direferencial <strong>de</strong><br />
sedimentos sobre rochas metamórficas sub-aflorantes.<br />
Com base nos critérios acima <strong>de</strong>scritos, po<strong>de</strong>-se caracterizar duas gran<strong>de</strong>s<br />
classes <strong>de</strong> lineamentos (curvilínea e retilínea), verificando-se visualmente que<br />
os lineamentos curvilíneos são, em geral, significativamente mais extensos<br />
(sobretudo aqueles <strong>de</strong>senvolvidos no embasamento; comparar Figuras 4.1 e<br />
4.2).<br />
87
9724000<br />
666305<br />
0<br />
MC=57 W<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
Fig. 4.1 - Lineamentos retilíneos sobrepostos ao mapa geológico.<br />
88<br />
9501000<br />
834000<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
T
9724000<br />
0<br />
666305<br />
0<br />
MC=57 W<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
89<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.2 - Lineamentos curvilíneos sobrepostos ao mapa geológico. Notar concen<br />
tração na região do embasamento, caracterizando tais como as mais<br />
antigas.<br />
T
A classe <strong>de</strong> lineamentos curvilíneos concentra-se, como esperado, nas rochas<br />
do embasamento proterozóico, po<strong>de</strong>ndo apresentar prolongamenos<br />
aproximadamente retilíneos em terrenos fanerozóicos. Tal classe é constituída<br />
por lineamentos mais alongados e <strong>de</strong> direção geral NW, provavelmente<br />
relacionados geneticamente ao <strong>de</strong>senvolvimento da Província Maroni-<br />
Itacaiunas (Fig. 2.2) proposta por Cordani et al. (1979). De acordo com as<br />
citadas características, esta classe representa os lineamentos mais antigos da<br />
área (Figura 4.2). A classe <strong>de</strong> lineamentos retilíneos comporta seis sistemas <strong>de</strong><br />
lineamentos (Tabela 4.1), classificados <strong>de</strong> acordo com o “trend” principal<br />
(Capítulo 3), sendo <strong>de</strong>scritos e analisados a seguir.<br />
TABELA 4.1 - SISTEMAS DE LINEAMENTOS RETILÍNEOS<br />
SISTEMA INTERVALO<br />
DE AZIMUTE<br />
FREQ.<br />
ABS<br />
90<br />
COMP.<br />
ABS. (m)<br />
FREQ.<br />
REL. (%)<br />
COMP.<br />
REL.<br />
(%)<br />
COM.<br />
MÉDIO<br />
(m)<br />
1 N10-20E 573 928343 12.91 12.43 1620<br />
2 N45-55E 109 204814 2.46 2.74 1879<br />
3 N75-85E 731 1236924 16.47 16.56 1692<br />
4 N10-20W 684 1185119 15.41 15.86 1732<br />
5 N40-50W 446 735867 10.05 9.85 1649<br />
6 N75-85W 397 620064 8.94 8.30 1561<br />
TOTAL 2940 4911131 66.24 65.74<br />
N10-20E: este sistema condiciona trechos <strong>de</strong> importantes rios como o<br />
Tapajós e o Moju e está distribuído <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o embasamento até a<br />
Formação Alter do Chão, com significativa concentração nas porções<br />
topograficamente mais altas <strong>de</strong>sta, (Figuras 4.3a e b);
9724000<br />
666305<br />
0<br />
MC=57 W<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
91<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
9501000<br />
834000<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />
Fig. 4.3a - Lineamentos N10-20E sobrepostos ao mapa geológico.
666305<br />
9724000<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
R io M o ju<br />
0<br />
MC=57 W<br />
92<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.3b - Lineamentos N10-20E sobrepostos à imagem topográfica. Observar<br />
condicionamento do Rio Tapajós a esta direção e sua concentração<br />
nos altos topográficos da Fm. Alter do Chão.<br />
450 m<br />
7 m
N45-55E: este sistema condiciona longo trecho do Rio Curuá-Una,<br />
apresentando distribuição restrita à Formação Alter do Chão, na<br />
porção norte da área, mais próxima ao <strong>de</strong>pocentro da bacia. Sua<br />
freqüência absoluta é baixa em relação aos <strong>de</strong>mais sistemas (Tabela<br />
4.1), em razão do seu paralelismo com a direção <strong>de</strong> iluminação (N52-<br />
54E), conforme discutido anteriormente (Figuras 4.4a e b). No entanto,<br />
Miranda (1984) i<strong>de</strong>ntificou uma faixa estrutural composta por<br />
lineamentos N40-50E com posicionamento idêntico àquele proposto no<br />
presente trabalho. Vale ressaltar que tal autor utilizou, para a extração<br />
<strong>de</strong> lineamentos, mosaicos radargramétricos do Projeto RADAMBRASIL,<br />
cuja direção <strong>de</strong> iluminação é E-W.<br />
N75-85E: este sistema tem forte expressão topográfica, <strong>de</strong>finindo a direção<br />
geral das encostas nas regiões do embasamento e <strong>de</strong> rochas<br />
paleozóicas, bem como conferindo um aspecto rugoso à topografia em<br />
sua área <strong>de</strong> ocorrência no domínio na Formação Alter do Chão. Esse<br />
sistema também condiciona alguns cursos d’água e distribui-se em uma<br />
faixa bem <strong>de</strong>finida, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 85 km, que engloba do embasamento<br />
à Formação Alter do Chão (Figuras 4.5a e b);<br />
N10-20W: este sistema condiciona trechos <strong>de</strong> alguns cursos d’água como<br />
o Rio Tutuí, distribuindo-se do embasamento à Formação Alter do<br />
Chão e mostrando alguma concentração em faixas paralelas (Figuras<br />
4.6a e b);<br />
N40-50W: este sistema ocorre predominantemente nas rochas da Formação<br />
Alter do Chão, sendo sua distribuição muito restrita nas rochas<br />
paleozóicas e do embasamento. Sua caracterização é favorecida pela<br />
geometria <strong>de</strong> aquisição dos dados do satélite Landsat-5, pois é quase<br />
perpendicular ao azimute solar (Figuras 4.7 e 4.4a);<br />
93
9724000<br />
0<br />
666305<br />
0<br />
MC=57 W<br />
35km<br />
Rio Ta p a jó s<br />
94<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.4a - Lineamentos N45-55E e N40-50W sobrepostos ao mapa geológico.<br />
Notar a distribuição praticamente restrita à Fm. Alter do Chão.
