18.04.2013 Views

São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dos homens, e no outro dia de manhã, depois de enxotados <strong>da</strong> habitação os<br />

animais e feito o necessário e possível asseio, levantam um altar provisório,<br />

confessam as mulheres e, em segui<strong>da</strong>, celebram a missa e distribuem a comunhão.<br />

Depois dão aula de catecismo aos presentes, visitamos doentes, põem<br />

em ordem os diversos negócios e decidem todos os litígios, porque nessa terra<br />

os padres devem ser tudo, até juízes”.<br />

Não obstante tudo isso, o Servo de Deus estava pouco resolvido a deixar<br />

os seus padres partir novamente para a Valachia; temia que o excesso de trabalhos<br />

arruinasse os seus caros confrades. Como, porém, os jovens redentoristas<br />

se sentiam com força e coragem, sedentos <strong>da</strong>s almas abandona<strong>da</strong>s e sem<br />

nenhum receio ou medo <strong>da</strong>s perseguições, que são geralmente inevitáveis nos<br />

grandes empreendimentos, deixou-os partir provisoriamente; porém, o seu coração<br />

se enchia de sérias apreensões e lhe dizia que aquela fun<strong>da</strong>ção não<br />

havia de durar muito tempo. E de fato, já em 1821, um ano depois <strong>da</strong> morte do<br />

Santo, o Pe. Passerat, que lhe sucedeu no governo <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong> transalpina,<br />

recolheu para Viena os padres, que o tomaram depois direções diversas.<br />

<strong>Clemente</strong>, no meio de tantos trabalhos e preocupações, não podia esquecer-se<br />

de sua queri<strong>da</strong> Polônia, onde experimentara tantas consolações, onde<br />

encetara sua vi<strong>da</strong> apostólica; nutria ain<strong>da</strong> esperança de fun<strong>da</strong>r na Polônia conventos<br />

<strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>. “Dai-me os cânticos polacos tão simples, e na sua<br />

simplici<strong>da</strong>de mais lindos do que os que aqui se cantam”, gostava de repetir<br />

freqüentemente. Queria essa fun<strong>da</strong>ção, de cuja conveniência e possibili<strong>da</strong>de se<br />

convencera não obstante as guerras e as revoluções que dilaceravam esse<br />

pobre país. No congresso de Viena deu para isso os passos necessários, porém,<br />

sem resultado. Para lá enviou seu grande amigo Zacharias Werner, a pessoa<br />

mais competente para esse negócio por seus conhecimentos como por<br />

suas virtudes, com o fim de son<strong>da</strong>r o terreno e ver, se se poderia conseguir<br />

algum resultado favorável. As negociações pareciam bem encaminha<strong>da</strong>s e o<br />

Pe. Martinho Stark pôde escrever a Roma: “As coisas vão bem na Alemanha:<br />

também na Polônia acabam de nos oferecer um convento, e o Pe. <strong>Clemente</strong> já<br />

aceitou a proposta; parece que no verão deste ano ele mesmo irá à Polônia”.<br />

Circunstâncias imprevistas vieram desfazer as belas esperanças do Santo. O<br />

plano que <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> se propusera de operar grandes coisas por Deus e de<br />

imolar a sua vi<strong>da</strong> pela religião, transparecia certamente de to<strong>da</strong>s as suas ações<br />

e em to<strong>da</strong>s as frases <strong>da</strong> sua existência, mas sobretudo e de um modo particular<br />

dos esforços sobre-humanos pela consoli<strong>da</strong>ção interna e externa <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong>;<br />

por ela sacrificou os 34 anos do seu trabalhoso apostolado, passados<br />

em Varsóvia, em Viena e em outros lugares onde procurara estabelecer a <strong>Congregação</strong><br />

