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No referente à documentação oficial sobre estes aspectos, identificou-<br />
se na pesquisa apenas uma que está depositada na Biblioteca Nacional do Rio de<br />
Janeiro. De autor anônimo, com 10 páginas, encadernado, já recebeu alguns<br />
reparos e restauração e é de difícil leitura, intitulado: Algumas memórias sobre a<br />
<strong>Terra</strong> Nova: 1566. 12 O documento começa dizendo a data em que o navio no qual<br />
viajava o dito autor saíra de Lisboa: Março de 1566, partindo para a <strong>Terra</strong> Nova<br />
em dois navios, mas não se refere, por exemplo, a nenhum nome da tripulação. A<br />
importância maior do documento é que o autor descreve aproximadamente 9<br />
ancoradouros, ou Abras 13 da <strong>Terra</strong> Nova: da Abalieira (?), dos Patos, Fermosa,<br />
das Cortes reaes, da Rambiosa, de Sam Joham, de Conceiçã, Abra da Graça e<br />
dos Ameziados e diz que as suas terras são iguais as de Lisboa. Embora não se<br />
refira a nenhum indicador possível de situar qual a parte do Brasil onde estão<br />
localizadas as referidas Abras, pelas características de algumas delas<br />
assemelham-se as do Estado de Santa Catarina, então chamada Lagoa dos<br />
Patos, nome dado por Nuno Manuel e Cristovão de Haro, em 1514, quando por lá<br />
passou com a sua expedição. Dado também a situação do documento só foi<br />
possível transcrever apenas quatro delas:<br />
1) (...) Abra de Sam Joham — Bando do Sul e do Norte — Da banda do sul he toda<br />
a terra alta atée o cabo, e da banda do Norte o mesmo quanto diz o canal E hum<br />
pouco meio avante. Da outra bando do Sul tambè corre ao mar alguãs fontes (texto<br />
ilegível) por ser a terra alta E ingreme, E q quasi nã faz praya em q se mostre a<br />
fresquidam dellas, como na banda do Norte (...).<br />
Relevo: “A terra assi esta como a mais q vi se alguã (?) altura teê he ao longo do mar,<br />
mas encima E por detro (?) he todas brandamente dobrada E com muitos rosaes E<br />
alguas varzeas. E toda muy grossa E muy singular para trigo (?), E de tal trouxe as<br />
amostras delle, assi desta abra de Sam Johan como doutra q adiante direy.<br />
Produto: “He nesta abra de Sam Johan ao longo da praya (?) da banda do norte huã<br />
terra nova rasa Toda de arvores de fruita brava. (?) cerejeiras, peras, uvas (?) q náo tê<br />
a falta como as deste Reino, sam astastes como de arvores delgadas (?) E raras cujos<br />
cachos ao florecer E a limpar sam como as nossas, mas ficam os bagos muy meudos,<br />
E de nã boõ sabor.<br />
Vegetação: “Toda a mais terra he coberta de muy alto (texto corroido) arvoredo o mais<br />
delle pinheiros de que se podem fazer muy grandes mastros, E mto. taboado (ilegível),<br />
E ulmos Camieiras, E outras madeiras muy alta, grossa E (trecho ilegível). Pello<br />
12 Cf. BNRJ. Códice I-16,20,10 Algumas memórias sobre a <strong>Terra</strong> Nova: 1566.<br />
13 Abra. Enseada com ancoradouro seguro para embarcações; ancoradouro: abertura entre dois<br />
montes.<br />
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