9724000<br />
666305<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
Rio M o ju<br />
95<br />
0<br />
MC=57 W<br />
R io C u ru á U n a<br />
834000<br />
9501000<br />
Fig. 4.4b - Lineamentos N45-55E sobrepostos à imagem topográfica. Notar o<br />
condicionamento do Rio Curuá - Una e do Rio Moju, bem como a<br />
distribuição restrita à porção norte da área <strong>de</strong> estudo.<br />
450 m<br />
7 m
666305<br />
9724000<br />
0<br />
MC=57 W<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
Fig. 4.5a - Lineamentos N75-85E sobrepostos ao mapa geológico.<br />
96<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
9501000<br />
834000
666305<br />
9724000<br />
0<br />
35km<br />
Fig 4.5b - Lineamentos .<br />
N75-85E sobrepostos à imagem topográfica. Observar<br />
o condicionamento do relevo nas encostas <strong>de</strong>senvolvidas em rochas<br />
paleozóicas e do embasamento, bem como o aspecto rugoso que<br />
confere à topografia da Fm. Alter do Chão.<br />
97<br />
0<br />
MC=57 W<br />
450 m<br />
7 m<br />
9501000<br />
834000
666305<br />
9724000<br />
0<br />
MC=57 W<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
98<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
834000<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />
9501000<br />
Fig. 4.6a - Lineamentos N10-20W e N75-85W sobrepostos ao mapa geológico.
9724000<br />
666305<br />
0<br />
35km<br />
R io Ta p a jó s<br />
99<br />
R io C u ru á U n a<br />
0<br />
MC=57 W<br />
R io Tu tu í<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.6b - Lineamentos N10-20W sobrepostos à imagem topográfica. Notar o<br />
condicionamento <strong>de</strong> um trecho do Rio Tutuí e sua ampla distribui<br />
ção na área <strong>de</strong> estudo.<br />
450 m<br />
7 m
666305<br />
9724000<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
100<br />
R io C u ru á U n a<br />
0<br />
MC=57 W<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.7 - Lineamentos N40-50W sobrepostos à imagem topográfica. Notar distri<br />
buição praticamente restrita à porção norte da área (Fm. Alter do Chão).<br />
450 m<br />
7 m
N75-85W: este sistema tem pouca expressão na área <strong>de</strong> estudo,<br />
estando presente apenas nas rochas da Formação Alter do Chão, on<strong>de</strong><br />
mostra alguma concentração em faixas paralelas (Figura 4.6a).<br />
Po<strong>de</strong>-se notar que, invariavelmente, todos os sistemas retilíneos são<br />
mapeados na Formação Alter do Chão (Figura 4.1). Cabe aqui ressaltar que<br />
esta unida<strong>de</strong> estratigráfica tem pobre conteúdo fossilífero, sendo <strong>de</strong> difícil<br />
datação, aceitando-se uma ida<strong>de</strong> compreendida entre o Cretáceo e o Terciário<br />
(Cunha et al., 1994). Entre os sistemas <strong>de</strong> lineamentos retilíneos não são<br />
observadas variações significativas do comprimento médio, sendo estes<br />
mapeados na Formação Alter do Chão, po<strong>de</strong>ndo, ou não, estarem<br />
caracterizados nos terrenos paleozóicos e proterozóicos. Essas características<br />
afins conce<strong>de</strong>m a tais sistemas uma similarida<strong>de</strong> que permite consi<strong>de</strong>rá-los<br />
contemporâneos no tempo geológico, associados a um evento <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>formação, <strong>de</strong> acordo com os critérios <strong>de</strong> Lathram e Albert (1974), citados por<br />
Miranda et al. (1986). Assume-se, portanto, nessa dissertação, uma<br />
contemporaneida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses lineamentos em tempos geológicos posteriores à<br />
<strong>de</strong>posição da Fm. Alter do Chão, tendo em vista a inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
estabelecer com segurança as relações espaciais e temporais entre tais<br />
sistemas através <strong>de</strong> um mapeamento <strong>de</strong> campo, em função das características<br />
da área (escassez <strong>de</strong> afloramentos).<br />
Os sistemas N10-20E e N10-20W (Figuras 4.3 e 4.6) são muito freqüentes e<br />
apresentam ampla distribuição, do Proterozóico ao Terciário, concentrando-se<br />
neste último. Esses sistemas estão associados a direções <strong>de</strong> fraqueza mais<br />
antigas que a Fm. Alter do Chão, sugerindo reativação das mesmas. Nesse<br />
sentido, a literatura <strong>de</strong>screve as direções NS e NNE como direções <strong>de</strong><br />
distensão (afetando tanto a bacia quanto o embasamento), associadas às<br />
intrusões <strong>de</strong> diques <strong>de</strong> diabásio durante o Eojurássico, conforme Teixeira<br />
(1978), Miranda e Boa Hora (1984) e Boa Hora (1985). A direção NNW está<br />
presente no embasamento juntamente com classe <strong>de</strong> lineamentos curvilíneos,<br />
101
<strong>de</strong>scrita anteriormente como a mais antiga. Esses sistemas não foram<br />
mapeados pela magnetometria provavelmente em função da geometria <strong>de</strong><br />
aquisição dos dados (linhas <strong>de</strong> vôo NS).<br />
A análise integrada mostra que os sistemas N75-85E e N75-85W estão bem<br />
mapeados apenas nas imagens Landsat-5/TM. Nas imagens do Campo<br />
Magnético Total Anômalo foram bem caracterizados sistemas <strong>de</strong> direção geral<br />
EW, que apresentam leves encurvamentos tanto para NE quanto para NW.<br />
Travassos e Barbosa Filho (1990) mapearam, através <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />
na Fm. Alter do Chão, gran<strong>de</strong> falha transcorrente <strong>de</strong>xtral com “trend” EW<br />
(Figuras 2.3 e 4.8).<br />
Os sistemas N45-55E e N40-50W apresentam distribuição praticamente<br />
restrita à Fm. Alter do Chão e ângulo <strong>de</strong> interseção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 90 graus,<br />
(Figura 4.4a). Recorrendo a uma análise integrada digitalmente, através da<br />
sobreposição <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> informação, observa-se que esses dois sistemas<br />
estão muito bem caracterizados em subsuperfície, nas imagens do Campo<br />
Magnético Total Anômalo, sendo muitas vezes coinci<strong>de</strong>ntes seus traçados<br />
(Figura 4.9). O sistema N45-55E é paralelo à direção geral <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> dobras<br />
e falhas reversas, mapeadas em subsuperfície na Fm. Alter do Chão, através<br />
<strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão, por Travassos e Barbosa Filho (1990), caracterizando<br />
feições compressivas nesta direção (comparar Figuras 4.4a e 4.8).<br />
102
666305<br />
9724000<br />
OS<br />
0<br />
MC=57 W<br />
0<br />
Legenda:<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
pC<br />
feições terciárias<br />
feições mais antigas<br />
103<br />
D<br />
T<br />
CP<br />
pCp<br />
JKp<br />
834000<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
9501000<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas - soleiras) .<br />
Fig. 4.8 - Arcabouço estrutural mapeado pela sísmica (Travassos e Barbosa<br />
Fillho, 1990) sobreposto ao mapa geológico mostrando uma falha trans<br />
corrente <strong>de</strong>xtral com orientação E-W, falhas transcorrentes, anticlinais<br />
e falhas reversas com direção geral NE.
