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INPE-7996-TDI/749<br />

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA<br />

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS<br />

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO ARCABOUÇO ESTRUTURAL<br />

DA ÁREA DO RIO TAPAJÓS, BACIA DO AMAZONAS, ATRAVÉS<br />

DA ÁNALISE INTEGRADA DE DADOS DE TOPOGRAFIA,<br />

GEOLOGIA, MAGNETOMETRIA, GRAVIMETRIA E<br />

SENSORIAMENTO REMOTO<br />

Rosângela Buzanelli Torres<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestrado em Sensoriamento Remoto orientada pelos Doutores Liu<br />

Chang Chiang e Fernando Pellon <strong>de</strong> Miranda, aprovada em 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998.<br />

INPE<br />

São José dos Campos<br />

2000


528.711.7 : 551.243.8 (811.3)<br />

TORRES, R. B.<br />

Contribuição ao estudo do arcabouço estrutural da<br />

área do rio Tapajós, Bacia do Amazonas, através da análise<br />

integrada <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> topografia, geologia, magnetometria,<br />

gravimetria e sensoriamento remoto / R. B. Torres.<br />

- São José dos Campos: INPE, 1998.<br />

153p. - (INPE-7996-TDI/749).<br />

1.Rio Tapajós. 2.Amazônia (região). 3.Bacia sedimentar.<br />

4.Mapeador Temático (Landsat-5). 5. Proprieda<strong>de</strong>s<br />

estruturais (geologia). 6.Campos gravitacionais. 7.Análise<br />

quantitativa. 8.Campos magnéticos. I.Título.


Candidato (a) : Rosângela Buzanelli Torres<br />

Aprovado pela Banca Examinadora em<br />

cumprimento a requisito exigido para a<br />

obtenção do Título <strong>de</strong> Mestre em<br />

Sensoriamento Remoto.<br />

São José dos Campos, 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998.


A minha mãe, Maria<br />

Aos músicos <strong>de</strong>ste planeta azul, em especial Alceu Valença<br />

Ao meu pai, Ary


AGRADECIMENTOS<br />

Registro aqui meus agra<strong>de</strong>cimentos a todos que contribuíram direta ou<br />

indiretamente para a realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

À PETROBRÁS e ao INPE, por terem viabilizado a realização <strong>de</strong>ste trabalho e<br />

aos orientadores, Dr. Liu Chang Chiang e Dr. Fernando Pellon <strong>de</strong> Miranda.<br />

Aos colegas <strong>de</strong> mestrado e funcionários do INPE envolvidos direta ou<br />

indiretamente neste trabalho, especialmente Etel, Ísis, Valéria, Júlio e Joaquim.<br />

Aos colegas da PETROBRÁS / CENPES, E&P-AM/GEINT e E&P-<br />

GEREX/GEINOF, pelas valorosas discussões.<br />

Aos colegas da PETROBRÁS / E&P-BC / GEXP / GEOMAR e GEINT.<br />

Aos colegas da Petrobrás/Revap, especialmente Ester e Galliotte.<br />

Ao Dr. Nilo Azambuja, pelo inestimável e fundamental apoio e incentivo.<br />

Muito especialmente, agra<strong>de</strong>ço aos colegas e amigos Benedito Souza (Bené) e<br />

João Bach (Xico).<br />

À minha família e a meus amigos, especialmente Roseli, Edton, Tânia, Help,<br />

Flávia, Carmo, Armando, Socorro e Bunahum, pelo incentivo e apoio<br />

constantes.<br />

A Celso Hilário Raffaelli (in memorian).


RESUMO<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi investigar as feições estruturais expressas em<br />

imagens <strong>de</strong> sensoriamento remoto e dados geofísicos na região do Rio<br />

Tapajós (Bacia do Amazonas), com ênfase nos eventos tectônicos ocorridos<br />

após a <strong>de</strong>posição da Formação Alter do Chão, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> Cretáceo-Terciária.<br />

Para tal, realizou-se o estudo <strong>de</strong> lineamentos com base na fotointerpretação <strong>de</strong><br />

imagens Landsat-5/TM, utilizando também recursos <strong>de</strong> processamento digital<br />

<strong>de</strong> imagens e técnicas <strong>de</strong> geoprocessamento. Os materiais utilizados foram<br />

imagens Landsat-5/TM, cartas topográficas, dados <strong>de</strong> métodos potenciais<br />

(magnetometria e gravimetria), mapas gerados pela interpretação <strong>de</strong> dados <strong>de</strong><br />

sísmica <strong>de</strong> reflexão e mapas morfoestruturais. O processamento digital <strong>de</strong><br />

imagens melhorou sobremaneira a apresentação dos dados, o que permitiu a<br />

extração <strong>de</strong> informações com mais <strong>de</strong>talhes. Os recursos <strong>de</strong><br />

geoprocessamento possibilitaram a análise integrada dos dados e o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> suas relações espaciais, realizados a partir da construção<br />

<strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> dados georreferenciados. Esta análise integrada mostrou um<br />

padrão coerente na distribuição espacial <strong>de</strong> estruturas em diferentes níveis<br />

estratigráficos na bacia, permitindo a proposição <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo tectônico que<br />

explica a gênese <strong>de</strong> vários “trends” mapeados na superfície através do<br />

sensoriamento remoto. Pô<strong>de</strong>-se, <strong>de</strong>sta forma, propor a atuação na área <strong>de</strong><br />

estudo <strong>de</strong> uma tectônica “wrench” <strong>de</strong>xtral, com direção principal <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slocamento N80E, posterior à <strong>de</strong>posição da Formação Alter do Chão.


CONTRIBUTION TO THE KNOWLEDGE OF THE STRUCTURAL<br />

FRAMEWORK OF THE TAPAJOS RIVER AREA, AMAZONAS BASIN,<br />

THROUGH THE INTEGRATION OF DIGITAL REMOTE SENSING,<br />

GEOLOGY, TOPOGRAPHY, MAGNETOMETRY AND GRAVIMETRIC DATA<br />

ABSTRACT<br />

The objective of this research is to investigate structural features using remote<br />

sensing images and geophysical data in the Tapajós river region (Amazon<br />

sedimentary basin), with emphasis on events that took place after the<br />

<strong>de</strong>position of the Alter do Chão Formation (Cretaceous-Tertiary). The research<br />

was based mostly on digital manipulation of Landsat-5/TM images, gravimetric<br />

and magnetometric data, and topographic, seismic and morphostructural maps.<br />

Digital image processing improved the presentation of data this providing<br />

suitable means for the generation of new geologic information. Geoprocessing<br />

procedures allowed on integrated data analysis and a better un<strong>de</strong>rstanding of<br />

their spatial and genetic relationships. This approach led to the i<strong>de</strong>ntification of<br />

spatial and genetic relationships between structures in different stratigraphic<br />

levels in the basin, high lighting the tectonic influence of several trends mapped<br />

by remote sensing. The use of the proposed methodology ma<strong>de</strong> possible to<br />

establishe a <strong>de</strong>xtral wrench tectonics trending N80E in this portion of the<br />

Amazon Basin, after the <strong>de</strong>position of the Alter do Chão Formation.


SUMÁRIO<br />

LISTA DE FIGURAS .....................................................................................<br />

LISTA DE TABELAS .....................................................................................<br />

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ..................................................................... 21<br />

CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA .......................................................................... 25<br />

2.1 Breve Histórico ................................................................................... 25<br />

2.2 Arqueano e Proterozóico ...................................................................... 26<br />

2.3 Fanerozóico ......................................................................................... 29<br />

2.3.1 Origem da Bacia do Amazonas ........................................................... 29<br />

2.3.2 Evolução tectono-sedimentar ............................................................. 30<br />

2.3.3 Arcabouço tectono-estrutural ............................................................... 31<br />

2.3.4 Magmatismo básico ............................................................................ 36<br />

2.3.5 Tectonismo Cretáceo e Terciário ......................................................... 38<br />

CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS ................................................... 43<br />

3.1 Materiais ........................................................................................... 43<br />

3.2 Caracaterísticas dos dados utilizados e tratamentos preliminares .... 45<br />

3.2.1 Sensoriamento Remoto .................................................................... 45<br />

3.2.1.1 Dados dos sensores orbitais do Satélite Landsat-5 .......................... 47<br />

3.2.2 Dados Geofísicos .............................................................................. 51<br />

3.2.2.1 Gravimetria ........................................................................................ 51<br />

3.2.2.2 Magnetometria ................................................................................... 56<br />

3.2.3 Mapa Morfoestrutural ........................................................................ 65<br />

3.3 Métodos ............................................................................................ 65<br />

3.3.1 Fotointerpretação .............................................................................. 68<br />

3.3.1.1 Estudo <strong>de</strong> lineamentos ..................................................................... 68


3.3.1.2 Métodos e critérios <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> lineamentos ............................... 69<br />

3.3.1.3 Classificação <strong>de</strong> lineamentos ........................................................... 70<br />

3.3.2 Sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas ............................................... 74<br />

3.3.2.1 Banco <strong>de</strong> dados ................................................................................ 75<br />

3.3.2.2 Conversões e manipulações ............................................................. 77<br />

3.3.2.3 Integração digital <strong>de</strong> dados ............................................................... 81<br />

CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DOS DADOS ......................................................... 87<br />

4.1 Dados <strong>de</strong> Sensoriamento Remoto - lineamentos .........................87<br />

4.2 Dados Geofísicos ............................................................................ 108<br />

4.2.1 Gravimetria ...................................................................................... 108<br />

4.2.2 Magnetometria ..................................................................................112<br />

4.2.2.1 Análise quantitativa .......................................................................... 112<br />

4.2.2.2 Análise qualitativa ............................................................................ 114<br />

4.3 Análise integrada dos dados ............................................................. 125<br />

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................. 137<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 141


LISTA DE FIGURAS<br />

Pág.<br />

1.1 - Localização da área <strong>de</strong> estudo. Composição colorida Landsat<br />

5/TM: banda 5 (Red), banda 4 (Green), banda 3 (Blue) ...................... 22<br />

1.2 - Mapa geológico da área <strong>de</strong> estudo ..................................................... 24<br />

2.1 - Carta estratigráfica da Bacia do Amazonas ..................................... 27<br />

2.2 - Estudo integrado dos eventos pré-cambrianos e fanerozóicos na<br />

região amazônica .............................................................................. 33<br />

2.3 - Arcabouço estrutural interpretado através <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão<br />

ressaltando o tectonismo terciário .................................................... 42<br />

3.1 - Porção do espectro eletromagnético mais utilizada para sensoria<br />

mento remoto dos recursos naturais e alguns sensores associados.<br />

Comportamento espectral dos alvos mais comuns na super-<br />

fície: 1- água; 2- vegetação; 3- solo (a). Comportamento espectral<br />

<strong>de</strong> uma planta fotossinteticamente ativa (b) ................................. 48<br />

3.2 - Mosaico <strong>de</strong> imagens Lansat-5/TM das cenas 227-62 e 227-63<br />

(órbita ponto), adquiridas em 18/07/88, em composição colorida<br />

(RGB), on<strong>de</strong> banda 5 (R), banda 4 (G), banda 3 (B) ........................ 52<br />

3.3 - Mapa base da malha irregular dos dados <strong>de</strong> gravimetria .................. 55<br />

3.4 - Campo Magnético da Terra ............................................................... 57<br />

3.5 - Gra<strong>de</strong>s integradas do Campo Magnético Total Anômalo continua-<br />

das 2000 m para cima e reduzidas ao pólo ........................................ 63<br />

3.6 - Fluxograma <strong>de</strong> processamento dos dados aeromagnetométricos ...... 64<br />

3.7 - Mapa morfoestrutural e lineamentos ENE sobre o mapa geológico ... 66<br />

3.8 - Fluxograma simplificado da metodologia ............................................. 67<br />

3.9 - Mapa total <strong>de</strong> lineamentos superimposto à imagem Landsat-5/TM<br />

em composição colorida (5R 4G 3B). Os lineamentos foram extraí<br />

dos a partir da análise visual monoscópica em imagens Landsat-5<br />

/TM, nas bandas 4 e 5 ....................................................................... 71<br />

3.10- Roseta mostrando a distribuição estatística das direções dos


lineamentos retilíneos (comprimento absoluto) com intervalos <strong>de</strong><br />

classe <strong>de</strong> 10 graus <strong>de</strong> azimute .......................................................... 72<br />

3.11- Imagens <strong>de</strong> topografia (a), gravimetria (b) e magnetometria (c), re<br />

duzida ao pólo e continuada 2000 m para cima, expressas em níveis<br />

<strong>de</strong> cinza .................................................................................. 78<br />

3.12 - Imagens <strong>de</strong> topografia (a), gravimetria (b) e magnetometria (c -re<br />

duzida ao pólo e continuada 2000 m para cima) colorizadas<br />

através <strong>de</strong> Look Up Tables (LUT) .................................................... 80<br />

3.13 - Imagens do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e<br />

continuado 2000 m para cima) iluminadas <strong>de</strong> norte, 0 graus e <strong>de</strong><br />

leste, 90 graus ................................................................................... 85<br />

4.1 - Lineamentos retilíneos sobrepostos ao mapa geológico ................... 88<br />

4.2 - Lineamentos curvilíneos sobrepostos ao mapa geológico. Notar<br />

concentração na região do embasamento, caracterizando tais fei<br />

ções como as mais antigas .................................................................. 89<br />

4.3a- Lineamentos N10-20E sobrepostos ao mapa geológico ..................... 91<br />

4.3b- Lineamentos N10-20E sobrepostos à imagem topográfica. Obser<br />

var condicionamento do Rio Tapajós a esta direção e sua concen<br />

tração nos altos topográficos da Fm. Alter do Chão ........................... 92<br />

4.4a- Lineamentos N45-55E e N40-50W sobrepostos ao mapa geológi<br />

co. Notar a distribuição praticamente restrita à Fm. Alter do Chão .......94<br />

4.4b- Lineamentos N45-55E sobrepostos à imagem topográfica. Notar o<br />

condicionamento do Rio Curuá-Una e do Rio Moju, bem como a<br />

distribuição restrita à porção norte da área <strong>de</strong> estudo ........................ 95<br />

4.5a- Lineamentos N75-85E sobrepostos ao mapa geológico .................... 96<br />

4.5b- Lineamentos N75-85E sobrepostos à imagem topográfica. Obser<br />

var o condicionamento do relevo nas encostas <strong>de</strong>senvolvidas em<br />

rochas paleozóicas e do embasamento, bem como o aspecto rugo<br />

so que confere à topografia da Fm. Alter do Chão ............................. 97<br />

4.6a- Lineamentos N10-20W e N75-85W sobrepostos ao mapa<br />

geológico ............................................................................................ 98


4.6b- Lineamentos N10-20W sobrepostos à imagem topográfica. Notar<br />

o condicionamento <strong>de</strong> um trecho do Rio Tutuí e sua ampla distri<br />

buição na área <strong>de</strong> estudo .................................................................. 99<br />

4.7 - Lineamentos N40-50W sobrepostos à imagem topográfica. Notar<br />

distribuição praticamente restrita à porção norte da área (Fm. Alter<br />

do Chão) .......................................................................................... 100<br />

4.8 - Arcabouço estrutural mapeado pela sísmica (Travassos e Barbosa<br />

Filho, 1990) sobreposto ao mapa geológico, mostrando uma falha<br />

transcorrente <strong>de</strong>xtral com orientação E-W, bem como falhas<br />

transcorrentes, anticlinais e falhas reversas com direção geral NE ....103<br />

4.9 - Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado<br />

2000 m para cima) iluminado <strong>de</strong> leste, mostrando a coincidência<br />

entre os lineamentos magnéticos NE/NW (branco) e os lineamen<br />

tos NE/NW extraídos da imagem <strong>de</strong> satélite (preto) .......................... 104<br />

4.10- Lineamentos retilíneos filtrados sobre mapa geológico e o elipsói<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação aplicado ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> tectônica “wrench” <strong>de</strong>x<br />

tral com direção principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento N75-85E ......................... 106<br />

4.11- Direções <strong>de</strong> tensão horizontal máxima obtidas através da análise<br />

<strong>de</strong> “breakouts” em poços na Bacia do Amazonas e Solimões. Na<br />

área <strong>de</strong> estudo os três poços (1-TU-1-PA, 1-SP-1-PA, 1-BR-1-PA)<br />

apontam resultados <strong>de</strong> compressão para NW ................................... 107<br />

4.12- Imagem e contorno do Campo Gravimétrico (Bouguer) com a loca<br />

lização dos perfis mo<strong>de</strong>lados. Notar os dois altos gravimétricos<br />

pronunciados ................................................................................... 110<br />

4.13- Perfis mo<strong>de</strong>lados através do GM-SYS/GEOSOFT, com parâme<br />

tros <strong>de</strong>finidos por Nunn e Aires (1988). As profundida<strong>de</strong>s estima<br />

das para as intrusões são <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 15 km (a) e 8 km (b) para<br />

os corpos a oeste e leste, respectivamente (Fig. 4.12), o que é<br />

confirmado pela mo<strong>de</strong>lagem leste-oeste (c). Notar o ótimo ajuste<br />

dos valores medidos além do baixíssimo erro estimado ................... 111


4.14- Análise quantitativa através do espectro <strong>de</strong> potência da gra<strong>de</strong><br />

Santarém Leste. Os “slopes” fornecem profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes a<br />

cerca <strong>de</strong> 0,1 km; 0,5 km; 7,0 km; 20,0 km .......................................... 113<br />

4.15- Imagem do Campo Magnético Total Anômalo com contorno (redu<br />

zido ao pólo econtinuado 2000 m para cima). Notar a distribuição<br />

do conteúdo <strong>de</strong> freqüências e o caráter alongado aproximada<br />

mente EW das feições na porção central da área .............................. 115<br />

4.16- Províncias magnéticas individualizadas <strong>de</strong> acordo com padrões<br />

<strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> e conteúdo <strong>de</strong> freqüências e respectivas amplitu<br />

<strong>de</strong>s, com sobreposição das isólitas <strong>de</strong> diabásio e dos poços da<br />

área ................................................................................................. 116<br />

4.17- Lineamentos magnéticos sobrepostos ao mapa <strong>de</strong> províncias. A<br />

província P1 concentra gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> lineamentos; P2 con<br />

centra predominantemente lineamentos <strong>de</strong> menor extensão; P3<br />

apresenta menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><strong>de</strong> lineamentos. A análise comparati<br />

va <strong>de</strong> P4 não será realizada por terem sido seus dados diferente<br />

mente processados ............................................................................ 119<br />

4.18- Sobreposição dos mapas geológico (temático-linhas) e <strong>de</strong> pro<br />

víncias magnéticas (temático-colorido) ............................................. 120<br />

4.19- Mapa <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes mo<strong>de</strong>lado no GRIDEPTH/<br />

GEOSOFT sobreposto à imagem do Campo Magnético Total Anô<br />

malo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima). Mo<strong>de</strong>la<br />

gem realizada para falhas ................................................................ 122<br />

4.20- Lineamentos magnéticos sobrepostos à imagem do Campo Mag<br />

nético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para<br />

cima) iluminada <strong>de</strong> leste para oeste (90 0 ). Notar as gran<strong>de</strong>s exten<br />

sões dos lineamentos com “trend” EW ............................................. 123<br />

4.21- Roseta mostrando a distribuição estatística das direções dos linea<br />

mentos magnéticos (comprimento absoluto), com intervalos <strong>de</strong><br />

classe <strong>de</strong> 10 0 <strong>de</strong> azimute ................................................................. 124<br />

4.22- Sobreposição dos mapas dos campos Magnético Total Anômalo


(reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima, colorido) e gra<br />

vimétrico (Bouguer - contorno), mostrando a coincidência dos<br />

respectivos altos ............................................................................... 126<br />

4.23- Sobreposição do arcabouço estrutural (mapeado por sísmica) à<br />

imagem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e<br />

continuado 2000 m para cima). Observar a gran<strong>de</strong> coincidência<br />

entre a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação terciária (anticlinais e falhas reversas)<br />

e o gran<strong>de</strong> alto magnético .................................................................. 128<br />

4.24- Sobreposição do arcabouço estrutural (mapeado por sísmica) à<br />

imagem do Campo Gravimétrico (Bouguer). Observar a gran<strong>de</strong><br />

coincidência entre a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação terciária (anticlinais e<br />

falhas reversas) e a região dos altos gravimétricos .......................... 129<br />

4.25- Sobreposição do mapa morfoestrutural (vetorial) à imagem do Cam<br />

po Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m<br />

para cima). Notar a coincidência entre as morfoestruturas e as re<br />

giões magneticamente mais perturbadas, além do condicionamento<br />

<strong>de</strong> várias morfoestruturas a lineamentos magnéticos ....................... 130<br />

4.26- Sobreposição dos mapas morfoestrutural e <strong>de</strong> arcabouço estrutural<br />

sísmico (vetoriais) à composição colorida do Landsat-5/TM. Notar as<br />

várias coincidências das estruturas interpretadas e mapeadas pelos<br />

dois métodos: morfoestruturas com dobras e falhas; linhas <strong>de</strong> forma<br />

com linhas <strong>de</strong> charneiras ................................................................. 131<br />

4.27- Mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural sísmico (veto<br />

riais) sobrepostos à imagem do Campo Magnético Total Anômalo<br />

(reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima) ............................ 132<br />

4.28- Mapas <strong>de</strong> isópadas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural sísmico sobre<br />

postos à imagem do Campo Gravimétrico (Bouguer) ........................ 133<br />

4.29- Mapa sísmico <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> do embasamento sobreposto à ima<br />

gem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e conti<br />

nuado 2000 m para cima). Observar o reflexo das estruturas do<br />

embasamento no campo magnético (pontos A, B, C, D, e E). Com


parar com as Figuras 4.9 e 4.20 ........................................................ 135


LISTA DE TABELAS<br />

Pág.<br />

3.1 - Imagens TM Landsat-5 utilizadas no trabalho ..................................... 44<br />

3.2 - Características espectrais e espaciais do sensor TM do satélite<br />

Landsat- 5 ......................................................................................... 49<br />

3.3 - Características dos Levantamentos Aeromagnetométricos ............... 60<br />

3.4 - Análise estatística da direção dos lineamentos com intervalos <strong>de</strong><br />

classe <strong>de</strong> cinco graus ......................................................................... 73<br />

3.5 - Categrorias correspon<strong>de</strong>ntes à entrada <strong>de</strong> dados no SGI .................. 76<br />

4.1 - Sistemas <strong>de</strong> lineamentos retilíneos ..................................................... 90<br />

4.2 - Poços na área e profundida<strong>de</strong>s do diabásio ...................................... 117


CAPÍTULO 1<br />

INTRODUÇÃO<br />

As técnicas <strong>de</strong> sensoriamento remoto e <strong>de</strong> geoprocessamento têm sido<br />

crescentemente aplicadas para estudos geológicos, aca<strong>de</strong>micamente ou na<br />

indústria mineral e petrolífera. Nesta dissertação, utilizou-se o sensoriamento<br />

remoto para uma pesquisa com ênfase no mapeamento e na interpretação <strong>de</strong><br />

lineamentos (fotoleitura, fotoanálise e fotointerpretação). Foram também<br />

utilizadas técnicas <strong>de</strong> processamento digital <strong>de</strong> imagens e <strong>de</strong><br />

geoprocessamento para promover a integração <strong>de</strong> dados geomorfológicos,<br />

geológicos e geofísicos, visando obter novas informações sobre o arcabouço<br />

estrutural da área <strong>de</strong> estudo, através da utilização dos “softwares” Sistema <strong>de</strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> Imagens e Sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas (SITIM/SGI) do<br />

Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (INPE) / Engespaço.<br />

A área <strong>de</strong> estudo abrange uma parte da Bacia do Amazonas, está inserida na<br />

floresta amazônica e se localiza no Estado do Pará, entre as coor<strong>de</strong>nadas<br />

planas norte 9501000 m - 9724000 m e leste 666305 m - 834000 m, Meridiano<br />

Central <strong>de</strong> 57 0 W (Figura 1.1). As cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santarém, Alter do Chão, Aveiro,<br />

Belterra e Agrovila Presi<strong>de</strong>nte Médici são os principais núcleos urbanos na<br />

área, que é atravessada pelas rodovias Cuiabá-Santarém e Transamazônica.<br />

21


666305<br />

9724000<br />

0<br />

04 30' S<br />

0<br />

55 30' W<br />

0<br />

Rio Cupari<br />

Aveiro<br />

35km<br />

22<br />

Belterra<br />

Rodovia Cuiabá-Santarém<br />

Agrovila Pres.<br />

Médici<br />

Rio Moju<br />

0<br />

MC=57<br />

Santarém<br />

W<br />

Rio Tutui<br />

Rio Curuá Una<br />

Rodovia Tranzamazônica<br />

0<br />

54 00' W 0<br />

02 30' S<br />

834000<br />

9501000<br />

Fig. 1.1 - Localização da área <strong>de</strong> estudo. Composição colorida Landsat-5/TM:<br />

banda 5 (Red), banda 4 (Green), banda 3 (Blue).


