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São Clemente Maria Hofbauer (Insigne propagador da Congregação

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O sábio conselheiro<br />

O Espírito Santo lhe dirá — Ler romances — Pequenos presentes — Uma<br />

profecia — Interesse pelas vocações — Dedicação paternal.<br />

<strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> não era apenas Diretor de almas no confessionário; sua<br />

prudência, zelo e santi<strong>da</strong>de faziam dele um firme conselheiro para todos os<br />

estados e classes de pessoas. Os seus princípios seguros e sãos, manejados<br />

sabiamente segundo as necessi<strong>da</strong>des dos que pediam conselhos, nunca erravam<br />

o alvo. Havendo uma senhora em Viena perguntando ao Pe. Zacharias<br />

Werner, quem poderia ser o seu diretor e conselheiro, teve por resposta: “Não<br />

lhe posso propor para Diretor nenhum outro melhor do que <strong>Clemente</strong>; porém<br />

mais bem servi<strong>da</strong> ficaria a senhora, se conseguisse, mesmo fora <strong>da</strong> confissão,<br />

pedir-lhe os sábios conselhos”. — “Desde o dia que tive a felici<strong>da</strong>de de me<br />

aproximar dele, dizia <strong>Maria</strong> Rizy, educadora dos filhos do conde Gilleis, tenho<br />

sentido sempre alegria e consolação apesar dos meus muitos e graves padecimentos;<br />

quando se achava muito ocupado ou sem tempo de me ouvir prolonga<strong>da</strong>mente,<br />

<strong>da</strong>va-me a bênção com as palavras: ‘o que eu não lhe posso dizer<br />

agora, dir-lhe-á por mim o Espírito Santo’ e — coisa admirável — nessas ocasiões<br />

eu adivinhava sempre o que o Pe. <strong>Clemente</strong> me iria dizer; muitas vezes só<br />

a sua aproximação fazia desaparecer <strong>da</strong> minha alma to<strong>da</strong>s as angústias e preocupações”.<br />

Quando uma vez uma dessas almas pediu a S. <strong>Clemente</strong> licença<br />

para se deliciar na leitura de um romance, disse-lhe o Santo: “Se quiser tornarse<br />

mais sábia, leia; mas se quiser ficar mais piedosa, não leia, porque a Sra.<br />

não precisa disso”. A uma <strong>da</strong>s penitentes disse um dia: “A senhora precisa tirar<br />

fora o que é de mulher e mu<strong>da</strong>r-se em homem, se quiser prestar para alguma<br />

coisa”. Quando alguém querendo falar-lhe, o encontrava a rezar o breviário,<br />

sorria-se o Santo com as palavras: “Se o sr. não está com muita pressa, espere<br />

que eu rezo ain<strong>da</strong> um pouco, para não ter de começar outra vez; mas se está<br />

com pressa faço pausa já”. Especial prazer sentia em presentear alguém com<br />

santinhos, terços, me<strong>da</strong>lhas, para que os distribuísse aos outros, dizendo: “Arranje<br />

com isto bastante amigos para Nosso Senhor”; só dois santinhos ele guardou<br />

sempre consigo e não os deu a ninguém por mais que os tivessem pedido.<br />

Uma donzela que queria entrar no convento, queixou-se ao Santo, de que as<br />

condições <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> a obrigavam a ficar no mundo ain<strong>da</strong> muitos anos, e que por<br />

isso temia não poder ser recebi<strong>da</strong> mais tarde no convento por causa <strong>da</strong> avança<strong>da</strong><br />

i<strong>da</strong>de. <strong>Clemente</strong> baixou os olhos, ficou uns momentos silencioso e pensativo,<br />

dizendo depois: “Fique sossega<strong>da</strong>, <strong>da</strong>qui a pouco a senhora será aceita em<br />

um convento, mas não faça nenhum plano a respeito”. E de fato, pouco depois,<br />

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ela entrou no convento <strong>da</strong>s Irmãs Redentoristas, que naquele tempo eram ain<strong>da</strong><br />

desconheci<strong>da</strong>s na Áustria.<br />

Cui<strong>da</strong>do especial dedicava ele às vocações religiosas ou sacerdotais. Sempre<br />

muito cauteloso e extremamente reservado nesse assunto, não deixava<br />

na<strong>da</strong> sem tentar quanto se convencia de que alguém era realmente chamado<br />

por Deus para a vi<strong>da</strong> religiosa, que ele, em sua fé profun<strong>da</strong>, só olhava à luz <strong>da</strong><br />

eterni<strong>da</strong>de.<br />

A uma Religiosa <strong>da</strong> Visitação disse o Servo de Deus uma vez: “Só na hora<br />

<strong>da</strong> morte é que a senhora irá avaliar quão grande e sublime é a graça <strong>da</strong> vocação<br />

religiosa; to<strong>da</strong> a grandeza do mundo não é na<strong>da</strong> em comparação dela” —<br />

Quando se tratava de levar alguma donzela ao convento, não olhava as dificul<strong>da</strong>des<br />

por grandes que fossem. Uma filha de boa família desejava ardentemente<br />

entrar no convento <strong>da</strong>s Carmelitas em Praga, mas a oposição dos pais era<br />

formidável; como não encontrasse meios de os convencer, a pobrezinha recorreu<br />

a <strong>São</strong> <strong>Clemente</strong> pedindo seus conselhos e auxílio. O Servo de Deus determinou<br />

a hora em que ela deveria expor novamente aos pais a resolução inabalável<br />

do seu coração. Chega<strong>da</strong> a hora, <strong>Clemente</strong> estava já à porta. Ao cair o<br />

assunto sobre o ponto delicado, batem à porta. Era <strong>Clemente</strong> que simulando<br />

ignorar o caso, perguntou, a sorrir, sobre que versava a conversa, e com tanta<br />

eloqüência, vivaci<strong>da</strong>de e calor discorreu sobre a beleza <strong>da</strong> vocação, que os<br />

pais deram de boa vontade o consentimento. Muito significativa é a notícia que<br />

Antônia Ott nos narra sobre S. <strong>Clemente</strong> a esse respeito,, quando escreveu: “Já<br />

de há muito eu sentia o mais ardente desejo de me consagrar inteiramente a<br />

Deus na vi<strong>da</strong> religiosa, mas roceira e ignorante, não sabia como realizar o meu<br />

desejo... um dia vi passar pelas ruas de Viena um sacerdote venerável, que me<br />

parecia transfigurado. Dois anos mais tarde, tive de ir novamente à Viena... entrei<br />

na Igreja de Santa Úrsula; indizível alegria apoderou-se de mim quando<br />

reconheci o padre que oficiava nas cerimônias e que levava o Santíssimo do<br />

altar-mor à uma capela lateral... Abri-lhe o coração... O Santo interessou-se por<br />

mim, fez-me instruir, aprendi a ler, escrever, contar, e até a falar francês para<br />

poder entrar na Visitação”.

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