9724000<br />
0<br />
666305<br />
35km<br />
104<br />
0<br />
MC=57 W<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.9 - Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000<br />
m para cima) iluminado <strong>de</strong> leste, mostrando a coincidência entre os<br />
lineamentos magnéticos NE/NW (branco) e os lineamentos NE/NW<br />
extraídos da imagem <strong>de</strong> satélite (preto).
As direções N10-20W e N75-85W po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas como par<br />
conjugado <strong>de</strong> fraturas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento lateral (antitéticas e sintéticas,<br />
respectivamente), com ângulo em torno <strong>de</strong> 65 graus (Figura 4.6a), conforme<br />
veremos no próximo parágrafo. A direção N75-85E individualiza-se pela<br />
freqüência e distribuição singulares, sendo aqui consi<strong>de</strong>rada como a direção<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento principal <strong>de</strong> uma zona <strong>de</strong> cisalhamento <strong>de</strong>xtral (Figuras 4.5a<br />
e b).<br />
Admitindo a contemporaneida<strong>de</strong> dos sistemas <strong>de</strong> lineamentos retilíneos e<br />
consi<strong>de</strong>rando o “trend” NE como constituído por feições compressivas,<br />
conforme proposto por Travassos e Barbosa Filho (1990), a análise dos<br />
sistemas <strong>de</strong> lineamentos, baseada na conceituação <strong>de</strong> Wilcox et al. (1973),<br />
Tchalenko (1970), Harding (1974) e Lowell (1985), sugere um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
tectônica “wrench” <strong>de</strong>xtral com direção principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento N75-85W,<br />
na região da borda sul da bacia (Figura 4.10). Neste mo<strong>de</strong>lo, os sistemas <strong>de</strong><br />
lineamentos mapeados representariam:<br />
1) N75-85E - zona principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento;<br />
2) N45-55E - dobras e falhas reversas;<br />
3) N40-50W - falhas normais;<br />
4) N10-20W - falhas antitéticas;<br />
5) N75-85W - falhas sintéticas;<br />
Estudos <strong>de</strong> “breakouts” (ovalização <strong>de</strong> diâmetros <strong>de</strong> poços), realizados por<br />
Lima et al. (1997) em três poços (1-BR-1-PA, 1-SP-1-PA, 1-TU-1-PA) na área<br />
<strong>de</strong> estudo (Figura 4.11), apontam para uma direção atual <strong>de</strong> compressão NW,<br />
consistente com o mo<strong>de</strong>lo acima proposto.<br />
105
9724000<br />
0<br />
666305<br />
MC=57 W<br />
0<br />
R io Ta p a jó s<br />
35km<br />
106<br />
Devoniano.<br />
Ordoviciano/Siluriano<br />
Proterozóico Médio / Superior<br />
Arqueano / Proterozóico Inferior<br />
9501000<br />
834000<br />
Quaternário<br />
Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />
Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />
Fig. 4.10 - Lineamentos retilíneos filtrados sobre mapa geológico e o elipsói<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação aplicado ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> tectônica "wrench" <strong>de</strong>xtral, com<br />
direção principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento N75-85E.
A reativação <strong>de</strong> direções <strong>de</strong> fraquezas antigas se torna, mais uma vez, uma<br />
hipótese plausível, reforçando os trabalhos <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Cunha (1971),<br />
Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973), Amaral (1974), Porto e Szatmari (1982), Brito Neves et<br />
al. (1984), Cunha (1982), Miranda (1984), Miranda e Boa Hora (1984), Carneiro<br />
e Jucá (1985), Teixeira (1988), Neves et al. (1989), Neves (1990), Travassos e<br />
Barbosa Filho (1990), Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), entre outros.<br />
O sistema N10-20E, como anteriormente mencionado, está associado à<br />
direção <strong>de</strong> intrusão <strong>de</strong> diques básicos no Eojurássico. O seu posicionamento<br />
nas porções topograficamente mais altas da Fm. Alter do Chão, junto à borda<br />
sul da bacia (Figuras 4.3a e b), sugere uma possível compactação diferencial<br />
<strong>de</strong> sedimentos sobre enxames <strong>de</strong> diques cortando a seção paleozóica. A<br />
hipótese <strong>de</strong> uma reativação transcorrente <strong>de</strong>xtral <strong>de</strong>sta direção durante o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses esforços, posteriores à <strong>de</strong>posição da Fm. Alter do<br />
Chão, parece ser bastante plausível.<br />
107
4.2 DADOS GEOFÍSICOS<br />
4.2.1 GRAVIMETRIA<br />
Linsser (1958) observou, em um levantamento regional da bacia, uma ca<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> altos gravimétricos na sua parte central, ressaltando que tais feições não<br />
po<strong>de</strong>riam ser explicadas pela presença <strong>de</strong> corpos intrabacinais, consi<strong>de</strong>rando<br />
a gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> das anomalias. Propôs que esses altos, <strong>de</strong> características<br />
suaves, correspon<strong>de</strong>riam a massas intraembasamento.<br />
Nunn e Aires (1985, 1988) propuseram também a existência <strong>de</strong> corpos<br />
intraembasamento para explicar tais anomalias e realizaram mo<strong>de</strong>lagem<br />
gravimétrica, explicando a não coincidência entre os altos gravimétricos e o<br />
<strong>de</strong>pocentro da bacia através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los tridimensionais da crosta.<br />
Observaram que, na região próxima ao <strong>de</strong>pocentro da bacia, as anomalias<br />
gravimétricas positivas suplantam as negativas (que seriam esperadas para<br />
uma espessa seção sedimentar) e que o padrão em ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valores<br />
positivos flanqueados por anomalias negativas indica sobrecarga da crosta,<br />
provocada por intrusão ou substituição por material mais <strong>de</strong>nso em<br />
profundida<strong>de</strong>.<br />
Fischler et al. (1997), em estudo gravimétrico regional no Mar <strong>de</strong> Barents,<br />
também concluíram, através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, que a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> altos<br />
gravimétricos na região da bacia sedimentar representava massas<br />
intraembasamento.<br />
O mapa <strong>de</strong> anomalias Bouguer apresenta, na área <strong>de</strong> estudo, dois altos<br />
distintos próximos ao eixo da bacia (Figura 4.12). Com base nos parâmetros<br />
propostos no trabalho <strong>de</strong> Nunn e Aires (1988), realizou-se, através do<br />
programa GM-SYS, disponível no GEOSOFT, uma mo<strong>de</strong>lagem gravimétrica a<br />
108
partir <strong>de</strong> três perfis selecionados na gra<strong>de</strong> (dois N-S e um E-W) os quais<br />
