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Século XVI Terra A vista!!!

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provocaram admirações aos europeus que aqui chegavam, tanto nesse século<br />

como no seguinte, segundo a descrição de Nieuhof no próximo capítulo. Staden<br />

descreve algumas técnicas usadas pelos índios na preparação do terreno, no<br />

cultivo da mandioca e na fabricação da farinha, assim dizendo:<br />

(...) Quando querem plantar, derrubam as<br />

arvores do lugar que para isso<br />

escolheram, e deixam-nas secar por<br />

cerca de três meses. Então lhes deitam<br />

fogo e queimam-nas. Depois fincam as<br />

mudas da planta de raízes que usam<br />

como pão, entre as cepas das árvores.<br />

Este vegetal se chama mandioca. Um<br />

arbusto de uma braça de altura e que cria<br />

três raízes. Quando querem prepará-las,<br />

arrancam os arbustos, destacam-lhes as<br />

raízes e enterram de novo os pedaços<br />

das hastes. Estas pegam e se<br />

desenvolvem tanto em seis meses, que<br />

podem ser utilizadas.<br />

Preparam a mandioca de três modos.<br />

Primeiro: trituram sobre uma pedra as<br />

raízes totalmente, em pequenos grumos,<br />

extraindo o suco com uma cana, feita de<br />

casca de palmas e chamada tipití. 35<br />

Deste modo se torna soca a massa, que<br />

depois passam numa peneira. Da farinha<br />

fazem bolos fininhos A vasilha na qual<br />

secam e torram sua farinha é feita de barro Figura 147. Mandioca. séc. <strong>XVI</strong>I 36<br />

queimado e tem a forma de uma grande travessa. Segundo: tomam as raízes frescas,<br />

deitam-nas nágua, deixando-as aí apodrecer; retiram-nas então e secam-nas na<br />

fumaça sobre o fogo. Chamam a estas raízes sacas carimã. Conservam-se por muito<br />

tempo. Quando os selvagens querem utilizá-las, esmagam-nas em um almofariz de<br />

madeira. Isto dá uma farinha branca. Com ela fazem bolos que se chamam beijús.<br />

Terceiro: tomam mandioca bem apodrecida, não a secam, mas a misturam com sêca<br />

e verde. Obtêm assim, torrando, uma farinha que se conserva perfeitamente um ano.<br />

12 boa também para comer. Chamam-na uitán.<br />

Preparam também uma sorte de farinha de peixe e carne, do seguinte modo: assam a<br />

carne, ou o peixe, na fumaça sobre o fogo, deixam-na secar de todo; desfiam-na,<br />

torram-na de novo depois, ao fogo, em vasilhas queimadas para tal fim e que chamam<br />

inhêpoã; esmagam-na após em um pilão de madeira e passando isto numa peneira,<br />

reduzem-na a farinha. Esta se conserva por muito tempo. O uso de salgar peixe e<br />

carne, nem o conhecem. Comem a tal farinha junto com a de mandioca, e isto tem<br />

muito bom gosto. (Cf. Staden, Op. cit. p. 162)<br />

selvagens, ou seja, sem usar ferro ou pedra. (Tradução livre de Geraldo M. Prado, exclusivo para<br />

esta tese).<br />

35 Cf. HOLANDA FERREIRA, Aurélio Buarque de. Verbete: tipiti. [Do tupi tïpï'tï.]. Brasil. Cesto<br />

cilíndrico, de palha, no qual se põe a mandioca que se vai espremer: [Var.: tapiti; sin.:<br />

paneiro.]Sentido figurativo: Candimba.<br />

36 Figura 147. Mandioca. In: Frei Cristóvão de Lisboa, 1967 (1632), página sem numeração.<br />

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