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Século XVI Terra A vista!!!

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alguns dias com tormenta até chegar a um porto seguro, do qual a terra vizinha ficou<br />

com o mesmo nome. (Cf. Frei Vicente do Salvador, 1982, p. 56)<br />

Mas esse acaso, segundo o enunciado regedor do discurso acima, não<br />

despertou imediatamente a voracidade natural de D. Manuel pela <strong>Terra</strong> Brasilis,<br />

apesar de, dois anos antes (1498), ter enviado uma expedição secreta comandada<br />

pelo cosmógrafo Duarte Pereira Pacheco. Nesta, estava também o cartógrafo<br />

Lopo Homem, um dos autores do mapa em análise no item seguinte, a fim de<br />

confirmar a linha imaginária traçada pelo Tratado de Tordesilhas, dividindo as<br />

terras entre Portugal e Espanha. Este estado de espírito de D. Manuel quando<br />

ficou sabendo da novidade achada por Cabral — certamente com a leitura da<br />

carta de Caminha —, aparece mais uma vez no discurso do Frei Vicente, com o<br />

seguinte sentido:<br />

(...) POSTO QUE EL-REI D. MANUEL, QUANDO SOUBE A nova do descobrimento<br />

do Brasil, feito por Pedro Álvares Cabral, andava mui ocupado com as conquistas da<br />

Índia Oriental, pelo proveito que de si prometiam, e com as da África pela glória e<br />

louvor que a seus vassalos delas resultava, não deixou, quando teve ocasião, de<br />

mandar uma armada de seis velas e por capitão-mor delas Gonçalo Coelho, para que<br />

descobrindo-lhe os portos e rios, e em muitos deles entrou e assentou marcas com as<br />

armas del-rei, que para isso trazia lavrado. (Cf. Frei Vicente do Salvador, 1982, p. 105)<br />

Mas na realidade, durante a sua vida, D. Manuel não deu nenhuma<br />

ênfase à adonação das terras do Brasil. Isto só passou a acontecer, de fato, com o<br />

reinado do seu filho, o avarento futuro rei D. João III (1521-1557), como mostra<br />

um fragmento que sobrou de um documento do ano de 1538. Embora tenha<br />

apenas três linhas — o resto do documento está danificado —, serve para reforçar<br />

o que outros testemunhos têm descrito sobre a política de D. João III na adonação<br />

da <strong>Terra</strong> Brasilis. O referido documento é sobre os “(...) Apontamentos que<br />

mandou/Diogo Nunes a El Rey de Portugal/ Dom João 3 o do que obrou nas<br />

par/tes dos Brasis e outras com o descobri/mento de muitas terras, villas, e<br />

lu/gares; e qualidades de gentes, rique/zas, e mantimentos destas nas par/tes das<br />

Indias”. (BNRJ. Códice 11, 3, 20).<br />

Mesmo que o documento ressalte o descobrimento de outras terras, e<br />

o próprio mapa <strong>Terra</strong> Brasil, com certeza, era conhecido por D. João III, não tinha<br />

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