interceptam tais anomalias. A espessura crustal inicial trabalhada foi <strong>de</strong> 50 km,<br />
com base em estudo <strong>de</strong> dispersão da ondas Rayleigh realizado por Rembarger<br />
em 1984 (citado por Nunn e Aires, op cit); a profundida<strong>de</strong> máxima da bacia foi<br />
consi<strong>de</strong>rada 7 km. Os parâmetros referentes à <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> foram:<br />
1) rochas sedimentares: 2,55 g/cm 3 (média da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários<br />
poços);<br />
2) crosta continental superior: 2,75 g/cm 3 (estimada por análise<br />
<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> sísmica);<br />
3) crosta continental inferior: 2,85 g/cm 3 (estimada por análise <strong>de</strong><br />
velocida<strong>de</strong> sísmica);<br />
4) corpo intrusivo: 3,0 g/cm 3 (compatível com piroxenito amostrado em<br />
poço);<br />
5) 3<br />
manto superior: 3,3 g/cm .<br />
Os perfis mo<strong>de</strong>lados indicam como resultado a substituição ou intrusão <strong>de</strong><br />
massas através da crosta inferior e atingindo parcialmente a crosta superior,<br />
conforme proposto pelos autores supra citados. O mo<strong>de</strong>lo admite uma bacia<br />
com profundida<strong>de</strong> máxima local <strong>de</strong> 7 km, limites entre crosta superior e inferior<br />
em torno <strong>de</strong> 20 km e entre crosta inferior e manto em torno <strong>de</strong> 48 km. Os<br />
resultados obtidos apontam para o corpo a oeste, perfil 1 (Figura 4.13a), uma<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 15 km e, para o corpo a leste, perfil 2 (Figura 4.13b),<br />
uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 8 km, confirmadas pela mo<strong>de</strong>lagem na direção<br />
leste-oeste, perfil 3 (Figura 4.13c).<br />
109
9724000<br />
0<br />
666305<br />
p e rfil 1<br />
35km<br />
110<br />
p e rfil 3<br />
0<br />
MC=57 W<br />
p e rfil 2<br />
+50 mGal<br />
- 55 mGal<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.12 - Imagem e contorno do Campo Gravimétrico (Bouguer) com a locali<br />
zação dos perfis mo<strong>de</strong>lados. Notar os dois altos gravimétricos pronun<br />
ciados.
Fig. 4.13 - Perfis mo<strong>de</strong>lados através do GM-SYS/GEOSOFT, com parâmetros <strong>de</strong><br />
finidos por Nunn e Aires (1988). As profundida<strong>de</strong>s estimadas para as<br />
intrusões são <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>15 km (a) e 8 km (b) para os corpos a oeste<br />
e leste, respectivamente (Fig. 4.12), o que é confirmado pela mo<strong>de</strong><br />
lagem leste-oeste (c). Notar o ótimo ajuste dos valores medidos, além<br />
do baixíssimo erro estimado.<br />
111
Linsser (1958), Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973), Nunn e Aires (1985, 1988), Coutinho e<br />
Gonzaga (1996), entre outros, associam essas massas ao rifteamento<br />
precursor da bacia, relacionando-as ao piroxenito perfurado em Cuminá (PA),<br />
datado em cerca <strong>de</strong> 570 +/- 70 m.a (Cunha et al., 1994).<br />
4.2.2 MAGNETOMETRIA<br />
4.2.2.1 ANÁLISE QUANTITATIVA<br />
A análise quantitativa é realizada através do espectro <strong>de</strong> potência do Campo<br />
Magnético Total Anômalo, que permite associar os “slopes” às profundida<strong>de</strong>s<br />
médias das fontes (Spector e Grant, 1970). Deve-se consi<strong>de</strong>rar, no entanto,<br />
que a análise <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> campo magnético na direção vertical apresenta<br />
restrições, resultantes da ambiguida<strong>de</strong> inerente ao método, <strong>de</strong>vendo ser<br />
aplicada para objetivos <strong>de</strong> caráter regional e genérico, conforme discutido por<br />
Gay (1996). A análise do espectro <strong>de</strong> potência da área (Figura 4.14), obtido a<br />
partir da gra<strong>de</strong> no GEOSOFT, permitiu inferir algumas profundida<strong>de</strong>s médias<br />
aproximadas e as fontes associadas, quais sejam: 0,1 km e 0,5 km, diabásios<br />
rasos; 7,0 km, embasamento; 20,0 km, Temperatura Curie.<br />
112
Fig. 4.14 - Análise quantitativa através do espectro <strong>de</strong> potência da gra<strong>de</strong><br />
Santarém Leste. Os "slopes" fornecem profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes a cer<br />
ca <strong>de</strong> 0,1 km; 0,5 km; 7,0 km; 20,0 km.<br />
113
4.2.2.2 ANÁLISE QUALITATIVA<br />
Uma característica marcante na área <strong>de</strong> estudo é a influência <strong>de</strong> fontes rasas e<br />
a sobreposição <strong>de</strong>stas com fontes mais profundas. O Campo Magnético Total<br />
Anômalo pô<strong>de</strong> ser mapeado <strong>de</strong> acordo com as diferentes assinaturas<br />
magnéticas, com base nos critérios <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong><br />
freqüências e respectivas amplitu<strong>de</strong>s, em quatro províncias distintas (Figuras<br />
4.15 e 4.16). Poços na área, atingindo diferentes profundida<strong>de</strong>s, mas não o<br />
embasamento, com exceção do 1-FO-1-PA, testemunham a presença <strong>de</strong><br />
diabásio (Tabela 4.2 e Figura 4.16), confirmando muitas interpretações e<br />
mostrando uma estreita relação entre conteúdo <strong>de</strong> freqüências e profundida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fonte.<br />
A província P1 representa um significativo alto magnético, <strong>de</strong> origem profunda<br />
como veremos mais adiante, com sobreposição <strong>de</strong> fontes mais rasas, on<strong>de</strong> se<br />
concentram as maiores espessuras <strong>de</strong> soleiras <strong>de</strong> diabásio (Figuras 4.15 e<br />
4.16) e boa parte dos lineamentos (Figura 4.17). As amplitu<strong>de</strong>s variam 80 a<br />
300 nT e os poços 1-TU-1-PA, 1-SP-1-PA e 1-TA-1-PA testemunham espesso<br />
diabásio a aproximadamente <strong>de</strong> 700 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Esta província<br />
apresenta uma geometria aproximadamente romboédrica, com limites<br />
<strong>de</strong>finidos pelas direções NE e EW, sendo o limite sul marcado por forte e<br />
contínuo gradiente <strong>de</strong> direção geral EW (Figura 4.15).<br />
114
Fig. 4.15 - Imagem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e con<br />
tinuado 2000 m para cima) com contorno. Notar a distribuição do<br />
conteúdo <strong>de</strong> freqüências e o caráter alongado aproximadamente EW<br />
das feições na porção central da área.<br />
115
9724000<br />
666305<br />
0<br />
35km<br />
116<br />
0<br />
MC=57 W<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.16 - Províncias magnéticas individualizadas <strong>de</strong> acordo com padrões <strong>de</strong><br />
similarida<strong>de</strong> (conteúdo <strong>de</strong> freqüências e respectivas amplitu<strong>de</strong>s), com<br />
sobreposição das isólitas <strong>de</strong> diabásio e dos poços da área.