A Bacia do Amazonas abrange as áreas sedimentares anteriormente<br />

<strong>de</strong>nominadas como bacias do Baixo e do Médio Amazonas, sendo limitada ao<br />

norte pelo Escudo das Guianas, ao sul pelo Escudo Brasileiro, a leste pelo<br />

Arco <strong>de</strong> Gurupá e a oeste pelo Arco <strong>de</strong> Purus, que a separa da Bacia do<br />

Solimões (referida no passado como Bacia do Alto Amazonas). Tal bacia vem<br />

sendo estudada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XIX. Entretanto, não obstante toda a pesquisa,<br />

muitas dúvidas ainda permanecem sobre sua origem e evolução tectonoestrutural,<br />

ensejando a contínua realização <strong>de</strong> trabalhos científicos nesta vasta<br />

e complexa região. Afloram na área rochas pré-cambrianas a cenozóicas,<br />

sendo utilizados nesta dissertação como base cartográfica geológica (Figura<br />

1.2) os mapas elaborados pelo Projeto RADAMBRASIL (Araújo et al., 1976 e<br />

Santos et al., 1975).<br />

Esta dissertação tem por objetivo investigar as feições estruturais da área <strong>de</strong><br />

estudo através da análise e integração digital <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> sensores remotos<br />

(sensor Thematic Mapper do satélite Landsat-5), topográficos, geológicos e<br />

geofísicos (magnetometria e gravimetria), com <strong>de</strong>staque para os eventos<br />

ocorridos após a <strong>de</strong>posição da Formação Alter do Chão (<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> cretácea a<br />

terciária).<br />

23


666305<br />

9724000<br />

CP<br />

OS<br />

0<br />

Rio Ta p a jó s<br />

D<br />

pC<br />

35km<br />

T<br />

Legenda:<br />

MC 57 W<br />

0<br />

24<br />

834000<br />

Quaternário<br />

Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas)<br />

Devoniano<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio/Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

9501000<br />

Fig. 1.2 - Mapa geológico da área <strong>de</strong> estudo.<br />

FONTE: Petrobrás / E&P-AM, modificado <strong>de</strong> Santos et al. (1975) e Araújo<br />

et al . (1976).<br />

JKp<br />

pCp


2.1 BREVE HISTÓRICO<br />

CAPÍTULO 2<br />

GEOLOGIA<br />

As primeiras investigações geológicas sistemáticas na Bacia do Amazonas<br />

foram <strong>de</strong>senvolvidas por Derby (1877), Evans (1906), Paiva (1929) e Moura<br />

(1938), citados por Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991). Tais autores <strong>de</strong>screveram e<br />

caracterizaram várias unida<strong>de</strong>s litológicas como resultado do reconhecimento<br />

geológico realizado ao longo dos principais rios da região. As bases para a<br />

primeira coluna estratigráfica foram fornecidas por Oliveira e Leonardos (1943),<br />

Petri (1952) e Odoni (1953), citados por Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991).<br />

Vários mapeamentos <strong>de</strong> campo, realizados principalmente ao longo dos rios,<br />

foram refinando a estratigrafia e registrando elementos estruturais adicionais<br />

da citada bacia. Em particular, na região do Rio Tapajós, alguns autores tais<br />

como Silva (1951, 1957), Kremer (1956), Krause (1957), Leite (1958),<br />

Freydanck (1957) citado por Bemerguy (1964) e Caputo et al. (1971)<br />

<strong>de</strong>senvolveram e aprimoraram a estratigrafia da área, estabelecendo uma<br />

coluna base, do Siluriano ao Paleoceno-Pleistoceno.<br />

Os trabalhos se intensificaram a partir da década <strong>de</strong> 1970, com o incremento<br />

da pesquisa petrolífera e com a elaboração das cartas geológicas ao<br />

milionésimo do Projeto RADAMBRASIL, amplificando sobremaneira o<br />

conhecimento geológico da região (Wan<strong>de</strong>rley Filho, 1991).<br />

Caputo et al. (1971) <strong>de</strong>finiram três gran<strong>de</strong>s ciclos <strong>de</strong>posicionais no Paleozóico;<br />

Caputo et al. (1972), citados por Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), revisaram o conteúdo<br />

litológico do acervo <strong>de</strong> dados então existente e promoveram um<br />

aperfeiçoamento da coluna litoestratigráfica da bacia. Até o momento, a carta<br />

25


estratigráfica da Bacia do Amazonas mais atualizada foi elaborada por Cunha<br />

et al. (1994), Figura 2.1.<br />

A origem e evolução tectônica da bacia foram discutidas por vários autores,<br />

sendo Rezen<strong>de</strong> (1971) um dos primeiros a questionar a alegada ausência <strong>de</strong><br />

tectonismo modificador na bacia. Os trabalhos sobre a região, abrangendo o<br />

Proterozóico e/ou o Fanerozóico, tratam, em geral, <strong>de</strong> períodos geológicos e<br />

eventos tectônicos específicos, assumindo <strong>de</strong>staque o trabalho <strong>de</strong> síntese <strong>de</strong><br />

Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), que aborda a evolução da bacia do Proterozóico ao<br />

Terciário.<br />

2.2 ARQUEANO E PROTEROZÓICO<br />

Segundo Amaral (1974), a Plataforma Amazônica apresenta um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento complexo, com expressiva consolidação após o gran<strong>de</strong><br />

episódio magmático-metamórfico Transamazônico. Cordani et al. (1979)<br />

<strong>de</strong>finiram para a região uma província geocronológico-estrutural <strong>de</strong>nominada<br />

Amazônia Central e três cinturões móveis (Maroni-Itacaiunas, Rio Negro-<br />

Juruena e Rondoniano).<br />

26


Fig. 2.1 - Carta estratigráfica da Bacia do Amazonas<br />

Fonte: Modificado <strong>de</strong> Cunha et al. (1994, p. 50)<br />

27


Hasui et al. (1984) propuseram a existência na Amazônia <strong>de</strong> vários blocos<br />

crustais, compostos por granitói<strong>de</strong>s e “greenstone belts”, que se articulam<br />

através <strong>de</strong> cinturões <strong>de</strong> rochas <strong>de</strong> alto grau metamórfico, caracterizados por<br />

anomalias gravimétricas lineares e por domínios magnéticos fortemente<br />

perturbados. Subjacentes às bacias do Amazonas e Solimões, ocorrem,<br />

segundo tais autores, os cinturões Ma<strong>de</strong>ira e Médio-Baixo Amazonas, cuja<br />

evolução envolveu soerguimento <strong>de</strong> rochas <strong>de</strong>nsas da base da crosta, através<br />

<strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> cisalhamento com caráter cavalgante. Esse processo <strong>de</strong><br />

imbricação e articulação <strong>de</strong> blocos no Arqueano resultou no espessamento da<br />

crosta, que chega a atingir 50 km (Rembarguer, 1984; Santa Rosa e Leite,<br />

1988, citados por Wan<strong>de</strong>rley Filho, 1991). Esse tectonismo soergueu “lascas”<br />

<strong>de</strong> rochas <strong>de</strong>nsas da base da crosta, relacionadas por Hasui (op. cit.) às<br />

anomalias gravimétricas lineares positivas.<br />

Teixeira et al. (1989), com base em estudos <strong>de</strong> geologia isotópica e refinando<br />

a conceituação <strong>de</strong> Cordani et al. (1979), <strong>de</strong>finiram cinco províncias<br />

geocronológicas para o Cráton Amazônico, quais sejam:<br />

1. Amazônia Central: <strong>de</strong>scrita como um núcleo arqueano exibindo<br />

condições cratônicas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Proterozóico Inferior;<br />

2. Maroni-Itacaiunas: caracterizada por gran<strong>de</strong>s porções <strong>de</strong> rochas<br />

supracrustais associadas a gnaisses e migmatitos da base do<br />

Proterozóico; fragmentos <strong>de</strong> rochas arqueanas, <strong>de</strong> alto grau<br />

metamórfico, estão igualmente incorporados a este cinturão;<br />

3. Rio Negro-Juruena: constituída principalmente por terrenos<br />

granitói<strong>de</strong>s do Proterozóico Médio. As características isotópicas das<br />

rochas que compõem tal província sugerem um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> evolução<br />

<strong>de</strong> arco magmático por <strong>de</strong>rivação mantélica;<br />

4. Rondoniana e Sunsas: apresentam características siálicas e<br />

registram, principalmente, retrabalhamento <strong>de</strong> material continental<br />

28


pré-existente; estão nelas contidas as mais jovens coberturas<br />

proterozóicas do Cráton Amazônico.<br />

Segundo os autores acima citados, os dados isotópicos sugerem que eventos<br />

<strong>de</strong> acreção e diferenciação do manto ocorreram <strong>de</strong>ntro das províncias<br />

Amazônia Central, Maroni-Itacaiunas e Rio Negro-Juruena, seguidos então por<br />

orogêneses intracontinentais siálicas nas províncias Rondoniana e Sunsas.<br />

Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991) sintetizou a evolução do Pré-Cambriano em dois<br />

eventos termo- tectônicos principais: o mais antigo promoveu a organização<br />

dos terrenos granitói<strong>de</strong>s e “greenstones” e dos cinturões; o segundo<br />

proporcionou a edificação <strong>de</strong> várias bacias, por falhas normais NW e <strong>de</strong><br />

transferência NE, no Proterozóico Médio, que foram submetidas à inversão<br />

positiva no Proterozóico Superior, expressa através <strong>de</strong> cavalgamentos com<br />

dobras métricas a quilométricas.<br />

2.3 FANEROZÓICO<br />

2.3.1 ORIGEM DA BACIA DO AMAZONAS<br />

Para Linsser (1958), a origem da Bacia do Amazonas está ligada à intrusão <strong>de</strong><br />

diápiros mantélicos, hoje representados por massas <strong>de</strong>nsas, interpretadas a<br />

partir <strong>de</strong> anomalias gravimétricas lineares positivas, aproximadamente<br />

coinci<strong>de</strong>ntes com o <strong>de</strong>pocentro da bacia, instaladas a partir <strong>de</strong> falhamentos da<br />

crosta, provocando subsidência e fase “rift”. Tal proposta é semelhante<br />

àquelas <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Cunha (1971), Brito Neves et al. (1984) e Coutinho e<br />

Gonzaga (1994), entre outros.<br />

Amaral (1974) interpretou a origem da Bacia Sedimentar do Amazonas como<br />

produto <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong> ativação reflexa no Ordoviciano, associado à<br />

evolução do Geossinclíneo Andino.<br />

29


Neves et al. (1989) e Neves (1990) atribuíram a origem da bacia à dispersão<br />

<strong>de</strong> esforços no fechamento do Ciclo Brasiliano, com a propagação do “rift”<br />

precursor <strong>de</strong> leste para oeste, ao longo <strong>de</strong> antigas linhas do embasamento,<br />

citando trabalhos anteriores com propostas semelhantes.<br />

Para Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), a origem da bacia está ligada aos lineamentos<br />

NE, NW e EW, reativados distensivamente durante a abertura e fechamento<br />

do Oceano Iapetus, no Paleozóico, instalando um imenso “rift” na área.<br />

Fortes (1993) propôs, analisando regionalmente os alinhamentos magnéticos,<br />

um efeito cisalhante sinistral como associado à gênese da bacia, ao invés <strong>de</strong><br />

um afastamento transtensivo puro entre os escudos das Guianas e Brasileiro.<br />

2.3.2 EVOLUÇÃO TECTONO-SEDIMENTAR<br />

São <strong>de</strong>finidos para a bacia três gran<strong>de</strong>s ciclos <strong>de</strong>posicionais paleozóicos e um<br />

quarto mesozóico-cenozóico (Andra<strong>de</strong> e Cunha; 1971; Caputo et al., 1971,<br />

Porto e Szatmari, 1982; Neves et al., 1989; Neves, 1990). Os ciclos<br />

paleozóicos são marcados por discordâncias regionais, produtos <strong>de</strong> orogenias<br />

cíclicas que afetaram a região setentrional da Placa Sul Americana.<br />

Cunha et al. (1994) <strong>de</strong>finiram quatro seqüências <strong>de</strong>posicionais para a Bacia do<br />

Amazonas:<br />

a) Seqüência Ordoviciano-Devoniana: reúne os clásticos marinhos do<br />

Grupo Trombetas e está parcialmente truncada pela discordância<br />

<strong>de</strong>corrente da Orogenia Famatiniana;<br />

b) Seqüência Devoniano-Carbonífera: correspon<strong>de</strong> aos clásticos flúvio<strong>de</strong>ltaicos<br />

e neríticos dos grupos Urupadi e Curuá e tem seu topo<br />

marcado pela discordância relacionada à Orogenia Eo-Herciniana;<br />

c) -Seqüência Permo-Carbonífera: formada por clásticos, carbonatos e<br />

evaporitos continentais e <strong>de</strong> ambiente marinho restrito do Grupo<br />

30


Tapajós; está profundamente cortada pela discordância resultante da<br />

Orogenia Gonduani<strong>de</strong> e do Diastrofismo Juruá;<br />

d) Seqüência Cretáceo-Terciária: composta pelos clásticos flúviolacustres<br />

do Grupo Javari que ocuparam os espaços criados pela<br />

Orogenia Andina; sedimentos pobres em fósseis, principalmente em<br />

sua parte basal, e sua datação ainda se faz <strong>de</strong> maneira aproximada.<br />

Coutinho e Gonzaga (1994) propõem para a bacia uma evolução tipo “rift”<br />

continental com sedimentação cíclica e rifteamento polifásico, cujo padrão<br />

sinuoso (“dog leg”) resulta <strong>de</strong> um arranjo complexo <strong>de</strong> ”half-grabens”<br />

interconectados ao longo <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> acomodação. Com base em estudos <strong>de</strong><br />

litofácies, taxas <strong>de</strong> sedimentação e curvas <strong>de</strong> subsidência, tais autores<br />

<strong>de</strong>finem quatro eventos tectonotermais na evolução da bacia.<br />

2.3.3 ARCABOUÇO TECTONO-ESTRUTURAL<br />

Muitos trabalhos tratam da influência das estruturas pré-cambrianas na<br />

evolução fanerozóica da bacia, <strong>de</strong>ntre eles Amaral (1974), Porto e Szatmari<br />

(1982), Brito Neves et al. (1984), Carneiro e Jucá (1985), Teixeira (1988),<br />

Neves et al. (1989), Neves (1990), Travassos e Barbosa Filho (1990),<br />

Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991). Esta discussão foi inicialmente levantada por Andra<strong>de</strong><br />

e Cunha (1971), que registraram lineamentos cortando unida<strong>de</strong>s pré-<br />

cambrianas a terciárias na Bacia do Amazonas. Araújo (1972), citado por<br />

Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), <strong>de</strong>monstrou, através <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> refração, o<br />

condicionamento das estruturas fanerozóicas pelas proterozóicas (falhas NW-<br />

SE), também observado por Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973), Cunha (1982), Miranda<br />

(1984) e Miranda e Boa Hora (1984).<br />

Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973) propuseram um tectonismo cratônico <strong>de</strong> cisalhamento<br />

para a Bacia do Amazonas, reativado sistematicamente segundo a<br />

estruturação dos escudos.<br />

31


Amaral (1974), referindo-se à assimetria da bacia em relação ao seu eixo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>posição, propôs um controle longitudinal exercido pelo Arco <strong>de</strong> Rio Branco.<br />

Admitiu ainda, transversalmente, um controle dos arcos <strong>de</strong> Iquitos, Purus,<br />

Monte Alegre e Gurupá, ressaltando a coincidência <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>stes com<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s do Pré-Cambriano. Interpretou as transgressões e<br />

regressões na bacia como resultados <strong>de</strong> movimentos oscilatórios verticais<br />

associados ao tectonismo Andino.<br />

Brito Neves et al. (1984) realizaram um estudo <strong>de</strong> integração do Pré-<br />

Cambriano com os eventos fanerozóicos, em áreas sedimentares brasileiras,<br />

on<strong>de</strong> é ressaltada a correspondência existente entre a compartimentação da<br />

Bacia do Amazonas e as províncias tectônicas do embasamento (Figura 2.2):<br />

sub-bacia do Baixo Amazonas como prolongamento da Faixa Móvel Maroni-<br />

Itacaiunas (Proterozóico Inferior); sub-bacia do Médio Amazonas como<br />

extensão da Província Amazônia Central (Arqueano); sub-bacia do Alto<br />

Amazonas como prolongamento da Faixa Móvel Rio Negro-Juruena<br />

(Proterozóico Médio). Os altos estruturais que separam as sub-bacias<br />

correspon<strong>de</strong>riam, então, aos limites das províncias tectônicas proterozóicas.<br />

Tais autores propuseram a atuação <strong>de</strong> movimentos diferenciais <strong>de</strong> blocos e a<br />

existência <strong>de</strong> condições diferentes <strong>de</strong> subsidência nos segmentos em função<br />

das <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s do substrato, quando da resposta aos processos<br />

tectônicos do Fanerozóico (Caledoniano, Herciniano, Weal<strong>de</strong>niano e Andino).<br />

Apontaram evidências <strong>de</strong> movimentação até o Carbonífero ao longo da<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> entre a Província Amazônia Central e a faixa Rio Negro-<br />

Juruena.<br />

32


Fig. 2.2 – Estudo integrado dos eventos pré - cambrianos e fanerozóicos na<br />

região amazônica.<br />

Fonte: Brito Neves et. Al. (1984, p. 43)<br />

Miranda (1984), utilizando imagens <strong>de</strong> sensores remotos, interpretou, em<br />

terrenos paleozóicos a terciários, na área do Rio Tapajós, anomalias<br />

morfoestruturais <strong>de</strong> drenagem associadas a domos e <strong>de</strong>pressões estruturais,<br />

que, em <strong>de</strong>terminados arranjos, <strong>de</strong>finem “trends” sugestivos <strong>de</strong> feições tipo<br />

“horsts” e “grabens”, em parte condicionados por <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s pré-<br />

cambrianas. Miranda e Boa Hora (1984), integrando dados <strong>de</strong> sensores<br />

remotos e aeromagnetometria, confirmaram, através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem<br />

magnética, algumas daquelas feições fotointerpretadas.<br />

Mosmann et al. (1984) propuseram uma tectônica “wrench” afetando as<br />

diferentes sub-bacias amazônicas durante o Mesozóico.<br />

33


Neves (1990) <strong>de</strong>finiu o arcabouço estrutural da bacia como sendo composto<br />

por duas plataformas (norte e sul), duas linhas <strong>de</strong> charneira a elas associadas<br />

e uma calha central segmentada nas direções E-W e NE-SW. Mapeou ainda<br />

feições <strong>de</strong> caráter regional utilizando dados <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão:<br />

1) “trends” <strong>de</strong> anticlinais assimétricos eo-cretáceos nas regiões <strong>de</strong><br />

Curuá do Sul e Abacaxis, associados aos lineamentos <strong>de</strong> mesmo<br />

nome;<br />

2) linha <strong>de</strong> charneira norte e provável “trend” compressivo eo-cretáceo<br />

do Igarapé-Cuia;<br />

3) faixa <strong>de</strong> anticlinais terciários “en echelon” na região do Tapajós e a<br />

oeste, bem como estruturas transtensionais próximas ao Arco <strong>de</strong><br />

Gurupá.<br />

Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991) dividiu a bacia em quatro compartimentos principais,<br />

limitados por gran<strong>de</strong>s falhas NW-SE (Jari-Pacajaí; Paru-Anapu, Faro-Juriti e<br />

Manacapuru-Rio Negro), <strong>de</strong>nominando-os blocos 1, 2, 3 e 4 (no sentido lesteoeste),<br />

concluindo que o bloco 2, on<strong>de</strong> se insere a área <strong>de</strong> estudo, sofreu<br />

constantes basculamentos durante todo seu <strong>de</strong>senvolvimento. Analisou a<br />

feição em “dog leg” da bacia, atribuindo-a à interação das falhas normais NE-<br />

SW, que compõem parte da arquitetura dos “rifts” eo-paleozóicos, com as<br />

falhas transformantes NW-SE, instaladas a partir do Ordoviciano. Descreveu<br />

ainda o estilo estrutural da tectônica do Cretáceo Inferior, composto por dobras<br />

e falhas inversas NE, associadas às linhas <strong>de</strong> charneiras, falhas normais e<br />

transcorrentes. Por fim, tal autor estabeleceu relacionamentos entre as<br />

estruturas proterozóicas e fanerozóicas, <strong>de</strong>ntre eles:<br />

1) os elementos estruturais da bacia foram fortemente controlados pela<br />

orientação das zonas <strong>de</strong> fraqueza do Pré-Cambriano, ilustrando<br />

importante exemplo <strong>de</strong> tectônica ressurgente;<br />

34


2) a Bacia do Amazonas instalou-se sobre um segmento crustal<br />

espessado, que <strong>de</strong>ve ter resultado da evolução estrutural do Cinturão<br />

Médio-Baixo Amazonas <strong>de</strong> Hasui et al., (1984);<br />

3) as prováveis falhas normais mestras da bacia <strong>de</strong>vem seguir<br />

rigorosamente as direções das zonas <strong>de</strong> cisalhamento com caráter<br />

<strong>de</strong> cavalgamento do Cinturão Médio-Baixo Amazonas;<br />

4) as falhas <strong>de</strong> transferência NW-SE, responsáveis pela estrutura em<br />

