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São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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vi<strong>da</strong> criminosa de vossos filhos terão enfim impelido irrevogavelmente a vossa<br />

justiça para a vingança justiceira? Ó autor e consumador <strong>da</strong> nossa fé, nós Vos<br />

conjuramos na amargura dos nossos corações contritos e humilhados, não<br />

permitais que a bela luz <strong>da</strong> fé se extinga em nós. Lembrai-vos <strong>da</strong>s vossas misericórdias<br />

e lançai um olhar de compaixão para a vinha que foi planta<strong>da</strong> pela<br />

vossa dextra, rega<strong>da</strong> com o vosso sangue e com o de milhares de mártires,<br />

com as lágrimas de tantos penitentes e com os suores e orações de tantos<br />

apóstolos, confessores e virgens. Ó divino Mediador, olhai para as almas fervorosas<br />

que se levantam puras até o vosso trono e vos rogam pela conservação<br />

do precioso tesouro <strong>da</strong> fé; diferi, ó Deus justíssimo, o decreto <strong>da</strong> vossa reprovação,<br />

não escuteis as nossas blasfêmias, fixai o vosso olhar sobre o sangue<br />

adorável que, derramado sobre a cruz para nossa salvação, intercede ain<strong>da</strong><br />

cotidianamente por nós nos nossos altares; conservai-nos a ver<strong>da</strong>deira fé e o<br />

amor à Santa Igreja, conservai-a pura e iliba<strong>da</strong>, guar<strong>da</strong>i-nos na barca de Pedro<br />

fiéis e obedientes a seus sucessores, vossos vigários na terra, a fim de que a<br />

uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Igreja se conserve intacta, a santi<strong>da</strong>de fomenta<strong>da</strong>, e a Sé Apostólica<br />

protegi<strong>da</strong>, a Igreja dilata<strong>da</strong> para o bem <strong>da</strong>s almas. Aflijam-nos muito embora<br />

as enfermi<strong>da</strong>des, consumam-nos os pesares, acabrunhem-nos as desgraças,<br />

mas conserve-se a santa fé, porque enriquecidos com esse dom precioso, suportaremos<br />

de boa mente as dificul<strong>da</strong>des sem que coisa alguma possa perturbar<br />

nossa felici<strong>da</strong>de. Ó Jesus, autor <strong>da</strong> nossa fé, protegei, fortalecei e iluminai<br />

os governantes; humilhai e convertei os inimigos <strong>da</strong> vossa Santa Igreja; concedei<br />

a todos os reis, a todos os chefes cristãos, a todo o povo fiel a ver<strong>da</strong>deira uni<strong>da</strong>de<br />

e concórdia; conservai-nos em vosso santo serviço no qual queremos viver e<br />

morrer. Ó Jesus, por vós vivo, por vós quero morrer; quero ser vosso to<strong>da</strong> a<br />

minha vi<strong>da</strong>, também na hora <strong>da</strong> minha morte. Assim seja” (300 dias de ind. Leão<br />

XIII, uma vez ao dia).<br />

<strong>Clemente</strong> conservava os olhos continuamente abertos para descobrir os<br />

erros que pudessem <strong>da</strong>nificar a fé, para os combater e extirpar. Em Praga havia<br />

um professor por nome Bernardo Balzano, que embora lente de religião, não<br />

passava de um racionalista refinado, que pervertia os pobres alunos educandoos<br />

para o racionalismo e a increduli<strong>da</strong>de. Esse sr. lembrou-se de publicar uma<br />

obra intitula<strong>da</strong> “Palestras edificantes para acadêmicos”, na qual expendia os<br />

erros que vinha ensinando, a muito anos, do alto <strong>da</strong> cátedra. <strong>Clemente</strong> pediu<br />

um exemplar, e percebendo o <strong>da</strong>no incalculável que o professor fazia às almas,<br />

foi incontinenti ter com um dos vigários de Viena, pedindo-lhe falar com o imperador<br />

sobre aquele abuso em Praga.<br />

O monarca, católico de convicção, mandou examinar a obra, e depois de<br />

proscrevê-la, baniu o seu autor do magistério público.<br />

Os tempos de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> eram tempos maus de josefismo e de<br />

jansenismo; a literatura to<strong>da</strong> estava eiva<strong>da</strong> de erros e de falsas doutrinas que se<br />

espalhavam entre o povo, arrancando a convicção católica ou pelo menos inculcando<br />

a dúvi<strong>da</strong>. Para reformar a Europa era necessário não descurar <strong>da</strong> imprensa,<br />

dos bons livros, <strong>da</strong>s boas revistas etc., que mais do que os sermões<br />

penetram nos lares, desfazem as dúvi<strong>da</strong>s, ensinam a ver<strong>da</strong>de, animam a virtude<br />

e fortalecem a fé. <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> não desconhecia a importância <strong>da</strong> imprensa.<br />

