Glaucia Cristina Manço da Costa - uea - pós graduação

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18.04.2013 Views

microbiana em uma amostra ambiental, com o auxilio de ferramentas moleculares, tais como a clonagem e o sequenciamento de fragmentos de rDNA 16S amplificados por PCR (AMANN et al., 1995). Os microrganismos, em muitos casos, são associados a aspectos negativos, especialmente no âmbito da saúde. Entretanto, muitos produzem substâncias capazes de contribuir com a saúde humana e o meio ambiente, este lado positivo dos microrganismos, vem sendo explorado por indústrias farmacêuticas, principalmente na biotecnologia que faz uso de organismos (CARVALHO, 2008). Microrganismos, através de suas atividades, controlam ou influenciam todos os aspectos do funcionamento da biosfera, tanto na saúde como na nutrição, doenças em animais e plantas, bem como qualidade do meio ambiente (CARVALHO, 2008). Fungos e bactérias produzem uma extensa abundância de metabólitos secundários que podem ser empregados em diversas aplicações. Cowan (1999) define as substâncias antimicrobianas ou antibióticas como um grupo especial de agentes terapêuticos, produzidos e obtidos a partir de organismos vivos. Essas substâncias em concentrações pequenas deveram possuir atividade letal ou inibitória contra amplas espécies microbianas, precaver o desenvolvimento de microrganismos resistentes, dentre outras características. A utilização da biodiversidade através da triagem de microrganismo tanto de plantas como de células animais por métodos tradicionais, veem sendo explorada na busca de novas enzimas para o desenvolvimento da biocatálise em trabalhos na escala industrial (CARVALHO et al., 2008; DEMIRJIAN et al., 1999). Os microrganismos são especialmente escolhidos devido ao curto período de crescimento, pela diversidade dos processos metabólicos e pelo o envolvimento de enzimas. Não há uma limitação no número de microrganismos que possa ser testado, mesmo sendo diferentes entre si. A utilização de catalisadores naturais na transformação de compostos orgânicos sintéticos é realizada há mais de 100 anos (FABER, 2004). No entanto, o desenvolvimento de biocatalisadores como ferramenta de síntese expandiu-se apenas ao longo das últimas décadas, associado ao conhecimento do modo de ação destes catalisadores biológicos. 12

Considerando o avanço dos processos biotecnológicos e a grande procura por novos compostos biologicamente ativos produzidos por microrganismos, este trabalho tem como proposta a avaliação da diversidade bacteriana e análise das características metabólicas produzidas a partir dos microrganismos associados às esponjas de água doce dos rios da Amazônia. 1 REFERENCIAL BIBLIOGRÁGICO 1.1 ESPONJAS (PORIFERA) As esponjas (filo Porífera) estão entre os animais metazoários mais antigos, com registros de fosseis datados de mais 580 milhões de anos atrás no período Pré-cambriano (HENTSCHEL, 2006) e acredita-se que possam ter se originado a mais de 1 bilhão de anos (LI et al., 1998). Somente na segunda metade do século XIX as esponjas de água doce foram identificadas, depositadas principalmente em museus da Europa e coletadas em sua maioria na Amazônia por viajantes e naturalistas, poucas espécies foram catalogadas por taxonomistas da época. Cerca de 13 espécies no total. No entanto, trabalhos realizados por Volkmer-Ribeiro (1981) na segunda metade do século XX levou a estudos abrangentes de coleções principalmente da Amazônia e do Rio Grande do Sul (VOLKMER-RIBEIRO, 1999). Tendo como ponto de partida a revisão feita por Penney & Racek (1968) das esponjas dulciaqüícolas produtoras de gêmulas, realizou-se o levantamento de vários gêneros, a criação de outros, descrições de novas espécies e a sugestão de uma nova família (VOLKMER-RIBEIRO, 1999). Segundo Volkmer-Ribeiro (1999), até o ano de 1999, eram reconhecidos no mundo 26 gêneros de esponjas de água doce produtoras de gêmulas e sete gêneros não produtoras. Do total de cerca de 150 espécies então identificadas, cerca de 130 espécies são produtoras de gêmulas enquanto que cerca de 20 são não produtoras. Destas, oito gêneros de esponjas gemulíferas e um de esponjas não- gemulíferas são endêmicos da região Neotropical. O Brasil conta com o registro de 20 gêneros e 44 espécies de esponjas. 13

microbiana em uma amostra ambiental, com o auxilio de ferramentas<br />

moleculares, tais como a clonagem e o sequenciamento de fragmentos de rDNA<br />

16S amplificados por PCR (AMANN et al., 1995).<br />

Os microrganismos, em muitos casos, são associados a aspectos<br />

negativos, especialmente no âmbito <strong>da</strong> saúde. Entretanto, muitos produzem<br />

substâncias capazes de contribuir com a saúde humana e o meio ambiente, este<br />

lado positivo dos microrganismos, vem sendo explorado por indústrias<br />

farmacêuticas, principalmente na biotecnologia que faz uso de organismos<br />

(CARVALHO, 2008).<br />

Microrganismos, através de suas ativi<strong>da</strong>des, controlam ou influenciam<br />

todos os aspectos do funcionamento <strong>da</strong> biosfera, tanto na saúde como na<br />

nutrição, doenças em animais e plantas, bem como quali<strong>da</strong>de do meio ambiente<br />

(CARVALHO, 2008).<br />

Fungos e bactérias produzem uma extensa abundância de metabólitos<br />

secundários que podem ser empregados em diversas aplicações. Cowan (1999)<br />

define as substâncias antimicrobianas ou antibióticas como um grupo especial de<br />

agentes terapêuticos, produzidos e obtidos a partir de organismos vivos. Essas<br />

substâncias em concentrações pequenas deveram possuir ativi<strong>da</strong>de letal ou<br />

inibitória contra amplas espécies microbianas, precaver o desenvolvimento de<br />

microrganismos resistentes, dentre outras características.<br />

A utilização <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de através <strong>da</strong> triagem de microrganismo tanto<br />

de plantas como de células animais por métodos tradicionais, veem sendo<br />

explora<strong>da</strong> na busca de novas enzimas para o desenvolvimento <strong>da</strong> biocatálise em<br />

trabalhos na escala industrial (CARVALHO et al., 2008; DEMIRJIAN et al., 1999).<br />

Os microrganismos são especialmente escolhidos devido ao curto período de<br />

crescimento, pela diversi<strong>da</strong>de dos processos metabólicos e pelo o envolvimento<br />

de enzimas. Não há uma limitação no número de microrganismos que possa ser<br />

testado, mesmo sendo diferentes entre si.<br />

A utilização de catalisadores naturais na transformação de compostos<br />

orgânicos sintéticos é realiza<strong>da</strong> há mais de 100 anos (FABER, 2004). No entanto,<br />

o desenvolvimento de biocatalisadores como ferramenta de síntese expandiu-se<br />

apenas ao longo <strong>da</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s, associado ao conhecimento do modo de<br />

ação destes catalisadores biológicos.<br />

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