TABELA 4.2 - POÇOS NA ÁREA E PROFUNDIDADES DO DIABÁSIO<br />
Poço profundida<strong>de</strong><br />
(m) inicial*<br />
espessura total<br />
(m) aproximada<br />
*<br />
117<br />
província<br />
magnética<br />
profundida<strong>de</strong><br />
máxima do<br />
poço (m)*<br />
1-TU-1-PA 710 823 P1 2914<br />
1-TA-1-PA ** 670 345 P1 1120<br />
1-TR-1-PA 1062 450 P2 3255<br />
1-SP-1-PA 760 694 P1 3300<br />
2438 165 ***<br />
2-BU-1-PA 540 567 P2 2405<br />
1-AB-1-PA 127 421 P2 1384<br />
1173 18 *** P2<br />
2-CPST-1-PA 13 526 P2 1878<br />
1-FO-1-PA 15 306 P3 1710<br />
1-AC-1-PA** 1095 243 P3 3580<br />
1-BR-1-PA 1192 404 P3 3376<br />
* As profundida<strong>de</strong>s são calculadas em relação à superfície do poço e as<br />
espessuras são a somatória <strong>de</strong> várias soleiras localizadas nas seções permo-<br />
carboníferas.<br />
** 1-TA-1-PA - poço pendurado no diabásio ainda na seção carbonífera.<br />
** 1-AC-1-PA - apresenta um dique a 2945m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> com 572m<br />
perfurados.<br />
*** espesssuras <strong>de</strong> soleiras na seção <strong>de</strong>voniana perfurada.<br />
A província P2 apresenta amplitu<strong>de</strong>s variando <strong>de</strong> -30 a +120 nT. No limite com<br />
a porção norte <strong>de</strong> P1, ocorre uma suavização relativa do alto magnético e das<br />
altas freqüências, com diabásio testemunhado a 1062 m pelo poço 1-TR-1-PA.<br />
A sul <strong>de</strong> P1, a província P2 apresenta maior contéudo <strong>de</strong> altas freqüências,
estas associadas a fontes rasas, on<strong>de</strong> o poço 2-BU-1-PA testemunha espesso<br />
diabásio a 540 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e os poços 1-AB-1-PA e 2-CPST-1-PA<br />
encontram diabásios a 127 m e 13 m, respectivamente. Ainda nesta região,<br />
predominam os lineamentos magnéticos <strong>de</strong> menor extensão (Figura 4.17) e as<br />
anomalias são grosseiramente alongadas segundo a direção leste-oeste<br />
(Figura 4.15).<br />
A província P3 é caracterizada pelo domínio <strong>de</strong> baixos magnéticos com<br />
amplitu<strong>de</strong>s variando <strong>de</strong> -150 a + 20 nT. Na sua porção sul, tal província<br />
mostra relativo conteúdo <strong>de</strong> altas freqüências, principalmente nas vizinhanças<br />
<strong>de</strong> P1. Nas proximida<strong>de</strong>s do embasamento, envolve o pacote paleozóico<br />
aflorante e soleiras <strong>de</strong> diabásio (Figura 4.18), com freqüências relativamente<br />
mais baixas, on<strong>de</strong> o poço 1-FO-1-PA testemunha diabásio subaflorante. Na<br />
porção norte, com o embasamento mais profundo, a província P3 apresenta<br />
relevo magnético mais suave, testemunhando os poços 1-AC-1-PA e 1-BR-1-<br />
PA diabásios a 1095 e 1192m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, respectivamente. Lineamentos<br />
magnéticos são menos freqüentes nesta província que nas duas anteriores<br />
(Figura 4.17).<br />
A província P4 encerra uma região com predominância <strong>de</strong> altos magnéticos<br />
associada ao embasamento aflorante na área, com amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> anomalias<br />
variando <strong>de</strong> - 85 a + 115 nT (Figura 4.18 e Figura 4.15). É importante lembrar<br />
que os dados <strong>de</strong>ssa província não foram tratados no presente trabalho, não<br />
havendo controle dos parâmetros <strong>de</strong> processamentos utilizados, tais como<br />
filtros <strong>de</strong> suavização. Deve-se ressaltar, todavia, que as anomalias e<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s magnéticas <strong>de</strong>ssa província mostram coerência espacial<br />
com os lineamentos curvilíneos mapeados em superfície na imagem Landsat-<br />
5/TM (comparar as Figuras 4.2 e 4.9).<br />
118
9724000<br />
0<br />
666305<br />
35km<br />
119<br />
0<br />
MC=57 W<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.17 - Lineamentos magnéticos sobrepostos ao mapa <strong>de</strong> províncias. A pro<br />
víncia P1 concentra gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> lineamentos; P2 concentra<br />
predominantemente lineamentos <strong>de</strong> menor extensão; P3 apresenta<br />
menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lineamentos. A análise comparativa <strong>de</strong> P4 não<br />
será realizada por terem sido seus dados diferentemente pro<br />
cessados.
9724000<br />
0<br />
666305<br />
35km<br />
120<br />
0<br />
MC=57 W<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.18 - Sobreposição dos mapas geológico (temático-linhas) e <strong>de</strong> províncias<br />
magnéticas (temático-colorido).