“Os maçons, dizia ele, trabalham, dia e noite difundindo os livros mais perni-<br />

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ciosos; querem banir Jesus Cristo <strong>da</strong> Europa, e não recuam diante de dificul<strong>da</strong>de<br />

alguma, contanto que consigam seu nefasto intento. Oxalá fôssemos nós<br />

católicos animados do mesmo zelo pela Santa religião!” “Os alemães gostam<br />

de ler, repetia <strong>Clemente</strong>, mas não há na<strong>da</strong> que se lhes possa <strong>da</strong>r para a leitura”.<br />

Embora <strong>Clemente</strong> não escrevesse, pessoalmente, animava e encorajava os<br />

outros a que se dedicassem à grandiosa missão <strong>da</strong> imprensa. E os amigos do<br />

Servo de Deus escreviam nos mais importantes jornais <strong>da</strong> Áustria. Frederico<br />

Schlegel ideou a fun<strong>da</strong>ção de um órgão central católico para to<strong>da</strong>s as esferas<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> intelectual. Embora não desprezasse as revistas, novelas, hinos, poesias,<br />

dramas e semelhantes obras, <strong>Clemente</strong> <strong>da</strong>va a preferência aos escritos<br />

ascéticos e dedicava-se com ardor à impressão e tradução de obras novas. Em<br />

<strong>São</strong> Beno esse trabalho constituiu uma parte importante do programa apresentado<br />

pelo Santo a seus padres; em Viena eram os seus amigos que se esforçavam<br />

para reformar a literatura frívola do tempo, e enriquecer a Alemanha e a<br />

Áustria de livros católicos e de pie<strong>da</strong>de sóli<strong>da</strong>. A pedido de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>, Silbert<br />

publicou mais de cem obras e traduziu para o alemão as melhores obras <strong>da</strong><br />

França, Espanha e Itália; Veith editou 55 volumes de sermões e homilias com<br />

muitos outros volumes de tratados filosóficos, poesias, composições mistas etc.<br />

O mais incansável porém foi o Dr. Francisco Schmid, amigo íntimo e confessor<br />

do Santo, o qual não podendo pregar por fraqueza pulmonar, se dedicou à<br />

elaboração de livros de orações e pie<strong>da</strong>de em alemão, latim, italiano, francês,<br />

inglês e grego enviando-os, quase sempre gratuitamente, a esses países para<br />

mais facilmente ganhar todos para Jesus Cristo; introduziu esses livros nos<br />

hospitais e nos quartéis, repartindo-os entre os enfermos e os militares.<br />

<strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> entusiasmado por esse zelo admirável não hesitou em exclamar:<br />

“Se em Viena houvesse apenas três Schmids, converter-se-ia a ci<strong>da</strong>de<br />

inteira”.<br />

Com o fim de tornar os livros mais acessíveis a todos, formou-se, a conselho<br />

do Santo, uma biblioteca popular em Viena. Para a Áustria começava então<br />

uma nova era, era de renascimento espiritual, devido em grande parte, aos<br />

esforços de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>. Os grandes artistas, os conhecidos mestres, os heróis<br />

<strong>da</strong> pena como Frederico Schlegel, A<strong>da</strong>m Müller, não publicavam suas obras<br />

monumentais sem antes receberem a aprovação do Servo de Deus. E o juízo<br />

de <strong>Clemente</strong> era pronto, rápido não só em matéria de teologia teórica e prática,<br />

mas também em assuntos profanos, como literatura, poesia e arte. Todo esse<br />

movimento literário estava pois colocado nas mãos do Santo, que obrigava os<br />

artistas e os sábios à oração e assim levava a Deus a arte e a ciência; <strong>Clemente</strong><br />

regava as raízes, e as folhas e flores vinham por si mesmas; e esse seu trabalho<br />

foi decisivo para a reforma espiritual, a conservação e restauração <strong>da</strong> fé e o<br />

levantamento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> moral.

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