“dog leg”, <strong>de</strong>vem seguir a orientação geral das zonas <strong>de</strong> falhas<br />

normais do Proterozóico Médio;<br />

5) os segmentos transpressivos e transtensivos dos sistemas<br />

transcorrentes meso-cenozóicos adaptaram-se à estruturação em<br />

“dog leg”.<br />

Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991) propôs seis pulsos cinemáticos no <strong>de</strong>correr do<br />

Fanerozóico, a saber:<br />

1) eo-Paleozóico, extensional <strong>de</strong> caráter regional, responsável pela<br />

instalação das falhas normais NE-SW e cuja progressão estabeleceu<br />

as falhas <strong>de</strong> transferência NW-SE. As transgressões e regressões<br />

são interpretadas como resultado <strong>de</strong> movimentações complexas<br />

<strong>de</strong>stas falhas normais nos blocos individualizados;<br />

2) final do Paleozóico, ascencional regional, com soerguimento<br />

provocado pelo choque do Gondwana com a América do Norte;<br />

3) final do Jurássico, extensional, caracterizado por um regime tectônico<br />

distensivo associado à abertura do Atlântico Norte e Equatorial,<br />

intrudindo diques e favorecendo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> “grabens”;<br />

4) Cretáceo Inferior, com tectônica transcorrente <strong>de</strong>xtral (dobras);<br />

5) Cretáceo Superior-Terciário, extensional, com a movimentação <strong>de</strong><br />

falhas normais NE e falhas normais lístricas NW, relacionado à<br />

formação do Oceano Atlântico;<br />

35


6) Terciário-Quaternário, com regime transcorrente <strong>de</strong>xtral, reflexo da<br />

evolução da ca<strong>de</strong>ia Andina, gerando dobras e estruturas em flor na<br />

região do Rio Tapajós.<br />

Coutinho e Gonzaga (1994), com base em perfis geológicos regionais e na<br />

gravimetria, <strong>de</strong>finiram o arcabouço estrutural da bacia, cujos elementos<br />

estruturais básicos são os ”half-grabens” e suas ombreiras associadas,<br />

separados por zonas <strong>de</strong> acomodação, e as plataformas estruturais.<br />

Fortes (1995), estudando a região do Rio Solimões através <strong>de</strong> mosaicos<br />

radargramétricos do Projeto RADAMBRASIL, i<strong>de</strong>ntificou três sistemas <strong>de</strong><br />

fraturas e os interpretou como produto <strong>de</strong> um megacisalhamento crustal<br />

sisnistral, concluindo também pela recorrência <strong>de</strong> uma mesma tectônica por<br />

todo o tempo <strong>de</strong> existência da bacia.<br />

2.3.4 MAGMATISMO BÁSICO<br />

Durante o Proterozóico e o Fanerozóico, a região amazônica foi afetada por<br />

diferentes eventos <strong>de</strong> magmatismo. As ativida<strong>de</strong>s ígneas do Proterozóico e do<br />

eo-Paleozóico foram interpretadas como representativas <strong>de</strong> eventos terminais<br />

dos cinturões móveis regionais e/ou do magmatismo reflexo <strong>de</strong> sua atuação<br />

em áreas já cratonizadas, sendo condicionadas, preferencialmente, a sistemas<br />

<strong>de</strong> fraqueza NE e NW (Teixeira, 1978; Aires, 1984).<br />

O magmatismo que afetou a Bacia do Amazonas entre o Permiano e o<br />

Cretáceo foi intenso, condicionado por lineamentos NS e NNE (Teixeira, 1978),<br />

e suplantou os limites da área sedimentar, atingindo espessuras superiores a<br />

800 m e volume <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 90.000 km 3 (Wan<strong>de</strong>rley Filho, 1991). Segundo<br />

Aires (1984), o magmatismo se <strong>de</strong>senvolveu como resultado <strong>de</strong> processos<br />

distensivos, preferencialmente nos cruzamentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s lineamentos.<br />

Rezen<strong>de</strong> (1971) atribuiu um caráter repetitivo ao vulcanismo e o associou aos<br />

estágios críticos do regime <strong>de</strong> fragmentação do Gondwana. Amaral (1974)<br />

36


elacionou os principais eventos magmáticos fanerozóicos ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do Cinturão Andino.<br />

Thomaz Filho et al. (1974) propuseram dois eventos magmáticos principais: o<br />

primeiro, associado à separação da América do Norte em relação ao conjunto<br />

América do Sul-África, com ativida<strong>de</strong> principal em 250, 230 e 200 milhões <strong>de</strong><br />

anos (m.a.); o segundo, associado à separação da África e América do Sul,<br />

com ativida<strong>de</strong>s importantes em 180, 150 e 125 m.a., com o que concordaram<br />

Teixeira (1978) e Aires (1984).<br />

Francis (1982), citado por Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), sugeriu que o magma<br />

migrou mergulho abaixo, por gravida<strong>de</strong>, para o <strong>de</strong>pocentro regional,<br />

representado pelas bacias salíferas, on<strong>de</strong> acumulou maiores espessuras.<br />

Wan<strong>de</strong>rley Filho (op.cit.) ressaltou que não há relação temporal das soleiras<br />

com a profundida<strong>de</strong> e propôs apenas um evento gerador do magma no<br />

Jurássico-Triássico, antece<strong>de</strong>ndo a abertura do Atlântico. Sugeriu que uma das<br />

possíveis causas da erosão do final do Paleozóico foi o soerguimento<br />

experimentado no tempo <strong>de</strong>corrido entre a fusão do magma na base da crosta<br />

e a sua migração.<br />

Segundo Mizusaki et al. (1992), os diabásios estão associados principalmente<br />

a clásticos finos e a evaporitos; seu “emplacement” obe<strong>de</strong>ce a padrões<br />

litológicos e estruturais, sendo comuns os saltos <strong>de</strong> soleiras. Tais autores<br />

<strong>de</strong>scartaram, com base em análises químicas, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assimilação<br />

do sal pelo diabásio proposta por Silva (1987), citado por Mizusaki et al.<br />

(op.cit.), sugerindo ainda a existência <strong>de</strong> câmara magmática rasa (alto teor <strong>de</strong><br />

Si e presença <strong>de</strong> fenocristais). Tais autores agruparam as manifestações<br />

magmáticas em um mesmo evento com ida<strong>de</strong> entre 170 e 220 m.a.<br />

(Eojurássico).<br />

37


Coutinho e Gonzaga (1994) aventaram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal magmatismo<br />

estar associado a um “hot spot”.<br />

2.3.5 TECTONISMO CRETÁCEO E TERCIÁRIO<br />

O tectonismo do Cretáceo, <strong>de</strong>nominado Juruá, foi mais estudado na Bacia do<br />

Solimões, on<strong>de</strong> é bastante expressivo, mas seu estilo, ida<strong>de</strong> e, principalmente,<br />

origem ainda são foco <strong>de</strong> muitas discussões. Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973)<br />

propuseram uma roto-translação anti-horária dos escudos das Guianas (mais<br />

intensa) e Guaporé, conseqüência da fragmentação do Gondwana, para<br />

explicar estruturas mesozóicas na bacia. Szatmari (1984), reformulando<br />

mo<strong>de</strong>los anteriores (Szatmari, 1981, 1983), propôs, para o evento Juruá,<br />

falhamento sinistrógiro acompanhado <strong>de</strong> rotação anti-horária do bloco NW da<br />

Falha Juruá durante o Triássico-Jurássico, como conseqüência da abertura do<br />

Golfo do México e do Atlântico Norte.<br />

Esteves (1984), citado por Caputo (1985), propôs, revisando mo<strong>de</strong>los<br />

anteriores, que os dobramentos do Juruá (NE) resultaram <strong>de</strong> esforços<br />

compressivos NW-SE atuantes no Meso-Neojurássico e Eocretáceo, quando<br />

da formação das placas do Caribe, Cocos e Nazca.<br />

Caputo (op.cit.) <strong>de</strong>screveu o evento Juruá como um tectonismo composto por<br />

falhas transcorrentes <strong>de</strong>xtrais <strong>de</strong> direção geral N70-80E, falhas reversas e<br />

dobras assimétricas <strong>de</strong> direção N25-65E e falhas secundárias <strong>de</strong> rejeito lateral<br />

<strong>de</strong> direção N70W. Interpretou esse tectonismo como produto da abertura do<br />

Atlântico Sul, que submeteu a porção NW da América do Sul a esforços<br />

compressivos horizontais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> e direção geral N65W, durante<br />

o Cretáceo Inferior.<br />

Porsche (1985) interpretou o “Trend” Juruá como resultado <strong>de</strong> um tectonismo<br />

cisalhante transpressivo <strong>de</strong>xtral posterior ao magmatismo e, portanto, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

38


entre o Jurássico e o Aptiano. Observou três tipos <strong>de</strong> falhas: reversas<br />

perpendiculares à direção do esforço principal, reversas paralelas à direção <strong>de</strong><br />

transcorrência e sintéticas ligeiramente oblíquas à direção <strong>de</strong> transcorrência.<br />

Campos e Teixeira (1988) e Teixeira (1988), através da sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />

<strong>de</strong>screveram falhamentos inversos associados a dobramentos assimétricos<br />

coinci<strong>de</strong>ntes com o “Trend” Curuá do Sul e, secundariamente, a falhamentos<br />

normais. Tal tectonismo foi por eles consi<strong>de</strong>rado como do Aptiano (Cretáceo<br />

Inferior), produzindo esforços EW atuantes sobre fraturas antigas, em<br />

associação com a abertura do Atlântico Equatorial. Este fenômeno ocorreu<br />

como produto da reação, na zona <strong>de</strong> subducção andina, ao <strong>de</strong>slocamento da<br />

Placa da América do Sul para oeste, gerando compressão no interior da<br />

mesma.<br />

A partir <strong>de</strong> trabalhos realizados na Bacia do Solimões, on<strong>de</strong> ocorreu um<br />

tectonismo eo-Cretáceo expressivo, Costa (1995), com base em dados<br />

geofísicos gravimétricos, magnetométricos e <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />

questionou a associação <strong>de</strong> feições estruturais compressivas à tectônica eo-<br />

cretácea na Bacia do Amazonas, on<strong>de</strong> sugere que sua amplitu<strong>de</strong> teria sido<br />

menor (em relação ao Solimões). Descreveu estruturas tais como falhamentos<br />

reversos, anticlinais assimétricos e “pop up’s” associados e discutiu a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tais perturbações serem reflexos <strong>de</strong> intrusões, apontando<br />

evidências para um caso específico por ele estudado. Neste sentido,<br />

perturbações associadas a corpos <strong>de</strong> diabásio foram <strong>de</strong>scritas em<br />

mapeamento <strong>de</strong> campo como anomalias <strong>de</strong> mergulho e dobramentos por<br />

Kremer (1956), Krause (1957) e Bemerguy (1964). Fortes (1988) propôs um<br />

mo<strong>de</strong>lo para geração <strong>de</strong> dobras e falhas (reversas e normais) em pacotes<br />

sedimentares sobrepostos a corpos magmáticos intrusivos.<br />

O evento Juruá, conforme mencionado anteriormente, não tem gran<strong>de</strong><br />

expressão na Bacia do Amazonas. Os estudos aí realizados dão ênfase ao<br />

39


“Tectonismo Terciário”, relacionado à intensa estruturação <strong>de</strong>senvolvida da<br />

Fm. Alter do Chão, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> cretácea a terciária. Indícios <strong>de</strong>sse tectonismo<br />

foram observados na bacia por Andra<strong>de</strong> e Cunha (1971), Cunha (1982),<br />

Miranda (1984), Carneiro e Jucá (1985), Teixeira (1988), Wan<strong>de</strong>rley Filho et al.<br />

(1988), Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), <strong>de</strong>ntre outros. Travassos e Barbosa Filho<br />

(1990), entretanto, foram os que primeiro mapearam e estudaram este<br />

tectonismo na área do Rio Tapajós.<br />

Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973), estudando a Bacia do Amazonas, observaram um<br />

controle da drenagem por estruturas do embasamento, representando,<br />

segundo os autores, uma reativação terciária <strong>de</strong>ste sistema. Carneiro e Jucá<br />

(1985) <strong>de</strong>screveram a tectônica que atingiu o Terciário como essencialmente<br />

<strong>de</strong> subsidência diferencial, associada a reativações do sistema transtensivo<br />

controladas por sistemas <strong>de</strong> fraturas NE e NW.<br />

Cunha (1982), analisando imagens <strong>de</strong> sensores remotos e dados<br />

gravimétricos, i<strong>de</strong>ntificou feições que interpretou como produtos <strong>de</strong><br />

soerguimento e basculamento <strong>de</strong> blocos, falhas ou “grabens”, estruturas estas<br />

formadas ou reativadas no Terciário. Observando os alinhamentos na bacia,<br />

constatou que estes, em rochas paleozóicas, assumem, em geral, direção NS,<br />

NE-SW e NW-SE; em rochas terciárias, formam padrão retangular <strong>de</strong><br />

drenagem; em rochas mais antigas, ten<strong>de</strong>m a manter paralelismo com as<br />

bordas da bacia, na direção ENE-WSW.<br />

Campos e Teixeira (1988) sugeriram, como origem do tectonismo terciário na<br />

região oeste da Bacia do Baixo Amazonas, uma roto-translação do Escudo das<br />

Guianas em relação ao Escudo Brasileiro na Placa da América do Sul,<br />

relacionada aos limites transformantes com a Placa Caribeana e convergentes<br />

com a <strong>de</strong> Nazca, provocando uma tectônica “wrench” modificadora.<br />

40


Wan<strong>de</strong>rley Filho et al. (1988), estudando movimentos halocinéticos na região<br />

do Rio Tapajós, observaram que a movimentação <strong>de</strong> sal não atingiu estágios<br />

avançados e que a mesma ocorreu na região da calha e na ausência <strong>de</strong><br />

soleiras sotopostas. Observaram ainda uma marcante alteração no padrão<br />

estrutural das seções pós-sal. O tectonismo intenso na região do Rio Tapajós,<br />

foi por eles associado a movimentos halocinéticos gerados por sobrecarga<br />

diferencial e/ou por zonas <strong>de</strong> alívio resultantes <strong>de</strong> reativações terciárias.<br />

Dividiram a Bacia do Amazonas, em função dos mergulhos estruturais, em<br />

quatro províncias: plataforma, charneira, calha central e rampa.<br />

Travassos e Barbosa Filho (1990) mapearam, utilizando sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />

larga faixa <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> tectonismo terciário na região do Rio Tapajós, com<br />

os limites norte e sul aparentemente <strong>de</strong>finidos por zonas <strong>de</strong> falhamentos<br />

transcorrentes e o limite leste dado por uma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direção<br />

aproximadamente NS (Figura 2.3). Descreveram o estilo estrutural resultante<br />

como dobras assimétricas associadas a falhas reversas dispostas “en<br />

echelon”, seguindo a direção geral NE <strong>de</strong> antigos lineamentos. Com base em<br />

dados geofísicos gravimétricos, magnetométricos e <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão, tais<br />

autores propuseram um mo<strong>de</strong>lo alternativo envolvendo transpressão,<br />

resultante da superimposição <strong>de</strong> uma tectônica “wrench”, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong><br />

esforços oblíquos <strong>de</strong> direção geral E-W, sobre <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s antigas.<br />

41


3.1 MATERIAIS<br />

CAPÍTULO 3<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Os materiais utilizados na presente dissertação estão a seguir relacionados:<br />

a) Cartas topográficas na escala 1:250.000: folhas Santarém (SA.21-Z-B),<br />

Aveiro (SA.21-Z-D) e Presi<strong>de</strong>nte Médici (SB.21-X-B);<br />

b) Cartas topográficas na escala 1:100.000: folhas Amorim (SA.21-Z-B-IV),<br />

Mujuí dos Campos (SA.21-Z-B-V), Curuá Una (SA.21-Z-B-VI), Boim<br />

(SA.21-Z-D-I), São Jorge (SA.21-Z-D-II), Rio Tutuí (SA.21-Z-D-III),<br />

Aveiro (SA.21-Z-D-IV), Igarapé Onça (SA.21-Z-D-V), Quilômetro<br />

Duzentos e Quarenta (SA.21-Z-D-VI);<br />

c) Mapas Geológicos do Projeto RADAMBRASIL, escala 1:1.000.000:<br />

Folha SA.21, Araújo et al. (1976) e Folha SB.21, Santos et al. (1975);<br />

d) Mapa Morfoestrutural Integrado, escala 1:500.000, Miranda (1984);<br />

e) Mapa do Arcabouço Estrutural do Bloco Tapajós da Bacia do Amazonas,<br />

gerado por interpretação <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão ao nível da<br />

base da Fm. Alter do Chão, escala 1:250.000, Travassos e Barbosa<br />

Filho (1990);<br />

f) Perfis litológicos dos poços: 1-TU-1-PA, 1-TA-1-PA, 1-TR-1-PA, 1-SP-1-<br />

PA, 2-BU-1-PA, 1-AB-1-PA, 2-CPST-1-PA, 1-FO-1-PA, 1-AC-1-PA e 1-<br />

BR-1-PA;<br />

43


g) Mapa <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal, escala 1:1.000.000, gerado por<br />

PETROBRÁS/E&P-AM;<br />

h) Mapa <strong>de</strong> isólitas <strong>de</strong> diabásio (espessura total) da seqüência permocarbonífera,<br />

escala 1:1.000.000, gerado por PETROBRÁS/E&P-AM;<br />

i) Mapa do embasamento baseado em poços e sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />

escala 1:1.000.000, gerado por PETROBRÁS/E&P-AM;<br />

j) Imagens do sensor Thematic Mapper (TM) do Satélite Landsat-5 (Tabela<br />

3.1).<br />

TABELA 3.1 : IMAGENS TM LANDSAT-5 UTILIZADAS NO TRABALHO<br />

REFERÊNCIA<br />

(órbita.ponto)<br />

BANDAS ESCALA TIPO PRODUTO<br />

227.62 3, 4 , 5 ------------- DIGITAL COMPOSIÇÃO COLORIDA<br />

44<br />

RGB<br />

227.62 4 1:250.000 PAPEL CÓPIA FOTOGRÁFICA EM<br />

PRETO E BRANCO<br />

227.62 5 1:250.000 PAPEL CÓPIA FOTOGRÁFICA EM<br />

PRETO E BRANCO<br />

227.63 3, 4, 5 ------------- DIGITAL COMPOSIÇÃO COLORIDA<br />

RBG<br />

227.63 4 1:250.000 PAPEL CÓPIA FOTOGRÁFICA EM<br />

PRETO E BRANCO<br />

227.63 5 1:250.000 PAPEL CÓPIA FOTOGRÁFICA EM<br />

PRETO E BRANCO


a) Dados digitais gravimétricos em gra<strong>de</strong> regular 2x2 km<br />

(PETROBRÁS/E&P-AM);<br />

j) Dados digitais aeromagnetométricos em formato XYZ e/ou gra<strong>de</strong><br />

regular referentes aos Projetos Santarém, ENCAL S.A. (1982), e Sul do<br />

Pará, LASA (1976).<br />

3.2 CARACTERÍSTICAS DOS DADOS UTILIZADOS E TRATAMENTOS<br />

PRELIMINARES<br />

3.2.1 SENSORIAMENTO REMOTO<br />

Sensoriamento remoto, segundo Sabins (1978), é <strong>de</strong>finido como a coleta e<br />

interpretação <strong>de</strong> informação referente a um alvo, sem contato físico do sensor<br />

com o mesmo. As plataformas mais comuns utilizadas são as aéreas e as<br />

orbitais. O termo é mais comumente restrito a métodos que empregam a<br />

energia eletromagnética para <strong>de</strong>tectar e medir características do alvo. Esta<br />

<strong>de</strong>finição exclui os levantamentos elétricos, magnéticos e gravimétricos que<br />

me<strong>de</strong>m os campos <strong>de</strong> força utilizando aviões, <strong>de</strong>nominados levantamentos<br />

aerogeofísicos.<br />

Os princípios físicos do sensoriamento remoto se baseiam na interação da<br />

energia eletromagnética com a matéria. O espectro eletromagnético é um<br />

contínuo <strong>de</strong> energia que viaja à velocida<strong>de</strong> da luz no vácuo e que varia em<br />

comprimento <strong>de</strong> onda do metro ao nanometro, sendo dividido em regiões que<br />

abrangem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os raios gama (fração <strong>de</strong> nanometro), passando pela região<br />

do visível (0.4 a 0.7 m), que ocupa somente uma pequena porção do<br />

espectro, até as ondas <strong>de</strong> rádio (metro). Regiões específicas do espectro são<br />

subdivididas em bandas, tais como azul, ver<strong>de</strong> e vermelha, na região do<br />

visível. Toda matéria irradia energia eletromagnética, com pico <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>slocando progressivamente para comprimentos <strong>de</strong> onda mais curtos,<br />

45


quanto maior a temperatura do corpo. O pico <strong>de</strong> energia refletida da Terra se<br />

concentra em 0.5 m, correspon<strong>de</strong>nte à banda ver<strong>de</strong> da região do visível. O<br />

pico <strong>de</strong> energia radiante ocorre em 9.7 m, correspon<strong>de</strong>nte à banda termal da<br />

região do infra-vermelho, (Sabins, 1978).<br />

A atmosfera absorve energia quase completamente nas regiões dos raiosgama,<br />

raios-X e na maior parte do ultra-violeta; essas regiões não são,<br />

portanto, usadas no sensoriamento remoto, que utiliza energia nas regiões <strong>de</strong><br />

microondas, infra-vermelho, visível e nos comprimentos <strong>de</strong> onda longos do<br />

ultra-violeta. Intervalos <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda correspon<strong>de</strong>ntes à alta<br />

transmitância da atmosfera são chamados janelas atmosféricas e são<br />

utilizados para a aquisição <strong>de</strong> dados do sensoriamento remoto (Sabins,1978).<br />

Para os sensores imageadores passivos, a energia fonte provém do sol. No<br />

intervalo <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> 0.45 a 12 µm, os principais fatores que<br />

influenciam a resposta <strong>de</strong> um alvo natural, são, resumidamente; pigmentação,<br />

umida<strong>de</strong> e estrutura celular da vegetação; composição mineralógica das<br />

rochas; composição mineralógica e umida<strong>de</strong> dos solos; conteúdo <strong>de</strong><br />

sedimentos em suspensão <strong>de</strong> corpos aquosos; para o infravermelho termal, a<br />

emissão <strong>de</strong> calor superficial ou subsuperficial (Richards, 1986). Os sensores<br />

me<strong>de</strong>m o fluxo radiante proveniente dos alvos na superfície terrestre. O<br />

comportamento espectral dos materiais mais comuns da superfície e as<br />

principais bandas utilizadas pelos sensores são mostrados na Figura 3.1a.<br />

Como a área <strong>de</strong> estudo se insere na floresta amazônica, o comportamento<br />

espectral da vegetação será aqui um pouco mais <strong>de</strong>talhado, com base em<br />

