São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

reginamater.net
from reginamater.net More from this publisher
18.04.2013 Views

achar tanto tempo no luteranismo. Chegado o dia determinado para a recepção desse sacramento, fez um esforço supremo, e confessou-se com todo o arrependimento e sinceridade. Clemente, como de costume, pôs-se a dar-lhe conselhos e instruções para a sua vida prática; de tudo isso porém ela nada percebeu, tão preocupada estava com a penitência horrível que iria receber. Qual não foi seu espanto, quando o confessor lhe deu uma penitência insignificante, tão pequena, que ela mesmo julgou pouca para tantos pecados e pediu uma maior. Clemente porém lhe respondeu: “Aceite também por penitência aquilo que N. Senhor lhe vai mandar”. Madame Müller levantou-se consolada; ao chegar porém em casa foi acometida de uma dor de dentes tão aguda que lhe arrancou lágrimas; lembrada das palavras do seu confessor, aceitou com gosto mais aquela penitência, beijando a mão de Deus que a castigava. 80 CAPÍTULO XVI O sábio Diretor das Ursulinas Que é a Religiosa — Da chácara ao convento — Deus ilumina os confessores — Reforma as Ursulinas — Os trabalhos das religiosas — A Religiosa tíbia — A vontade de Deus — A obediência — A Religiosa nervosa — A vassoura usada — A Irmã tentada — A bruaca velha — As armas da mulher. Entre as pessoas que São Clemente conservava guardadas no fundo de seu grande coração e com as quais mais se entretinha, eram as Ursulinas, sem dúvida, as primeiras. E com razão, pois que via em cada uma das religiosas a esposa, que Jesus se escolhera entre milhares, tirando-a do meio do mundo sedutor, e introduzindo-a em sua casa e santuário. Cada convento era, a seus olhos, um templo e cada alma uma pedra preciosa engastada nesse santuário. É por essa razão que ele, sempre que passava por perto de um convento de religiosas, inclinava duas vezes a cabeça: uma para saudar o Redentor oculto no Santíssimo Sacramento, e outra, por respeito às esposas de Jesus que se santificam no claustro. Das religiosas consagradas a Deus tinha mais estima do que dos vasos sagrados. A Religiosa era, no seu modo de encarar, um ostensório vivo, preparado pelo próprio Deus para nele habitar com suas virtudes e com sua graça. A Religiosa é também uma heroína que possuiu força bastante para desprezar o mundo com seus encantos, alegrias e esperanças, e levar uma vida de pobreza, desprendimento e abnegação na casa de Deus. Clemente tinha gosto especial em falar sobre a virgindade, consagrada a Deus por voto, sua excelência e beleza angélica. “A vida claustral é uma graça assinalada, dizia ele, e quem nesse ponto conheceu claramente a vontade de Deus, deve segui-la mesmo contra a vontade dos pais ou parentes”. Para prova disso alegava a palavra de Jesus à sua Mãe que, durante três dias o procurara chorosa nas ruas de Jerusalém: “Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é do meu Pai?” Falando a uma Religiosa disse um dia. “Não sabeis como sois felizes; na hora da morte compreendereis o que é a graça da vocação, em cuja comparação as grandezas da terra são um puro nada”. Do alto do púlpito falava sempre com fogo sobre a vocação religiosa, que era assunto desconhecido em outros púlpitos naquele tempo. Tendo de pregar, um dia, na igreja das Visitandinas, depois de ler o que o catecismo romano diz sobre os conselhos evangélicos, falou sobre a vida religiosa com tanta unção e acerto que as religiosas choraram de consolação e comoção. Todas as vezes que São Clemente percebia sinais certos de vocação em uma alma, ajudava-a com seus conselhos e trabalhos para que com mais pres-