Conforme já mencionado, uma pronunciada <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direção geral<br />
E-W ressalta o limite sul do alto magnético (província P1) através <strong>de</strong> um forte<br />
gradiente (Figura 4.15), on<strong>de</strong> se concentram as fontes mais profundas,<br />
calculadas através do GRIDEPTH (Figura 4.19). Miranda e Boa Hora (1984)<br />
observaram essa <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> e consi<strong>de</strong>raram duas alternativas para<br />
explicá-la: a primeira propõe uma faixa <strong>de</strong> maior magnetismo causado por um<br />
embasamento <strong>de</strong> constituição mais básica localmente; a segunda propõe uma<br />
zona preferencial <strong>de</strong> intrusivas básicas e ultrabásicas relacionadas à formação<br />
da bacia, à qual se associaram intrusões mais rasas.<br />
Os lineamentos magnéticos, extraídos da imagem sombreada, apresentam<br />
extensões variando <strong>de</strong> algumas unida<strong>de</strong>s a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> quilômetros e<br />
orientam-se nas direções: NE-SW, E-W e NW-SE (Figura 4.20). Estas direções<br />
estão presentes também na Bacia do Solimões, on<strong>de</strong> foram interpretadas<br />
como produto <strong>de</strong> recobrimento lateral entre zonas <strong>de</strong> cisalhamento <strong>de</strong>xtral com<br />
direção principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento E-W, conforme Affonso (1991). Chama a<br />
atenção na área a continuida<strong>de</strong> e gran<strong>de</strong>s extensões dos lineamentos <strong>de</strong><br />
direção geral EW, que preferencialmente truncam os <strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>finem limites<br />
<strong>de</strong> várias províncias e são marcantes em toda a área, exceto no embasamento<br />
(Figura 4.17).<br />
A análise estatísitica das direções dos lineamentos magnéticos, através do<br />
programa ANALIN do SGI, mostra, no quadrante NE, lineamentos distribuídos<br />
na faixa N40-90E, com concentrações nas faixas N50-60E e N80-90E. No<br />
quadrante NW, tais feições estão distribuídas nas faixas N40-60W e N80-90W<br />
(Figura 4.21). Os “trends” NE e NW têm correspon<strong>de</strong>ntes na superfície, muitas<br />
vezes coincidindo seus traçados (Figura 4.9) com lineamentos observados nas<br />
imagens Landsat-5/TM. Azimutes NS não são bem caracterizados <strong>de</strong>vido à<br />
geometria <strong>de</strong> aquisição dos dados magnéticos, com direção <strong>de</strong> vôo norte-sul.<br />
121
Fig. 4.19 - Mapa <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes mo<strong>de</strong>lado no GRIDEPTH/GEOSOFT<br />
sobreposto à imagem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido<br />
ao pólo e continuado 2000 m para cima). Mo<strong>de</strong>lagem realizada para<br />
falhas.<br />
122
9724000<br />
0<br />
666305<br />
35km<br />
0<br />
MC=57 W<br />
123<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig.4.20 - Lineamentos magnéticos sobrepostos à imagem do Campo Magnético<br />
Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima) ilumi<br />
0<br />
nada <strong>de</strong> leste para oeste (90 ). Notar as gran<strong>de</strong>s extensões dos linea<br />
mentos com "trend" EW.
Fig. 4.21 - Roseta mostrando a distribuição estatística das direções dos linea<br />
mentos magnéticos (comprimento absoluto), com intervalos <strong>de</strong><br />
0<br />
classe <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> azimute.<br />
.<br />
124
Po<strong>de</strong>-se observar uma relação estreita dos lineamentos magnéticos com o<br />
conteúdo <strong>de</strong> freqüências do Campo Magnético Total Anômalo e,<br />
conseqüentemente, com as profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes. Essas relações, claras na<br />
análise das províncias magnéticas, permitem supor que tais lineamentos<br />
estejam refletindo, em gran<strong>de</strong> parte, estruturas impressas nos diabásios.<br />
4.3 ANÁLISE INTEGRADA DE DADOS<br />
A análise integrada dos dados geofísicos, através da sobreposição dos<br />
campos magnético total anômalo e gravimétrico (Bouguer), mostra uma<br />
coincidência entre as regiões dos gran<strong>de</strong>s altos (Figura 4.22), sugerindo tratarse<br />
<strong>de</strong> uma mesma fonte, conforme abordado por Gay (1996). Po<strong>de</strong>m ser<br />
observados dois altos gravimétricos <strong>de</strong>finidos e pronunciados e uma região<br />
magneticamente alta, muito forte a leste e menos pronunciada a oeste. Boa<br />
Hora (1985) relatou a proximida<strong>de</strong> dos eixos gravimétricos e do gradiente<br />
magnético, relacionando-a à presença <strong>de</strong> corpos magnéticos e <strong>de</strong>nsos.<br />
Recorrendo à mo<strong>de</strong>lagem gravimétrica, foram constatadas, no presente<br />
trabalho, duas profundida<strong>de</strong>s distintas para os dois corpos (a leste, cerca <strong>de</strong> 8<br />
km; a oeste, cerca <strong>de</strong> 15 km; Figura 4.13). Este resultado po<strong>de</strong> explicar o<br />
comportamento magnético diferenciado nos extremos leste e oeste do gran<strong>de</strong><br />
alto, condicionado tanto pela profundida<strong>de</strong> dos corpos como também pelos<br />
seus volumes, limitados pela isoterma Curie, estimada na área em cerca <strong>de</strong> 20<br />
km <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Tais resultados reforçam a hipótese da relação genética<br />
das fontes, relacionadas a corpos <strong>de</strong>nsos e magnéticos.<br />
A coincidência geográfica das fontes profundas e das maiores espessuras <strong>de</strong><br />
