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Século XVI Terra A vista!!!

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A respeito dessa disposição do rei-filho e da suposição da abstenção<br />

do rei-pai pelas coisas do Brasil, o frei acima citado justifica com o seguinte<br />

argumento:<br />

(...) Mas, pela pouca experiência que então se tinha de como corria a costa e os<br />

ventos com que se navega, passou tantos trabalhos e infortúnios que [Gonçalo<br />

Coelho] foi forçado tornar-se pera o reino com duas caravelas menos, e a tempo em<br />

que já era morto el-rei D. Manuel, que faleceu no ano do Senhor de 1521, e reinava o<br />

seu filho el-rei D. João Terceiro, ao qual se presenteou com as informações que pode<br />

alcançar. Pelas quais el-rei, parecendo-lhe coisa de importância, mandou logo outra<br />

armada, e por capitão-mor dela Cristovão Jaques, fidalgo de sua casa, que neste<br />

descobrimento trabalhou com notável proveito sobre a clareza da navegação desta<br />

costa, continuando com seus padrões conforme o regimento que trazia. E andando<br />

correndo esta grande costa veio dar com a baía que chamou de Todos os Santos, por<br />

ser no dia da sua festa, primeiro de novembro, e entrando por ela, especulando todo o<br />

seu recôncavo e rios, achou um deles chamado de Paraguaçu duas naus francesas<br />

que estavam ancoradas comerciando com gentios, com as quais se pôs às<br />

bombardadas 7 e as meteu no fundo com toda a gente e fazendo logo se foi para o<br />

reino, e deu as informações de tudo à Sua Alteza. (Cf. Frei Vicente, Op., cit., p. 103)<br />

O historiador brasileiro Vicente Tapajós que ideologicamente se<br />

identifica com vários outros historiadores luso-brasileiros atuais ou de épocas<br />

passadas, ao invocar o pensamento conservador de Afonso Arinos, vai também<br />

exaltar a boa ação de D. João III se voltar para a adonação efetiva do Brasil,<br />

assim se pronunciando:<br />

(...) O Brasil deixa de ser simples competição de comerciantes europeus ou pouso de<br />

aguada para as naus que demandavam às Índias, para ser vasta e rica colônia de<br />

intensa exploração agrícola. E se fez, essa mudança, no reinado de D. João III, graças<br />

não só aos cuidados da Coroa, senão também — e especialmente — à sabedoria com<br />

que o príncipe soube escolher os homens que pôs à frente da obra, dos quais se<br />

destacam, forçosamente, Martim Afonso de Sousa, Duarte Coelho, Tome de Sousa,<br />

D. Duarte da Costa e, por fim, Mém de Sá. (Cf. Tapajós, 1983, p. 117)<br />

Quanto à dimensão territorial do Brasil durante o século <strong>XVI</strong>, todos os<br />

testemunhos, incluindo entre eles o mapa <strong>Terra</strong> Brasilis, apresentam alguns<br />

elementos que serviram para se formar os primeiros juízos acerca da posição que<br />

este país ocupava no Globo terrestre. Dentre esses testemunhos, em certos<br />

pontos, alguns deles coincidem com o que está representado no mapa, e que<br />

7 Cf. HOLANDA FERREIRA, Aurélio Buarque de. Op. cit. Verbete: bombarda, do francês<br />

bombarde. Tiro de bombarda. Antiga máquina de guerra com que se arremessavam grandes<br />

blocos de pedra. Antiga peça de artilharia, de cano curto e grosso calibre, que atirava grandes<br />

bolas de ferro ou de pedra. Música: antigo instrumento de palheta dupla, semelhante a um oboé<br />

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