sa e segurança, conseguisse entrar no convento e consagrar-se inteiramente a Deus. São inúmeras as almas que o Servo de Deus enviou aos conventos das Ursulinas, Visitandinas, Carmelitas etc. etc. não só das classes populares, mas ainda da alta aristocracia e até da nobreza. Quando se tratava de donzelas pobres, ele mesmo dava os passos necessários, arranjava-lhes o lugar e facilitava-lhes a entrada. Uma donzela pobre dos arrabaldes mais afastados de Viena ia diariamente da chácara ao centro da cidade onde, sobre uma mesinha, colocava os ovos, a manteiga e a gordura, e lá ficava à espera de compradores. Fazia isso por necessidade, pois que precisava ganhar a vida, mas o desejo ardente de seu coração era entregar-se e consagrar-se inteiramente a Deus na vida religiosa; sentia uma santa inveja das Ursulinas que moravam lá perto, e suspirava por encontrar um Diretor espiritual prudente e caridoso, que a quisesse introduzir na casa de Deus. Aconteceu passar por ali um sacerdote venerando com um gorrinho na cabeça, grave, sério, sem olhar para ninguém; notava-se que era um Santo. A donzela, quando o viu, sentiu em sua alma uma voz que lhe dizia: “A esse deves manifestar o anhelo do teu coração, porque ele te levará ao convento”. A coisa porém não era tão fácil. A vendedora de ovos nunca vira o Santo, não sabia quem era aquele sacerdote, nem onde morava, nem para onde ia: a fisionomia do padre, porém, ficou bem impressa em sua memória. Dois anos depois, na quinta-feira santa de 1818 foi a donzela, casualmente, ouvir missa na Igreja de Sta. Úrsula. Exultou quando no altar viu o sacerdote que conhecera pela primeira vez há dois anos atrás; procurou-o depois no confessionário, abriu-lhe o coração e manifestou-lhe o seu desejo ardente. Clemente prometeu auxiliá-la, mas querendo primeiro certificar-se da sua vocação, mandou-lhe mudar-se para a cidade, onde lhe arranjou um lugar, instruiua a um ano inteiro na vida religiosa, e convencendo-se que a moça era chamada por Deus para o convento, fê-la entrar nas Visitandinas. Às vezes sucedia que alguma penitente do Santo, sentindo a voz de Deus que a chamava, não tinha coragem de participar a seu Diretor esse chamamento divino; nesses casos Deus mesmo incumbia-se de revelar miraculosamente a seu Servo a vocação das penitentes. Um belo dia uma tal Teresa, ouvindo um sermão de São Clemente sentiu-se fortemente tocada da graça e do desejo de entrar no convento das Ursulinas. Prelibando as doçuras da vida religiosa, ao chegar em casa ajoelhou-se aos pés de seu pai pedindo-lhe permissão de seguir a voz de Deus que a queria para sua esposa. O pai era um daqueles que julgam serem os conventos uma espécie de hospício para as mulheres fanáticas e histéricas, um recolhimento de pessoas imbecis ou asilo de mulheres sem préstimo; franziu sobr’olhos e declarou que, enquanto vivesse, não lhe daria a licença pedida. A donzela calou-se julgando haver cumprido o seu dever e nem mais cogitou em entrar no convento. A sua consciência porém não emudeceu, a voz de Deus fazia-se ouvir sempre mais clara. Teresa não sabia o que fazer: se obedecer ao pai ou a Deus que a chamava; em vez de pedir conselho ao confessor expondo-lhe toda a dificuldade, preferiu conservar-se calada. Deus porém não a desamparou; de modo sobrenatural iluminou o confessor a respeito da pobre donzela; — quando esta foi ao confessionário, em lugar dos conselhos disse-lhe Clemente a 81 queima-roupa: “A senhora deve ser Visitandina, eu mesmo lhe arranjarei um lugar”. Essa palavra bastou para enchê-la de coragem; não temendo já as ameaças paternas, foi para onde Deus a queria e tornou-se uma piedosa e santa Religiosa na Visitação. Sempre que o Servo de Deus enviava alguma donzela ao convento, fazia recomendações especiais à Superiora para que velasse constantemente sobre ela e a tornasse uma santa esposa de Jesus, guardando a inocência e a boa vontade do coração. A uma que ia entrar no convento, deu o Santo uma carta com os seguintes dizeres à Superiora: “O meu desejo é que esta donzela cresça sempre na inocência e piedade em que foi educada; que ela cultive em si mesma a perfeição da sua sublime vocação, e depois procure implantar também nas demais irmãs o mesmo zelo e os mesmos sentimentos, para assim conduzi-las todas para Deus”. Em se tratando do convento das Ursulinas, Clemente era incansável. Nos sete anos, que exerceu o cargo de Reitor da Igreja e Diretor das Irmãs, reformou completamente esse jardim do Senhor. Em 1813 a disciplina regular achava-se quase toda em completa decadência devido às circunstâncias desfavoráveis do tempo. Clemente bateu-se como um herói para restabelecer no claustro a antiga disciplina, e não descansou enquanto não conseguiu introduzir no convento a observância regular. Como é natural isto não se deu sem grandes dificuldades e declarada oposição daquelas irmãs, que não queriam ouvir falar de reforma. Clemente não se intimidou com os obstáculos nem se alterou com as incriminações de algumas irmãs. Com paciência e caridade conseguiu ganhar os corações de todas as religiosas para Nosso Senhor, e, no fim recebeu maiores provas de gratidão justamente daquelas que antes mais se declararam contra ele. Se uma ou outra vez usava de rigor, fazia-o tão somente por amor da observância regular. Quanto mais santo é o estado a que Deus chama uma pessoa, maiores são os deveres que lhe impõe. Na fronte da Religiosa, elevada à dignidade de esposa do Rei dos reis, coloca uma coroa de espinhos, por vezes bem penetrantes, sobre os seus ombros uma cruz pesada, tornando-a semelhante a Jesus Cristo. A donzela não entra no convento para gozar ou levar uma vida cômoda, mas para se santificar e subir a montanha escabrosa da perfeição — e isto não só de passagem, um ou outro dia, mas constantemente, sem tréguas, de dia e de noite. São Clemente, a personificação da energia, gostava de desenvolver esses temas e explicar essas verdades às suas religiosas. Ao dar o hábito, uma vez, a quatro irmãs disse: “Uma Religiosa deve unir em si as duas irmãs Maria e Marta, isto é a oração e o trabalho; por amor dessas duas irmãs Jesus ressuscitou a Lázaro; por meio da oração e do trabalho devem as Virgens consagradas a Deus, contribuir para a ressurreição dos mortos pelo pecado, isto é, dos pecadores, para a vida da graça, porque o Senhor, que ama as suas Esposas, não deixará de atender as suas ardentes súplicas; mesmo entre os pagãos romanos eram as virgens alvo de honrarias, de sorte que o governo chegava a perdoar a um criminoso pelo qual uma virgem intercedesse; quanto mais valerão as súplicas de uma esposa de Jesus Cristo junto ao Altíssimo em favor dos pecadores”.

