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8.1.1.1.2 Algumas informações sobre<br />
saberes agrários segundo o mapa <strong>Terra</strong><br />
Brasilis e demais testemunhos do século<br />
<strong>XVI</strong><br />
Carta de Pero Vaz<br />
(...) A terra é mui graciosa,<br />
Tão fértil eu nunca vi.<br />
A gente vai passear,<br />
No chão espeta um caniço,<br />
No dia seguinte nas<br />
Bengalas de castão de oiro.<br />
Tem goiabas que nem chuchu.<br />
Quanto aos bichos, tem-nos muitos.<br />
De plumagens mui vistosa.<br />
Tem macaco até demais.<br />
Diamantes tem à vontade,<br />
Esmeralda é para os trouxas.<br />
Reforçai, Senhor, a arca.<br />
Cruzados não faltarão,<br />
Vossa perna encanareis,<br />
Salvo o devido respeito.<br />
Ficarei muito saudoso<br />
Se for embora d’aqui.<br />
(Cf. Murilo Mendes,1994, p.145) Figura 142. Índio preparando vinho de Caju 29<br />
No contexto da dialética territorialidade/desterritorialidade comentada<br />
no final do item anterior, analisar-se-á o silêncio do discurso das fontes<br />
consideradas mais expressivas, em relação aos saberes agrários brasileiros do<br />
século <strong>XVI</strong>, a partir das análises das fontes testemunhos. Estas, são ricas<br />
daqueles elementos, segundo ficou esboçado no capítulo III, que irão constituir a<br />
informação reavivada, ou uma nova proposição regedora do saber anterior. Neste<br />
sentido, apresenta-se as figuras abaixo, com destaque para a que está do lado<br />
esquerdo, por ter sido considerada a primeira imagem do índio cortando madeira.<br />
29 Figura 142. Índio preparando vinho de caju, ou Arbre nommé Acajou, de André Thevet. In:<br />
Lestringant, Op. Cit., p. 234.<br />
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