diabásio (Figura 4.16) sugere uma relação genética entre as mesmas, suposta<br />
por Miranda e Boa Hora (1984) e por Misuzaki et al. (1992). Estes últimos<br />
apontam indícios <strong>de</strong> câmara magmática rasa para os diabásios.<br />
125
666305<br />
9724000<br />
0<br />
35km<br />
0<br />
MC=57<br />
126<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.22 - Sobreposição dos mapas dos campos Magnético Total Anômalo (re<br />
duzido ao pólo e continuado 2000 m para cima-colorido) e gravimétri<br />
co (Bouguer - contorno) mostrando a coincidência dos respectivos<br />
altos.<br />
W<br />
+304 nT<br />
-155 nT
A sobreposição dos campos gravimétrico e magnetométrico com o arcabouço<br />
estrutural sísmico (Travassos e Barbosa Filho, 1990) mostra uma coincidência<br />
entre a região <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação “terciária” (anticlinais e falhas reversas) e as<br />
regiões dos altos magnéticos e gravimétricos (Figuras 4.23 e 4.24). Ainda<br />
nesta sobreposição, nota-se a proximida<strong>de</strong> entre os limites ao sul <strong>de</strong>sses altos<br />
com extensa falha transcorrente <strong>de</strong>xtral <strong>de</strong> direção geral leste-oeste. Essas<br />
coincidências sugerem haver um forte condicionamento da <strong>de</strong>formação<br />
“terciária” pelos corpos intraembasamento, que, impondo diferentes<br />
características reológicas, condicionam a resposta da crosta à <strong>de</strong>formação em<br />
função <strong>de</strong>stas e das zonas <strong>de</strong> fraqueza pré-existentes.<br />
Sobrepondo os mapas morfoestrutural e geofísicos, observa-se que as<br />
morfoestruturas estão distribuídas na região dos altos magnéticos e<br />
gravimétricos e da <strong>de</strong>formação “terciária”, sobretudo associadas às regiões<br />
magneticamente perturbadas, on<strong>de</strong> o condicionamento <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>las a<br />
lineamentos magnéticos é muito forte. Po<strong>de</strong>-se também observar a<br />
proximida<strong>de</strong> das linhas <strong>de</strong> forma com linhas <strong>de</strong> charneira mapeadas pela<br />
sísmica <strong>de</strong> reflexão (Figuras 4.25 e 4.26).<br />
A sobreposição dos mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural<br />
sísmico às imagens dos campos gravimétrico e magnetométrico mostra a<br />
relação espacial do sal com a região dos altos e da <strong>de</strong>formação “terciária”<br />
(Figuras 4.27 e 4.28). As isópacas mostram que o sal vai espessando na<br />
direção NW, on<strong>de</strong> não mais se verifica a <strong>de</strong>formação e fora dos limites dos<br />
altos gravimétrico e magnetométrico. Discute-se atualmente na PETROBRÁS a<br />
importância do papel do sal na geração da <strong>de</strong>formação “terciária”, quer seja<br />
como agente direto através <strong>de</strong> halocinese, quer seja como uma zona <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scolamento no caso <strong>de</strong> um tectonismo.<br />
127
666305<br />
9724000<br />
0<br />
35km<br />
0<br />
MC=57 W<br />
128<br />
834000<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
9501000<br />
Fig. 4.23 - Sobreposição do arcabouço estrutural (mapeado por sísmica) à<br />
imagem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e con<br />
tinuado 2000 m para cima). Observar a gran<strong>de</strong> coincidência entre a<br />
zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação terciária (anticlinais e falhas reversas) e o<br />
gran<strong>de</strong> alto magnético.
666305<br />
9724000<br />
0<br />
35km<br />
129<br />
0<br />
MC=57 W<br />
+50 m Gal<br />
-55 m Gal<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.24 - Sobreposição do arcabouço estrutural (mapeado pela sísmica) à ima<br />
Fig. 4.24 - Sobreposição gem do Campo do arcabouço Gravimétrico estrutural (Bouguer). (mapeado Observar por a sísmica) gran<strong>de</strong> e coincidên imagem do<br />
Campo cia entre Gravimétrico a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação (Bouguer). terciária Oservar (anticlinais a gran<strong>de</strong> e coincidência falhas reversas) entre a<br />
zona e a <strong>de</strong> região "<strong>de</strong>formação dos altos terciária" gravimétricos.<br />
e da região dos altos gravimétricos.
666305<br />
9724000<br />
0<br />
35km<br />
0<br />
MC=57 W<br />
130<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.25 - Sobreposição do mapa morfoestrutural (vetorial) à imagem do Cam<br />
po Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m<br />
para cima). Notar a coincidência entre as morfoestruturas e as re<br />
giões magneticamente mais perturbadas, além do condicionamento<br />
<strong>de</strong> várias morfoestruturas a lineamentos magnéticos.
666305<br />
9724000<br />
0<br />
35km<br />
131<br />
0<br />
MC=57 W<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.26 - Sobreposição dos mapas morfoestrutural e <strong>de</strong> arcabouço estrutural<br />
sísmico (vetoriais) à composição colorida do Landsat-5/TM. Notar as<br />
várias coincidências das estruturas interpretadas e mapeadas pelos<br />
dois métodos: morfoestruturas com dobras e falhas; linhas <strong>de</strong> forma<br />
com linhas <strong>de</strong> charneira.
9724000<br />
666305<br />
0<br />
450 m<br />
0 m<br />
400 m<br />
100 m<br />
300 m<br />
200 m<br />
35km<br />
132<br />
0<br />
MC=57 W<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.27 - Mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural sísmico (veto<br />
riais) sobrepostos à imagem do Campo Magnético Total Anômalo<br />
(reduzido pólo e continuado 2000 m para cima).