sa e segurança, conseguisse entrar no convento e consagrar-se inteiramente a<br />

Deus. <strong>São</strong> inúmeras as almas que o Servo de Deus enviou aos conventos <strong>da</strong>s<br />

Ursulinas, Visitandinas, Carmelitas etc. etc. não só <strong>da</strong>s classes populares, mas<br />

ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> alta aristocracia e até <strong>da</strong> nobreza. Quando se tratava de donzelas<br />

pobres, ele mesmo <strong>da</strong>va os passos necessários, arranjava-lhes o lugar e facilitava-lhes<br />

a entra<strong>da</strong>.<br />

Uma donzela pobre dos arrabaldes mais afastados de Viena ia diariamente<br />

<strong>da</strong> chácara ao centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de onde, sobre uma mesinha, colocava os ovos, a<br />

manteiga e a gordura, e lá ficava à espera de compradores. Fazia isso por necessi<strong>da</strong>de,<br />

pois que precisava ganhar a vi<strong>da</strong>, mas o desejo ardente de seu<br />

coração era entregar-se e consagrar-se inteiramente a Deus na vi<strong>da</strong> religiosa;<br />

sentia uma santa inveja <strong>da</strong>s Ursulinas que moravam lá perto, e suspirava por<br />

encontrar um Diretor espiritual prudente e caridoso, que a quisesse introduzir<br />

na casa de Deus. Aconteceu passar por ali um sacerdote venerando com um<br />

gorrinho na cabeça, grave, sério, sem olhar para ninguém; notava-se que era<br />

um Santo. A donzela, quando o viu, sentiu em sua alma uma voz que lhe dizia:<br />