Redentorista. Embora o céu não lhe tivesse querido conceder a doce consolação<br />

de ver, com seus próprios olhos, o fruto abençoado <strong>da</strong> sua operosa ativi<strong>da</strong>de,<br />

conseguiu, graças aos seus ingentes esforços, a aprovação <strong>da</strong> sua <strong>Congregação</strong>,<br />

a formação dos primeiros Redentoristas transalpinos, a difusão <strong>da</strong> <strong>Congregação</strong><br />

em diversos países <strong>da</strong> Europa e <strong>da</strong> América. O sonho dourado <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> era,<br />

enviar a to<strong>da</strong>s as partes do globo, uma legião de operários evangélicos, e ele o<br />

realizou maravilhosamente. Os cinco mil Redentoristas do mundo veneram-no não<br />

só como confrade, mas também como seu segundo Fun<strong>da</strong>dor.<br />

CAPÍTULO XXII<br />

97<br />

No combate com os maçons<br />

Sabelli imprudente — A causa <strong>da</strong> perseguição — As acusações — Aqui<br />

não é bom estar... — É ci<strong>da</strong>dão austríaco — A busca na residência — A intimação<br />

— A palavra do monarca — Esperanças desfeitas.<br />

O crepúsculo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de <strong>Clemente</strong> foi bem diverso do que se imaginara;<br />

não foi o céu tranqüilo, repleto de bonança como nos meses inolvidáveis passados<br />

nos poéticos e arrebatadores bosques do Tívoli, mas a tempestade furiosa<br />

dos derradeiros anos de <strong>São</strong> Beno. Um ano antes <strong>da</strong> morte, cansado já e alquebrado<br />

pelos trabalhos exaustivos de um ativo apostolado, por pouco não foi<br />

expulso <strong>da</strong> sua pátria, como outrora de <strong>São</strong> Beno. A Providência, que queria<br />

fazê-lo passar grandes tribulações, nos últimos momentos interveio ain<strong>da</strong>, não<br />

só permitindo-lhe passar seus últimos dias na Pátria, que tanto amava, mas<br />

também realizando, de um momento para o outro, o sonho que o afagava nos<br />

dias do seu noviciado. O que parecia impossível, realizou-se: a Áustria josefista<br />

abriu, em par, as portas à <strong>Congregação</strong>. Mas não precipitemos os fatos.<br />

Ocasião imediata para os últimos desgostos do Servo de Deus, deu-a o Pe.<br />

Sabelli, que <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> denominava “a cruz <strong>da</strong> casa”. Aborrecido e contrariado,<br />

Sabelli dirigiu-se ocultamente a Roma, pedindo transferência para um dos<br />

conventos <strong>da</strong> Itália, a qual lhe foi naturalmente concedi<strong>da</strong>. Mas a viagem? eralhe<br />

necessário obter o passaporte e o governo austríaco fazia as maiores dificul<strong>da</strong>des<br />

em conceder passaportes para a Itália. Devido a esses obstáculos<br />

Sabelli recebeu ordem de se dirigir ao convento de Valsainte na Suíça. Ao tratar<br />

do passaporte para lá, parece que o bom do padre, sem o pensar, comunicou à<br />

polícia o fato de ele pertencer a uma <strong>Congregação</strong> não aprova<strong>da</strong> na Áustria<br />

bem como a sua transferência por ordem dos Superiores de Roma, a Valsainte.<br />

Desde esse dia a polícia abriu ain<strong>da</strong> mais os olhos para observar o confessor<br />

<strong>da</strong>s Ursulinas, de quem Sabelli era súdito.<br />

Procuraram um motivo, ou um pretexto para o acusar, porém não o encontraram.<br />

Os maçons queriam ver-se livres <strong>da</strong>quele sacerdotes molesto, que revolucionava<br />

pacificamente a ci<strong>da</strong>de de Viena. Que ele se sentasse no confessionário<br />

e se interessasse pelos pobres e pelos enfermos, ain<strong>da</strong> passava; também<br />

perdoavam-lhe o levar à Igreja os protestantes, pois que se tratava quase<br />

só de estrangeiros que os vienenses desprezavam, mas a influência exerci<strong>da</strong><br />

sobre os jovens, maxime sobre os acadêmicos, não podiam os maçons permitir.<br />

O modo de pregar do Servo de Deus era suspeito, mas o seu auditório consistia<br />

em grande parte de gente simples sem perigo algum para os maçons. O que<br />

eles não podiam absolutamente perdoar era, que o espírito de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!