Goetz et al. (1983). Na Figura 3.1b po<strong>de</strong> ser observado o comportamento <strong>de</strong><br />

uma planta fotossinteticamente ativa. As feições <strong>de</strong> absorção centradas em<br />

aproximadamente 0.48 µm e 0.68 µm são resultado <strong>de</strong> forte absorção da<br />

clorofila na folha, envolvendo transições eletrônicas na molécula <strong>de</strong> clorofila. A<br />

fraca feição <strong>de</strong> reflectância <strong>de</strong> 0.52 µm a 0.60 µm indica a porção do visível<br />

46


que não é fortemente absorvida, resultando na aparência ver<strong>de</strong> das plantas<br />

para o olho humano. A alta feição <strong>de</strong> reflectância em aproximadamente 1.0 µm<br />

é referida como o platô infra-vermelho e é característica da saú<strong>de</strong> do tecido<br />

foliar. A acentuada elevação da curva <strong>de</strong> reflectância entre a feição <strong>de</strong><br />

absorção da clorofila em 0.68 µm e o platô infra-vermelho é referida como “red<br />

edge”; a inclinação da curva está associada à concentração <strong>de</strong> clorofila na<br />

folha. Os níveis <strong>de</strong> reflectância em 1.6 µm e 2.2 µm fornecem uma acurada<br />

indicação do conteúdo <strong>de</strong> água da folha.<br />

3.2.1.1 DADOS DOS SENSORES REMOTOS ORBITAIS DO SATÉLITE<br />

LANDSAT- 5<br />

O satélite Landsat-5, colocado em órbita em 01/03/1984, utiliza sistemas<br />

imageadores passivos que operam nas regiões do visível e do infravermelho<br />

do espectro eletromagnético (Figura 3.1a). Sua órbita é quase polar<br />

(inclinação <strong>de</strong> 98,20 graus) e heliossíncrona, imageando uma faixa 185 km na<br />

superfície terrestre (Novo, 1992), com passagens na região equatorial por volta<br />

<strong>de</strong> 09:45 h. A altitu<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 705 km; o ciclo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> imagens é <strong>de</strong> 16<br />

dias (resolução temporal). O satélite possui os sistemas sensores Multispectral<br />

Scanner (MSS) e Thematic Mapper (TM), sendo nesta dissertação utilizado<br />

apenas o TM. Este sensor possui um sistema <strong>de</strong> varredura mecânica, com o<br />

espelho se movimentando nos sentidos leste-oeste e oeste-leste. O sensor TM<br />

contém sete bandas espectrais e apresenta resolução espacial <strong>de</strong> 30m, com<br />

exceção <strong>de</strong> uma banda. As características espectrais e espaciais do sensor<br />

TM estão relacionadas na Tabela 3.2.<br />

47


A área em estudo é quase inteiramente coberta por imagens TM na órbita 227,<br />

pontos 62 e 63. Foram adquiridas para uso as bandas TM 4 e 5, em papel, na<br />

escala 1:250.000, para o estudo <strong>de</strong> lineamentos, assim como as bandas TM 3,<br />

4 e 5, em formato digital, para a integração com dados geológicos e geofísicos.<br />

TABELA 3.2- CARACTERÍSTICAS ESPECTRAIS E ESPACIAIS DO SENSOR<br />

TM DO SATÉLITE LANDSAT- 5<br />

BANDA FAIXA ESPECTRAL ( µm) RESOLUÇÃO ESPACIAL (m)<br />

1 0.45-0.52 - visível - azul/ver<strong>de</strong> 30<br />

2 0.52-0.60 - visível - ver<strong>de</strong> 30<br />

3 0.63-0.69 - visível - vermelho 30<br />

4 0.76-0.90 - infravermelho próximo 30<br />

5 1.55-1.75 - infravermelho médio 30<br />

7 2.08-2.35 - infravermelho médio 30<br />

6 10.4-12.5 - infravermelho termal 120<br />

Adaptada <strong>de</strong> Richards (1986, p. 13).<br />

Estudando a influência do ângulo <strong>de</strong> elevação e do azimute solar na<br />

iluminação da cena e na conseqüente <strong>de</strong>tecção das feições <strong>de</strong> relevo, Liu<br />

(1984) ressaltou a sazonalida<strong>de</strong> do realce topográfico por sombreamento, mais<br />

forte na época <strong>de</strong> inverno, com ângulos <strong>de</strong> elevação menores, e mais suave no<br />

verão, com ângulos <strong>de</strong> elevação mais elevados. Recomendou a utilização <strong>de</strong><br />

imagens com baixo ângulo <strong>de</strong> iluminação para topografias suaves, <strong>de</strong> modo a<br />

<strong>de</strong>stacar as feições mais sutis, observando que as feições topográficas com<br />

direção próxima à do azimute solar tornam-se menos proeminentes, menos<br />

realçadas pelo sombreamento.<br />

No presente trabalho, buscou-se utilizar as passagens do Landsat-5 relativas<br />

ao período <strong>de</strong> inverno, on<strong>de</strong> se obtém menor cobertura <strong>de</strong> nuvens e menor<br />

49


elevação solar, ressaltando melhor as feições topográficas. Cabe registrar que,<br />

nas baixas latitu<strong>de</strong>s, não se verificam variações sazonais pronunciadas <strong>de</strong><br />

elevação solar. Na data <strong>de</strong> aquisição das imagens (18/07/88), o azimute e<br />

elevação solar eram, respectivamente, 54° e 47° para a órbita 227 - ponto 62<br />

e 52° e 46° para a órbita 227 - ponto 63. É importante mencionar aqui as<br />

<strong>de</strong>ficiências relativas à caracterização <strong>de</strong> feições geomórficas lineares<br />

paralelas à direção <strong>de</strong> iluminação solar nessas imagens (N52-54E), conforme<br />

discutido em Liu (1984), Miranda (1984) e Miranda et al. (1986). Por outro lado,<br />

azimutes perpendiculares a essas direções são favorecidos em suas<br />

caracterizações.<br />

As imagens digitais foram fornecidas em CD-ROM, lidas, registradas e<br />

dispostas em mosaicos, banda a banda, utilizando o software Sistema <strong>de</strong><br />

Processamento <strong>de</strong> Informações Geo-referenciadas (SPRING), <strong>de</strong>senvolvido<br />

pelo INPE para ambiente UNIX (Geoprocessamento, 1997). O registro das<br />

imagens foi realizado através <strong>de</strong> cartas topográficas na escala 1:250.000, a<br />

partir <strong>de</strong> pontos reconhecíveis no terreno (aci<strong>de</strong>ntes geográficos tais como<br />

drenagens, estradas, etc.). Coletou-se um total <strong>de</strong> 42 pontos <strong>de</strong> amostragem<br />

para a área toda (duas imagens e duas cartas) utilizando-se apenas 6 <strong>de</strong>stes<br />

no registro <strong>de</strong> cada imagem. A precisão <strong>de</strong> registro obtida foi <strong>de</strong> 0,864 para a<br />

imagem 227- 62 e 0.96 para a imagem 227- 63, o que está <strong>de</strong>ntro da tolerância<br />

recomendada para a escala <strong>de</strong> trabalho utilizada (igual a 1). A construção do<br />

mosaico das duas imagens foi realizada no processo <strong>de</strong> registro, quando do<br />

georreferenciamento da segunda imagem.<br />

Como as imagens orbitais muitas vezes apresentam baixo contraste, causado<br />

por características da própria cena, bruma atmosférica ou problemas com o<br />

sensor, a cada mosaico obtido aplicou-se um aumento linear <strong>de</strong> contraste<br />

(ALC). Após o realce por ALC, os mosaicos foram exportados para o sistema<br />

SITIM-SGI (Geossistemas, 1995), com reamostragem do “pixel” para 100m.<br />

50


O olho humano percebe melhor cores que tons <strong>de</strong> cinza. Portanto, a<br />

representação <strong>de</strong> uma composição <strong>de</strong> três bandas por processo aditivo <strong>de</strong><br />

cores primárias é utilizada em larga escala, conforme Lillesand (1987), Crosta<br />

(1992), Bezerra (1993), <strong>de</strong>ntre outros. As imagens orbitais digitais na área<br />

estudada foram então apresentadas na seguinte composição colorida (RGB):<br />

banda 3 - azul (B); banda 4 - ver<strong>de</strong> (G) e banda 5 - vermelho (R), Figura 3.2.<br />

As citadas bandas do Landsat-5 fazem parte do Banco <strong>de</strong> Dados <strong>de</strong><br />

Sensoriamento Remoto da PETROBRÁS.<br />

3.2.2 DADOS GEOFÍSICOS<br />

Os dados geofísicos utilizados nesta pesquisa referem-se ao Campo<br />

Magnético Total Anômalo e à Gravida<strong>de</strong> Bouguer.<br />

3.2.2.1 GRAVIMETRIA<br />

As massas no Universo se atraem <strong>de</strong> acordo com a Lei <strong>de</strong> Atração Universal<br />

<strong>de</strong> Newton:<br />

on<strong>de</strong>,<br />

F = força gravitacional;<br />

G = Constante <strong>de</strong> Atração Universal;<br />

R = distância entre os corpos;<br />

M1 e M2 = massa dos corpos.<br />

F = G ( M1 x M2 ) / R 2<br />

51


9724000<br />

666305<br />

Á re a n ã o<br />

in te rp re ta d a<br />

0<br />

35km<br />

52<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 3.2 - Mosaico <strong>de</strong> imagem Landsat - 5 / TM das cenas 227-62 e 227-63<br />

(órbita-ponto), adquiridas em 18/07/88, em composição colorida (RGB)<br />

(RGB) on<strong>de</strong> banda 5 (R), banda 4 (G), banda 3 (B).


Os levantamentos gravimétricos me<strong>de</strong>m a aceleração da gravida<strong>de</strong> na<br />

superfície da Terra, ou acima <strong>de</strong>la, resultante da força <strong>de</strong> atração <strong>de</strong>vida à sua<br />

massa e da força centrífuga relacionada ao seu movimento <strong>de</strong> rotação. Os<br />

estudos do campo gravitacional se utilizam <strong>de</strong> superfícies equipotenciais ao<br />

redor do planeta, suaves mas irregulares. Uma superfície <strong>de</strong> particular<br />

interesse é o geói<strong>de</strong>, que correspon<strong>de</strong> ao nível dos mares sem os efeitos <strong>de</strong><br />

correntes ou marés, e cujas irregularida<strong>de</strong>s refletem excessos ou ausências <strong>de</strong><br />

massa sob o nível do mar. Devido à complexida<strong>de</strong> das variações internas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da Terra, em relação ao geói<strong>de</strong>, utiliza-se como referência para<br />

medida <strong>de</strong>ssas variações uma superfície equipotencial mais simples e suave, o<br />

esferói<strong>de</strong>, cuja forma assemelha-se a um elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> revolução, <strong>de</strong>nominado<br />

elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência. O elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência é uma superfície matemática<br />

concebida consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da Terra homogênea, <strong>de</strong>finindo, assim, a<br />

gravida<strong>de</strong> normal, cuja formulação é estabelecida pela “International<br />

Association of Geo<strong>de</strong>sy” (IAG) e pela “International Union of Geo<strong>de</strong>sy and<br />

Geophysics” (IUGG). As anomalias gravimétricas são calculadas em relação ao<br />

elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência; entretanto, várias correções envolvidas são<br />

referenciadas ao nível do mar (geói<strong>de</strong>), conforme Blakely (1995). Os dados<br />

utilizados na presente dissertação foram corrigidos do campo normal pelo<br />

elipsói<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência adotado em 1967, <strong>de</strong>nominado “Geo<strong>de</strong>tic Reference<br />

System” (GRF) 1967, cuja fórmula internacional é:<br />

on<strong>de</strong>,<br />

λ : latitu<strong>de</strong>;<br />

go = 9,78031846 (1 + 0,0053024sen 2 λ - 0,0000058 sen 2 2λ),<br />

go : gravida<strong>de</strong> normal, em mGal.<br />

A gravida<strong>de</strong> observada na superfície terrestre ou acima <strong>de</strong>la é uma<br />

composição <strong>de</strong> vários fatores, cujas características e correções aplicadas<br />

estão sucintamente enumeradas a seguir:<br />

53


1- efeito da atração da Terra: subtração da gravida<strong>de</strong> normal (elipsói<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> referência, go);<br />

2- efeitos <strong>de</strong> atração do sol e da lua, variáveis no espaço e no tempo e<br />

<strong>de</strong> pequena amplitu<strong>de</strong>: correção <strong>de</strong> maré ou correções diurnas,<br />

realizadas através <strong>de</strong> reocupações <strong>de</strong> leituras assumindo a <strong>de</strong>riva<br />

linear;<br />

3- efeitos <strong>de</strong> elevações acima do nível do mar: correção <strong>de</strong> ar-livre<br />

(“Free-Air”), que ajusta a leitura para a superfície do geói<strong>de</strong>,<br />

reduzindo a altitu<strong>de</strong> (h);<br />

4- efeitos <strong>de</strong> massas normais acima do nível do mar - correções <strong>de</strong><br />

terreno e Bouguer, que consi<strong>de</strong>ram a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> das massas<br />

sobre ou sob o nível do mar (h), compensando-as;<br />

5- efeitos <strong>de</strong> movimento da plataforma: correções <strong>de</strong> Eötvös, aplicáveis<br />

para plataformas que se <strong>de</strong>slocam durante a aquisição (gravimetria<br />

marítima ou aérea);<br />

6- efeitos <strong>de</strong> massas que suportam cargas topográficas: correções <strong>de</strong><br />

isostasia, utilizadas para objetivos específicos;<br />

7- efeitos <strong>de</strong> variações laterais <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> na crosta e no manto<br />

superior, que refletem controle geológico. O estudo <strong>de</strong> tais efeitos<br />

constitui o objetivo principal na exploração petrolífera através do<br />

método gravimétrico.<br />

As medidas <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> são realizadas no campo gravimétrico terrestre e,<br />

portanto, perpendicularmente às superfícies equipotenciais. As anomalias<br />

gravimétricas são causadas por variações laterais <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e suas formas<br />

e amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da profundida<strong>de</strong>, contraste <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e volume<br />

(extensão lateral e relevo vertical) das fontes causadoras (Castro e Latgé,<br />

1987). Efetuadas as correções necessárias (no caso do presente trabalho, os<br />

ítens 1 a 4 do parágrafo anterior), os valores obtidos, <strong>de</strong>nominados valores<br />

Bouguer, <strong>de</strong>verão correspon<strong>de</strong>r às variações laterais <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> existentes<br />

na crosta e no manto superior.<br />

54


Os dados gravimétricos, valores Bouguer, foram fornecidos pela PETROBRÁS<br />

/ E&P-AM em uma gra<strong>de</strong> regular <strong>de</strong> 2x2 km, gerada a partir <strong>de</strong> dados<br />

adquiridos no campo em malha irregular, conforme mapa base da Figura 3.3.<br />

Fig.3.3 – Mapa base da malha irregular dos dados <strong>de</strong> gravimetria<br />

FONTE: PETROBRÁS – E&P/AM (1996)<br />

55


Foram escolhidos, na citada gra<strong>de</strong>, três perfis, dois norte-sul e um leste-oeste,<br />

passando por dois proeminentes altos gravimétricos presentes na área, para<br />

mo<strong>de</strong>lagem através do programa GM-SYS do GEOSOFT (Geosoft, 1994). O<br />

programa GM-SYS calcula mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> resposta magnética e gravimétrica<br />

baseado nos métodos <strong>de</strong> Talwani et al. (1959) e Talwani e Heirtzler (1964) e<br />

faz uso <strong>de</strong> algoritmos <strong>de</strong>scritos em Won e Bevis (1987), citados em GEOSOFT<br />

(1994). Posteriormente, a gra<strong>de</strong> regular (2x2 km) foi exportada em formato<br />

XYZ para o SITIM/SGI (Geossistemas, 1995).<br />

3.2.2.2. MAGNETOMETRIA<br />

O Campo Magnético da Terra foi primeiramente <strong>de</strong>scrito por Frie<strong>de</strong>rich Gauss,<br />

em 1838, como sendo <strong>de</strong> origem exclusivamente interna. Porém, sabe-se<br />

atualmente que uma pequena parte <strong>de</strong>ste campo tem também origem externa.<br />

Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir basicamente duas fontes internas: a primeira, responsável pelo<br />

campo principal, gerada no fluido do núcleo externo da Terra; a segunda,<br />

gerada na crosta por minerais como a magnetita e a titanomagnetita, limitada<br />

à profundida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte à isoterma Curie, pois acima <strong>de</strong>sta temperatura<br />

não se verifica mais o fenômeno <strong>de</strong> magnetização. O campo magnético<br />

externo é produto da interação do campo interno com fatores externos, tais<br />

como ventos solares (ao nível da magnetosfera), movimento <strong>de</strong> rotação do<br />

planeta e forças <strong>de</strong> maré (ao nível da ionosfera), além <strong>de</strong> efeitos termais<br />

(Blakely, 1995). Três parâmetros <strong>de</strong>screvem o campo magnético terrestre em<br />

um dado ponto: a intensida<strong>de</strong>, a inclinação e a <strong>de</strong>clinação magnéticas (Figura<br />

3.4), sendo, na área <strong>de</strong> estudo, os valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>clinação e inclinação<br />

magnéticas iguais a -12° e 13°, respectivamente.<br />

56


a )<br />

b)<br />

c )<br />

d )<br />

Norte<br />

S u l<br />

57<br />

Pa ra Baixo<br />

Fig. 3.4 - Campo Magnético da Terra: a) Coor<strong>de</strong>nadas polares (esquerda) e car<br />

tesianas (direita) <strong>de</strong> um ponto: Bx = norte; By = leste; Bz = p/ baixo;<br />

D = <strong>de</strong>clinação magnética (positiva para o leste); I = inclinação magné<br />

tica (positiva para baixo); b) elemento intensida<strong>de</strong> (nanoTesla) baseado<br />

no IGRF (1990); c) elemento inclinação magnética (graus) e d) elemen<br />

to <strong>de</strong>clinação magnética (graus).<br />

FONTE: Blakely (1995, p. 158 e 162).<br />

Norte<br />

Le ste


O campo magnético terrestre varia <strong>de</strong> direção e intensida<strong>de</strong> no espaço e no<br />

tempo, a intervalos <strong>de</strong> milisegundos a milhões <strong>de</strong> anos, o que o torna muito<br />

complexo. As variações <strong>de</strong> curto período, como as diurnas, <strong>de</strong>vem-se<br />

basicamente a fontes externas, tais como correntes na ionosfera. As variações<br />

<strong>de</strong> longo período (variação geomagnética secular) <strong>de</strong>vem-se, principalmente,<br />

ao núcleo externo da Terra (Blakely, 1995).<br />

O campo geomagnético é representado matematicamente através dos<br />

coeficientes <strong>de</strong> Gauss, expansão esférica das harmônicas do campo<br />

magnético que traduz a variação espacial e temporal das mesmas e a cujos<br />

termos <strong>de</strong> baixa or<strong>de</strong>m são atribuídos, em gran<strong>de</strong> parte, o campo gerado no<br />

núcleo da Terra. Esta representação matemática é <strong>de</strong>terminada a cada cinco<br />

anos pela “International Association of Geomagnetism and Aeronomy” (IAGA)<br />

e pela “International Union of Geo<strong>de</strong>sy and Geophysics” (IUGG), po<strong>de</strong>ndo ser<br />

inferida – “International Geomagnetic Reference Field” (IGRF) ou <strong>de</strong>finitiva –<br />

“Definitive Geomagnetic Reference Field” (DGRF). A anomalia <strong>de</strong> campo total<br />

é obtida através da subtração do campo regional, IGRF ou DGRF, apropriados<br />

para a data do levantamento, do campo total (Blakely, 1995).<br />

A resposta magnética dos corpos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da susceptibilida<strong>de</strong> magnética, da<br />

profundida<strong>de</strong>, do volume, da distribuição da magnetização e das direções <strong>de</strong><br />

magnetização e do campo medido. Se as direções <strong>de</strong> magnetização e do<br />

campo (local) não forem verticais, condição verificada apenas nos pólos<br />

magnéticos, e se a distribuição da magnetização não for uniforme, ocorrerá<br />

uma diferença <strong>de</strong> fase no sinal. Esta diferença <strong>de</strong> fase provocará uma certa<br />

distorção da anomalia, traduzida pelo <strong>de</strong>slocamento lateral, distorção <strong>de</strong> sua<br />

forma e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da latitu<strong>de</strong>, mudança do seu sinal (Blakely, 1995). Este<br />

efeito aumenta em direção ao Equador Magnético, nas baixas latitu<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong><br />

a área em estudo está inserida. Os levantamentos magnetométricos me<strong>de</strong>m o<br />

campo magnético total, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando a direção do vetor. Entretanto, po<strong>de</strong>se<br />

consi<strong>de</strong>rar a anomalia <strong>de</strong> campo total em qualquer ponto como<br />

58


aproximadamente igual à componente do campo anômalo na direção do<br />

campo regional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta anomalia seja pequena em<br />

relação ao campo total e que o levantamento seja em escala não muito<br />

pequena (Blakely, 1995).<br />

Para simular as condições do pólo magnético, aplica-se a redução ao pólo<br />

(REDP), filtro no domínio “Fast Fourier Transform” (FFT) que transforma uma<br />

anomalia <strong>de</strong> campo total, com dada direção <strong>de</strong> magnetização e <strong>de</strong> campo<br />

local, em uma nova anomalia causada pela mesma distribuição <strong>de</strong><br />

magnetização com direção polar. Nas baixas latitu<strong>de</strong>s, inferiores a 10 graus, a<br />

redução ao pólo provoca uma amplificação seletiva das amplitu<strong>de</strong>s nos<br />

comprimentos <strong>de</strong> onda curtos, inclusive ruídos, po<strong>de</strong>ndo gerar feições<br />

alongadas na direção <strong>de</strong> <strong>de</strong>clinação (Blakely, 1995). Para mitigar esses efeitos<br />

espúrios, <strong>de</strong>termina-se um alto ângulo para a diferença <strong>de</strong> fase.<br />

Os dados <strong>de</strong> magnetometria foram tratados utilizando basicamente o programa<br />

GEOSOFT (1994), <strong>de</strong>senvolvido pela GEOSOFT Inc. para plataforma<br />

microcomputador (ambiente DOS ou Windows). O GEOSOFT fornece uma<br />

ferramenta avançada para armazenar, editar e processar dados <strong>de</strong><br />

geociências com qualquer distribuição espacial <strong>de</strong>ntro do módulo OASIS. Os<br />

dados processados neste módulo po<strong>de</strong>m ser gra<strong>de</strong>ados para criar imagens,<br />

passíveis <strong>de</strong> diferentes processamentos, ou exportados para impressão e<br />

apresentação no Sistema Geosoft <strong>de</strong> Mapeamento e Processamento (MPS) ou<br />

para outro sistema.<br />

Os dados do campo magnético da área envolvem dois levantamentos<br />

aeromagnetométricos distintos, Projeto Sul do Pará e Projeto Santarém Leste,<br />

levantados para a CPRM e PETROBRÁS, respectivamente, que gentilmente<br />

os ce<strong>de</strong>ram para a dissertação.<br />

59


O Projeto Santarém Leste foi levantado para a pesquisa petrolífera em 1981<br />

(ENCAL, 1982). Uma parcela <strong>de</strong>ste, cujas características se encontram na<br />

Tabela 3.3, foi utilizada neste trabalho.<br />

TABELA 3.3 - CARACTERÍSTICAS DOS LEVANTAMENTOS<br />

AEROMAGNETOMÉTRICOS<br />

PROJETO SUL DO<br />

60<br />

PARÁ<br />

SANTARÉM<br />

LESTE<br />

Altura <strong>de</strong> Vôo (m) 150 800<br />

Direção <strong>de</strong> Linhas <strong>de</strong> Produção Norte-Sul Norte-Sul<br />

Espaçamento entre linhas <strong>de</strong> produção (km) 4 3<br />

Direção das linhas <strong>de</strong> controle Leste-Oeste Leste-Oeste<br />

Espaçamento entre linhas <strong>de</strong> controle (km) 20 18<br />

Espaçamento médio <strong>de</strong> amostras ao longo da<br />

linha (m)<br />

100 50 e 100<br />

Os dados do Projeto Santarém foram adquiridos em formato XYZ, pré-<br />

processados e corrigidos da variação diurna. Em plataforma <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

(“mainframe”, IBM - 3090), removeu-se o DGRF-85, exportando-se o Campo<br />

Magnético Total Anômalo para microcomputador (DOS). No GEOSOFT,<br />

processou-se cada perfil, removendo-se “spikes”, dados redundantes e trechos<br />

<strong>de</strong> linhas com problemas. Aplicou-se um filtro <strong>de</strong> suavização passa-baixa no<br />

domínio espacial, com corte em 1.000 m <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda, para<br />

remoção <strong>de</strong> ruídos. Suavizados os perfis, estes foram novamente exportados<br />

para o IBM-3090 on<strong>de</strong>, através do programa MISTIE, que computa as<br />

diferenças entre os nós da gra<strong>de</strong>, distribuindo os erros, realizou-se o<br />

nivelamento das linhas.


