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Rio Grande do Sul, ocupando um espaço territorial de aproximadamente 900.000<br />
km². Geógrafos brasileiros contemporâneos, entre os quais Ab’Saber (Op. cit. pp.<br />
61-67) afirmam que o Brasil é um caso especial de áreas tropicais e subtropicais<br />
extensivamente úmidas, onde a região de menor índice pluviométrico é a<br />
Nordeste, cuja extensão territorial corresponde a 1/10 do território brasileiro.<br />
Dizem, ainda, que aí existem chuvas escassas com precipitações que variam<br />
entre 300 a 600 mm anuais, de acordo com faixas médias da geografia da Região.<br />
Por exemplo, nos espaços geográficos que formam as faixas litorâneas e zonas<br />
da mata, apresentam um índice pluviométrico que pode atingir acima de 1000 mm<br />
anuais.<br />
Gradativamente, esse índice vai caindo na região do agreste 27 para a<br />
semi-árida ou sertão nordestino, cuja paisagem ficou conhecida por caatinga 28 .<br />
ângulo maior que o do vértice.<br />
27 Zona fitogeográfica existente somente no Nordeste brasileiro situada entre a mata e o sertão. É<br />
assim classificada devido às características de solo pedregoso e de vegetação escassa e formada<br />
de árvores de pequeno porte e de plantas pertencentes à família das leguminosas, que se<br />
caracterizam pelo fruto típico de legumes (vargens). Além dessas, encontra-se ainda, outras<br />
plantas de portes superiores, formadas por árvores e trepadeiras lenhosas, de folhas opostas e<br />
flores cacheadas, pequeninas apresentando sempre, em sua parte interna, uma coloração viva,<br />
como, por exemplo, a flor de maracujá. Há cerca de 450 representantes nas terras tropicais; o<br />
Brasil tem uma série razoável delas, sendo a amendoeira-da-praia uma das mais comuns.<br />
28 Vegetação cujas características identificam mais a parte central do Nordeste brasileiro. Também<br />
encontra-se ainda no norte dos Estados de Minas Gerais e do Maranhão. Esta vegetação é<br />
formada por pequenas árvores, de modo geral espinhosas (entre elas ocorrem numerosas plantas<br />
suculentas, sobretudo cactáceas: Mandacaru, Xique-xique, palma doce, Gravatá etc.). Encontra-se<br />
ainda árvores de pequenos portes tais como o Juazeiro, o Umbuzeiro, a Juremeira, entre outras,<br />
que perdem as folhas no curso da longa estação seca que normalmente vai do mês de agosto a<br />
março, mas às vezes pode ocorrer secas com duração de até 10 anos, conforme já foi registrado<br />
no interior do Piauí (região de São Raimundo Nonato e adjacências). As plantas, principalmente as<br />
cactáceas, apresentam flores vistosas e algumas delas bem aromatizadas. No meio deste espaço<br />
encontra-se trechos de terrenos mais úmidos e férteis, onde se pratica a agricultura, em particular,<br />
praticada por pequenos agricultores que produzem apenas para a sua alimentação familiar. Entre<br />
os gêneros agrícolas mais comum, encontramos o cultivo consorciado de feijão com milho e<br />
mandioca, mandioca e feijão, manteiga, gandu de corda (macaçá) etc. Atualmente vem-se<br />
praticado também o cultivo de sorgo (planta esta pertencente à família do trigo, capim e similares).<br />
Outra planta que adaptou-se muito bem na região foi o sisal (agave), trazida das regiões áridas e<br />
semi-áridas do México e dos Estados Unidos, na primeira metade deste século. Esta planta voltase<br />
para atividades de caráter industrial, sobretudo para o fabrico de cordas, redes e outros<br />
utensílios similares, e foi substituída, de forma gradativa, a partir dos anos de 1950, pelo<br />
surgimento da fibra industrial de Nylon. As fontes dos dados desta descrição foram as obras dos<br />
geógrafos acima citados e mais o Dicionário geográfico de Séurio Oliveira. Rio de Janeiro:<br />
Fundação IBGE, 1983.<br />
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