666305<br />
9724000<br />
0<br />
450 m<br />
300 m<br />
200 m<br />
100 m<br />
400 m<br />
35km<br />
0<br />
MC=57<br />
133<br />
0 m<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.28 - Mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural sísmico sobre<br />
postos à imagem do Campo Gravimétrico (Bouguer).<br />
W<br />
+50 mGal<br />
-55 mGal
No caso <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>formação puramente halocinética, seria <strong>de</strong> se esperar a<br />
ocorrência <strong>de</strong> um domínio distensivo próximo ao limite SE dos altos<br />
gravimétrico e magnetométrico, on<strong>de</strong> as camadas evaporíticas são pouco<br />
espessas, consi<strong>de</strong>rando um fluxo salino <strong>de</strong> SE para NW. Tal domínio<br />
distensivo (a partir do qual o sal teria se movimentado em direção a NW) não<br />
ocorre na área <strong>de</strong> estudo, enfraquecendo a hipótese <strong>de</strong> controle halocinético<br />
para a <strong>de</strong>formação “terciária”. Além disso, um poço com Shmáx (tensão<br />
horizontal máxima) <strong>de</strong> direção NW-SE (Figura 4.11) ocorre em área com<br />
inexpressiva espessura <strong>de</strong> sal (1-TU-1-PA, comaparar Figuras 4.16 e 4.27)<br />
O mapa sísmico do embasamento sobreposto à imagem do Campo Magnético<br />
Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima) mostra<br />
várias coincidências das estruturas mais proeminentes mapeadas nos níveis<br />
do embasamento, no contexto da bacia sedimentar (estruturas impressas no<br />
diabásio com expressão magnética) e superficial (imagem orbital). Desta<br />
forma, estão bem representados no embasamento, os gran<strong>de</strong>s altos<br />
gravimétrico e magnetométrico, assim como algumas das falhas mais<br />
expressivas mapeadas pela magnetometria e pela imagem orbital (pontos A,<br />
B, C, D e E na Figura 4.29; comparar com Figuras 4.9 e 4.20).<br />
134
666305<br />
9724000<br />
0<br />
35km<br />
B<br />
C<br />
0<br />
MC=57 W<br />
135<br />
5000 m<br />
4000 m<br />
3000 m<br />
1000 m<br />
2000 m<br />
+304 nT<br />
-155 nT<br />
9501000<br />
834000<br />
Fig. 4.29 - Mapa sísmico <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> do embasamento sobreposto à ima<br />
gem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e con<br />
tinuado 2000 mpara cima). Observar o reflexo das estruturas do em<br />
basamento no campo magnético (pontos A, B, C, D, e E). Comparar<br />
com as Figuras 4.9 e 4.20.<br />
E<br />
A
136
CAPÍTULO 5<br />
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES<br />
CONCLUSÕES<br />
A análise isolada e principalmente integrada dos diferentes dados permitiu o<br />
estabelecimento <strong>de</strong> algumas conclusões sobre o arcabouço estrutural da área<br />
<strong>de</strong> estudo.<br />
1) A mo<strong>de</strong>lagem gravimétrica e a análise integrada dos dados magnéticos<br />
e gravimétricos apontam para intrusões intraembasamento <strong>de</strong> massas<br />
<strong>de</strong>nsas e magnéticas a profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 8 km (a oeste) e 15<br />
km (a leste, Figuras 4.13 e 4.22). Esses corpos provavelmente<br />
<strong>de</strong>senvolveram importante papel reológico e estrutural durante os<br />
esforços tectônicos na bacia e <strong>de</strong>vem ter atuado como dutos<br />
alimentadores do vulcanismo Eojurássico, o que é consistente com a<br />
proposta <strong>de</strong> Misuzaki et al. (1992);<br />
2) A resposta magnética da bacia é dominada pelas rochas vulcânicas<br />
(Figura 4.15 e 4.16) e está muito condicionada à profundida<strong>de</strong> das<br />
fontes (Figura 4.17), que mostra uma relação estreita com o conteúdo<br />
<strong>de</strong> freqüências e com os lineamentos magnéticos, sugerindo que essas<br />
estruturas mapeadas estejam impressas nos diabásios;<br />
3) É muito forte a correspondência entre as estruturas i<strong>de</strong>ntificadas pelos<br />
diferentes métodos, mostrando que muitas <strong>de</strong>stas, mapeadas no<br />
embasamento e <strong>de</strong>ntro da bacia, têm reflexo na superfície, emprestando<br />
conotação estrutural a muitas interpretações baseadas em imagens <strong>de</strong><br />
sensores remotos:<br />
137
a) o mapeamento morfoestrutural (Miranda, 1984) mostra estreitas<br />
relações com as estruturas mapeadas pelos métodos sísmico e<br />
magnético (Figura 4.25);<br />
b) o elongamento <strong>de</strong> feições magnéticas na direção EW constatado na<br />
província P2 (Figuras 4.15 e 4.16), na vizinhança da faixa <strong>de</strong><br />
cisalhamento mapeada pelas imagens orbitais, evi<strong>de</strong>ncia a existência<br />
<strong>de</strong>ssa feição tectônica;<br />
c) os lineamentos magnéticos, superficiais (imagem satélite) e várias<br />
feições mapeadas pela sísmica <strong>de</strong> reflexão mostram estreitas<br />
relações espaciais, principalmente as direções NE, NW e EW<br />
(Figuras 4.1, 4.8, 4.9 e 4.23);<br />
d) o mapa do embasamento mostra as estruturas mais proeminentes<br />
mapeadas pelos métodos magnético, gravimétrico e <strong>de</strong><br />
fotointerpretação sobre imagens orbitais (Figura 4.29 e 4.9),<br />
<strong>de</strong>monstrando a relação entre estruturas mapeadas nos três níveis<br />
da bacia (embasamento, intrabacinal e superficial).<br />
4) A análise dos lineamentos mapeados através das imagens orbitais,<br />
integrada aos diferentes dados geofísicos, sob a luz dos conhecimentos<br />
sobre tectônica transcorrente e sobre a bacia, permitem a proposição,<br />
para a área <strong>de</strong> estudo, da ocorrência <strong>de</strong> uma tectônica “wrench” <strong>de</strong>xtral<br />
<strong>de</strong> direção geral N80E (Figura 4.10), posterior à <strong>de</strong>posição da Formação<br />
Alter do Chão. Este mo<strong>de</strong>lo, fruto da análise integrada <strong>de</strong> diferentes<br />
dados, é corroborado pelas análises <strong>de</strong> “breakouts” <strong>de</strong> três poços na<br />
área (Lima et al., 1997), que sugerem esforço compressivo <strong>de</strong> sentido<br />
NW-SE hoje atuando nesta parte da Bacia do<br />
5) Amazonas (Figura 4.11), representando as direções:<br />
138
a) N75-85E - zona principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento;<br />
b) N45-55E - dobras e falhas reversas;<br />
c) N40-50W - falhas normais;<br />
d) N10-20W - falhas antitéticas;<br />
e) N75-85W - falhas sintéticas;<br />
f) N10-20E - direção reativada como falhamento transcorrente<br />
<strong>de</strong>xtral.<br />
Ressaltando-se que os “trends” N10-20W e N10-20E representam reativações<br />
<strong>de</strong> antigas linhas <strong>de</strong> fraqueza do embasamento.<br />
RECOMENDAÇÕES<br />
Este estudo propôs um mo<strong>de</strong>lo tectônico para a área, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />
coleção <strong>de</strong> dados disponíveis e sem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> campo.<br />
Para enriquecer a discussão sobre o arcabouço tectônico <strong>de</strong>sta área,<br />
recomenda-se:<br />
1) o estudo das seções sísmicas <strong>de</strong> reflexão, nos níveis mais rasos da<br />
bacia, para checar o caráter das fraturas N10-20E, N50-60W, N10-<br />
20W e N75-85W, realizando para tal o reprocessamento <strong>de</strong>ssas<br />
seções com enfoque nos refletores mais rasos;<br />
2) o processamento dos dados magnéticos dirigido para mo<strong>de</strong>lagens<br />
verticais nos mesmos perfis on<strong>de</strong> foram realizadas as mo<strong>de</strong>lagens<br />
gravimétricas, abrangendo não somente as fontes profundas como<br />
também as fontes rasas;<br />
139
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