“A esse deves manifestar o anhelo do teu coração, porque ele te levará ao<br />

convento”. A coisa porém não era tão fácil. A vendedora de ovos nunca vira o<br />

Santo, não sabia quem era aquele sacerdote, nem onde morava, nem para<br />

onde ia: a fisionomia do padre, porém, ficou bem impressa em sua memória.<br />

Dois anos depois, na quinta-feira santa de 1818 foi a donzela, casualmente,<br />

ouvir missa na Igreja de Sta. Úrsula. Exultou quando no altar viu o sacerdote<br />

que conhecera pela primeira vez há dois anos atrás; procurou-o depois no confessionário,<br />

abriu-lhe o coração e manifestou-lhe o seu desejo ardente. <strong>Clemente</strong><br />

prometeu auxiliá-la, mas querendo primeiro certificar-se <strong>da</strong> sua vocação,<br />

mandou-lhe mu<strong>da</strong>r-se para a ci<strong>da</strong>de, onde lhe arranjou um lugar, instruiua<br />

a um ano inteiro na vi<strong>da</strong> religiosa, e convencendo-se que a moça era chama<strong>da</strong><br />

por Deus para o convento, fê-la entrar nas Visitandinas.<br />

Às vezes sucedia que alguma penitente do Santo, sentindo a voz de Deus<br />

que a chamava, não tinha coragem de participar a seu Diretor esse chamamento<br />

divino; nesses casos Deus mesmo incumbia-se de revelar miraculosamente<br />

a seu Servo a vocação <strong>da</strong>s penitentes. Um belo dia uma tal Teresa, ouvindo um<br />

sermão de <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> sentiu-se fortemente toca<strong>da</strong> <strong>da</strong> graça e do desejo de<br />

entrar no convento <strong>da</strong>s Ursulinas.<br />

Prelibando as doçuras <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> religiosa, ao chegar em casa ajoelhou-se<br />

aos pés de seu pai pedindo-lhe permissão de seguir a voz de Deus que a queria<br />

para sua esposa. O pai era um <strong>da</strong>queles que julgam serem os conventos uma<br />

espécie de hospício para as mulheres fanáticas e histéricas, um recolhimento<br />

de pessoas imbecis ou asilo de mulheres sem préstimo; franziu sobr’olhos e<br />

declarou que, enquanto vivesse, não lhe <strong>da</strong>ria a licença pedi<strong>da</strong>. A donzela calou-se<br />

julgando haver cumprido o seu dever e nem mais cogitou em entrar no<br />

convento. A sua consciência porém não emudeceu, a voz de Deus fazia-se<br />

ouvir sempre mais clara. Teresa não sabia o que fazer: se obedecer ao pai ou a<br />

Deus que a chamava; em vez de pedir conselho ao confessor expondo-lhe to<strong>da</strong><br />

a dificul<strong>da</strong>de, preferiu conservar-se cala<strong>da</strong>. Deus porém não a desamparou; de<br />

modo sobrenatural iluminou o confessor a respeito <strong>da</strong> pobre donzela; — quando<br />

esta foi ao confessionário, em lugar dos conselhos disse-lhe <strong>Clemente</strong> a<br />