Os perfis nivelados foram exportados para o GEOSOFT, on<strong>de</strong> foram<br />

gra<strong>de</strong>ados com celas <strong>de</strong> 1.000 m utilizando o BIGRID, recomendável para<br />

dados adquiridos ao longo <strong>de</strong> linhas paralelas a subparalelas, como nos<br />

aerolevantamentos. Para realizar este gra<strong>de</strong>amento, foram excluídas as linhas<br />

<strong>de</strong> controle. Em formato gra<strong>de</strong> regular, os dados foram então submetidos, no<br />

GEOSOFT, a processamentos no domínio FFT (domínio do número do onda<br />

ou da freqüência), aplicando-se a continuação para cima (CNUP) do campo<br />

total anômalo e a redução ao pólo (REDP).<br />

O CNUP, é um filtro que simula a aquisição dos dados em uma superfície mais<br />

elevada que a original. Seus efeitos são <strong>de</strong> atenuação das anomalias <strong>de</strong><br />

pequeno comprimento <strong>de</strong> onda e a acentuação das fontes mais profundas, <strong>de</strong><br />

certa forma <strong>de</strong>gradando os dados (Blakely, 1995). Sua utilização foi<br />

<strong>de</strong>terminada pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração com a gra<strong>de</strong> do Projeto Sul do<br />

Pará, cujos valores estavam continuados para 2.000 m. A opção <strong>de</strong> realizar<br />

uma continuação para baixo, CNDN, da gra<strong>de</strong> Sul do Pará para viabilizar a<br />

integração foi <strong>de</strong>scartada, tendo em vista que tal procedimento representa uma<br />

filtragem <strong>de</strong> risco e instável (Blakely, 1995). Adicionalmente, alguns testes<br />

realizados <strong>de</strong>monstraram, após exames visuais, que este filtro não recuperou o<br />

conteúdo <strong>de</strong> freqüências original. A estes fatores somou-se o fato <strong>de</strong> haver<br />

forte influência <strong>de</strong> fontes rasas (intrusivas básicas) na área do Projeto<br />

Santarém, o que pô<strong>de</strong> ser suavizado pelo CNUP, que produz um efeito tipo<br />

“low-pass”, facilitando o <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> estruturas regionais.<br />

Conforme discutido anteriormente, para simular o campo perpendicular à<br />

superfície, aplicou-se o REDP com diferença <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> 70°, para mitigar os<br />

problemas <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> gerados a baixas latitu<strong>de</strong>s. Tal procedimento<br />

resultou, basicamente, na inversão <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> das anomalias originais. Foi<br />

também realizada na gra<strong>de</strong> do Projeto Santarém Leste uma estimativa <strong>de</strong><br />

localização e <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fontes, através do programa GRIDEPTH,<br />

61


aseado nas Equações <strong>de</strong> Homogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Euler e <strong>de</strong>senvolvido para<br />

dados em gra<strong>de</strong> (Geosoft, 1994).<br />

O levantamento referente ao Projeto Sul do Pará foi realizado para pesquisa<br />

mineral em 1974, na região do embasamento adjacente à Bacia do Amazonas<br />

(LASA, 1976). Foram utilizados dados <strong>de</strong> uma área restrita <strong>de</strong> tal<br />

levantamento, cujas características estão relacionadas na Tabela 3.3. Os<br />

dados foram obtidos em formato gra<strong>de</strong> regular <strong>de</strong> 2x2 km, já processados<br />

(correção <strong>de</strong> variação diurna, remoção do DGRF-75, nivelamento, filtragens) e<br />

continuados para 2.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Estes foram, então, exportados da<br />

plataforma “mainframe” (IBM) para microcomputador (DOS), sendo<br />

regra<strong>de</strong>ados no GEOSOFT para cela <strong>de</strong> 1000 m e reduzidos ao pólo.<br />

Estando as gra<strong>de</strong>s dos dois projetos com as mesmas características (tamanho<br />

<strong>de</strong> cela, continuadas para cima e reduzidas ao pólo), pô<strong>de</strong>-se então realizar a<br />

integração <strong>de</strong>stas através <strong>de</strong> operações booleanas disponíveis no GEOSOFT<br />

(Figura 3.5). Neste processo <strong>de</strong> integração foi dada, na região <strong>de</strong> sobreposição<br />

das gra<strong>de</strong>s, priorida<strong>de</strong> aos valores da gra<strong>de</strong> Santarém Leste.<br />

O fluxograma <strong>de</strong> processamento dos dados aeromagnetométricos está<br />

representado na Figura 3.6.<br />

Os dados magnéticos integrados foram exportados, em formato XYZ, para o<br />

sistema SITIM\SGI (Geossistemas, 1995), on<strong>de</strong> novamente refinou-se o<br />

gra<strong>de</strong>amento para cela <strong>de</strong> 100 m.<br />

62


9724000<br />

0<br />

666305<br />

35km<br />

0<br />

MC=57 W<br />

63<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 3.5 - Gra<strong>de</strong>s integradas do Campo Magnético Total Anômalo continuadas<br />

para cima (2000m) e reduzidas ao pólo.


Projeto Santarém<br />

dados c/correção <strong>de</strong><br />

variação diurna<br />

<br />

IBM<br />

remoção DGRF<br />

<br />

GEOSOFT IBM<br />

remoção <strong>de</strong> “spikes” e trechos ➩ nivelamento<br />

com problemas - filtro “low-pass”<br />

<br />

GEOSOFT<br />

gra<strong>de</strong>amento e continuação<br />

PROJETO SUL PARÁ para cima ( 2 km)<br />

(correções e filtragens)<br />

<br />

GEOSOFT GEOSOFT<br />

gra<strong>de</strong>amento e redução ao pólo<br />

redução ao pólo <br />

GEOSOFT<br />

operações<br />

booleanas<br />

<br />

GRADE<br />

INTEGRADA ➩ SITIM/SGI<br />

Fig. 3.6 - Fluxograma <strong>de</strong> processamento dos dados aeromagnetométricos.<br />

64


3.2.3 MAPA MORFOESTRUTURAL<br />

O mapa morfoestrutural (Figura 3.7) consi<strong>de</strong>rado neste trabalho foi gerado por<br />

Miranda (1984), que utilizou a metodologia proposta por Soares et al. (1981),<br />

acrescentando a esta dois novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> anomalia morfoestrutural. A<br />

metodologia é baseada no estudo da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem e estabelece que uma<br />

anomalia morfoestrutural, correspon<strong>de</strong>nte a um domo ou a uma <strong>de</strong>pressão<br />

estrutural, é caracterizada pelo arranjo simultâneo <strong>de</strong> formas anelares, radiais<br />

e assimétricas, sendo avaliada por fatores <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estruturação. Os dois mo<strong>de</strong>los acrescidos por Miranda (1984) são: (1)<br />

associação <strong>de</strong> um único ramo anelar com um alinhamento <strong>de</strong> drenagem,<br />

po<strong>de</strong>ndo representar um domo ou uma <strong>de</strong>pressão estrutural falhada; (2)<br />

associação <strong>de</strong>, no mínimo, dois ramos anelares e convergentes <strong>de</strong> drenagem,<br />

com seus afluentes dispostos assimetricamente, sem contudo <strong>de</strong>finir uma<br />

forma radial, interpretada como bloco basculado. Maiores <strong>de</strong>talhes po<strong>de</strong>m ser<br />

obtidos em Miranda (1984) e Soares et al. (1981).<br />

3.3 MÉTODOS<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste estudo compreen<strong>de</strong> três etapas básicas: a primeira<br />

consiste na seleção, processamento e análise preliminar dos dados (imagens<br />

<strong>de</strong> sensores remotos orbitais e levantamentos geofísicos); a segunda se<br />

concentra na manipulação dos dados no Sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas<br />

(construção do banco <strong>de</strong> dados e processamentos digitais); a terceira consiste<br />

da integração dos dados e interpretação dos resultados. A maior parte da<br />

primeira etapa foi <strong>de</strong>scrita nos sub-ítens anteriores <strong>de</strong>ste capítulo; a segunda,<br />

trataremos a seguir neste capítulo; a terceira, será discutida neste e no capítulo<br />

seguinte. O fluxograma simplificado po<strong>de</strong> ser observado na Figura 3.8.<br />

65


666305<br />

9724000<br />

0<br />

MC=57 W<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

66<br />

834000<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

9501000<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />

Fig. 3.7 - Mapa morfoestrutural e lineamentos ENE sobre o mapa geológico.<br />

FONTE: Modificado <strong>de</strong> Miranda, (1984).<br />

T


SELEÇÃO DOS DADOS<br />

imagem digital<br />

registro/mosaico<br />

processamento digital<br />

(SPRING/SITIM)<br />

⇓<br />

imagens em papel dados geofísicos<br />

fotoleitura pré- processamento<br />

fotoanálise (IBM/GEOSOFT)<br />

fotointerpretação<br />

(lineamentos) ⇓<br />

processamentos digitais<br />

⇓ mo<strong>de</strong>lagens<br />

(GEOSOFT)<br />

⇓<br />

digitalização<br />

processamentos<br />

lineamentos gra<strong>de</strong>s<br />

províncias magnéticas ⇐ interpretação ⇐ magnetometria<br />

lineamentos magnéticos dados geofísicos gravimetria<br />

geologia processamentos<br />

topografia (SITIM/SGI)<br />

morfoestruturas<br />

arcabouço estrutural<br />

isópacas, isólitas<br />

➘ SGI<br />

ANÁLISE<br />

INTEGRADA<br />

Fig. 3.8 - Fluxograma simplificado da metodologia.<br />

67


3.3.1 FOTOINTERPRETAÇÃO<br />

3.3.1.1 ESTUDO DE LINEAMENTOS<br />

O estudo geológico dos lineamentos originou-se na Europa; o primeiro mapa<br />

<strong>de</strong> lineamentos é atribuído a Hopkins, em 1841 (Liu, 1984). O interesse pelo<br />

estudo dos lineamentos sofreu um notável incremento após a primeira meta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ste século, em função, <strong>de</strong>ntre outros fatores, do <strong>de</strong>senvolvimento das<br />

técnicas <strong>de</strong> sensoriamento remoto (Strome, 1975, citado por Liu, 1984).<br />

O termo lineamento foi <strong>de</strong>finido originalmente por W. Herbert Hobbs, em 1904,<br />

como “uma significante linha do relevo, que revela a arquitetura oculta do<br />

embasamento rochoso” (Liu, 1984; Miranda et al., 1986). Alguns autores, como<br />

O’Leary et al. (1976), revisaram tal terminologia e conceberam diferentes<br />

<strong>de</strong>finições. Liu (1984) cita e adota a classificação <strong>de</strong> Sabins (1978), também<br />

empregada neste trabalho:<br />

a) linear é um adjetivo que <strong>de</strong>screve a natureza retilínea das<br />

feições do terrreno, imagens ou mapas, <strong>de</strong>vendo ser usado apenas<br />

com essa conotação (e.g. vale linear, escarpa linear, etc. ). Assim,<br />

feição linear torna-se um termo informal, apropriado para <strong>de</strong>screver<br />

os elementos da crosta em função <strong>de</strong> sua geometria, sem<br />

qualquer implicação genética ou estrutural;<br />

b) lineação é um termo que <strong>de</strong>ve ser usado apenas em sua<br />

conceituação petrográfica, nunca como sinônimo <strong>de</strong> lineamento;<br />

c) lineamento é uma feição linear topográfica ou tonal, expressa no<br />

terreno, imagem ou mapa, que po<strong>de</strong> representar uma zona <strong>de</strong><br />

fraqueza estrutural.<br />

O estudo <strong>de</strong> lineamentos através <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélite nesta dissertação foi<br />

realizado em escala megascópica (1:250.000), permitindo uma visão regional<br />

das estruturas geológicas da área.<br />

68


3.3.1.2 MÉTODOS E CRITÉRIOS DE EXTRAÇÃO DE LINEAMENTOS<br />

Embora existam alguns “softwares” para a extração automática <strong>de</strong> lineamentos<br />

em imagens digitais baseados na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> bordas (Wang, 1993;<br />

Budkewitsch et al., 1994), adotou-se o método visual monoscópico neste<br />

trabalho.<br />

Os critérios <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> lineamentos a partir <strong>de</strong> sensores remotos são<br />

baseados exclusivamente na observação conjunta das diferentes feições<br />

topográficas ou tonais discriminadas nas imagens, ressaltando-se que o<br />

comprimento dos lineamentos <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminado com precisão (Liu, 1984<br />

e Miranda et al., 1986). O critério mais utilizado no reconhecimento e extração<br />

dos lineamentos é a presença <strong>de</strong> elementos topográficos lineares e/ou<br />

alinhados, tais como escarpas retilíneas e alinhamentos <strong>de</strong> cristas, vales, rios,<br />

lagos alongados, linhas <strong>de</strong> costa retilíneas, etc. Os casos menos freqüentes<br />

são constituídos pelos lineamentos tonais, i<strong>de</strong>ntificados sob a forma <strong>de</strong> limites<br />

retilíneos que separam terrenos que apresentam nas imagens diferentes níveis<br />

<strong>de</strong> cinza ou texturas. Tais autores observam que os elementos lineares do<br />

terreno são quase sempre controlados estruturalmente, visto que fraturas ou<br />

zonas <strong>de</strong> fratura (incluindo juntas, falhas e zonas <strong>de</strong> cisalhamento) afetam <strong>de</strong><br />

várias formas a topografia e as feições na superfície terrestre, controlando o<br />

fluxo <strong>de</strong> água e a distribuição linear da vegetação. Lembram ainda que, em<br />

rochas homogêneas, são comuns zonas <strong>de</strong> fraca resistência à erosão ao longo<br />

<strong>de</strong> falhas e fraturas, ten<strong>de</strong>ndo a formar terrenos rebaixados e lineares.<br />

A extração dos lineamentos foi realizada, segundo tais critérios, nas imagens<br />

orbitais do satélite Landsat-5, bandas 4 e 5 do sensor TM, em papel preto e<br />

branco, escala 1:250.000 (Figura 3.9). Cabe ressaltar, porém, que na área <strong>de</strong><br />

estudo, os terrenos fanerozóicos apresentam topografia suave, empobrecendo<br />

o reconhecimento <strong>de</strong> feições topográficas e conduzindo, nesses terrenos, a<br />

69


uma interpretação baseada principalmente na drenagem e nas variações<br />

tonais. Após a extração dos lineamentos sobre as imagens em papel, o<br />

“overlay” foi subdividido em dois quadrantes que foram então calibrados na<br />

mesa digitalizadora através dos pontos <strong>de</strong> controle utilizados no registro das<br />

imagens digitais, realizando-se, em seguida, a digitalização dos mesmos.<br />

3.3.1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS LINEAMENTOS<br />

Para a classificação dos lineamentos retilíneos, seguindo a orientação <strong>de</strong> Liu<br />

(1984), a direção (ou “trend”) foi adotada como principal critério, pois não varia<br />

com o intérprete. Este autor sugeriu ainda seis outros critérios com esta<br />

finalida<strong>de</strong>, dos quais foram utilizados três nesta dissertação:<br />

a) padrões <strong>de</strong> distribuição na superfície (variações na freqüência <strong>de</strong><br />

ocorrência);<br />

b) comprimentos comparativos;<br />

c) relações mútuas <strong>de</strong> interseção.<br />

70


9724000<br />

666305<br />

0<br />

35km<br />

0<br />

MC=57 W<br />

71<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 3.9 - Mapa total <strong>de</strong> lineamentos superimposto à imagem Lansat - 5 / TM<br />

em composição colorida (5R 4G 3B). Os lineamentos foram extraídos a<br />

partir da análise visual monoscópica em imagens Landsat-5/TM, nas<br />

bandas 4 e 5.


Vale registrar que tais critérios <strong>de</strong> classificação não se aplicam a lineamentos<br />

curvilíneos.<br />

Utilizou-se o programa ANALIN, implementado no SITIM/SGI (Geossistemas,<br />

1995) para o tratamento estatístico inicial dos lineamentos, a intervalos <strong>de</strong><br />

classe <strong>de</strong> cinco graus <strong>de</strong> azimute. A roseta (Figura 3.10) e a Tabela 3.4<br />

geradas forneceram subsídios para a <strong>de</strong>finição dos principais “trends” <strong>de</strong><br />

feições lineares na área <strong>de</strong> estudo, que foram individualizados como seis<br />

sistemas distintos, agrupados em intervalos <strong>de</strong> azimute <strong>de</strong> 10 graus: N10-20E;<br />

N45-55E; N75-85E; N10-20W; N40-50W e N75-85W.<br />

Fig. 3.10 - Roseta mostrando a distribuição estatística das direções dos<br />

lineamentos retilíneos (comprimento absoluto) com intervalos <strong>de</strong><br />

classe <strong>de</strong> 10 graus <strong>de</strong> azimute<br />

72


TABELA 3.4 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DIREÇÃO DOS LINEAMENTOS<br />

COM INTERVALOS DE CLASSE DE CINCO GRAUS<br />

Intervalo Freq.<br />

Abs.<br />

Comp. Abs. Freq.<br />

Rel.<br />

73<br />

Comp.<br />

Med.<br />

85 a 90 57 95484,04 1,28 1675,16<br />

80 a 85 341 553014,87 7,68 1621,74<br />

75 a 80 390 683910,02 8,79 1753,62<br />

70 a 75 127 224335,77 2,86 1766,42<br />

65 a 70 15 19230,64 0,34 1282,04<br />

60 a 65 4 1920,34 0,09 480,09<br />

55 a 60 14 20343,73 0,32 1453,12<br />

50 a 55 59 118380,62 1,33 2006,45<br />

45 a 50 50 86433,25 1,13 1728,67<br />

40 a 45 17 22708,15 0,38 1335,77<br />

35 a 40 6 12692,56 0,14 2115,43<br />

30 a 35 4 4731,41 0,09 1182,85<br />

25 a 30 10 15821,15 0,23 1582,12<br />

20 a 25 67 93929,95 1,51 1401,94<br />

15 a 20 320 512386,36 7,21 1601,21<br />

10 a 15 253 415956,81 5,70 1644,10<br />

05 a 10 36 46931,31 0,81 1303,65<br />

00 a 05 13 16064,47 0,29 1235,73<br />

175 a 180 24 47048,40 0,54 1960,35<br />

170 a 175 124 175912,89 2,79 1418,65<br />

165 a 170 419 735242,98 9,44 1754,76<br />

160 a 165 265 449876,02 5,97 1697,65<br />

(continua)


TABELA 3.4 - Conclusão<br />

155 a 160 66 120658,60 1,49 1828,16<br />

150 a 155 53 93393,13 1,19 1762,13<br />

145 a 150 68 122950,28 1,53 1808,09<br />

140 a 145 101 185231,07 2,28 1833,97<br />

135 a 140 200 319669,91 4,51 1598,35<br />

130 a 135 246 416197,13 5,54 1691,86<br />

125 a 130 163 293779,95 3,67 1802,33<br />

120 a 125 12 199524,77 2,73 1648,97<br />

115 a 120 125 231092,91 2,82 1848,74<br />

110 a 115 118 212577,87 2,66 1801,51<br />

105 a 110 82 143397,04 1,85 1748,74<br />

100 a 105 174 281907,53 3,92 1620,16<br />

95 a 100 223 338157,06 5,02 1516,40<br />

90 a 95 84 158218,66 1,89 1883,56<br />

TOTAL 4330 7469111,65 100,20<br />

Além dos sistemas <strong>de</strong> lineamentos retilíneos acima, foi ainda individualizado na<br />

região investigada um sistema <strong>de</strong> lineamentos curvilíneos.<br />

3.3.2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS<br />

O Sistema Geográfico <strong>de</strong> Informações (SGI) é um “software” que permite o<br />

armazenamento, recuperação, manipulação e integração <strong>de</strong> dados<br />

georreferenciados, bem como uma gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong> na visualização<br />

<strong>de</strong>stes. Nesta dissertação, utilizou-se o SITIM/SGI (Geossistemas, 1995),<br />

sistema <strong>de</strong>senvolvido pelo INPE/ENGESPAÇO para plataforma<br />

microcomputador, em ambiente DOS, que consiste <strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong><br />

Informações Geográficas (SIG) com uma interface para um Sistema <strong>de</strong><br />

74


Tratamento <strong>de</strong> Imagens (SITIM). A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho no SITIM/SGI é<br />

<strong>de</strong>nominada Projeto e correspon<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminda região geográfica, sendo<br />

constituída por Planos <strong>de</strong> Informação (PI’s) que reúnem dados específicos<br />

relativos à área do Projeto. Em cada PI são encontradas informações<br />

referentes a uma única categoria, (Miranda et al., 1984).<br />

3.3.2.1 BANCO DE DADOS<br />

A construção do banco <strong>de</strong> dados é realizada através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> entrada<br />

<strong>de</strong> dados no SGI, segundo <strong>de</strong>terminadas categorias (Tabela 3.5). Toda<br />

categoria é <strong>de</strong>finida no momento da criação <strong>de</strong> um Projeto e do Plano <strong>de</strong><br />

