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aspectos, tem-se ainda a representação da natureza com suas árvores e<br />
pássaros, tais como papagaios, araras vermelhas e outros, que já aparecem<br />
também no planisfério de Cantino e em <strong>Terra</strong> Papagalli, de Waldseemüller,<br />
apresentados nos capítulos VI e VII. Por fim, representa os hábitos, costumes e<br />
saberes técnicos dos indígenas, tais como o vestuário, o arco e a flecha etc. Em<br />
relação à sua concepção cartográfica, diz Cortesão que<br />
(...) O centro da construção está colocado um pouco a leste da costa brasileira,<br />
marcado por simples rosa-dos-ventos tendo dispostas em volta, em circunferências e<br />
eqüidistantemente, as habituais dezesseis rosas-dos-ventos do sistema, os centros<br />
dagulmas das quais ficam fora os desenhos, sendo apenas quatro ornamentadas. À<br />
direita vê-se a escala da latitude e tronco de léguas. (Cf. Cortesão, 1935, pp.<br />
281/182)]<br />
Segundo Moraes Belluzzo, este mapa representa, portanto,<br />
(...) a grande obra do império marítimo português que foi reunida no Atlas Miller e<br />
compreende mapas feitos entre 1515 e 1519, pertencente ao Departemant de Cartes<br />
et Plans de la Bibliotéque Nationale de Paris, França”. (Cf. Moraes Belluzzo, 1994, p.<br />
68) 8<br />
Além da riqueza de detalhe das suas características implícitas, que<br />
estão visualmente presentes, tem o seu valor histórico por ser a primeira<br />
representação visual — e oficial — de uma nova terra ainda imaginada como<br />
sendo uma ilha situada no Paraíso Terrestre, embora este não exista sem o<br />
inferno. (cf. Laura de Mello e Souza, 1986). Quanto da sua concepção cartográfica<br />
— o que é quase que perfeita para a época —, não se tem dúvida de que os<br />
respectivos cartógrafos basearam-se no texto do Tratado de Tordeseilhas, pois<br />
ambos os trabalhos coincidem ponto por ponto.<br />
No que se refere à questão da natureza e, em especial, dos<br />
topônimos, a literatura produzida sobre o Brasil até 1519 não tratava ainda desses<br />
aspectos, mas apenas dos relacionados ao clima, índice pluviométrico, estrutura<br />
de sociabilidade do índio etc. Da literatura consultada 9 sobre o assunto em pauta,<br />
8 Na pesquisa feita para esta tese nos acervos cartográficos apresentados na introdução, não foi<br />
identificada nenhuma referência que pudesse indicar a passagem dos seus autores por este país,<br />
nem a data exata que passou a fazer parte do acervo cartográfico do Departemant de Cartes et<br />
Plans de la Bibliotéque Nationale de Paris, França.<br />
9 1) Viagem de Vicente Yañez Pizon (Janeiro de 1500); 2) Viagem de Diego de Lepe (Fevereiro de<br />
1500); 3) Carta de Caminha (1º de maio de 1500); 4) Carta do Mestre Johan (1º de maio de 1500) ;<br />
5) Relação do Piloto Anônimo (julho de 1501); 6) Diário de Américo Vespúcio (1503); 7) Viagens<br />
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