81<br />

queima-roupa: “A senhora deve ser Visitandina, eu mesmo lhe arranjarei um<br />

lugar”. Essa palavra bastou para enchê-la de coragem; não temendo já as ameaças<br />

paternas, foi para onde Deus a queria e tornou-se uma piedosa e santa<br />

Religiosa na Visitação.<br />

Sempre que o Servo de Deus enviava alguma donzela ao convento, fazia<br />

recomen<strong>da</strong>ções especiais à Superiora para que velasse constantemente sobre<br />

ela e a tornasse uma santa esposa de Jesus, guar<strong>da</strong>ndo a inocência e a boa<br />

vontade do coração. A uma que ia entrar no convento, deu o Santo uma carta<br />

com os seguintes dizeres à Superiora: “O meu desejo é que esta donzela cresça<br />

sempre na inocência e pie<strong>da</strong>de em que foi educa<strong>da</strong>; que ela cultive em si<br />

mesma a perfeição <strong>da</strong> sua sublime vocação, e depois procure implantar também<br />

nas demais irmãs o mesmo zelo e os mesmos sentimentos, para assim<br />

conduzi-las to<strong>da</strong>s para Deus”. Em se tratando do convento <strong>da</strong>s Ursulinas, <strong>Clemente</strong><br />

era incansável. Nos sete anos, que exerceu o cargo de Reitor <strong>da</strong> Igreja e<br />

Diretor <strong>da</strong>s Irmãs, reformou completamente esse jardim do Senhor. Em 1813 a<br />

disciplina regular achava-se quase to<strong>da</strong> em completa decadência devido às<br />

circunstâncias desfavoráveis do tempo. <strong>Clemente</strong> bateu-se como um herói para<br />

restabelecer no claustro a antiga disciplina, e não descansou enquanto não<br />

conseguiu introduzir no convento a observância regular. Como é natural isto<br />

não se deu sem grandes dificul<strong>da</strong>des e declara<strong>da</strong> oposição <strong>da</strong>quelas irmãs,<br />

que não queriam ouvir falar de reforma.<br />

<strong>Clemente</strong> não se intimidou com os obstáculos nem se alterou com as<br />

incriminações de algumas irmãs. Com paciência e cari<strong>da</strong>de conseguiu ganhar<br />

os corações de to<strong>da</strong>s as religiosas para Nosso Senhor, e, no fim recebeu maiores<br />

provas de gratidão justamente <strong>da</strong>quelas que antes mais se declararam contra<br />

ele.<br />

Se uma ou outra vez usava de rigor, fazia-o tão somente por amor <strong>da</strong> observância<br />

regular.<br />

Quanto mais santo é o estado a que Deus chama uma pessoa, maiores<br />

são os deveres que lhe impõe. Na fronte <strong>da</strong> Religiosa, eleva<strong>da</strong> à digni<strong>da</strong>de de<br />

esposa do Rei dos reis, coloca uma coroa de espinhos, por vezes bem penetrantes,<br />

sobre os seus ombros uma cruz pesa<strong>da</strong>, tornando-a semelhante a Jesus<br />

Cristo. A donzela não entra no convento para gozar ou levar uma vi<strong>da</strong> cômo<strong>da</strong>,<br />

mas para se santificar e subir a montanha escabrosa <strong>da</strong> perfeição — e<br />

isto não só de passagem, um ou outro dia, mas constantemente, sem tréguas,<br />

de dia e de noite. <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong>, a personificação <strong>da</strong> energia, gostava de desenvolver<br />

esses temas e explicar essas ver<strong>da</strong>des às suas religiosas. Ao <strong>da</strong>r o<br />

hábito, uma vez, a quatro irmãs disse: “Uma Religiosa deve unir em si as duas<br />

irmãs <strong>Maria</strong> e Marta, isto é a oração e o trabalho; por amor dessas duas irmãs<br />

Jesus ressuscitou a Lázaro; por meio <strong>da</strong> oração e do trabalho devem as Virgens<br />

consagra<strong>da</strong>s a Deus, contribuir para a ressurreição dos mortos pelo pecado,<br />

isto é, dos pecadores, para a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> graça, porque o Senhor, que ama as suas<br />

Esposas, não deixará de atender as suas ardentes súplicas; mesmo entre os<br />

pagãos romanos eram as virgens alvo de honrarias, de sorte que o governo<br />

chegava a perdoar a um criminoso pelo qual uma virgem intercedesse; quanto<br />

mais valerão as súplicas de uma esposa de Jesus Cristo junto ao Altíssimo em<br />

favor dos pecadores”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!