Informação (PI) a ela correspon<strong>de</strong>nte.<br />

O Projeto aqui <strong>de</strong>nominado Tapajós foi <strong>de</strong>finido com os seguintes parâmetros:<br />

a) Sistema <strong>de</strong> Projeção: Universal Transversa <strong>de</strong> Mercator (UTM);<br />

b) Datum Horizontal: SAD-69;<br />

c) Meridiano Central: W 57 0 00’ 00’’ ;<br />

d) Limites geográficos do Projeto : coor<strong>de</strong>nadas leste 666.305 m e<br />

834.000 m (55 0 30’ e 54 0 00’ W); coor<strong>de</strong>nadas norte 9.501.000 m e<br />

9.724.000 m (02 0 30’ e 04 30’ S).<br />

e) Escala: 1:250.000.<br />

75


TABELA 3.5 - CATEGORIAS CORRESPONDENTES À ENTRADA DE<br />

Entradas <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>los<br />

Numéricos <strong>de</strong> Terreno<br />

(MNT’s)<br />

Cartas topográficas :<br />

relevo<br />

mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong><br />

sal<br />

Mapas <strong>de</strong> isólitas <strong>de</strong><br />

diabásio<br />

mapa do embasamento<br />

(profundida<strong>de</strong>)<br />

dados<br />

aeromagnetométricos<br />

DADOS NO SGI<br />

Entradas <strong>de</strong> Áreas (vetorial) Entradas <strong>de</strong><br />

Imagens (matricial)<br />

mapa <strong>de</strong> lineamentos Landsat-5 ; bandas<br />

TM-3, 4 e 5<br />

mapa geológico<br />

mapa morfoestrutural<br />

Mapas base <strong>de</strong> dados<br />

geofísicos<br />

mapa <strong>de</strong> lineamentos<br />

magnéticos*<br />

Dados gravimétricos mapa <strong>de</strong> províncias<br />

magnéticas*<br />

mapa <strong>de</strong> arcabouço<br />

estrutural<br />

* dados <strong>de</strong>rivados da interpretação do Campo Magnético Total Anômalo<br />

reduzido ao pólo e continuado para cima (2000 m).<br />

1) Entrada <strong>de</strong> MNT - os dados <strong>de</strong>sta categoria foram introduzidos<br />

através <strong>de</strong> digitalização <strong>de</strong> isolinhas e / ou <strong>de</strong> pontos cotados ou<br />

através da importação <strong>de</strong> arquivos no formato XYZ<br />

(aeromagnetometria e gravimetria);<br />

2) Entrada <strong>de</strong> Áreas - os dados <strong>de</strong>sta categoria foram<br />

introduzidos através da importação <strong>de</strong> arquivos em formato dxf e,<br />

principalmente, através da digitalização dos seguintes mapas:<br />

76


a) polígonos abertos - mapas da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem,<br />

morfoestrutural, lineamentos superficiais (imagem),<br />

lineamentos magnéticos e arcabouço tectônico;<br />

b) arcos e ilhas - mapas geológico e <strong>de</strong> províncias magnéticas;<br />

3) Entrada <strong>de</strong> Imagens - as imagens foram transferidas do SITIM<br />

para o SGI através da importação <strong>de</strong> dados. A criação do PI<br />

correspon<strong>de</strong>nte a cada imagem importada foi realizada no próprio<br />

procedimento <strong>de</strong> importação.<br />

3.3.2.2 CONVERSÕES E MANIPULAÇÕES<br />

Álgebras <strong>de</strong> campo, disponíveis no SGI, realizam as seguintes conversões<br />

entre os formatos das diferentes categorias:<br />

1) Áreas / Imagens: transformação vetor-imagem e imagem-vetor;<br />

2) MNT / Imagens: transformação <strong>de</strong> um MNT para um formato<br />

imagem através <strong>de</strong> fatiamento em níveis <strong>de</strong> cinza.<br />

A álgebra <strong>de</strong> campos MNT - imagem foi realizada para os Planos <strong>de</strong><br />

Informação topografia, gravimetria e magnetometria (Figura 3.11). A<br />

transformação <strong>de</strong>u-se em duas etapas distintas, para a obtenção <strong>de</strong> um “pixel”<br />

<strong>de</strong> 100 m, por limitação do próprio “software”. Na primeira etapa foi utilizado o<br />

interpolador que trabalha com vizinhos mais próximos por quadrante/cota; na<br />

segunda etapa, o interpolador bicúbico. Convertidos os dados para o formato<br />

imagem, algumas manipulações, através <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong><br />

imagens, foram realizadas no SITIM para melhorar a qualida<strong>de</strong> da<br />

apresentação dos mesmos.<br />

77


666305<br />

9724000<br />

(a)<br />

0<br />

666305<br />

9724000<br />

(c)<br />

0<br />

35km<br />

35km<br />

0<br />

MC=57 W<br />

0<br />

MC=57 W<br />

9501000<br />

834000<br />

9501000<br />

834000<br />

78<br />

666305<br />

9724000<br />

(b)<br />

450 m<br />

7 m<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

0<br />

35km<br />

0<br />

MC=57 W<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 3.11 - Imagens <strong>de</strong> topografia (a), gravimetria (b) e magnetometria (c -redu<br />

zida ao pólo e continuada 2000 m para cima) expressas em níveis<br />

<strong>de</strong> cinza.<br />

+ 50 mGal<br />

- 55 mGal


Alguns trabalhos <strong>de</strong>monstram que, para os dados geofísicos, os mapas <strong>de</strong><br />

contorno não são os produtos mais apropriados para a interpretação, sendo<br />

que a representação contínua colorida ou em níveis <strong>de</strong> cinza, com recursos <strong>de</strong><br />

sombreamento, promovem maior riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes (Drury e Walker, 1987;<br />

Kowalik e Glenn, 1987). As variações texturais são melhor percebidas se<br />

representadas em tons <strong>de</strong> cinza e as variações <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> são melhor<br />

representadas através da distribuição contínua <strong>de</strong> cores, que po<strong>de</strong> ser obtida<br />

através da aplicação <strong>de</strong> diferentes “Look Up Tables” (LUT’s) ao dado digital<br />

(Drury e Walker, 1987).<br />

Às imagens obtidas a partir dos dados geofísicos e topográficos, foi aplicado<br />

um aumento linear <strong>de</strong> contraste (ALC), através da manipulação <strong>de</strong> histograma,<br />

melhorando a distribuição dos níveis <strong>de</strong> cinza (NC) e, conseqüentemente,<br />

obtendo um maior realce das mesmas. Nessas imagens assim realçadas,<br />

aplicou-se três diferentes LUT’s para colorização. O processo consiste em<br />

realçar diferentemente três regiões da distribuição dos níveis <strong>de</strong> cinza (NC),<br />

atribuindo a cada região, em uma composição RGB, uma cor primária. Obtém-<br />

se, assim, uma distribuição contínua <strong>de</strong> cores entre o azul (valores baixos NC)<br />

e o vermelho (valores altos <strong>de</strong> NC), passando por matizes intermediários<br />

(ver<strong>de</strong> e amarelo), conforme a Figura 3.12.<br />

79


A colorização <strong>de</strong> imagens po<strong>de</strong> resultar como produto a cromoestereoscopia, a<br />

partir da construção <strong>de</strong> óculos com prismas refrativos duplos (ChromaDepth).<br />

Este processo, baseado nas leis da refração da luz, combina a visão da cor<br />

com a percepção <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Neste aspecto, o vermelho representa o<br />

alto relevo e o azul o baixo relevo, passando pelos matizes e relevos<br />

intermediários (ver<strong>de</strong> e amarelo). Uma discussão qualitativa <strong>de</strong>sse processo<br />

po<strong>de</strong> ser obtida em Toutin (1997). Procurou-se obter nesse trabalho, <strong>de</strong>ntro do<br />

possível, imagens colorizadas cuja distribuição <strong>de</strong> cores permitisse a<br />

cromoestereoscopia, sendo o melhor resultado obtido nas imagens do Campo<br />

Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima).<br />

Nestas imagens então foram acentuadas muitas feições, o que enriqueceu a<br />

interpretação dos lineamentos magnéticos.<br />

Ainda à imagem magnética, foi aplicado sombreamento sintético, através do<br />

programa Sombra, iluminando o dado com azimutes <strong>de</strong> 0 0 e 90 0 e com<br />

inclinação <strong>de</strong> 45 0 , realçando, assim, feições importantes do relevo magnético.<br />

3.3.2.3 INTEGRAÇÃO DIGITAL DE DADOS<br />

A integração <strong>de</strong> dados geofísicos no ambiente SGI requer sua compatibilização<br />

espacial com o acervo já existente, geralmente por meio <strong>de</strong> interpolação.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amostragem dos dados geofísicos<br />

originais (aeromagnetometria e gravimetria), sua reinterpolação não acarreta<br />

em ganhos adicionais <strong>de</strong> resolução, se comparados com as imagens orbitais<br />

<strong>de</strong> sensoriamento remoto (Drury e Walker, 1987; Araújo e Carvalho, 1993,<br />

entre outros). Uma opção muito utilizada para tal finalida<strong>de</strong> é a técnica IHS,<br />

que permite a integração <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> diferentes naturezas,<br />

preservando a resolução espacial da base <strong>de</strong> dados (Crosta, 1992; Harris et<br />

al., 1994; Rivard et al., 1994).<br />

81


A representação IHS é uma tentativa <strong>de</strong> aproximação da formação <strong>de</strong> cores<br />

segundo o sistema visual humano, sendo as cores <strong>de</strong>finidas pelos atributos I<br />

(intensida<strong>de</strong>), H (hue=matiz) e S (saturação). A transformação RGB => IHS =><br />

RGB é realizada através <strong>de</strong> algoritmos que relacionam os dois espaços <strong>de</strong><br />

cores, admitindo, se necessária, a aplicação, no espaço IHS, <strong>de</strong> um aumento<br />

linear <strong>de</strong> contraste (Crosta, 1992). A transformação se processa segundo as<br />

seguintes etapas:<br />

i1 R I1 I2 R2<br />

i2 1=> G 2=> H1 3 => H2 4 => G2<br />

i3 B S1 S2 B2<br />

1- atribuição das bandas i (1, 2 e 3) às cores RGB, obtendo um triplete;<br />

2- a partir do triplete da imagem digital (1), realiza-se a transformação<br />

RGB => IHS. Todas as informações <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> (I), matiz (H) e<br />

saturação (S) dos três canais <strong>de</strong> entrada (R, G, B) estarão<br />

concentradas nas bandas transformadas (I1, H1, S1);<br />

3- neste espaço IHS, po<strong>de</strong>-se aplicar técnicas <strong>de</strong> realce, ou<br />

simplesmente substituir uma ou mais imagens (I2, H2, S2);<br />

4- retorna-se, a partir <strong>de</strong> I2, H2 e S2, ao espaço RGB obtendo-se a<br />

imagem (R2, G2, B2).<br />

A transformação IHS é uma técnica muito utilizada para integração <strong>de</strong> dados<br />

<strong>de</strong> diferentes fontes, <strong>de</strong>nominada integração IHS. É também empregada para<br />

compor dados <strong>de</strong> uma mesma fonte, porém com diferentes características,<br />

obtidas, por exemplo, a partir <strong>de</strong> filtragens e sombreamentos, gerando o que<br />

Miranda et al. (1994) <strong>de</strong>nominaram composição IHS. Na integração ou<br />

composição IHS, <strong>de</strong>ve-se atribuir ao canal I os dados <strong>de</strong> alta resolução ou<br />

texturais e, aos canais H e S, dados <strong>de</strong> menor resolução, po<strong>de</strong>ndo esse último<br />

assumir um “file” sintético (Harris et al., 1990; Almeida Filho, 1992; Harris et al.,<br />

1994; Rivard et al., 1994, Rolim, 1993).<br />

82


Yamakawa et al. (1994) integraram dados <strong>de</strong> sensores remotos Landsat-5/TM,<br />

SPOT/HRV e SAR, além <strong>de</strong> dados topográficos, geológicos e geofísicos<br />

(gravimetria e magnetometria), através da transformação IHS e,<br />

principalmente, <strong>de</strong> operações aritméticas (adição e multiplicação <strong>de</strong> canais).<br />

Harris et al. (1990) integraram dados <strong>de</strong> Landsat-5/TM, SAR, geológicos e<br />

geofísicos através da técnica IHS, ressaltando as vantagens da integração da<br />

imagem <strong>de</strong> radar com dados geológicos e geofísicos, como auxílio ao<br />

mapeamento <strong>de</strong> estruturas. Utilizaram ainda a técnica IHS para relacionar<br />

espacialmente textura e classes temáticas.<br />

Almeida Filho (1992), estudando o kimberlito Redondão (SW do Piauí),<br />

integrou imagens e razões <strong>de</strong> imagens Landsat-5/TM com fotografias aéreas<br />

(digitalizadas) e com o mo<strong>de</strong>lo numérico <strong>de</strong> elevação, através da técnica IHS.<br />

Rivard et al. (1994), estudando a região <strong>de</strong> Ontário, on<strong>de</strong> são registradas<br />

<strong>de</strong>formações associadas a um astroblema, utilizaram dados SAR e<br />

magnetométricos <strong>de</strong> alta resolução, integrando os mesmos através da<br />

transformação IHS, <strong>de</strong> forma a ressaltar as anomalias magnéticas, mapear<br />

falhas e diques e estabelecer hipóteses sobre a evolução tectônica.<br />

Kowalik e Glenn (1987) ressaltaram a importância da integração dos dados<br />

geofísicos com imagens orbitais do satélite Landsat-5 (TM e MSS) para<br />

i<strong>de</strong>ntificar algumas feições estruturais não discerníveis separadamente.<br />

Harris et al. (1994) compararam quatro técnicas <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> dados: IHS,<br />

transformação por principais componentes, operações aritméticas entre<br />

bandas (TM/SPOT e TM/SAR) e composição colorida <strong>de</strong> imagens. Advertiram<br />

para a utilização <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três bandas na integração, muitas vezes<br />

inviabilizando a interpretação do resultado, ressaltando ainda que a<br />

83


transformação IHS não está isenta <strong>de</strong> problemas, mas se mostra mais flexível<br />

que as <strong>de</strong>mais técnicas, apresentando as seguintes vantagens:<br />

1) controle individual dos parâmetros I, H e S, permitindo maior<br />

controle sobre a integração;<br />

2) preservação das características espectrais e espaciais dos dados <strong>de</strong><br />

entrada;<br />

3) relação entre as cores originais e produzidas, permitindo melhor<br />

interpretabilida<strong>de</strong>;<br />

4) produção <strong>de</strong> amplo intervalo <strong>de</strong> cores;<br />

5) possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combinar mais <strong>de</strong> cinco canais, ainda assim<br />

interpretáveis.<br />

Nesta dissertação foram obtidas duas composições IHS nas imagens do<br />

campo magnético total anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para<br />

cima), associando, assim, à mesma imagem, características texturais e tonais.<br />

À banda I, foram atribuídas, em cada uma das composições, as imagens<br />

sombreadas <strong>de</strong> zero ( iluminação norte-sul) e noventa graus (iluminação leste-<br />

oeste), conforme Figura 3.13. Às bandas H e S foram atribuídas as imagens<br />

sem sombreamento. As citadas composições IHS enriqueceram sobremaneira<br />

a interpretação dos dados, principalmente na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> lineamentos<br />

magnéticos. A análise integrada dos dados <strong>de</strong> sensoriamento remoto,<br />

geológicos e geofísicos foi realizada, em sua maioria, através da sobreposição<br />

<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> informação.<br />

84


666305<br />

9724000<br />

85<br />

35km 9501000<br />

834000<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

0<br />

MC=57 W<br />

Fig. 3.13 - Imagens do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e con<br />

tinuado 2000 m para cima) iluminadas <strong>de</strong> norte, 0 graus (acima) e <strong>de</strong><br />

leste 90 graus (abaixo). Notar que a iluminação no sentido norte-sul<br />

suaviza os puxamentos na direção N e ressalta as feições <strong>de</strong> direção<br />

leste-oeste. A imagem iluminada <strong>de</strong> leste-oeste ressalta feições NE e<br />

NW e os puxamentos na direção N.


CAPÍTULO 4<br />

ANÁLISE DOS DADOS<br />

4.1 DADOS DE SENSORIAMENTO REMOTO - LINEAMENTOS<br />

Para or<strong>de</strong>nar os sistemas <strong>de</strong> lineamentos similares segundo uma cronologia<br />

relativa, serão utilizados os critérios fotogeológicos <strong>de</strong> Lathram e Albert (1974),<br />

citados por Miranda et al. (1986). Com base em tais critérios, se estabelece a<br />

similarida<strong>de</strong> entre os lineamentos, lembrando que esta sugere que sistemas<br />

com características afins estejam associados a um mesmo evento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação, ou seja, que sejam contemporâneos no tempo geológico (Liu,<br />

1984 e Miranda et al., 1986). De acordo com os citados autores, os<br />

lineamentos mais curtos e com maior distribuição na superfície são<br />

representativos <strong>de</strong> estruturas mais jovens. Estas feições ten<strong>de</strong>m a mascarar os<br />

lineamentos mais longos e <strong>de</strong> distribuição mais restrita, que estão associados<br />

a estruturas mais antigas. Espera-se que o sistema mais antigo seja aquele<br />

representado pelos lineamentos curvilíneos, que apresentam distribuição mais<br />

restrita e concentração sobre terrenos pré-cambrianos. Tais lineamentos estão<br />

provavelmente associados à foliação <strong>de</strong> rochas metamórficas; em terrenos<br />

fanerozóicos, po<strong>de</strong>m ser relacionados à compactação direferencial <strong>de</strong><br />

sedimentos sobre rochas metamórficas sub-aflorantes.<br />

Com base nos critérios acima <strong>de</strong>scritos, po<strong>de</strong>-se caracterizar duas gran<strong>de</strong>s<br />

classes <strong>de</strong> lineamentos (curvilínea e retilínea), verificando-se visualmente que<br />

os lineamentos curvilíneos são, em geral, significativamente mais extensos<br />

(sobretudo aqueles <strong>de</strong>senvolvidos no embasamento; comparar Figuras 4.1 e<br />

4.2).<br />

87


9724000<br />

666305<br />

0<br />

MC=57 W<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

Fig. 4.1 - Lineamentos retilíneos sobrepostos ao mapa geológico.<br />

88<br />

9501000<br />

834000<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

T


9724000<br />

0<br />

666305<br />

0<br />

MC=57 W<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

89<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.2 - Lineamentos curvilíneos sobrepostos ao mapa geológico. Notar concen<br />

tração na região do embasamento, caracterizando tais como as mais<br />

antigas.<br />

T


A classe <strong>de</strong> lineamentos curvilíneos concentra-se, como esperado, nas rochas<br />

do embasamento proterozóico, po<strong>de</strong>ndo apresentar prolongamenos<br />

aproximadamente retilíneos em terrenos fanerozóicos. Tal classe é constituída<br />

por lineamentos mais alongados e <strong>de</strong> direção geral NW, provavelmente<br />

relacionados geneticamente ao <strong>de</strong>senvolvimento da Província Maroni-<br />

Itacaiunas (Fig. 2.2) proposta por Cordani et al. (1979). De acordo com as<br />

citadas características, esta classe representa os lineamentos mais antigos da<br />

área (Figura 4.2). A classe <strong>de</strong> lineamentos retilíneos comporta seis sistemas <strong>de</strong><br />

lineamentos (Tabela 4.1), classificados <strong>de</strong> acordo com o “trend” principal<br />

(Capítulo 3), sendo <strong>de</strong>scritos e analisados a seguir.<br />

TABELA 4.1 - SISTEMAS DE LINEAMENTOS RETILÍNEOS<br />

SISTEMA INTERVALO<br />

DE AZIMUTE<br />

FREQ.<br />

ABS<br />

90<br />

COMP.<br />

ABS. (m)<br />

FREQ.<br />

REL. (%)<br />

COMP.<br />

REL.<br />

(%)<br />

COM.<br />

MÉDIO<br />

(m)<br />

1 N10-20E 573 928343 12.91 12.43 1620<br />

2 N45-55E 109 204814 2.46 2.74 1879<br />

3 N75-85E 731 1236924 16.47 16.56 1692<br />

4 N10-20W 684 1185119 15.41 15.86 1732<br />

5 N40-50W 446 735867 10.05 9.85 1649<br />

6 N75-85W 397 620064 8.94 8.30 1561<br />

TOTAL 2940 4911131 66.24 65.74<br />

N10-20E: este sistema condiciona trechos <strong>de</strong> importantes rios como o<br />

Tapajós e o Moju e está distribuído <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o embasamento até a<br />

Formação Alter do Chão, com significativa concentração nas porções<br />

topograficamente mais altas <strong>de</strong>sta, (Figuras 4.3a e b);


9724000<br />

666305<br />

0<br />

MC=57 W<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

91<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

9501000<br />

834000<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />

Fig. 4.3a - Lineamentos N10-20E sobrepostos ao mapa geológico.


666305<br />

9724000<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

R io M o ju<br />

0<br />

MC=57 W<br />

92<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.3b - Lineamentos N10-20E sobrepostos à imagem topográfica. Observar<br />

condicionamento do Rio Tapajós a esta direção e sua concentração<br />

nos altos topográficos da Fm. Alter do Chão.<br />

450 m<br />

7 m


N45-55E: este sistema condiciona longo trecho do Rio Curuá-Una,<br />

apresentando distribuição restrita à Formação Alter do Chão, na<br />

porção norte da área, mais próxima ao <strong>de</strong>pocentro da bacia. Sua<br />

freqüência absoluta é baixa em relação aos <strong>de</strong>mais sistemas (Tabela<br />

4.1), em razão do seu paralelismo com a direção <strong>de</strong> iluminação (N52-<br />

54E), conforme discutido anteriormente (Figuras 4.4a e b). No entanto,<br />

Miranda (1984) i<strong>de</strong>ntificou uma faixa estrutural composta por<br />

lineamentos N40-50E com posicionamento idêntico àquele proposto no<br />

presente trabalho. Vale ressaltar que tal autor utilizou, para a extração<br />

<strong>de</strong> lineamentos, mosaicos radargramétricos do Projeto RADAMBRASIL,<br />

cuja direção <strong>de</strong> iluminação é E-W.<br />

N75-85E: este sistema tem forte expressão topográfica, <strong>de</strong>finindo a direção<br />

geral das encostas nas regiões do embasamento e <strong>de</strong> rochas<br />

paleozóicas, bem como conferindo um aspecto rugoso à topografia em<br />

sua área <strong>de</strong> ocorrência no domínio na Formação Alter do Chão. Esse<br />

sistema também condiciona alguns cursos d’água e distribui-se em uma<br />

faixa bem <strong>de</strong>finida, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 85 km, que engloba do embasamento<br />

à Formação Alter do Chão (Figuras 4.5a e b);<br />

N10-20W: este sistema condiciona trechos <strong>de</strong> alguns cursos d’água como<br />

o Rio Tutuí, distribuindo-se do embasamento à Formação Alter do<br />

Chão e mostrando alguma concentração em faixas paralelas (Figuras<br />

4.6a e b);<br />

N40-50W: este sistema ocorre predominantemente nas rochas da Formação<br />

Alter do Chão, sendo sua distribuição muito restrita nas rochas<br />

paleozóicas e do embasamento. Sua caracterização é favorecida pela<br />

geometria <strong>de</strong> aquisição dos dados do satélite Landsat-5, pois é quase<br />

perpendicular ao azimute solar (Figuras 4.7 e 4.4a);<br />

93


9724000<br />

0<br />

666305<br />

0<br />

MC=57 W<br />

35km<br />

Rio Ta p a jó s<br />

94<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.4a - Lineamentos N45-55E e N40-50W sobrepostos ao mapa geológico.<br />

Notar a distribuição praticamente restrita à Fm. Alter do Chão.


9724000<br />

666305<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

Rio M o ju<br />

95<br />

0<br />

MC=57 W<br />

R io C u ru á U n a<br />

834000<br />

9501000<br />

Fig. 4.4b - Lineamentos N45-55E sobrepostos à imagem topográfica. Notar o<br />

condicionamento do Rio Curuá - Una e do Rio Moju, bem como a<br />

distribuição restrita à porção norte da área <strong>de</strong> estudo.<br />

450 m<br />

7 m


666305<br />

9724000<br />

0<br />

MC=57 W<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

Fig. 4.5a - Lineamentos N75-85E sobrepostos ao mapa geológico.<br />

96<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

9501000<br />

834000


666305<br />

9724000<br />

0<br />

35km<br />

Fig 4.5b - Lineamentos .<br />

N75-85E sobrepostos à imagem topográfica. Observar<br />

o condicionamento do relevo nas encostas <strong>de</strong>senvolvidas em rochas<br />

paleozóicas e do embasamento, bem como o aspecto rugoso que<br />

confere à topografia da Fm. Alter do Chão.<br />

97<br />

0<br />

MC=57 W<br />

450 m<br />

7 m<br />

9501000<br />

834000


666305<br />

9724000<br />

0<br />

MC=57 W<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

98<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

834000<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />

9501000<br />

Fig. 4.6a - Lineamentos N10-20W e N75-85W sobrepostos ao mapa geológico.


9724000<br />

666305<br />

0<br />

35km<br />

R io Ta p a jó s<br />

99<br />

R io C u ru á U n a<br />

0<br />

MC=57 W<br />

R io Tu tu í<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.6b - Lineamentos N10-20W sobrepostos à imagem topográfica. Notar o<br />

condicionamento <strong>de</strong> um trecho do Rio Tutuí e sua ampla distribui<br />

ção na área <strong>de</strong> estudo.<br />

450 m<br />

7 m


666305<br />

9724000<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

100<br />

R io C u ru á U n a<br />

0<br />

MC=57 W<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.7 - Lineamentos N40-50W sobrepostos à imagem topográfica. Notar distri<br />

buição praticamente restrita à porção norte da área (Fm. Alter do Chão).<br />

450 m<br />

7 m


N75-85W: este sistema tem pouca expressão na área <strong>de</strong> estudo,<br />

estando presente apenas nas rochas da Formação Alter do Chão, on<strong>de</strong><br />

mostra alguma concentração em faixas paralelas (Figura 4.6a).<br />

Po<strong>de</strong>-se notar que, invariavelmente, todos os sistemas retilíneos são<br />

mapeados na Formação Alter do Chão (Figura 4.1). Cabe aqui ressaltar que<br />

esta unida<strong>de</strong> estratigráfica tem pobre conteúdo fossilífero, sendo <strong>de</strong> difícil<br />

datação, aceitando-se uma ida<strong>de</strong> compreendida entre o Cretáceo e o Terciário<br />

(Cunha et al., 1994). Entre os sistemas <strong>de</strong> lineamentos retilíneos não são<br />

observadas variações significativas do comprimento médio, sendo estes<br />

mapeados na Formação Alter do Chão, po<strong>de</strong>ndo, ou não, estarem<br />

caracterizados nos terrenos paleozóicos e proterozóicos. Essas características<br />

afins conce<strong>de</strong>m a tais sistemas uma similarida<strong>de</strong> que permite consi<strong>de</strong>rá-los<br />

contemporâneos no tempo geológico, associados a um evento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação, <strong>de</strong> acordo com os critérios <strong>de</strong> Lathram e Albert (1974), citados por<br />

Miranda et al. (1986). Assume-se, portanto, nessa dissertação, uma<br />

contemporaneida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses lineamentos em tempos geológicos posteriores à<br />

<strong>de</strong>posição da Fm. Alter do Chão, tendo em vista a inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

estabelecer com segurança as relações espaciais e temporais entre tais<br />

sistemas através <strong>de</strong> um mapeamento <strong>de</strong> campo, em função das características<br />

da área (escassez <strong>de</strong> afloramentos).<br />

Os sistemas N10-20E e N10-20W (Figuras 4.3 e 4.6) são muito freqüentes e<br />

apresentam ampla distribuição, do Proterozóico ao Terciário, concentrando-se<br />

neste último. Esses sistemas estão associados a direções <strong>de</strong> fraqueza mais<br />

antigas que a Fm. Alter do Chão, sugerindo reativação das mesmas. Nesse<br />

sentido, a literatura <strong>de</strong>screve as direções NS e NNE como direções <strong>de</strong><br />

distensão (afetando tanto a bacia quanto o embasamento), associadas às<br />

intrusões <strong>de</strong> diques <strong>de</strong> diabásio durante o Eojurássico, conforme Teixeira<br />

(1978), Miranda e Boa Hora (1984) e Boa Hora (1985). A direção NNW está<br />

presente no embasamento juntamente com classe <strong>de</strong> lineamentos curvilíneos,<br />

101


<strong>de</strong>scrita anteriormente como a mais antiga. Esses sistemas não foram<br />

mapeados pela magnetometria provavelmente em função da geometria <strong>de</strong><br />

aquisição dos dados (linhas <strong>de</strong> vôo NS).<br />

A análise integrada mostra que os sistemas N75-85E e N75-85W estão bem<br />

mapeados apenas nas imagens Landsat-5/TM. Nas imagens do Campo<br />

Magnético Total Anômalo foram bem caracterizados sistemas <strong>de</strong> direção geral<br />

EW, que apresentam leves encurvamentos tanto para NE quanto para NW.<br />

Travassos e Barbosa Filho (1990) mapearam, através <strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão,<br />

na Fm. Alter do Chão, gran<strong>de</strong> falha transcorrente <strong>de</strong>xtral com “trend” EW<br />

(Figuras 2.3 e 4.8).<br />

Os sistemas N45-55E e N40-50W apresentam distribuição praticamente<br />

restrita à Fm. Alter do Chão e ângulo <strong>de</strong> interseção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 90 graus,<br />

(Figura 4.4a). Recorrendo a uma análise integrada digitalmente, através da<br />

sobreposição <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> informação, observa-se que esses dois sistemas<br />

estão muito bem caracterizados em subsuperfície, nas imagens do Campo<br />

Magnético Total Anômalo, sendo muitas vezes coinci<strong>de</strong>ntes seus traçados<br />

(Figura 4.9). O sistema N45-55E é paralelo à direção geral <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> dobras<br />

e falhas reversas, mapeadas em subsuperfície na Fm. Alter do Chão, através<br />

<strong>de</strong> sísmica <strong>de</strong> reflexão, por Travassos e Barbosa Filho (1990), caracterizando<br />

feições compressivas nesta direção (comparar Figuras 4.4a e 4.8).<br />

102


666305<br />

9724000<br />

OS<br />

0<br />

MC=57 W<br />

0<br />

Legenda:<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

pC<br />

feições terciárias<br />

feições mais antigas<br />

103<br />

D<br />

T<br />

CP<br />

pCp<br />

JKp<br />

834000<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

9501000<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas - soleiras) .<br />

Fig. 4.8 - Arcabouço estrutural mapeado pela sísmica (Travassos e Barbosa<br />

Fillho, 1990) sobreposto ao mapa geológico mostrando uma falha trans<br />

corrente <strong>de</strong>xtral com orientação E-W, falhas transcorrentes, anticlinais<br />

e falhas reversas com direção geral NE.


9724000<br />

0<br />

666305<br />

35km<br />

104<br />

0<br />

MC=57 W<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.9 - Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000<br />

m para cima) iluminado <strong>de</strong> leste, mostrando a coincidência entre os<br />

lineamentos magnéticos NE/NW (branco) e os lineamentos NE/NW<br />

extraídos da imagem <strong>de</strong> satélite (preto).


As direções N10-20W e N75-85W po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas como par<br />

conjugado <strong>de</strong> fraturas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento lateral (antitéticas e sintéticas,<br />

respectivamente), com ângulo em torno <strong>de</strong> 65 graus (Figura 4.6a), conforme<br />

veremos no próximo parágrafo. A direção N75-85E individualiza-se pela<br />

freqüência e distribuição singulares, sendo aqui consi<strong>de</strong>rada como a direção<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento principal <strong>de</strong> uma zona <strong>de</strong> cisalhamento <strong>de</strong>xtral (Figuras 4.5a<br />

e b).<br />

Admitindo a contemporaneida<strong>de</strong> dos sistemas <strong>de</strong> lineamentos retilíneos e<br />

consi<strong>de</strong>rando o “trend” NE como constituído por feições compressivas,<br />

conforme proposto por Travassos e Barbosa Filho (1990), a análise dos<br />

sistemas <strong>de</strong> lineamentos, baseada na conceituação <strong>de</strong> Wilcox et al. (1973),<br />

Tchalenko (1970), Harding (1974) e Lowell (1985), sugere um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

tectônica “wrench” <strong>de</strong>xtral com direção principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento N75-85W,<br />

na região da borda sul da bacia (Figura 4.10). Neste mo<strong>de</strong>lo, os sistemas <strong>de</strong><br />

lineamentos mapeados representariam:<br />

1) N75-85E - zona principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento;<br />

2) N45-55E - dobras e falhas reversas;<br />

3) N40-50W - falhas normais;<br />

4) N10-20W - falhas antitéticas;<br />

5) N75-85W - falhas sintéticas;<br />

Estudos <strong>de</strong> “breakouts” (ovalização <strong>de</strong> diâmetros <strong>de</strong> poços), realizados por<br />

Lima et al. (1997) em três poços (1-BR-1-PA, 1-SP-1-PA, 1-TU-1-PA) na área<br />

<strong>de</strong> estudo (Figura 4.11), apontam para uma direção atual <strong>de</strong> compressão NW,<br />

consistente com o mo<strong>de</strong>lo acima proposto.<br />

105


9724000<br />

0<br />

666305<br />

MC=57 W<br />

0<br />

R io Ta p a jó s<br />

35km<br />

106<br />

Devoniano.<br />

Ordoviciano/Siluriano<br />

Proterozóico Médio / Superior<br />

Arqueano / Proterozóico Inferior<br />

9501000<br />

834000<br />

Quaternário<br />

Cretáceo /Terciário (Fm. Alter do Chão)<br />

Eojurássico (intrusivas básicas) .<br />

Fig. 4.10 - Lineamentos retilíneos filtrados sobre mapa geológico e o elipsói<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação aplicado ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> tectônica "wrench" <strong>de</strong>xtral, com<br />

direção principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento N75-85E.


A reativação <strong>de</strong> direções <strong>de</strong> fraquezas antigas se torna, mais uma vez, uma<br />

hipótese plausível, reforçando os trabalhos <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Cunha (1971),<br />

Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973), Amaral (1974), Porto e Szatmari (1982), Brito Neves et<br />

al. (1984), Cunha (1982), Miranda (1984), Miranda e Boa Hora (1984), Carneiro<br />

e Jucá (1985), Teixeira (1988), Neves et al. (1989), Neves (1990), Travassos e<br />

Barbosa Filho (1990), Wan<strong>de</strong>rley Filho (1991), entre outros.<br />

O sistema N10-20E, como anteriormente mencionado, está associado à<br />

direção <strong>de</strong> intrusão <strong>de</strong> diques básicos no Eojurássico. O seu posicionamento<br />

nas porções topograficamente mais altas da Fm. Alter do Chão, junto à borda<br />

sul da bacia (Figuras 4.3a e b), sugere uma possível compactação diferencial<br />

<strong>de</strong> sedimentos sobre enxames <strong>de</strong> diques cortando a seção paleozóica. A<br />

hipótese <strong>de</strong> uma reativação transcorrente <strong>de</strong>xtral <strong>de</strong>sta direção durante o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses esforços, posteriores à <strong>de</strong>posição da Fm. Alter do<br />

Chão, parece ser bastante plausível.<br />

107


4.2 DADOS GEOFÍSICOS<br />

4.2.1 GRAVIMETRIA<br />

Linsser (1958) observou, em um levantamento regional da bacia, uma ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> altos gravimétricos na sua parte central, ressaltando que tais feições não<br />

po<strong>de</strong>riam ser explicadas pela presença <strong>de</strong> corpos intrabacinais, consi<strong>de</strong>rando<br />

a gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> das anomalias. Propôs que esses altos, <strong>de</strong> características<br />

suaves, correspon<strong>de</strong>riam a massas intraembasamento.<br />

Nunn e Aires (1985, 1988) propuseram também a existência <strong>de</strong> corpos<br />

intraembasamento para explicar tais anomalias e realizaram mo<strong>de</strong>lagem<br />

gravimétrica, explicando a não coincidência entre os altos gravimétricos e o<br />

<strong>de</strong>pocentro da bacia através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los tridimensionais da crosta.<br />

Observaram que, na região próxima ao <strong>de</strong>pocentro da bacia, as anomalias<br />

gravimétricas positivas suplantam as negativas (que seriam esperadas para<br />

uma espessa seção sedimentar) e que o padrão em ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valores<br />

positivos flanqueados por anomalias negativas indica sobrecarga da crosta,<br />

provocada por intrusão ou substituição por material mais <strong>de</strong>nso em<br />

profundida<strong>de</strong>.<br />

Fischler et al. (1997), em estudo gravimétrico regional no Mar <strong>de</strong> Barents,<br />

também concluíram, através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, que a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> altos<br />

gravimétricos na região da bacia sedimentar representava massas<br />

intraembasamento.<br />

O mapa <strong>de</strong> anomalias Bouguer apresenta, na área <strong>de</strong> estudo, dois altos<br />

distintos próximos ao eixo da bacia (Figura 4.12). Com base nos parâmetros<br />

propostos no trabalho <strong>de</strong> Nunn e Aires (1988), realizou-se, através do<br />

programa GM-SYS, disponível no GEOSOFT, uma mo<strong>de</strong>lagem gravimétrica a<br />

108


partir <strong>de</strong> três perfis selecionados na gra<strong>de</strong> (dois N-S e um E-W) os quais<br />

interceptam tais anomalias. A espessura crustal inicial trabalhada foi <strong>de</strong> 50 km,<br />

com base em estudo <strong>de</strong> dispersão da ondas Rayleigh realizado por Rembarger<br />

em 1984 (citado por Nunn e Aires, op cit); a profundida<strong>de</strong> máxima da bacia foi<br />

consi<strong>de</strong>rada 7 km. Os parâmetros referentes à <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> foram:<br />

1) rochas sedimentares: 2,55 g/cm 3 (média da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários<br />

poços);<br />

2) crosta continental superior: 2,75 g/cm 3 (estimada por análise<br />

<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> sísmica);<br />

3) crosta continental inferior: 2,85 g/cm 3 (estimada por análise <strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> sísmica);<br />

4) corpo intrusivo: 3,0 g/cm 3 (compatível com piroxenito amostrado em<br />

poço);<br />

5) 3<br />

manto superior: 3,3 g/cm .<br />

Os perfis mo<strong>de</strong>lados indicam como resultado a substituição ou intrusão <strong>de</strong><br />

massas através da crosta inferior e atingindo parcialmente a crosta superior,<br />

conforme proposto pelos autores supra citados. O mo<strong>de</strong>lo admite uma bacia<br />

com profundida<strong>de</strong> máxima local <strong>de</strong> 7 km, limites entre crosta superior e inferior<br />

em torno <strong>de</strong> 20 km e entre crosta inferior e manto em torno <strong>de</strong> 48 km. Os<br />

resultados obtidos apontam para o corpo a oeste, perfil 1 (Figura 4.13a), uma<br />

profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 15 km e, para o corpo a leste, perfil 2 (Figura 4.13b),<br />

uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 8 km, confirmadas pela mo<strong>de</strong>lagem na direção<br />

leste-oeste, perfil 3 (Figura 4.13c).<br />

109


9724000<br />

0<br />

666305<br />

p e rfil 1<br />

35km<br />

110<br />

p e rfil 3<br />

0<br />

MC=57 W<br />

p e rfil 2<br />

+50 mGal<br />

- 55 mGal<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.12 - Imagem e contorno do Campo Gravimétrico (Bouguer) com a locali<br />

zação dos perfis mo<strong>de</strong>lados. Notar os dois altos gravimétricos pronun<br />

ciados.


Fig. 4.13 - Perfis mo<strong>de</strong>lados através do GM-SYS/GEOSOFT, com parâmetros <strong>de</strong><br />

finidos por Nunn e Aires (1988). As profundida<strong>de</strong>s estimadas para as<br />

intrusões são <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>15 km (a) e 8 km (b) para os corpos a oeste<br />

e leste, respectivamente (Fig. 4.12), o que é confirmado pela mo<strong>de</strong><br />

lagem leste-oeste (c). Notar o ótimo ajuste dos valores medidos, além<br />

do baixíssimo erro estimado.<br />

111


Linsser (1958), Rezen<strong>de</strong> e Brito (1973), Nunn e Aires (1985, 1988), Coutinho e<br />

Gonzaga (1996), entre outros, associam essas massas ao rifteamento<br />

precursor da bacia, relacionando-as ao piroxenito perfurado em Cuminá (PA),<br />

datado em cerca <strong>de</strong> 570 +/- 70 m.a (Cunha et al., 1994).<br />

4.2.2 MAGNETOMETRIA<br />

4.2.2.1 ANÁLISE QUANTITATIVA<br />

A análise quantitativa é realizada através do espectro <strong>de</strong> potência do Campo<br />

Magnético Total Anômalo, que permite associar os “slopes” às profundida<strong>de</strong>s<br />

médias das fontes (Spector e Grant, 1970). Deve-se consi<strong>de</strong>rar, no entanto,<br />

que a análise <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> campo magnético na direção vertical apresenta<br />

restrições, resultantes da ambiguida<strong>de</strong> inerente ao método, <strong>de</strong>vendo ser<br />

aplicada para objetivos <strong>de</strong> caráter regional e genérico, conforme discutido por<br />

Gay (1996). A análise do espectro <strong>de</strong> potência da área (Figura 4.14), obtido a<br />

partir da gra<strong>de</strong> no GEOSOFT, permitiu inferir algumas profundida<strong>de</strong>s médias<br />

aproximadas e as fontes associadas, quais sejam: 0,1 km e 0,5 km, diabásios<br />

rasos; 7,0 km, embasamento; 20,0 km, Temperatura Curie.<br />

112


Fig. 4.14 - Análise quantitativa através do espectro <strong>de</strong> potência da gra<strong>de</strong><br />

Santarém Leste. Os "slopes" fornecem profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes a cer<br />

ca <strong>de</strong> 0,1 km; 0,5 km; 7,0 km; 20,0 km.<br />

113


4.2.2.2 ANÁLISE QUALITATIVA<br />

Uma característica marcante na área <strong>de</strong> estudo é a influência <strong>de</strong> fontes rasas e<br />

a sobreposição <strong>de</strong>stas com fontes mais profundas. O Campo Magnético Total<br />

Anômalo pô<strong>de</strong> ser mapeado <strong>de</strong> acordo com as diferentes assinaturas<br />

magnéticas, com base nos critérios <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong><br />

freqüências e respectivas amplitu<strong>de</strong>s, em quatro províncias distintas (Figuras<br />

4.15 e 4.16). Poços na área, atingindo diferentes profundida<strong>de</strong>s, mas não o<br />

embasamento, com exceção do 1-FO-1-PA, testemunham a presença <strong>de</strong><br />

diabásio (Tabela 4.2 e Figura 4.16), confirmando muitas interpretações e<br />

mostrando uma estreita relação entre conteúdo <strong>de</strong> freqüências e profundida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fonte.<br />

A província P1 representa um significativo alto magnético, <strong>de</strong> origem profunda<br />

como veremos mais adiante, com sobreposição <strong>de</strong> fontes mais rasas, on<strong>de</strong> se<br />

concentram as maiores espessuras <strong>de</strong> soleiras <strong>de</strong> diabásio (Figuras 4.15 e<br />

4.16) e boa parte dos lineamentos (Figura 4.17). As amplitu<strong>de</strong>s variam 80 a<br />

300 nT e os poços 1-TU-1-PA, 1-SP-1-PA e 1-TA-1-PA testemunham espesso<br />

diabásio a aproximadamente <strong>de</strong> 700 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Esta província<br />

apresenta uma geometria aproximadamente romboédrica, com limites<br />

<strong>de</strong>finidos pelas direções NE e EW, sendo o limite sul marcado por forte e<br />

contínuo gradiente <strong>de</strong> direção geral EW (Figura 4.15).<br />

114


Fig. 4.15 - Imagem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e con<br />

tinuado 2000 m para cima) com contorno. Notar a distribuição do<br />

conteúdo <strong>de</strong> freqüências e o caráter alongado aproximadamente EW<br />

das feições na porção central da área.<br />

115


9724000<br />

666305<br />

0<br />

35km<br />

116<br />

0<br />

MC=57 W<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.16 - Províncias magnéticas individualizadas <strong>de</strong> acordo com padrões <strong>de</strong><br />

similarida<strong>de</strong> (conteúdo <strong>de</strong> freqüências e respectivas amplitu<strong>de</strong>s), com<br />

sobreposição das isólitas <strong>de</strong> diabásio e dos poços da área.


TABELA 4.2 - POÇOS NA ÁREA E PROFUNDIDADES DO DIABÁSIO<br />

Poço profundida<strong>de</strong><br />

(m) inicial*<br />

espessura total<br />

(m) aproximada<br />

*<br />

117<br />

província<br />

magnética<br />

profundida<strong>de</strong><br />

máxima do<br />

poço (m)*<br />

1-TU-1-PA 710 823 P1 2914<br />

1-TA-1-PA ** 670 345 P1 1120<br />

1-TR-1-PA 1062 450 P2 3255<br />

1-SP-1-PA 760 694 P1 3300<br />

2438 165 ***<br />

2-BU-1-PA 540 567 P2 2405<br />

1-AB-1-PA 127 421 P2 1384<br />

1173 18 *** P2<br />

2-CPST-1-PA 13 526 P2 1878<br />

1-FO-1-PA 15 306 P3 1710<br />

1-AC-1-PA** 1095 243 P3 3580<br />

1-BR-1-PA 1192 404 P3 3376<br />

* As profundida<strong>de</strong>s são calculadas em relação à superfície do poço e as<br />

espessuras são a somatória <strong>de</strong> várias soleiras localizadas nas seções permo-<br />

carboníferas.<br />

** 1-TA-1-PA - poço pendurado no diabásio ainda na seção carbonífera.<br />

** 1-AC-1-PA - apresenta um dique a 2945m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> com 572m<br />

perfurados.<br />

*** espesssuras <strong>de</strong> soleiras na seção <strong>de</strong>voniana perfurada.<br />

A província P2 apresenta amplitu<strong>de</strong>s variando <strong>de</strong> -30 a +120 nT. No limite com<br />

a porção norte <strong>de</strong> P1, ocorre uma suavização relativa do alto magnético e das<br />

altas freqüências, com diabásio testemunhado a 1062 m pelo poço 1-TR-1-PA.<br />

A sul <strong>de</strong> P1, a província P2 apresenta maior contéudo <strong>de</strong> altas freqüências,


estas associadas a fontes rasas, on<strong>de</strong> o poço 2-BU-1-PA testemunha espesso<br />

diabásio a 540 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e os poços 1-AB-1-PA e 2-CPST-1-PA<br />

encontram diabásios a 127 m e 13 m, respectivamente. Ainda nesta região,<br />

predominam os lineamentos magnéticos <strong>de</strong> menor extensão (Figura 4.17) e as<br />

anomalias são grosseiramente alongadas segundo a direção leste-oeste<br />

(Figura 4.15).<br />

A província P3 é caracterizada pelo domínio <strong>de</strong> baixos magnéticos com<br />

amplitu<strong>de</strong>s variando <strong>de</strong> -150 a + 20 nT. Na sua porção sul, tal província<br />

mostra relativo conteúdo <strong>de</strong> altas freqüências, principalmente nas vizinhanças<br />

<strong>de</strong> P1. Nas proximida<strong>de</strong>s do embasamento, envolve o pacote paleozóico<br />

aflorante e soleiras <strong>de</strong> diabásio (Figura 4.18), com freqüências relativamente<br />

mais baixas, on<strong>de</strong> o poço 1-FO-1-PA testemunha diabásio subaflorante. Na<br />

porção norte, com o embasamento mais profundo, a província P3 apresenta<br />

relevo magnético mais suave, testemunhando os poços 1-AC-1-PA e 1-BR-1-<br />

PA diabásios a 1095 e 1192m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, respectivamente. Lineamentos<br />

magnéticos são menos freqüentes nesta província que nas duas anteriores<br />

(Figura 4.17).<br />

A província P4 encerra uma região com predominância <strong>de</strong> altos magnéticos<br />

associada ao embasamento aflorante na área, com amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> anomalias<br />

variando <strong>de</strong> - 85 a + 115 nT (Figura 4.18 e Figura 4.15). É importante lembrar<br />

que os dados <strong>de</strong>ssa província não foram tratados no presente trabalho, não<br />

havendo controle dos parâmetros <strong>de</strong> processamentos utilizados, tais como<br />

filtros <strong>de</strong> suavização. Deve-se ressaltar, todavia, que as anomalias e<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s magnéticas <strong>de</strong>ssa província mostram coerência espacial<br />

com os lineamentos curvilíneos mapeados em superfície na imagem Landsat-<br />

5/TM (comparar as Figuras 4.2 e 4.9).<br />

118


9724000<br />

0<br />

666305<br />

35km<br />

119<br />

0<br />

MC=57 W<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.17 - Lineamentos magnéticos sobrepostos ao mapa <strong>de</strong> províncias. A pro<br />

víncia P1 concentra gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> lineamentos; P2 concentra<br />

predominantemente lineamentos <strong>de</strong> menor extensão; P3 apresenta<br />

menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lineamentos. A análise comparativa <strong>de</strong> P4 não<br />

será realizada por terem sido seus dados diferentemente pro<br />

cessados.


9724000<br />

0<br />

666305<br />

35km<br />

120<br />

0<br />

MC=57 W<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.18 - Sobreposição dos mapas geológico (temático-linhas) e <strong>de</strong> províncias<br />

magnéticas (temático-colorido).


Conforme já mencionado, uma pronunciada <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direção geral<br />

E-W ressalta o limite sul do alto magnético (província P1) através <strong>de</strong> um forte<br />

gradiente (Figura 4.15), on<strong>de</strong> se concentram as fontes mais profundas,<br />

calculadas através do GRIDEPTH (Figura 4.19). Miranda e Boa Hora (1984)<br />

observaram essa <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> e consi<strong>de</strong>raram duas alternativas para<br />

explicá-la: a primeira propõe uma faixa <strong>de</strong> maior magnetismo causado por um<br />

embasamento <strong>de</strong> constituição mais básica localmente; a segunda propõe uma<br />

zona preferencial <strong>de</strong> intrusivas básicas e ultrabásicas relacionadas à formação<br />

da bacia, à qual se associaram intrusões mais rasas.<br />

Os lineamentos magnéticos, extraídos da imagem sombreada, apresentam<br />

extensões variando <strong>de</strong> algumas unida<strong>de</strong>s a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> quilômetros e<br />

orientam-se nas direções: NE-SW, E-W e NW-SE (Figura 4.20). Estas direções<br />

estão presentes também na Bacia do Solimões, on<strong>de</strong> foram interpretadas<br />

como produto <strong>de</strong> recobrimento lateral entre zonas <strong>de</strong> cisalhamento <strong>de</strong>xtral com<br />

direção principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento E-W, conforme Affonso (1991). Chama a<br />

atenção na área a continuida<strong>de</strong> e gran<strong>de</strong>s extensões dos lineamentos <strong>de</strong><br />

direção geral EW, que preferencialmente truncam os <strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>finem limites<br />

<strong>de</strong> várias províncias e são marcantes em toda a área, exceto no embasamento<br />

(Figura 4.17).<br />

A análise estatísitica das direções dos lineamentos magnéticos, através do<br />

programa ANALIN do SGI, mostra, no quadrante NE, lineamentos distribuídos<br />

na faixa N40-90E, com concentrações nas faixas N50-60E e N80-90E. No<br />

quadrante NW, tais feições estão distribuídas nas faixas N40-60W e N80-90W<br />

(Figura 4.21). Os “trends” NE e NW têm correspon<strong>de</strong>ntes na superfície, muitas<br />

vezes coincidindo seus traçados (Figura 4.9) com lineamentos observados nas<br />

imagens Landsat-5/TM. Azimutes NS não são bem caracterizados <strong>de</strong>vido à<br />

geometria <strong>de</strong> aquisição dos dados magnéticos, com direção <strong>de</strong> vôo norte-sul.<br />

121


Fig. 4.19 - Mapa <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes mo<strong>de</strong>lado no GRIDEPTH/GEOSOFT<br />

sobreposto à imagem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido<br />

ao pólo e continuado 2000 m para cima). Mo<strong>de</strong>lagem realizada para<br />

falhas.<br />

122


9724000<br />

0<br />

666305<br />

35km<br />

0<br />

MC=57 W<br />

123<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig.4.20 - Lineamentos magnéticos sobrepostos à imagem do Campo Magnético<br />

Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima) ilumi<br />

0<br />

nada <strong>de</strong> leste para oeste (90 ). Notar as gran<strong>de</strong>s extensões dos linea<br />

mentos com "trend" EW.


Fig. 4.21 - Roseta mostrando a distribuição estatística das direções dos linea<br />

mentos magnéticos (comprimento absoluto), com intervalos <strong>de</strong><br />

0<br />

classe <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> azimute.<br />

.<br />

124


Po<strong>de</strong>-se observar uma relação estreita dos lineamentos magnéticos com o<br />

conteúdo <strong>de</strong> freqüências do Campo Magnético Total Anômalo e,<br />

conseqüentemente, com as profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes. Essas relações, claras na<br />

análise das províncias magnéticas, permitem supor que tais lineamentos<br />

estejam refletindo, em gran<strong>de</strong> parte, estruturas impressas nos diabásios.<br />

4.3 ANÁLISE INTEGRADA DE DADOS<br />

A análise integrada dos dados geofísicos, através da sobreposição dos<br />

campos magnético total anômalo e gravimétrico (Bouguer), mostra uma<br />

coincidência entre as regiões dos gran<strong>de</strong>s altos (Figura 4.22), sugerindo tratarse<br />

<strong>de</strong> uma mesma fonte, conforme abordado por Gay (1996). Po<strong>de</strong>m ser<br />

observados dois altos gravimétricos <strong>de</strong>finidos e pronunciados e uma região<br />

magneticamente alta, muito forte a leste e menos pronunciada a oeste. Boa<br />

Hora (1985) relatou a proximida<strong>de</strong> dos eixos gravimétricos e do gradiente<br />

magnético, relacionando-a à presença <strong>de</strong> corpos magnéticos e <strong>de</strong>nsos.<br />

Recorrendo à mo<strong>de</strong>lagem gravimétrica, foram constatadas, no presente<br />

trabalho, duas profundida<strong>de</strong>s distintas para os dois corpos (a leste, cerca <strong>de</strong> 8<br />

km; a oeste, cerca <strong>de</strong> 15 km; Figura 4.13). Este resultado po<strong>de</strong> explicar o<br />

comportamento magnético diferenciado nos extremos leste e oeste do gran<strong>de</strong><br />

alto, condicionado tanto pela profundida<strong>de</strong> dos corpos como também pelos<br />

seus volumes, limitados pela isoterma Curie, estimada na área em cerca <strong>de</strong> 20<br />

km <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Tais resultados reforçam a hipótese da relação genética<br />

das fontes, relacionadas a corpos <strong>de</strong>nsos e magnéticos.<br />

A coincidência geográfica das fontes profundas e das maiores espessuras <strong>de</strong><br />

diabásio (Figura 4.16) sugere uma relação genética entre as mesmas, suposta<br />

por Miranda e Boa Hora (1984) e por Misuzaki et al. (1992). Estes últimos<br />

apontam indícios <strong>de</strong> câmara magmática rasa para os diabásios.<br />

125


666305<br />

9724000<br />

0<br />

35km<br />

0<br />

MC=57<br />

126<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.22 - Sobreposição dos mapas dos campos Magnético Total Anômalo (re<br />

duzido ao pólo e continuado 2000 m para cima-colorido) e gravimétri<br />

co (Bouguer - contorno) mostrando a coincidência dos respectivos<br />

altos.<br />

W<br />

+304 nT<br />

-155 nT


A sobreposição dos campos gravimétrico e magnetométrico com o arcabouço<br />

estrutural sísmico (Travassos e Barbosa Filho, 1990) mostra uma coincidência<br />

entre a região <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação “terciária” (anticlinais e falhas reversas) e as<br />

regiões dos altos magnéticos e gravimétricos (Figuras 4.23 e 4.24). Ainda<br />

nesta sobreposição, nota-se a proximida<strong>de</strong> entre os limites ao sul <strong>de</strong>sses altos<br />

com extensa falha transcorrente <strong>de</strong>xtral <strong>de</strong> direção geral leste-oeste. Essas<br />

coincidências sugerem haver um forte condicionamento da <strong>de</strong>formação<br />

“terciária” pelos corpos intraembasamento, que, impondo diferentes<br />

características reológicas, condicionam a resposta da crosta à <strong>de</strong>formação em<br />

função <strong>de</strong>stas e das zonas <strong>de</strong> fraqueza pré-existentes.<br />

Sobrepondo os mapas morfoestrutural e geofísicos, observa-se que as<br />

morfoestruturas estão distribuídas na região dos altos magnéticos e<br />

gravimétricos e da <strong>de</strong>formação “terciária”, sobretudo associadas às regiões<br />

magneticamente perturbadas, on<strong>de</strong> o condicionamento <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>las a<br />

lineamentos magnéticos é muito forte. Po<strong>de</strong>-se também observar a<br />

proximida<strong>de</strong> das linhas <strong>de</strong> forma com linhas <strong>de</strong> charneira mapeadas pela<br />

sísmica <strong>de</strong> reflexão (Figuras 4.25 e 4.26).<br />

A sobreposição dos mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural<br />

sísmico às imagens dos campos gravimétrico e magnetométrico mostra a<br />

relação espacial do sal com a região dos altos e da <strong>de</strong>formação “terciária”<br />

(Figuras 4.27 e 4.28). As isópacas mostram que o sal vai espessando na<br />

direção NW, on<strong>de</strong> não mais se verifica a <strong>de</strong>formação e fora dos limites dos<br />

altos gravimétrico e magnetométrico. Discute-se atualmente na PETROBRÁS a<br />

importância do papel do sal na geração da <strong>de</strong>formação “terciária”, quer seja<br />

como agente direto através <strong>de</strong> halocinese, quer seja como uma zona <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scolamento no caso <strong>de</strong> um tectonismo.<br />

127


666305<br />

9724000<br />

0<br />

35km<br />

0<br />

MC=57 W<br />

128<br />

834000<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

9501000<br />

Fig. 4.23 - Sobreposição do arcabouço estrutural (mapeado por sísmica) à<br />

imagem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e con<br />

tinuado 2000 m para cima). Observar a gran<strong>de</strong> coincidência entre a<br />

zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação terciária (anticlinais e falhas reversas) e o<br />

gran<strong>de</strong> alto magnético.


666305<br />

9724000<br />

0<br />

35km<br />

129<br />

0<br />

MC=57 W<br />

+50 m Gal<br />

-55 m Gal<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.24 - Sobreposição do arcabouço estrutural (mapeado pela sísmica) à ima<br />

Fig. 4.24 - Sobreposição gem do Campo do arcabouço Gravimétrico estrutural (Bouguer). (mapeado Observar por a sísmica) gran<strong>de</strong> e coincidên imagem do<br />

Campo cia entre Gravimétrico a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação (Bouguer). terciária Oservar (anticlinais a gran<strong>de</strong> e coincidência falhas reversas) entre a<br />

zona e a <strong>de</strong> região "<strong>de</strong>formação dos altos terciária" gravimétricos.<br />

e da região dos altos gravimétricos.


666305<br />

9724000<br />

0<br />

35km<br />

0<br />

MC=57 W<br />

130<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.25 - Sobreposição do mapa morfoestrutural (vetorial) à imagem do Cam<br />

po Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m<br />

para cima). Notar a coincidência entre as morfoestruturas e as re<br />

giões magneticamente mais perturbadas, além do condicionamento<br />

<strong>de</strong> várias morfoestruturas a lineamentos magnéticos.


666305<br />

9724000<br />

0<br />

35km<br />

131<br />

0<br />

MC=57 W<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.26 - Sobreposição dos mapas morfoestrutural e <strong>de</strong> arcabouço estrutural<br />

sísmico (vetoriais) à composição colorida do Landsat-5/TM. Notar as<br />

várias coincidências das estruturas interpretadas e mapeadas pelos<br />

dois métodos: morfoestruturas com dobras e falhas; linhas <strong>de</strong> forma<br />

com linhas <strong>de</strong> charneira.


9724000<br />

666305<br />

0<br />

450 m<br />

0 m<br />

400 m<br />

100 m<br />

300 m<br />

200 m<br />

35km<br />

132<br />

0<br />

MC=57 W<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.27 - Mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural sísmico (veto<br />

riais) sobrepostos à imagem do Campo Magnético Total Anômalo<br />

(reduzido pólo e continuado 2000 m para cima).


666305<br />

9724000<br />

0<br />

450 m<br />

300 m<br />

200 m<br />

100 m<br />

400 m<br />

35km<br />

0<br />

MC=57<br />

133<br />

0 m<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.28 - Mapas <strong>de</strong> isópacas <strong>de</strong> sal e do arcabouço estrutural sísmico sobre<br />

postos à imagem do Campo Gravimétrico (Bouguer).<br />

W<br />

+50 mGal<br />

-55 mGal


No caso <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>formação puramente halocinética, seria <strong>de</strong> se esperar a<br />

ocorrência <strong>de</strong> um domínio distensivo próximo ao limite SE dos altos<br />

gravimétrico e magnetométrico, on<strong>de</strong> as camadas evaporíticas são pouco<br />

espessas, consi<strong>de</strong>rando um fluxo salino <strong>de</strong> SE para NW. Tal domínio<br />

distensivo (a partir do qual o sal teria se movimentado em direção a NW) não<br />

ocorre na área <strong>de</strong> estudo, enfraquecendo a hipótese <strong>de</strong> controle halocinético<br />

para a <strong>de</strong>formação “terciária”. Além disso, um poço com Shmáx (tensão<br />

horizontal máxima) <strong>de</strong> direção NW-SE (Figura 4.11) ocorre em área com<br />

inexpressiva espessura <strong>de</strong> sal (1-TU-1-PA, comaparar Figuras 4.16 e 4.27)<br />

O mapa sísmico do embasamento sobreposto à imagem do Campo Magnético<br />

Total Anômalo (reduzido ao pólo e continuado 2000 m para cima) mostra<br />

várias coincidências das estruturas mais proeminentes mapeadas nos níveis<br />

do embasamento, no contexto da bacia sedimentar (estruturas impressas no<br />

diabásio com expressão magnética) e superficial (imagem orbital). Desta<br />

forma, estão bem representados no embasamento, os gran<strong>de</strong>s altos<br />

gravimétrico e magnetométrico, assim como algumas das falhas mais<br />

expressivas mapeadas pela magnetometria e pela imagem orbital (pontos A,<br />

B, C, D e E na Figura 4.29; comparar com Figuras 4.9 e 4.20).<br />

134


666305<br />

9724000<br />

0<br />

35km<br />

B<br />

C<br />

0<br />

MC=57 W<br />

135<br />

5000 m<br />

4000 m<br />

3000 m<br />

1000 m<br />

2000 m<br />

+304 nT<br />

-155 nT<br />

9501000<br />

834000<br />

Fig. 4.29 - Mapa sísmico <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> do embasamento sobreposto à ima<br />

gem do Campo Magnético Total Anômalo (reduzido ao pólo e con<br />

tinuado 2000 mpara cima). Observar o reflexo das estruturas do em<br />

basamento no campo magnético (pontos A, B, C, D, e E). Comparar<br />

com as Figuras 4.9 e 4.20.<br />

E<br />

A


136


CAPÍTULO 5<br />

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES<br />

CONCLUSÕES<br />

A análise isolada e principalmente integrada dos diferentes dados permitiu o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> algumas conclusões sobre o arcabouço estrutural da área<br />

<strong>de</strong> estudo.<br />

1) A mo<strong>de</strong>lagem gravimétrica e a análise integrada dos dados magnéticos<br />

e gravimétricos apontam para intrusões intraembasamento <strong>de</strong> massas<br />

<strong>de</strong>nsas e magnéticas a profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 8 km (a oeste) e 15<br />

km (a leste, Figuras 4.13 e 4.22). Esses corpos provavelmente<br />

<strong>de</strong>senvolveram importante papel reológico e estrutural durante os<br />

esforços tectônicos na bacia e <strong>de</strong>vem ter atuado como dutos<br />

alimentadores do vulcanismo Eojurássico, o que é consistente com a<br />

proposta <strong>de</strong> Misuzaki et al. (1992);<br />

2) A resposta magnética da bacia é dominada pelas rochas vulcânicas<br />

(Figura 4.15 e 4.16) e está muito condicionada à profundida<strong>de</strong> das<br />

fontes (Figura 4.17), que mostra uma relação estreita com o conteúdo<br />

<strong>de</strong> freqüências e com os lineamentos magnéticos, sugerindo que essas<br />

estruturas mapeadas estejam impressas nos diabásios;<br />

3) É muito forte a correspondência entre as estruturas i<strong>de</strong>ntificadas pelos<br />

diferentes métodos, mostrando que muitas <strong>de</strong>stas, mapeadas no<br />

embasamento e <strong>de</strong>ntro da bacia, têm reflexo na superfície, emprestando<br />

conotação estrutural a muitas interpretações baseadas em imagens <strong>de</strong><br />

sensores remotos:<br />

137


a) o mapeamento morfoestrutural (Miranda, 1984) mostra estreitas<br />

relações com as estruturas mapeadas pelos métodos sísmico e<br />

magnético (Figura 4.25);<br />

b) o elongamento <strong>de</strong> feições magnéticas na direção EW constatado na<br />

província P2 (Figuras 4.15 e 4.16), na vizinhança da faixa <strong>de</strong><br />

cisalhamento mapeada pelas imagens orbitais, evi<strong>de</strong>ncia a existência<br />

<strong>de</strong>ssa feição tectônica;<br />

c) os lineamentos magnéticos, superficiais (imagem satélite) e várias<br />

feições mapeadas pela sísmica <strong>de</strong> reflexão mostram estreitas<br />

relações espaciais, principalmente as direções NE, NW e EW<br />

(Figuras 4.1, 4.8, 4.9 e 4.23);<br />

d) o mapa do embasamento mostra as estruturas mais proeminentes<br />

mapeadas pelos métodos magnético, gravimétrico e <strong>de</strong><br />

fotointerpretação sobre imagens orbitais (Figura 4.29 e 4.9),<br />

<strong>de</strong>monstrando a relação entre estruturas mapeadas nos três níveis<br />

da bacia (embasamento, intrabacinal e superficial).<br />

4) A análise dos lineamentos mapeados através das imagens orbitais,<br />

integrada aos diferentes dados geofísicos, sob a luz dos conhecimentos<br />

sobre tectônica transcorrente e sobre a bacia, permitem a proposição,<br />

para a área <strong>de</strong> estudo, da ocorrência <strong>de</strong> uma tectônica “wrench” <strong>de</strong>xtral<br />

<strong>de</strong> direção geral N80E (Figura 4.10), posterior à <strong>de</strong>posição da Formação<br />

Alter do Chão. Este mo<strong>de</strong>lo, fruto da análise integrada <strong>de</strong> diferentes<br />

dados, é corroborado pelas análises <strong>de</strong> “breakouts” <strong>de</strong> três poços na<br />

área (Lima et al., 1997), que sugerem esforço compressivo <strong>de</strong> sentido<br />

NW-SE hoje atuando nesta parte da Bacia do<br />

5) Amazonas (Figura 4.11), representando as direções:<br />

138


a) N75-85E - zona principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento;<br />

b) N45-55E - dobras e falhas reversas;<br />

c) N40-50W - falhas normais;<br />

d) N10-20W - falhas antitéticas;<br />

e) N75-85W - falhas sintéticas;<br />

f) N10-20E - direção reativada como falhamento transcorrente<br />

<strong>de</strong>xtral.<br />

Ressaltando-se que os “trends” N10-20W e N10-20E representam reativações<br />

<strong>de</strong> antigas linhas <strong>de</strong> fraqueza do embasamento.<br />

RECOMENDAÇÕES<br />

Este estudo propôs um mo<strong>de</strong>lo tectônico para a área, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

coleção <strong>de</strong> dados disponíveis e sem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> campo.<br />

Para enriquecer a discussão sobre o arcabouço tectônico <strong>de</strong>sta área,<br />

recomenda-se:<br />

1) o estudo das seções sísmicas <strong>de</strong> reflexão, nos níveis mais rasos da<br />

bacia, para checar o caráter das fraturas N10-20E, N50-60W, N10-<br />

20W e N75-85W, realizando para tal o reprocessamento <strong>de</strong>ssas<br />

seções com enfoque nos refletores mais rasos;<br />

2) o processamento dos dados magnéticos dirigido para mo<strong>de</strong>lagens<br />

verticais nos mesmos perfis on<strong>de</strong> foram realizadas as mo<strong>de</strong>lagens<br />

gravimétricas, abrangendo não somente as fontes profundas como<br />

também as fontes rasas;<br />

139


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